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quarta-feira, 31 de maio de 2023

URCA - PONTE DOMINGOS FERNANDES

Segundo publicação do Sindegtur, em março de 1895 Domingos Fernandes assinou contrato com a Intendência Municipal objetivando construir um cais ligando a Praia da Saudade à Fortaleza de São João. A ponte Domingos Fernandes Pinto (que liga Avenida Marechal Cantuária à Avenida Pasteur é resultado deste primeiro momento de obras).

Em agosto de 1901 foi criada a firma Domingos Fernandes Pinto & Cia a fim de continuar as obras de 1895. O sonho de Domingos Fernandes de criação de um bairro foi embargado pelo Exército que temia que esta obra viesse a tornar a Fortaleza de São João vulnerável.

Mas a criação do cais foi de utilidade para a Fortaleza facilitando a ligação da Praia da Saudade com uma trilha na encosta do morro que acessava à fortaleza. Esa trilha foi o embrião da atual Av. São Sebastião.

Em 1921 o Engenheiro Oscar de Almeida Gama criou a Sociedade Anônima Empresa da Urca objetivando a construção de cais ligando a Praia da Saudade à Fortaleza. Neste período governava a cidade o prefeito Carlos Sampaio, que incentivou a obra realizada. A Sociedade foi responsável pela construção do ancoradouro de barcos junto à ponte  (o ancoradouro foi criado para servir como piscina para competições, possuindo fundo azulejado e arquibancadas), do cais que corre pela atual Avenida João Luís Alves e Avenida Portugal e do Hotel Balneário (que funcionou como Cassino da Urca de 1934 a 1946 e TV Tupi, de 1951 a 1980). Em setembro de 1922 a Avenida Portugal foi oficialmente inaugurada.


O cais é uma das partes mais antigas do agradável bairro da Urca, construído para a Expo de 1908, com a finalidade de os barcos que partiam do Centro e da Praia de Botafogo, atracassem conduzindo assim parte do público.



Após o término da exposição o cais continuou sendo usado para a atracagem de barcos, bem como sendo usado como acesso à pedreira que se localizava para dentro do bairro. 


Ao fundo vemos o portão de entrada da Expo de 1908.


A ponte, durante todos esses anos, sofreu muitas obras. A foto, de 1957, mostra uma desobediência à placa de trânsito: a placa inferior indica “tráfego proibido obras”. A placa do automóvel, DF 64-71, é de um Buick 1941, segundo o consultor obiscoitomolhado.


Em 1999, conforme fotos da tia Milu, foram feitas as obras de recuperação e reforço estrutural.



A estrutura atual ficou com uma super-estrutura em concreto protendido.


Cartaz da Panair, em francês, garimpado pelo JBAN, promovendo o Brasil - O país do futuro. 

O belo desenho mostra o quadrado da Urca, a garagem dos barcos do Iate Clube, a ponte e o Corcovado com o Cristo Redentor.

Ao final despede-se: "A soberana do Atlântico Sul". 

Parece que a estratégia da época era se anunciar como a maior dentre a concorrência.


Segundo o Candeias, esta ponte era chamada de "Ponte Barriguda" pela garotada da Urca, no começo dos anos 50.


Postagem com a colaboração da tia Milu, JBAN, Derani, Richard, Decourt, Rafael Netto, membros do FRA-Fotologs do Rio Antigo.




17 comentários:

  1. Desde sempre “país do futuro”.
    Um futuro que nunca chega.
    A Urca, um bairro planejado, quase deu certo, mas hoje enfrenta muitos problemas.
    Considero a vista a partir da Urca uma das mais bonitas do Rio.

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  2. Bom dia, Dr. D'.

    Uma aula com vários "professores". A Urca foi, por muito tempo, o sonho de consumo da minha irmã. Hoje, ela se contentaria com Botafogo. Aliás, a virose dela continua e agora foi diagnosticada uma amigdalite. Está "de molho" em casa.

    Sempre lembro da série de fotos que postei nos falecidos fotologs com o Luiz Alberto ("Betinho ") crescendo nas ruas da Urca ao longo dos anos 40.

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    1. AUGUSTO, você não tem fotos do seu fotolog para colocarmos aqui? Estou resgatando postagens que se perderam no TERRA e que não estão mais disponíveis para os apreciadores do Rio Antigo.

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  3. Um bairro "cobiçado" cujo preço dos imóveis é alto, mas que possui problemas insolúveis. A falta de um bom comércio e de vagas para veículos faz com que qualquer ida à Urca seja objeto de preocupação, sem contar que a grande maioria dos imóveis não possui vaga de garagem. Com relação ao fato do Brasil ser "o país do futuro", eu discordo: esse futuro já chegou.

