Quando o “Saudades do Rio”
começou, no início do século XXI, coloquei o ano de 1970 como limite para as
fotos. Como o tempo passou o limite para as fotos foi mudando e agora já
considero as da década de 80 como “antigas”.
Vemos a Av. Presidente
Vargas ao lado da Candelária. Ainda era uma época em que não se viam pessoas de
sandálias, bermuda e camiseta regata pelo centro da cidade. O hábito de dirigir
com as janelas abertas por falta de ar-condicionado e com o braço para o lado
de fora era comum. Estranha a posição do homem de terno à direita.
A sempre engarrafada Rua
Primeiro de Março. Destaque para o Chevrolet.
Saudades do antigo
25, que fazia a linha Jacaré-Ipanema, com ponto final na Praça Corumbá, na
Lagoa, junto ao Corte do Cantagalo. A linha 25 se transformou na 125, cujo ônibus vemos na foto. A antiga Praça Corumbá há anos mudou de
nome e passou a se chamar Praça Filinto Miller, que ali tinha uma casa, ao lado
da Fundação Eva Klabin.
Quase que só nacionais em
frente à igreja da Candelária.
Avenida Presidente Vargas
na altura do Campo de Santana. Nesta época não havia um plantão no Souza Aguiar
que não chegasse alguém atropelado nesta região. O padrão era fratura exposta
dos ossos da perna e traumatismo crânio encefálico.
Avenida Rio Branco nas
vizinhanças do Teatro Municipal. Talvez a barraquinha à esquerda seja de uma
Feira do Livro.
Os hábitos eram outros e certamente mais civilizados e mais descontraídos em razão de uma vida menos tensa. Mulheres usando jóias e roupas mais sofisticadas eram uma visão comum. Sandálias de dedo, camisetas, "bermudões de 1.99 a dúzia", e outras "modernidades" eram impensáveis. Ainda era possível estacionar na Presidente Vargas.
ResponderExcluirBom Dia! Na foto 3 o segundo ônibus é um CIRB da Taruman e está na antiga linha 12 depois 125, E.de Ferro- Gal Osório.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirRetorno em grande estilo. Passei a frequentar o centro a partir de 1985, ainda esporadicamente, e mais assiduamente a partir de 1990, quando passei a usar diariamente a barca para Niterói. Algumas dessas imagens não me foram estranhas.
No local da primeira foto atualmente existe um amontoado de pontos finais de linhas de ônibus.
Hoje o VLT passa pelos locais mostrados na segunda e última fotos. Não estou reconhecendo o local exato da segunda foto.
As duas empresas de ônibus em destaque na terceira foto não duraram até o final da década. A linha 125 foi extinta anos atrás e virou uma dessas "troncais".
O canteiro central da Presidente Vargas foi construído entre o fim dos anos 80 e o começo dos 90.
Hoje é dia do dentista e ontem faleceu o ex-goleiro Ubirajara.
Em tempo, não sei de onde tirei que o VLT passa na Primeiro de Março... Coisas do sono.
ResponderExcluirEm 1978 fui trabalhar na Secretaria Municipal de Administração, que em 1979 se instalou na Avenida Presidente Vargas 914. Eu trabalhava no 11° andar e o visual era esplêndido. Nessa época já não era permitido o estacionamento na via e foi o ano em o Metrô iniciou as operações. A estação do Metrô fica a menos de 100 metros do 914, mas o percurso na época era limitado entre Glória e Praça XI e de nada me adiantou, já que morava no Largo da Segunda-feira e estudava na Praça XV. Hoje em dia funciona no 914 a Assim Saúde.
ResponderExcluirEssas fotos são da década de 1960 porque as placas dos veículos ainda são numéricas e vigoraram até 1969.
ResponderExcluirBom dia a todos. Já vi tantas transformações da Av. Pres. Vargas, mas acho que a atual é a melhor, por incrível que pareça é um dos poucos locais do Rio que a situação atual é melhor do que antes.
ResponderExcluirBelas fotos, como a idade das fotografias, os automóveis passam a serem antigos aos 30 anos, o que torna aceitável hoje um carro 91. Na minha opinião, preservar é importante, mas acho 30 anos pouco.
ResponderExcluirAchei 3 Chevrolet nas fotos e não acho razoável chutar um azul claro como Chevrolet. Como todos aqui já são doutores em identificação, deixo de indicar onde estão.
