Esta fotografia de Malta nos mostra
o prédio da Casa Persa que ocupava os números 103 e 105 da Avenida Central,
esquina da Rua do Rosário. Esta curiosa e bela construção foi projetada pelo
arquiteto Morales de Los Rios e desapareceu como tantos outras da magnífica
Avenida Central. Foi demolida nos anos 50.
O projeto é inspirado na arquitetura Mourisca. Adolfo Morales de Los Rios y Garcia de Pimentel nasceu em Sevílha, na Espanha. A arquitetura daquela região é fortemente calcada na ocupação dos mouros.
Esta fase da Avenida Central
deveria ter sido preservada e o Rio moderno deveria ter sido construído no eixo
da Presidente Vargas. As demolições após 1945 nessa avenida tendo uma vazia
Pres. Vargas foi um dos maiores crimes para a história da cidade. O local, mais
conhecido como Café Persa ou Café Mourisco, vendia bebidas, refeições, frutas
frescas e artigos para fumo; era frequentado por boêmios, intelectuais,
jornalistas e políticos da cidade
O pintor Gustavo Dall´Ara retratou a Casa Persa. O quadro faz parte da coleção de arte de Sergio Fadel.
A propósito destas demolições e da atual proposta de venda do Palácio Capanema é pertinente republicar a mensagem do comentarista “fait divers” escrita há 12 anos, pois parece ter sido escrita hoje:
“Em 19/05/2009, às 18:10:49, fait divers disse:
Destruir, depredar, demolir e denegrir é um hobby nacional. Das construções antigas restam poucas de pé. E das que restam, poucas preservam suas características arquitetônicas originais. Mas não basta destruir as coisas concretas. A destruição prossegue e se espalha pelas coisas imateriais: a compostura, a cultura, a honestidade, a integridade e, agora, não satisfeitos com a obra inacabada, com a própria democracia.”
Bom Dia! Estou perguntando a um filho que mora em Valência, o que ele sabe.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirPelo menos dois fatores influenciaram arquitetonicamente o que temos hoje. O concreto armado e a troca da "escola" francesa pelos caixotes de vidro importados dos EUA, especialmente após o fim da II Guerra.
O comentarista "fait divers" é enfático, não tem "papas na língua", e diz o que todos sabem mas poucos tem coragem de dizer. Destruir patrimônio histórico material e imaterial parece estar no DNA do brasileiro. Infelizmente essa rotina só tende a piorar, pois as novas gerações possuem um histórico de doutrinação na qual "arte" significa pichação, depredação, peças teatrais em que jovens nus fazem sexo entre si e comem excrementos, e shows de artistas de qualidade desprezível que lotam raves, praças, e casas noturnas, sempre com "muito brilho" e "muita fumaça".
ResponderExcluirQue beleza de prédio! como eu tenho raiva de ver o que fizeram com a nossa cultura arquitetônica. A mensagem do comentarista fait divers já disse tudo que tinha de ser dito. É vergonhoso!
ResponderExcluirMeu avô sempre contava sobre o número de bares e cafés que havia nos quarteirões existentes ao longo das Ruas de São Pedro e Marechal Câmara. Devia ser bastante interessante percorrer aquele trecho da cidade. Era uma "imensa SAARA". A igreja de São Pedro dos Clérigos foi mais uma vítima dessas demolições irresponsáveis. Era o única igreja em estilo bizantino existente no Rio de Janeiro.
ResponderExcluirGeneral Câmara
Excluire por isso que somos o que somos. Uma bagunça de país que não preserva nada, principalmente em termos culturais. Demolir coisas como a Casa Persa seria um crime em qualquer capital europeia. Tanto se fez para imitar Paris que a cidade era um brinco. Lamentavelmente não imitamos a cidade luz no que toca à preservação. Imaginem se os franceses tivessem demolido seus prédios históricos....o mesmo se pode dizer de Madrid, Roma, Londres, Viena, Lisboa, Praga, etc... o que desapareceu foi consequência da guerra. Aqui não. Fomos vítimas da exploração imobiliária. A Av. Rio Branco era uma joia no século 19.
ResponderExcluirHoje é o que se vê....
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirConcordo com você, mas se eu disser o que penso o "gerente". não vai publicar
ExcluirCaro Conde, talvez aqui também tenha desaparecido em consequência de uma guerra. Dos cariocas contra a sua cidade....
ExcluirVou parar de publicar no celular. No desktop não existe esse incômodo.
ResponderExcluirHá quem diga que a razão de tanto ouro nas igrejas de Minas seria um estratagema para evitar que fossem para Portugal, com isso toneladas de ouro permaneceram por aqui. Por analogia, a última gravura nos leva à seguinte reflexão : Será que a construção em primeiro (de 1785) ainda estaria de pé até hoje se nela não funcionasse uma igreja ?
ResponderExcluir...em primeiro plano
ExcluirNo vazio econômico do Rio quem compraria o palácio Capanema? Ninguém, o centro está as moscas e dificilmente se recuperará a médio prazo. Nosso grande timoneiro de Brasília falou que está lá para "destruir" está fazendo um belo trabalho.
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