A série "Esvaziando o arquivo" contém fotografias que foram garimpadas e que constam nos meus alfarrábios como não publicadas no "Saudades do Rio".
Hoje, de modo diferente, é publicado um tema especial com fotos garimpadas pelo Erick e com texto do Helio Ribeiro, a quem o "Saudades do Rio" agradece a colaboração:
Algumas cenas do passado não são vistas mais hoje em dia. Quem viu, viu; quem não viu, não vê mais, por motivos diversos. Esta postagem nos leva a reviver um punhado delas.
GAROTADA NA MALA DO CARRO
A cena abaixo era uma
alegria para a criançada, mas escondia grande perigo, não só em caso de batida
pela traseira do carro como também se um peralta desses resolvesse se levantar
em um momento inapropriado e caísse do carro em movimento.
BICICLETA
REBOCADA
Essa cena não deixou
totalmente de ocorrer hoje em dia, embora quando acontece normalmente o ciclista
está agarrado à carroceria de um caminhão. Os novos modelos de ônibus, com
janelas seladas, dificultam essa prática. Antigamente ciclistas também se agarravam
à traseira de bondes, segurando no último balaústre.
GERAL
DO MARACANÃ
A foto mostra os
chamados Geraldinos, público de baixo poder aquisitivo que assistia aos jogos
em pé na área denominada de “geral”. O fosso na frente deles era um perigo
constante. Uma queda ali podia ter trágicas consequências. Situada ao nível do
gramado, a visão dos espectadores era a pior possível. Imaginem uma pancadaria
ocorrendo ali!
CORRIDA
NAS RUAS
Havia no Rio vários
eventos de corrida de carros pelas ruas da cidade, mormente na área da Gávea,
Leblon e avenida Niemeyer. Os carros, apelidados de “baratinhas” em virtude de
seu formato, disparavam pelas ruas apinhadas de espectadores postados nas
calçadas. Perigo maior não podia haver. Mas ninguém estava muito preocupado com
isso. Impensável uma coisa dessas hoje em dia. Pelo menos oficialmente, porque em vários locais da cidade ocorrem "pegas" que também implicam em grande perigo para os espectadores.
A foto
mostra as “baratinhas” no ponto de largada. Onde seria ele?
PAQUERA
O “pegador” diz
galanteios para a dupla de moçoilas, que fingem ou estão mesmo desinteressadas com o assédio. O carro é um Aero-Willys
Itamaraty e a época deve ser segunda metade dos anos 1960. E o local?
SURFISTAS
DE TREM
Nas décadas de 1980 e
1990 era comum serem vistas pessoas viajando em cima dos trens suburbanos. Eram
os chamados “surfistas de trem” ou “surfistas ferroviários”. Necessidade
realmente não havia. Embora os vagões circulassem lotados, faziam jus àquela
propaganda da Rexona, “sempre cabe mais um”. Mas esses surfistas optavam mesmo
é pela aventura perigosa. De vez em quando um morria eletrocutado,
interrompendo a circulação dos trens no ramal. Como dizia a música do Chico
Buarque, “morreu atrapalhando o trânsito”.
Em países pobres é muito
comum serem vistas centenas de pessoas viajando em cima dos vagões, mas por
absoluta falta de espaço dentro deles, e não por farra. Elas permanecem
sentadas, em sua maioria, ou mesmo se de pé não estão fazendo estrepulias. Além
do que, não são trens elétricos, o que elimina o perigo de morte por
eletrocução.
No Paquistão e em
Bangladesh (antiga Paquistão Oriental) há um período de festividades em que
milhões de pessoas se deslocam para o local das mesmas, e o trem é o meio de
transporte usado para tal. Fotos desses eventos mostram tantas pessoas nos
vagões, dentro e em cima, que mal se veem os vagões em si. Parece mais um
enxame de abelhas.
CHUVA DE PAPEL
PICADO
O último dia de cada
ano, ou sua véspera, se caracterizava pela chuva de papel picado jogado dos
andares dos prédios no centro da cidade. As ruas ficavam coalhadas com toneladas de papel. Trabalho para os garis.
---------- FIM
DA POSTAGEM ---------
A garotada na mala na mala do carro foi substituída pelo transporte de crianças em motocicletas, bicicletas elétricas e patinetes. Os pais, irresponsáveis, excedem a velocidade, não respeitam as regras de trânsito nem a lotação do veículo e não usam capacetes.
ResponderExcluirNa “geral” do Maracanã aconteciam, com frequência, “estouros da boiada”. Embora fosse um local em que os torcedores dos dois times se misturavam, de vez em quando abriam-se grandes clarões e correrias por algum desentendimento. E os que dali assistiam mal o jogo, vendo só as pernas dos jogadores e com pouca noção de profundidade, ainda levavam banhos de urina oriundos da arquibancada. Mas, por outro lado, o preço era acessível a todos.