Um solitário FNM-2000, um DKW e um Dauphine/Gordini dão o ar da variedade num mundo de Fuscas, Kombi e Aero-Willys. A única marca que flexiono é o Fusca, o resto, não.
Em 1965 eu vi um cemitério de ônibus da Tarumã na rua Miguel Ângelo, em Maria da Graça. Havia vários camões lá.
ResponderExcluirO coronel Fontenelle mudou toda a numeração das linhas de ônibus do Rio. Fez o mesmo em Belém do Pará. Só que ao implantar lá o mesmo sistema usado aqui no Rio, em que a centena do número indica grosso modo a região da cidade servida pela linha, em Belém resultou que todas as linhas ficaram na centena 200.
ResponderExcluirAssim, tinha 209 - Perpétuo Socorro, 225 - Pedreira (onde eu morava), 244 - Mauriti, 246 - Barão do Triunfo e outras cujo número esqueci: Canudos, Batista Campos, Reduto, Condor, Marambaia, Marco, Cremação, Jurunas, Guamá, Sacramenta, Telégrafo sem fio, etc.
O tour do fotógrafo começou arriscando a vida no meio da Av. Pres. Vargas, foi para a lateral da Igreja da Candelária, onde fotografou de um ângulo nada comum, depois o comum da fachada da mesma igreja, desceu pela Primeira de Março, para da Pç. XV mostrar o convento em reforma e as igrejas do outro lado da rua, dali foi até a Antônio Carlos no tempo antes do Tiradentes dar uns passos para trás, provavelmente assustado com o trânsito intenso na avenida (quando foi esse recuo?).
ResponderExcluirPara encerrar, esticou até a Pç. Floriano Peixoto, um clique tradicional no Teatro Municipal, aproveitou para pechinchar na Feira do Livro e encerrar com um chope no Amarelinho, porque ninguém é de ferro.
Por incrível que pareça, há muitos lugares do Rio que hoje são bem melhores que antigamente. Muitos pioraram, mas vários melhoraram; basta sair da bolha ZS/Centro e se desprender um pouco do saudosismo para se constatar isso.
ResponderExcluirQuanto aos perigos e o comportamento, às vezes me pergunto: será que tudo piorou mesmo, ou a vigilância e exigências aos direitos individuais, escancarados por uma mídia onipresente, é que dá a impressão de uma piora?
Quando garoto, lembro-me do meu pai falar dos perigos da Lapa, dos batedores de carteira nos bondes, etc. Praticava-se abusos, humilhações, tudo com o beneplácito do Estado. Muito poucos tinham acesso a ítens básicos para uma vida digna. Arrisco-me a afirmar que até as favelas melhoraram; pergunta a um morador muito antigo de uma comunidade se ele gostaria de voltar uns quarenta anos, quando as ruas ainda eram de barro, o esgoto passava na porta e a água encanada era um sonho...
Desculpa se estou parecendo meio azedo neste início de semana (deveria estar até mais feliz, depois da vitória do Flu sobre o urubu, rsrs), mas foi o que veio surgindo na cabeça...
Prezado Wagner, não acredito que você considere o Rio (e o país todo) de antanho tão perigoso como hoje em dia. Em 1975 subi na Mangueira e em 1977 fiz o mesmo no Tuiuti. Em 1965 subi no Borel. Acha que eu conseguiria fazer isso hoje em dia?
ExcluirSerá que o senhor seu pai presenciou arrastões nas ruas ou nas praias? Ou assalto nos ônibus? Será que ele evitava andar nas ruas à noite? Será que a senhora sua mãe andava pelas ruas agarrada à bolsa e deixava as joias em casa? Será que eram ouvidos tiros de metralhadora e fuzil a qualquer hora do dia e da noite?
Será que os PM's e militares evitavam andar fardados pelas ruas na ida e vinda dos quarteis? Qual foi a última vez que você viu um oficial da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica desfilando garbosamente pelas ruas, indo ou vindo de casa? E o mesmo digo quanto a meros soldados do Exército.
Caro Wagner, você pegou pesado nesse quesito. Pergunto-me se você vive no Brasil.
Desculpe a franqueza, mas nesse quesito você não está meio azedo, está down and out.
Quanto aos demais no seu comentário, concordo em parte. Porque para mim o fator mais importante na vida é a segurança, eis que o mais forte instinto de todo ser vivente é a sobrevivência. Se você não tem segurança, todo o resto perde importância. De que adianta morar numa mansão com luxuoso carro, se você precisa de muros altos, grades nas janelas, câmeras de segurança, carro blindado e até mesmo andar armado?
