O H.S.E. iniciou sua existência em maio de 1934, sob a denominação de Hospital dos Funcionários Públicos, quando, por iniciativa do Ministro do Trabalho, Salgado Filho, o Presidente Getulio Vargas assinou decreto destinando recursos para a sua construção.
A cessão de um terreno do Domínio da União foi decidida pelo Ministro da
Fazenda, Osvaldo Aranha, em área próxima ao Cais do Porto, na rua Sacadura
Cabral, onde existia uma serraria.
Em agosto de 1934, o Ministro do Trabalho, Agamenon Magalhães, autorizou o Edital de Concurso de projetos para o Hospital. Em julho de 1935 foram proclamados e premiados os três primeiros classificados. Coube o primeiro lugar ao projeto do engenheiro Porto D’ Ave, mais tarde modificado por colaboração de Félix Lamela, da Universidade John Hopkins e da União Panamericana.
Foi inaugurado em 28 de outubro de 1947 pelo Presidente da República, Marechal
Eurico Gaspar Dutra. Trechos do texto de Fábio Cupertino Morínigo.
O Hospital dos Servidores do
Estado foi um dos melhores hospitais do Rio de Janeiro e por ele passaram
muitos dos grandes nomes da Medicina brasileira.
Projeto, em estilo "art-déco, do arquiteto Porto D´Ave (o mesmo que fez os
hospitais do Câncer, das Clínicas e Gaffrée e Guinle), as obras foram
financiadas pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do
Estado (IPASE).
Quando de sua inauguração foi considerado um marco na história do atendimento
hospitalar no Brasil. Ao lado da excelência técnica, tinha peculiaridades que
hoje soam como absurdas: o gabinete do Diretor-Geral tinha paredes revestidas
por madeira-de-lei da Amazônia e garçom de luvas brancas para servir as
visitas.
Era para o HSE que iam os presidentes da República (embora ali fossem atendidos
do servente ao alto escalão do Governo Federal, ora instalado no Rio).
Inaugurado em 1947, foi pioneiro em uma série de procedimentos, tais como
transplantes de córnea na década de 50 e a instalação de um rim artificial em
1956.
Foi a primeira instituição da América do Sul a receber avaliação classe “A” da
Joint Comission for Accreditation of Hospital e foi no HSE que começou o
programa de Residência Médica no Brasil. Com a unificação dos Institutos de
Previdência, feita pelo Governo Militar na década de 60, iniciou seu declínio,
passando a ser "mais um" da rede do INSS. A situação ainda piorou com
a Constituição de 1988, com a decisão de "universalizar a assistência
médica" sem uma contrapartida de verbas que viabilizassem o processo.
Vemos a primeira ambulância que serviu ao HSE, uma rara Ford 1942.
Do acervo da tia Milu um cinzeiro do
hospital. Nada mais politicamente incorreto do que um cinzeiro com o logotipo
do HSE - Hospital dos Servidores do Estado.
Um cartão-postal do HSE.
Bom Dia! Só estive neste hospital por uma vez em visita a um parente que esteve internado no mesmo.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirDevo ter passado no máximo umas três vezes em frente. Eram outros tempos. Anos depois presidente ia se tratar em Cleveland, com cobertura da imprensa. Hoje vão para hospitais particulares caros às nossas custas até para tratar de soluços.
Se fosse obrigatório os políticos usarem a rede pública, a situação estaria bem diferente.
Muitas vezes aqui "neste sítio" eu denunciei o quanto a C.F. de 1988 foi elaborada de forma "criminosa e irresponsável" e esse post demonstra isso. Isso significa que o HSE possuía "verba própria" e a malfadada "Carta Magna" "jogou na vala comum (SUS) as verbas (já escassas) destinada à assistência médica federal. Medida semelhante foi adotada nos anos 80 pelo "cidadão" Itagiba de Moura em relação às verbas do IASERJ, o Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Rio de Janeiro. O resultado disso foi o sucateamento do serviço e a sua quase erradicação. Em 1980 meu pai sofreu uma queda e fraturou o fêmur, ficando 30 dias internado no HSE. O tratamento dispensado foi excelente, as instalações eram ótimas, e o corpo médico idem. O SUS é uma falácia, um sorvedouro de verbas qua quase sempre não chegam ao seus destinos. A partir de 1985 empresas administradoras de planos de saúde (a maioria ligada a políticos) passaram a atuar no Brasil e alavancou ainda mais a agonia de quem precisa de atendimento médico. Mas ainda "há defensores" desse perverso sistema que afirmam que o mesmo "evolui muito" e é comparavel aos sistemas de saúde de primeiro mundo.