Eram comuníssimos os circuitos de rua, aliás título de um ótimo livro do Paulo Scali. Além dos citados havia os circuitos de Botafogo, da Amendoeira, do Centro (Castelo), da Quinta da Boa Vista, entre outros. Assisti a uma prova de “quilômetro de arrancada” na Epitácio Pessoa. A foto mostra as baratinhas na Rua Marquês de São Vicente.
As moças devem estar sendo paqueradas no Leblon. Se a foto fosse um pouco mais recente o motorista teria grandes chances de ser um habitual comentarista do “Saudades do Rio” que “batia ponto” no Castelinho...
Os surfistas agora estão no teto dos ônibus na volta das praias.
Mas, em resumo, muitas dessas atividades demonstram a falta de civilidade dos habitantes do Rio.
Ótima postagem. Infelizmente a irreverência do carioca descambou para a falta de educação. Raros os episódios de graça, que as vezes aparecem no instagram "ojeitinhocarioca". O pêndulo oscila. Em Máscara Negra o cara beija "agora", pois é carnaval. Depóis a garotada saiu beijando loucamente, até que teve que sair o "não é não".
ResponderExcluirNa geral do velho Maraca "militar uniformizado" não pagava.
Talvez pudesse sair na postagem o amolador de faca e o burro sem rabo (cancelamento imediato).
Hoje a paquera é eletrônica, e nem é paquera, é muito direta.
No mais, a bala de Odette Roitman não saiu na parede, ela acorda no rabecão, liga pro serviçal, é operada e tem a bala retirada. Como diria minha avó, essa ganhou a Taça Bafo!
Vida que segue, bom sábado!
Papel picado é com a Musa do SdR. Sem ela, nem olho.
ResponderExcluirEu aceitei a dupla compensação na foto da paquera.
ExcluirA morena então, muita classe.
Concordo, foto do dia 31 no Centro só com a musa!
ExcluirConcordo com obiscoito.
ResponderExcluirQuanto a uma certa parte dos cariocas prefiro nem falar. Estive no Japão ano passado e é outro mundo em termos de civilidade. É de dar inveja.
Ontem foi anunciado um sistema eletrônico para estacionamento no Rio. Não vai funcionar. Além de que será vandalizado rapidamente, quem vai nos proteger dos achaques dos flanelinhas?
Alguém lembra dos parquímetros que tentaram implantar?
ExcluirO flagrante do Corcel se trata, na verdade, do esforço que o motorista fez para levar a tempo o atrasado trio Dionísio, Paulo Henrique e Reyes para o o jogo prestes a começar no Maracanã.
ResponderExcluirEventualmente tinha arranca-rabo na geral e na arquibancada, até por alguém mexer com a mulher de outro, mas nada parecido com o que fazem as quadrilhas camufladas de torcidas organizadas de hoje em dia.
ResponderExcluirEssa do Circuito da Gávea é posterior à 2a. Guerra Mundial.
Bom dia, Dr. D'.
ResponderExcluirA foto 1 já tinha visto anos atrás e alguns comentários numeravam as crianças. A foto remete ao carro do Pato Donald no qual os sobrinhos ficavam no compartimento traseiro. Salvo engano meu também era chamado "banco da sogra". Obviamente não em relação ao veículo da foto...
Surfista de trem ainda existe mas esporadicamente. Com a digitalização dos documentos a chuva de papel do fim de ano (também conhecida como destruição de provas) ficou datada.
ResponderExcluirMesmo antes da digitalização, a chuva já tinha acabado com o fim do meio expediente do último dia do ano que passou a ser "feriado".
ExcluirMas faziam no último dia útil.
ExcluirAtualmente a cidade de Nova Iorque está sofrendo com esta praga dos surfistas no metrô. Só na passada semana, morreram dois.
ExcluirA foto do paquera pode ser tanto no Leblon ou Ipanema. Aliás lembro que já foi publicada, não necessariamente neste espaço.
ResponderExcluirImpensável nos dias atuais essa garotada na mala do Corcel cupê. Quando criança, eu gostava de andar naquele espaço vazio, atrás do banco traseiro do fusca. O cara está paquerando no Leblon sim, na altura da Rua Cupertino Durão. Dá prá ver o antigo Posto 10, que era em frente a Rua Carlos Góis. Em 1992, a orla sofreu uma grande obra de reestruturação, quando foi construída a ciclovia e os novos Postos de salvamento, tendo sido criado mais um, o Posto 12, no final do Leblon, que antigamente era o Posto 11, em frente a Rua Rainha Guilhermina.
ResponderExcluirNas últimas e raras vezes que estive no maraca me senti um geraldino pois tive que assistir o jogo todo de pé. Não sei se dei azar porque eram jogos importantes ou se virou rotina.
ResponderExcluirEssa do Corcel,parece estar ali na altura do gasômetro...dentro já devia ter uns 6,mas os 3 da mala....a traseira quase raspa no chão...a placa só de números nos dá uma janela entre 1969 e 1972,último ano dos atrasados na troca da placa....