Então, se as moradias das favelas hoje são melhores do que as de antanho, em compensação os moradores são reféns do tráfico ou das milícias. Coisa que não existia antes.
Já falei demais. Resumindo: sem segurança, a vida é uma merda. Aqui, na África, na Cochinchina, na Lua, em Alfa Centauri, em qualquer lugar do Universo.
Wagner também conheço um pouco da região de Campo Grande, Paciência, Cosmos, Santa Cruz, nos anos 80 eu cansei de levar amigos que trabalhavam comigo e que moravam no Antares, Vila Carioca, Cesarão e outras comunidades da região as 2, 3 horas da manhã e nunca fui importunado, seria capaz de fazer isso nos dias de hoje. Nos anos 70 saía do ensaio da Mangueira, as 5:00 e ia para o buraco quente comer sopa de entulho. Te pergunto hoje eu poderia fazer isso neste locais, sem ser importunado?
ExcluirO Helio está correto em relação às placas dos veículos. As fotos têm por volta de cinquenta anos (um pouco mais).
ResponderExcluirPara ver, o Barra Shopping está fazendo quarenta anos... O Carrefour, ali do lado, quarenta e cinco.
Infelizmente os "defensores do indefensável" continuam com a sua faina diária tentando desconstruir um passado real ao afirmar que "as favelas melhoraram". Melhoraram em que? No consumo e no tráfico de drogas? Por abrigarem centenas de "roubadores"{leia-se assaltantes}, homicidas, e um incontável numero de bandidos de toda espécie? E o que dizer dos "tribunais do tráfico" nelas instaladas e nos cemitérios clandestinos? O que realmente "melhorou" foi a blindagem fornecida pela mídia, pelas Ongs, por grande parte da classe política, do judiciário, e é claro da Defensoria Pública, já que o tráfico sabe $er genero$o com seu$ apoiadore$. Nesses tempos em que a "inversão de valores é a tônica, que "Pablo Vittar é a "musa do ano", e que Paulo Freire é o Patrono da Educação Brasileira {apesar de ser amigo do Gerente}, nada mais espanta.
ResponderExcluirJoel tem razão. É a história da rã na panela de água quente. As coisas pioram, a gente se acostuma, pioram mais, a gente se adapta, pioram ainda mais, a gente se conforma, e assim vai ad eternum. E se bobear ainda acha bom.
ExcluirAntigamente os pais não permitiam que os filhos andassem com quem fumava maconha. Hoje todos eles têm amigos chincheiros. Normal.
Antigamente os filhos obedeciam aos pais. Hoje é o inverso.
Antigamente os professores tinham voz ativa com os alunos. Hoje é o inverso.
Antigamente a família se reunia diante do único aparelho de TV e trocava ideias sobre os programas. Hoje cada um tem o seu e vive sua vida à parte.
Já chega.
A temperatura da água ja ultrapassou os 100 graus centígrados na panela de pressão em que nós, as rãs, estamos mergulhados. Mas ainda achamos que está apenas tépida. Morninha.
E la nave va.
Ainda sobre o tema "segurança" abordado pelo Wagner Bahia e por mim em comentário anterior: um colega meu emigrou para a Austrália, na década de 1980. Lá ele foi morar na cidade de Perth, numa casa cuja parede da sala para o jardim era de vidro, do chão ao teto. Ele levou uns três meses para conseguir dormir sossegado, porque a cada ruído noturno ele se levantava assustado achando que um ladrão estava tentando entrar na casa.
ResponderExcluirPor aí se vê como o medo de assalto está alojado no nosso subconsciente.
A propósito: quando veio em férias ao Brasil, saiu com uma turma num fusca. Que foi roubado.
Putz!
ExcluirUm vez caminhando numa rua deserta no centro de Paris um homem apareceu andando bem perto atrás de mim, eu me virei tão rápido para confronta-lo que ele se assustou, depois pedi desculpas explicando que eu era do Rio de Janeiro, e ele me respondeu pra eu relaxar pois eu estava em Paris. Passei vergonha!
Putz!
ExcluirUm vez caminhando numa rua deserta no centro de Paris um homem apareceu andando bem perto atrás de mim, eu me virei tão rápido para confronta-lo que ele se assustou, depois pedi desculpas explicando que eu era do Rio de Janeiro, e ele me respondeu pra eu relaxar pois eu estava em Paris. Passei vergonha!
