Esta foto, um “slide”
digitalizado, publicado originalmente em 2007 aqui no “Saudades do Rio”, foi
tirada nos anos 70 por meu amigo Manolo, um espanhol recém-chegado ao Rio. É,
talvez, a que mais circulou por “sites” do Rio antigo, a maioria das vezes sem
citar a fonte, mostrando uma barca de automóveis no trajeto Rio-Niterói. O “slide”
foi digitalizado numa loja que fica numa pequena galeria da Rua Tonelero, quase
esquina de Siqueira Campos, lado ímpar.
Foto do acervo do “Correio da Manhã”.
Foto do acervo do “Correio da Manhã”.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirNão cheguei a pegar esse serviço mas acho que em alguns momentos poderia ter sido mantido em apoio à operação da ponte.
Hoje só seria complicado achar um ponto no centro do Rio para fazer o embarque / desembarque. O antigo ficou isolado com a reurbanização olímpica.
Em tempo: dia 25 é o centenário de Alcides Caminha, datiloscopista do Ministério do Trabalho, pacato cidadão pai de cinco filhos. Mais conhecido pelo seu pseudônimo.
ResponderExcluirPor coincidência, talvez como parte das comemorações, recebi hoje uma história colorizada de uma das revistas de autoria dele.
ExcluirNos anos 60, para ir até a Região dos Lagos era uma verdadeira saga. Existiam duas empresas que disponibilizavam o serviço de travessia de veículos na Baía de Guanabara até Niterói, a Valda e a Cantareira. Para ir até a casa de um tio em Cabo Frio, saíamos do Leblon às 05:30 hs da manhã para pegar lugar na fila de automóveis para embarque até Niterói. Em finais de semana, a fila se estendia da Praça XV até a Rua General Justo, pouco antes do Santos Dumont. Lembro que eu e meu pai, saíamos do carro e íamos contando quantos carros estavam a nossa frente. Se não me engano, cada balsa cabiam cerca de 35 ou 40 carros e deste modo, projetávamos qual seria nosso tempo de espera, vez que o intervalo entre uma balsa e oura era de 15 minutos. Eu sempre preferia que quando chegasse a nossa vez, fosse a empresa Valda, como mostrado na primeira foto. Podia-se subir as escadas ir até a ponte de comando apreciando do alto a vista de todo o trajeto e vendo as manobras do Comandante. Mas a maioria dos usuários optava por ficar dentro dos carros. Ótimas lembranças de minha infância!
ResponderExcluirA primeira foto mostra os estertores de um serviço que foi descontinuado por razões óbvias. A inauguração da Ponte Presidente Costa e Silva em 1974 tornou essa travessia totalmente desnecessária, o que foi uma pena pois o visual era fantástico. A Ponte, os grandes túneis, seus Elevados, e a Linha Vermelha, foram as principais motivos para a decadência, para a violência, e para a desordem urbana existente no Rio de Janeiro. Tais vias expressas tornaram possível aos habitantes dos "subúrbios de Niterói" e das "prósperas cidades da baixada fluminense", um acesso rápido e ilimitado ao centro do Rio e às praias cariocas.
ResponderExcluirEra possível uma pessoa embarcar mesmo não sendo passageiro de um dos veículos a bordo?
ResponderExcluirÉ uma grande responsabilidade a distribuição de cargas nas embarcações.
Vai bater o teto da assistência. Nessa época da última foto os veículos automotivos deviam ir para Niterói para não voltar mais, ou seja, frete naval para entrega aos compradores que moravam do outro lado das águas da Guanabara. Com certeza não valia a pena atravessar de automóvel apenas para passear.
Por alguns meses após a inauguração da ponte as "Valdas" ainda prestaram esse serviço.
Imaginem isso nos dias de hoje!!!
ResponderExcluirA ponte deveria ter sido construído com um lugar para um futuro metrô ou trem. Mas isso era pedir demais para os generais/políticos.