ResponderExcluirPorta-malas não, mas o que tem de caçamba de camionete com marmanjo...
ResponderExcluirColaborador Anônimo, vc tem toda razão. Na maior parte do Maracanã todos ficam de pé. É a síndrome dos geraldinos. Ficou muito cansativo para os mais velhos.
ResponderExcluirNa segunda metade dos 1980 eu trabalhava na rua de Santana e ia de trem para o serviço. Aguardando o parador na estação do Engenho Novo, via os trens diretos passarem com esses surfistas em cima. Entre o Méier e o Engenho Novo há uma curva bem fechada. Os surfistas tinham de tomar cuidado ali. Mas dali até quase São Francisco Xavier é uma reta só, para alegria deles. Mais ou menos 3 km de reta.
ResponderExcluirEsse trecho era bastante conhecido do pessoal do Salgado Filho,onde havia um poste que recebeu o apelido de Belini pq costumava "parar" a turma que viajava pendurada.
ExcluirAssumindo o posto do Augusto, parabenizo o gerente pelo dia do médico. Com o sumiço do Conde, da Evelyn, além da ausência do saudoso Beletti, acho que só sobramos nós.
ResponderExcluirParabéns para vc também.
ExcluirEm 1991 meu cunhado foi transferido para Brasília e deixou o sítio dele a cargo da irmã e indiretamente a meu cargo. Ele tinha uma boa horta e criava galinhas, coelhos, codornas, dois porcos e uma vaca. Haja ração. Então aos sábados pela manhã eu ia com meu Uno Mille novinho comprar sacos e sacos de ração no comércio situado a uns 4km do sítio. Voltava com o banco traseiro rebaixado e a mala aberta, e minha filha e a filha do caseiro sentadas em cima dos sacos. Tinham respectivamente 3 e 5 anos de idade. A poeira da estrada redemoinhava e entrava dentro da traseira, pela mala aberta. As garotas vibravam. Era um tanto perigoso para elas, com a mala aberta.
ResponderExcluirEm Belém eu tinha um ajudante, rapaz de uns 20 anos de idade, muito magro, desdentado, mas metido a conquistador. Quando passava uma garota, ele dizia um gracejo e se ela não desse bola ele ficava gritando:
ResponderExcluir- Ô muié! Ô muié!
E ria. Era um gozador, sempre bem humorado.
Sobre circuitos de rua, ficou faltando citar o da Barra, no Jardim Oceânico. Já postei no SDR, passava em frente à igreja, entrava à esquerda, fazia o S contornando a atual churrascaria Tourão e a praça dos churros, depois à esquerda na praia, entrava na Olegário Maciel e voltava para a Av. das Américas. Já vi fotos na antiga Auto Esporte. Varias curvas tinham um "relevé" e até poucos anos atrás existiam vestígios no asfalto ou concreto das ruas. Lembro de um na entrada da Olegário, e creio que o contorno da Tourão ainda tem outro. os demais com certeza sumiram.
ResponderExcluirA largada da corrida parece ser na Rua Marquês de São Vicente.
ResponderExcluirDe manhã aproveitei o dia de multivacinação, fui no posto de saúde e tomei a vacina contra a Covid-19 que foi liberada ontem para quem tem comorbidades e menos de 60 anos.
ResponderExcluirLiberaram também a contra a dengue, mas só até 40 anos. Para mim não serve.
FF: CR7 chegou a 949 gols, mesmo perdendo um pênalti, e pode chegar aos mil na copa do mundo de 2026...
Mil gols hoje em dia não tem o mérito de antigamente. Os times jogam dia sim, dia não. Seria melhor a métrica de quantos jogos para cada 50 gols.
ExcluirDa mesma forma, antigamente era raro alguém conseguir um disco de ouro, concedido a cada milhão de cópias vendidas. Mas a população, a renda média das pessoas e a facilidade de ter toca-discos era muito menor do que seus equivalentes de hoje. Atualmente qualquer cantor vagabundo consegue essa façanha. Até o tal de Caneta Azul ou essa proliferação de cantoras gospel ou funkeiros colecionam discos de ouro.
Segundo ele são gols registrados e oficiais. Não sei se todos como profissional ou se tem como jogador das categorias de base.
ExcluirAlgumas relações mais antigas incluem jogos de fraldinhas, juvenis ou seleção do exército, no caso do Pelé. Mas, neste caso, não influenciaria de forma gritante no total de gols. As "listas" do Túlio e do Romário são peças de ficção.
Em tempo, o certo é considerar jogos com súmulas oficiais e fazer uma proporção entre gols e jogos.
ExcluirComo já foi dito mil gols não tem mais o mérito de antigamente mas dificilmente o feito do Pelé será superado, foram mais de 1.200.
ResponderExcluirSempre vai depender do critério. Pelé teria menos de mil gols (acho que 979) considerando "jogos oficiais". Sinceramente não sei o que foi levado em conta, já que amistoso também é "jogo oficial"...
ResponderExcluirOnde está o Mário?
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