No final dos anos 60 minha mãe e minha tia costumavam consultar um vidente no Morro da Cachoeirinha no Lins, na região do Hospital Marcílio Dias. Minha tia estacionava o seu Karman-guia vermelho e subia as escadarias do morro usando pulseiras de ouro. Nada de anormal acontecia, e ao descer o morro o carro estava incólume no mesmo lugar.## Em 1974 eu e alguns colegas tomávamos o 241 para irmos aos bailes no Clube Olímpico na Freguesia em Jacarepaguá. A estrada ainda era em mão dupla e nunca tivemos qualquer problema. Ao final do baile andávamos a pé pela Estrada dos Três Rios enquanto esperávamos o ônibus que passava às 04:00, desciamos a Serra e igualmente nunca houve qualquer problema. Faço um pergunta: Alguém se arriscaria a fazer o mesmo hoje em dia?
ResponderExcluirHélio, toda a sua colocação é correta. Contudo, vi que você ateu-se primordialmente a segurança.
ResponderExcluirAo meu ver a sensação de maior paz e segurança antigamente comparado com hoje relaciona-se simplesmente a maior disponibilidade e maior letalidade das armas. O ser humano é o mesmo. Também estive em várias comunidades tranquilamente até meados dos anos noventa; namorei uma menina do Barbante e entrei lá de carro várias vezes; tomei muitas cervejas no Cruzeiro e no morro da Fé... Mas, como falei, questione aos moradores sobre a diferença de antigamente para agora, parece que para eles no frigir dos ovos mesmo com todo o perigo a situação atual é melhor.
Bem, não vou alongar mais; acho que é um assunto interessante, mas que requer estudos antropológicos mais profundos... rsrs. Saudações.
Caro Wagner, não é só disponibilidade e letalidade das armas. É a percentagem de bandidos nas favelas (e por que não dizer, no país como um todo).
ExcluirAntigamente o bandido era temido mas não era idolatrado; hoje em dia ser bandido é um must, é motivo de inveja pelos outros, é sinal de poder. Dizer que conhece o dono do morro é motivo de orgulho. E toda a população tem de se submeter às regras deles: tem de saber onde pode andar, a que horas, de que maneira, o que não deve carregar consigo, etc.
Há alguns anos um funcionário da rede Bandeirantes foi fuzilado numa rua perto daqui porque estava caminhando pela calçada e a bandidagem havia determinado que todos os moradores da rua deveriam andar pelo meio da rua, para poderem ser vigiados lá de cima do morro. Isto porque essa rua dividia o morro entre duas facções rivais: o CV e a ADA. E o CV precisava identificar quem estava chegando na rua. Se andasse pela calçada, as árvores encobriam a pessoa.
Toda essa realidade acontece em razão da corrupção, da impunidade, e das "imunidades legais" de algumas classes. A C.Federal de 1988 criou enormes aberrações jurídicas e com isso "empoderou" algumas categorias, tornando-as "inimputáveis". A partir daí o crime tomou proporções incontroláveis, pois políticos trataram de votar leis que garantissem suas prerrogativas e o judiciário lhes deu sustentáculo jurídico. É de domínio público que grandes quadrilhas de traficantes, contrabandistas, e de fraudadores,"tem assento no Congresso Nacional" e nas assembléias estaduais, enquanto um "judiciário amigo' garante que esse "status quo" seja permanente, tanto é que "não se tem notícia de qualquer membro do Legislativo e do Judiciário presos. O sistema judiciário permite inúmeros recursos sejam interpostos e ninguém é encarcerado. Além disso todo crime cuja pena máxima não ultrapasse quatro anos de reclusão é "afiançável em sede policial, e "ao arrepio da Lei" foi criada a "Audiência de Custódia", cujo objetivo na prática é "soltar bandido". Com isso o Brasil se tornou um "santuário do crime e da impunidade". Toda essa tragédia foi gradativamente planejada e todas as mazelas que a sociedade está vivendo estão previstas nos manuais "Gramscistas e no Decálogo de Lênin", que são facilmente encontrados na "grande rede"...
ExcluirO ônibus azul e branco era EM O (Empresa Municipal de Ônibus). Linha 184 Est. de Ferro - Laranjeiras. O 12 virou 125.125.Assim como 130 (Triagem - Leme) passou a ser 472.
ResponderExcluirUma correção: onde escrevi CIRB na verdade é um Vieira.
ResponderExcluir