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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

RUA PRINCESA ISABEL




Em 01/12/2020 o SDR fez uma publicação sobre casas de Copacabana. Uma delas é a que aparece nesta primeira foto de hoje, de 1925, da Cia. Contrutora Brasil. Ficava na Av. Princesa Isabel, no quarteirão da praia. Para complementar aquela postagem o prezado Carlos Paiva enviou outras fotos daquela região e eu ainda incluí uma estupenda colorização do Nickolas.

Aqui o Carlos Paiva mostra exatamente a localização da casa, que ficava no trecho ao lado do Hotel Vogue, obstruindo a continuidade da Av. Princesa Isabel até a Av. Atlântica. 


É curioso observar que havia junto ao edifício um Posto Atlantic, pequeno, quase em frente ao posto da outra esquina da Princesa Isabel com a Atlântica, aquele onde ficava também a boate Fred´s.  

Nesta foto aérea vemos, embora de forma vaga, do lado esquerdo da Princesa Isabel o prédio onde ficava o Hotel Vogue, a casa citada e o pequeno posto Atlantic e, na outra esquina, o posto Esso, maior. 

Aqui vemos em primeiro plano a esquina onde está hoje aquele horroroso edifício comercial azulado e, do outro lado da rua, o Posto Esso.

Nesta estupenda colorização do Nickolas vemos onde ficava o edifício Edmundo Xavier, aquele sobre o qual o Decourt escreveu: "Como todos sabemos a abertura da Av. Princesa Isabel foi extremamente tumultuada, principalmente no trecho após a Rua Ministro Viveiros de Castro, onde de fato o larguíssimo traçado ia encontrando um grande número de construções. Eram casas, lojas e prédios, muitas vezes de 8 e 10 pavimentos, alguns com menos de 10 anos de construídos.

Sob custosas desapropriações a avenida foi sendo aberta, até chegar no quarteirão entre a Av. Atlântica e Copacabana. Alguns imóveis chegaram a ser demolidos, mas o que fazer com o conjunto de pelo menos 3 prédios residenciais, dois de frente para o mar e um hotel, o famoso Vogue? Para deixar os custos com as desapropriações ainda mais altos, dos prédios o mais velho, o Ed. Edmundo Xavier, tinha 20 anos, tendo sido um dos primeiros prédios com linguagem moderna construído na orla em 1932. Os demais eram do início dos anos 40, construídos antes dos planos definitivos da nova avenida serem definitivamente traçados.

Nos planos anteriores a intervenção iria no máximo até a Ministro Viveiros de Castro. Tudo levava a crer que a administração distrital nunca conseguiria resolver a questão, até a Boate Vogue se incendiar e destruir o prédio do hotel, condenando a estrutura e propiciando sua demolição. Com o imóvel mais caro do quarteirão destruído ficava muito mais fácil a administração pública desapropriar e demolir os prédios restantes, terminando assim a avenida.

Curiosamente o último prédio a cair foi o primeiro a ser construído, o Edmundo Xavier. Em breve a avenida seria terminada. Certamente por debaixo da pista que vai para a praia e parte do canteiro central temos as fundações do velho prédio, como também devemos ter do seu vizinho, demolido antes." 

O Carlos Paiva ainda mandou esta imagem do Edifício Edmundo Xavier.

Outro prédio que deu o que falar nesta época das desapropriações foi o Edifício Leão Veloso, onde o morador do apartamento térreo foi resistindo a todas as investidas de uma construtora para a compra de seu imóvel e assim ficou por mais de 10 anos. Durante a briga a construtora retirou elevadores, janelas, etc, de todos os outros apartamentos, como forma de pressionar. Como não precisava de elevador o morador foi ficando por lá, enchendo a abandonada portaria de plantas como também a frente do prédio que ia caindo aos pedaços e acabava virando um ônus para própria construtora que era proprietária de 90% dos apartamentos. Por volta de 1984/86 o resistente vendeu seu apartamento, certamente pelo triplo do preço e deixou subirem aquela coisa azul horrorosa que está por lá, o Centro Empresarial ABC. 

 

6 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Mais uma aula sobre o Leme, especificamente.

    Sempre existiram teorias a respeito do incêndio "providencial" do edifício do hotel e boate Vogue.

    O último parágrafo é emblemático, mostrando que a pressa é inimiga da economia. Recentemente aconteceu o mesmo em desapropriações para as obras olímpicas.

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  2. Na foto 3, do Posto Atlantic, vemos um Ford 1951 - com sua cobertura cromada da lanterna traseira e um bem raro Austin A-40 Sports. Este Austin é um caso à parte - não só é tão raro quanto não é nada Sports. Sua carroceria era feita na Jensen Motors, toda de alumínio e com certeza aproveitava restos dos aviões sucateados da Segunda Guerra (depois de disputar quilo a quilo com algum fabricante de panelas) e que ficaram em solo inglês; deviam aproveitar também os aviões abatidos e consta que as panelas feitas com sucata de Messerschmidt eram incomparavelmente melhores para pratos com salsichas e linguiças.
    Na foto do posto Esso, um Standard Vanguard 1948, primeiríssima série, ainda sem as saias da roda traseira. Atrás dele, uma Ford F-100 perua, carroceria feita no Brasil. Essas picapes encarroçadas eram consideradas os melhores automóveis brasileiros da época. Um pouco duras, mas ótimas. Na GM viraram as Veraneio, de tanta aceitação.
    Na foto colorizada, um Cadillac 54 chama a atenção. Deu para reconhecer porque é grande como um mamute. Pesado como um mamute. É um mamute.

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  3. Desapropriações sempre foram um problema, principalmente quando o interesse é especulativo. Mas é natural que o dono do imóvel busque uma condição melhor para a avaliação de seu bem.## Não há como comparar a Copacabana dos anos 50, vitrine da Capital da República, com a Região Olímpica do Século XXI, cujos parâmetros são díspares, já que enquanto o primeiro caso envolvia imóveis de alto valor, o segundo tratava-se em sua maioria de imóveis irregulares, objeto de esbulho possessório, ou mesmo invasões, situações típicas da realidade fundiária daquela região.

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  4. A casa da primeira foto foi ampliada conforme vemos na segunda foto, pelo número de janelas da lateral que dava para a Av. Copacabana.
    Não deve ser fácil ter que deixar sua residência para a passagem de uma avenida ou um viaduto, mas pior ainda é ver um grande movimento de veículos chegar mais próximo de nossas casas ou apartamentos por conta dessas ampliações de avenidas, construção de novas vias e até mesmo alterações de trânsito.

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  5. Eu lembro a história do Leão Veloso. O prédio caindo aos pedaços mas com um morador resistente. Deu nos jornais. Embora raramente, eu passava ali e via o prédio.

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  6. Tem um "Anônimo" que gosta de dar pitacos sobre áreas específicas da cidade. Geralmente disparatados.

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