Niterói possuía um interessante sistema de transporte público que incluía bondes e ônibus elétricos. Além disso da estação ferroviária de General Dutra podia-se ir de trem para quase todo o antigo Estado do Rio". As linhas de bonde alcançavam Neves e Alcântara. Cidades como Cabo Frio, Araruama, e Saquarema, eram "paraísos". Por outro lado a Ponte também foi responsável pela degradação da região oceânica e "municípios limítrofes" de Niterói. São Gonçalo é um exemplo disso e Cabo Frio é uma cidade "tomada pelo crime".
ResponderExcluirNa terceira foto, a "Terceira", provavelmente vindo da Ilha do Governador, trazendo na ambulância algum paciente.
ResponderExcluirBom dia a todos. Acho que só fiz esta travessia uma vez, para visitar um parente em São Gonçalo, ainda bem criança. O Rio de Janeiro sempre teve uma grande deficiência na integração dos transportes urbanos. Isso acontece devido em parte a falta de planejamento estratégico, parte por culpa da sociedade. Recentemente boa parte dos moradores eram contra o metro na zona sul, faziam restrições a locais para instalação de estações e diversos outros argumentos.
ResponderExcluirNo fim dos anos 60 utilizamos muitas vezes essas barcas para acampar com meus pais e primos em Araruama. Íamos num Simca Jangada com dois adultos e uns seis moleques fazendo bagunça. Éramos sócios do Camping Clube Fluminense, cobrindo só nosso estado, depois absorvido pelo Camping Clube do Brasil. Frequentemente víamos golfinhos acompanhando a barca na travessia. Num sábado de carnaval ficamos mais de 2h na fila. Mesmo assim, bons tempos, ótimas e felizes lembranças.
ResponderExcluirEm 1973 em um voo do CAN em baixa altitude, eu pude apreciar a construção da Ponte e toda a região oceânica de Niterói até o E.S. A região "vista do alto" era belíssima. Em 1958 meu tio "ganhou" da Prefeitura de Saquarema um terreno na praia. Naquela época os terrenos eram "doados" com a condição do donatário construir um imóvel em breve espaço de tempo. O lugar era um "fim de mundo", não havia eletricidade, e a quantidade de mosquitos era absurda.
ResponderExcluirFiz inúmeras vezes esta travessia com meus pais. O problema não era a ida e sim a volta, quando centenas de veículos formavam uma fila inacreditável. Não valia a pena. Passamos a ir para a região dos lagos via Magé, que apesar de demorar muito, valia por não torrarmos dentro do carro esperando a vez de entrar na balsa.
ResponderExcluirCom esse congestionamento descrito pelo Mauro Marcello não era mais jogo contornar a baía por Magé?
ResponderExcluirA propósito, já existia a via Niterói-Manilha?
Quem não conheceu a região oceânica de Niterói não tem a menor ideia do atraso existente. A Estrada do Contorno só ficou pronta em 1963 e a Niterói Manilha nos anos 80. Após o término da Alameda São Boaventura o caminho era pela Estrada Velha de Maricá e Rio do Ouro e então seguir em frente. Até 1970 não era possível ir à Campos do Goytacazes por estrada asfaltada. O Velho Estado do Rio era "o próprio atraso". Em muitos locais não havia energia elétrica. Os nomes mais lidos e ouvidos no antigo Estado do Rio eram Amaral Peixoto e Mineirinho.
ResponderExcluirQuando esperávamos na fila da barca meu pai nos apaziguávam com cachorros quentes de 2 salsichas de uma grande lanchonete que ficava na entrada dos carros, isso na Praça XV, engraçado que não tenho nenhuma memória do trajeto oposto - não devia ter nenhuma guloseima!
ResponderExcluirFF: morreu hoje aos 87 anos o ator Luiz Gustavo. Para os mais antigos, o Beto Rockefeller. Para os nem tanto, Mário Fofoca ou Victor Valentin (o original). Para os mais novos, o Vavá. Vítima de câncer.
ResponderExcluirA primeira foto é 1971+,por conta da variant de 4 faróis redondos...lá no canto superior direito vemos o teto de um Ford 57 ou 58,chutaria 58,por conta do esquema de cores...um carro velho já...
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