ResponderExcluirafirma
ExcluirO grande problema da saúde pública no Brasil consiste no desvio de verbas e na consequente impunidade. "Nos tempos de Getúlio" a excelência dos serviços médicos era notória e os "Prontos-socorros" e as "Assistências Públicas" atendiam "razoavelmente de bem" as populações em geral. Mas quando o "trinômio" corrupção, impunidade, e foro privilegiado passou a atuar diuturnamente, a Saúde Pública no Brasil passou a agonizar. A tal ANS que deveria regular os planos de saúde, é gerida por "indicações políticas", e é algo como "o lobo pastoreando as ovelhas". Eufemismos sarcásticos como "inflação médica" são utilizados para justificar aumentos de até 35% nos planos de saúde coletivos. E a quem reclamar? Por volta de 2012 um ex-jogador de futebol praticante dos "costumes de Tibério" e que "se achava" comentarista, declarou que "não se ganha uma Copa do Mundo construindo hospitais". O Brasil que "já não tinha hospitais suficientes" preferiu "construir estádios". O resultado é conhecido de todos.
ResponderExcluir100 por cento das pessoas que falam "Viva o SUS" NÃO utilizam o SUS. São pessoas que na hora do aperto correm pro Quinta D'Or, Samaritano, Vitória, etc... Mas são eles que fazem propaganda das maravilhas do SUS, e não as pessoas que EFETIVAMENTE utilizam o serviço.
ExcluirEu acho que o "Viva o SUS" não é uma apologia à qualidade do serviço, mas um suporte à importância de se lutar por saúde pública de qualidade. Todos sabemos dos problemas do SUS e por isso mesmo a importância de todo o tipo de protesto contra o seu sucateamento. Se é muito, se é pouco, se é adequado, se a intenção de determinado indivíduo é cínica, isso é outra história.
ExcluirO fato é que existem "muitos interesses" antagônicos envolvendo a excelência do Sistema Único de Saúde, mas infelizmente os que prevalecem são os espúrios, já que para a grande e esmagadora maioria tal serviço deixa muito a desejar. Se em "casos pontuais ou específicos" o serviço funciona com excelência, há que se atribuir essa mudança de padrão a inúmeros fatores, mas ficaria melhor atribui-la ao "fator Sheakspeareano": "Há mais coisas entre o céu e a Terra do que supõe a nossa vã filosofia".
ExcluirO SUS não é perfeito, assim como não é perfeito várias coisas no Brasil. Dizer que a assistência médica pública era melhor antigamente me faz incitar a pergunta, que sempre faço quando surge essa comparação do hoje versus antigamente: era melhor pra quem?
ResponderExcluirEra melhor para todos os brasileiros. Mas o o hábito de "desconstruir realidades passadas, distorcer fatos, queimar livros, e inventar heróis", continua ativo em algumas mentes. A "fimose cognitiva" se mantém viva em alguns. Mas o que fazer?
ExcluirO SUS seria muito bom e um grande programa de assistência se nossos políticos e governantes não fossem corruptos. A ideia do programa é boa, mas a execução por partes destas pessoas citadas acima destroem o programa, a Saúde é o Ministério que recebe uma das maiores verbas do governo, que possibilita centenas formas de desvio de verba, bem como recebimento de propina, além do mais unificou-se o serviço e passou a sua administração para iniciativa privada.
ExcluirConheci muito bem o H.S.E. assim como todos os Hospitais Gerais e Específicos, PAM's e PU's do INAMPS do Rio de Janeiro e posso afiançar que somente esta rede se bem administrada atenderia a população da cidade perfeitamente com qualidade igual ou superior as melhores redes hospitalares do mundo.
O SUS é muito bom para quem não depende dele na hora da emergência. Se ele fosse minimamente eficiente eu não pagaria quase 10.000 reais mensais de plano de saúde para mim, minha esposa e minha sogra.