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  4. Hoje é dia de cozinhar aqui em casa. Por isso e por nada saber sobre a Urca, não comentarei nada. Apenas gostaria de manifestar ligeira discordância com a opinião do nobre Joel: o futuro ainda não chegou ao Brasil. O que estamos vivendo é apenas uma avant-première do que virá. O país está irremediavelmente doente: fisica, etica e moralmente. No leito de morte. Em breve alguém lhe dará a extrema-unção e dirá a famosa frase "Requiescat in pacem".

    Pronto, falei. E como dizia Ibrahim Sued. "À demain, que vou em frente".

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    1. E logo uma voz "progressista" irá alegar que você está "politizando"...

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    2. E ainda irão dizer que o Brasil está "quase maduro"...

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  5. Em um passado não tão remoto a Urca era o destino de milhares de banhistas. As filas nos pontos finais das linhas Lins-Urca e Estrada de Ferro-Urca eram imensas. Muitos levavam "bóias de pneu", patinhos, e outros acessórios. Meus tios ainda adolescentes e morando em Vila Isabel faziam parte desses grupos. Sob o meu ponto de vista era um típico "programa de índio", pois Copacabana era "ali ao lado". Mas havia destinos bem menos atrativos. A quase inexistente Praia do Flamengo era um deles. Meu avô paterno nos idos de 1928 costumava frequentar aquela praia. Já naquele tempo a poluição era grande e era comum naquelas águas a presença de "toletões" na superfície.

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  6. Bom dia Saudosistas. A URCA é um bairro para mim muito simpático, gosto muito de ir caminhar na pista Claudio Coutinho ou mesmo pela orla quando não encontro vaga para estacionar na Praia Vermelha, porém acredito que o bairro irá sofrer uma transformação nos próximos anos, com muitas das casas sendo demolidas e a construção de edifícios, alguns problemas atuais levarão a isso, tais como: os proprietários dessas casas estão envelhecendo e filhos tomando outro destino, a dificuldade e os custos crescentes dia à dia para manutenção destes imóveis e o outro grande problema que passou a assolar também este bairro, a crescente violência na cidade (antigamente isso não existia). Espero que pelo menos não sejam criados espigões como os que hoje imperam na Barra da Tijuca.

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    1. Lino, a legislação sobre construções na Urca é severa. Limita o gabarito na maior parte do bairro. Mas, é verdade, com os políticos que temos...

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    2. As limitações de gabarito para a Urca em parte são determinadas pela Aeronáutica; fica na reta da cabeceira de decolagem do SDU.

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  7. O Biscoito agradece a menção honrosa e acrescenta observação recebida de Jason Vogel, este sim, um senhor consultor (seria um consultor sênior?) que encontrou no livro das placas de 1944, o motivo do Buick 1941 estar na ponte barriguda...
    O Buick pertencia ao Sr. Eduardo Grillet, que morava na Avenida São Sebastião, 117, portanto, o Eduardo estava indo trabalhar.
    Mas o mesmo carro em 1948 já morava no Grajaú e era do Sr. Barroso. Com sua perspicácia infinita, o Jason descobriu na mesma página, apenas duas linhas abaixo, que Dora Viváqua, a nossa Luz del Fuego, tinha um Hudson, de placa 64-73. Quem diria..?
    Em tempo, e em outro tempo, quando o biscoito não passava ainda de massinha fermentada, ele ia com mães e coleguinhas à praia da Urca, com a desaprovação do pai, que já sabia da poluição da Urca, aí por volta de 57-58...

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  8. No primeiro domingo de cada mês meu tio Joaquim Antonio (adivinhem a nacionalidade do pai dele...) nos levava ao Metro Passeio para assistirmos à Sessão Tom & Jerry. A garotada se espremia no seu Hilman Mirx 1950 e ele pisava fundo na hora de passar pela Ponte Barriguda. Uma vez o Augusto Ceará estava distraído na hora de passar pela ponte, brincando com um carrinho no banco da frente. Foi o dia em que ele passou mais rápido, a ponto de o carrinho escapulir das mãos dele e ir parar no colo do meu irmão Wilson, no banco de trás. Bons tempos!

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    1. Esta ponte, antes das obras dos anos 50, tinha umas "calosidades" que faziam os automóveis darem "pulinhos".

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  9. Trabalho em conjunto rende ótimas postagens.
    Com certeza nunca passei nessa ponte. E tem mais de 30 anos que não vou para os lados da Praia da Urca, onde nunca entrei na água.
    Já no lado Praia Vermelha fui o ano passado.

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  10. Nunca gostei da Urca, comércio zero. Para quem não conhece primeiro lugar a ficar sem água quando falta, e último a voltar. Metade é militar que recebeu uma camaradagem para comprar entre 64 e 85.
    O mais engraçado sobre o quadrado da Urca e que em um bairro rico temos uma colônia de pescadores enorme.

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