Pois é. Mas o que interessa é a opinião do "povão" de Ipanema e Leblon
Excluir1) FATO: a perda de qualidade dos hospitais federais no Rio é evidente. A situação está caótica. Quando aos estaduais e municipais acho que para um primeiro atendimento de emergência dão conta do recado. Para cirurgias eletivas é complicado. Alguns programas de medicamentos para hipertensão e diabetes funcionam a contento. As clínicas da família também fazem um bom trabalho.
ResponderExcluir2) UM COMENTÁRIO SOBRE O SUS: funciona muito bem em algumas cidades e em algumas situações aqui no Rio. A neta da minha diarista, pessoa que trabalha conosco há quase 40 anos, é portadora de leucemia. Tem 7 anos. Necessita de um transplante de medula. Foi no SUS aqui no Rio que informou não estar realizando o procedimento ou não haver vaga no momento, não sei exatamente. A solução dada pelo próprio SUS foi enviá-la com a mãe para São Paulo onde a menina foi internada e a mãe alojada numa vila vizinha ao hospital, dedicada aos acompanhantes de menores. E a mãe ainda recebe uma pequena ajuda de custo para alimentação. A casa é de graça. Bati palmas para este atendimento.
Com relação ao SUS, me sinto na obrigação moral de deixar aqui meu testemunho pessoal. Em 2016 sofri um infarto do miocárdio e fui submetido a um procedimento (cateterismo cardíaco) no IECAC (Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro). Detalhes:
ResponderExcluir1 - Classifico o atendimento recebido como impecável, sem nada a dever aos hospitais considerados de 5 estrelas. Deixo claro que só informei minha profissão após o término do procedimento já que tenho muito medo de uma pstologia muito conhecida em nosso meio chamada "esmeraldite".
2 - Algum tempo depois recebi um telefonema do meu plano de saúde pedindo que eu confirmasse o procedimento realizado no IECAC pois estavam sendo cobrados pelo SUS.
Acredito que o acima relatado seja uma prova que, bem administrado, o SUS é perfeitamente viável.
Minha esposa é enfermeira concursada do Antônio Pedro, em Niterói. Já trabalhou no Mariska Ribeiro, de Bangu, referência de maternidade pública de excelência na ZO da cidade. Ouço os seus relatos sobre o SUS e facilmente concluímos a impressionante e vultosa assistência à população em geral, sem ver condição social e origem do cidadão. Isso se chama justiça social.
ResponderExcluirDeve rolar corrupção? Acredito que sim. Mas, qual instituição no Brasil não rola corrupção? Isso justificaria a descontinuidade do SUS? A corrupção permeia tudo por aqui e é ela, a corrupção, é que tem que ser extinta, e não o SUS.
Isso me faz lembrar da história do cara que não tinha uma perna e, para corrigir a incongruência física, cortaram-lhe a outra perna...
Exatmente. Muito boa observação.
ExcluirDiversos comentaristas corroboram meu comentário no que se refere à corrupção, à impunidade, e ao foro privilegiado. Não são apenas as verbas do SUS que são desviadas: todo a verba pública é saqueada e nada acontece com os culpados. Não existe qualquer óbice para o desvio de dinheiro público. Hospitais inteiros são administrados por partidos políticos e e o conluio "Congresso Nacional e o Poder Judiciário" administram esse butim, e não existe qualquer político preso. Respondem a centenas de inquéritos que "habilmente proca$tinado$ pelo judiciário", aguardam a sua hora de prescrever. Não existem políticos, juízes, Desembargadores, e afins, encarcerados. Enquanto isso a população precisa do SUS, que "em tese é ótimo", desde que haja dinheiro para opera-lo. Mas como isso raramente acontece, a carência é absurda, e muitos morrem sem o devido atendimento. Mas muitos acreditam na "excelência do serviço".
ResponderExcluirOs médicos Aloysio Salles e Jorge Dodsworth foram diretores na fase áurea do Hospital dos Servidores.
ResponderExcluirRuim com o SUS? Pior sem ele.
ResponderExcluirEm casos de emergência muitas vezes o primeiro atendimento é no hospital público. Assim que o quadro fica estável, providenciam a transferência para unidades particulares, cobertas pelos planos de saúde. O ressarcimento para o sistema público deixa a desejar.