Esta bela foto foi garimpada pelo Augusto no Acervo Fiocruz, autoria de
J. Pinto, parte da Brasiliana Fotográfica.
Mostra a igreja da Penha, vista de Manguinhos, por volta da primeira
década do século XX.
A igrejinha em primeiro plano foi identificada pelo Raul F. Souza como
sendo a igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso de Inhaúma, que deu nome ao
bairro.
Ainda existe no local, mas lamentavelmente não é a mesma construção. A
rua que passa atrás é a Uranos. Muitas das casinhas que aparecem na foto ainda
estão lá, quase todas altamente descaracterizadas.
Ao fundo vemos a Serra do Tinguá.
A história desta igreja de Nossa Senhora do Bonsucesso dá conta que, em
maio de 1895, é fundada por alguns devotos católicos, a Irmandade de Nossa
Senhora do Bonsucesso de Inhaúma. Alguns anos se passaram e surgiu a ideia de
construir o templo, o que motivou o Sr. Adriano da Rocha Costa e sua esposa a
doarem o terreno para a edificação da igreja.
No primeiro momento foi construído um barracão de madeira, onde foram
celebrados os primeiros atos religiosos, tendo o templo inauguração programada
para 25 de março de 1898. Mas, devido as fortes chuvas, a solenidade foi
transferida para o dia 10 de abril.
Com o crescimento da região, a Irmandade assume, no ano de 1903, o
solene compromisso de realizar em seu templo, no alto da colina, na Rua Olga, missas
e demais atos litúrgicos todos os domingos e dias santos.
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Quanto à igreja da Penha, a primeira ermida foi levantada neste local em 1635. Passou por diversas remodelações, entre as quais a de 1728, com a construção da escadaria de acesso, que foi duplicada em sua largura em 1913. A capela foi demolida em 1871 para a construção de uma igreja maior. A festa da N.S. da Penha se realiza todo mês de outubro. Neste mês, milhares de pessoas, muitas delas pagando promessas, sobem de joelhos os mais de trezentos degraus. Houve tempo em que havia barraquinhas coloridas e grupos de choro, como o do Pixinguinha, animando a grande festa. No início do século XX, época da foto de hoje, o porto de Maria Angu ganhou uma ponte para as barcas da Companhia Cantareira atracarem, facilitando a ligação com o Cais Pharoux, na Praça XV, de onde vinham muitos dos fiéis para as festas da Penha.
ResponderExcluirBom dia.
ResponderExcluirO local parece mais Olaria.
Bom dia. O porto de "Mariangu" possuía um cais, é verdade mas a finalidade não era a de levar fiéis e sim servir como escoamento de cargas, já fazia parte do ramal do mesmo nome da E.F Rio D'Ouro, cujo traçado partindo desse porto, passando pela Penha, seguia pela Estrada Vicente de Carvalho até encontrar a linha principal em Vicente de Carvalho. Esse ramal foi extinto nos anos 20. Mais um detalhe: A serra ao fundo não é a do Tinguá, já que a mesma fica bem distante, ao sul, sendo acesso à Miguel Pereira, Mendes, etc. A serra ao fundo é a dos "Pretos forros".
ResponderExcluirOlá Joel, a ponte que era da Rio D'Ouro era outra, e não esse de 'Mariangu' de Olaria. É a ponte das Barcas, mais próxima à fazendinha da Penha, e o desembarque das cargas era no atual terreno da CEDAE.
ExcluirDe promessas Tia Nalu sabe muito.Escola em Brasilia.
ResponderExcluirInteressante que a tradicional Festa da Penha aqui em Vila Velha,com romaria ao Convento e tudo mais é comemorada em Abril.Não entendo muito este calendário da Igreja Católica...Só estive na Penha uma vez,no comecinho dos anos 70.****FF; Para alegria do Augusto e do Lino,o Luxemburgo vai desenvolver um novo projeto,agora no Sport.
ResponderExcluirO professô vai enganar lá no Nordeste agora. Tomara que leve o Negueba e Berrio, Gabriel, Rafael Vaz, Muralha, etc.
ExcluirUltimamente o SDR pode fazer jus a que tenha seu nome mudado para "Saudades do Flamengo" ou "Saudades da Gávea".Isso pode Arnaldo?
ExcluirEstive uma única vez na igreja da Penha indo numa excursão do colégio. Isto foi há décadas e pouco me lembro. Não havia um parque de diversões vizinho da igreja?
ResponderExcluirO Parque Xangai era um ponto tradicional e era frequentado por famílias, jovens, e era bastante concorrido. A violência, e o tráfico de drogas dominam o local atualmente. Em Cem anos, a decadência da igreja católica foi fulminante. As festas religiosas na Penha eram concorridíssimas e atraíam gente de longe. Era comum as pessoas "pagarem promessas" subindo os 365 degraus da escadaria da igreja de joelhos. Fotos antigas mostram milhares de pessoas subindo as escadarias. Hoje em dia os subúrbios do Rio estão infestados de "arapucas pentecostais" que sugam o dinheiro dos incautos. A Penha possui alguns desses templos.
ResponderExcluirNão dá para identificar se tem a linha férrea da Leopoldina e do lado de cima, próximo à Av. dos Democráticos tem outra Igreja de N. S. do Bonsucesso.
ResponderExcluirE quem sabe essa igrejinha não é de São Sebastião, a que tem na rua da antiga Invernada de Olaria. Ela que também está nessa posição da Igreja da Penha, "olhando" para a Baía de Guanabara.
Interessante, a Igreja da Penha não aparece no site (http://arqrio.org/igrejas) da arquidiocese com o mesmo tipo de ícone para o "link" como o das outras igrejas. Não é da jurisdição do arcebispo?
O parque de diversões é o Shangai. Quando criança fui lá umas 2 ou 3 vezes. Pelo menos até bem pouco tempo ainda estava lá. Duas vezes com certeza subimos até a igreja.
Hoje vou assistir a aula dos especialistas em Zona Norte. Não conheço nada desta área.
ResponderExcluirPeralta, ó moleque chato e implicante, tia Nalu não conhece Brasilia. Quanto às promessas, Peralta é mestre em promessas não cumpridas.
ResponderExcluirNunca estive na igreja da Penha. Sempre ficava impressionada quando, na época da festa, as reportagens mostravam as pessoas subindo as escadarias de joelhos. Não sei se ainda é assim, mas se assim for, já está na hora de as autoridades eclesiásticas acabarem com essa tradição, que vai contra os ensinamentos cristãos.
Boa Tarde ! O sumido comentarista Irajá, membro da diretoria do IHGBI, Instituto Histórico e Geográfico da Baixada de Irajá, se passar por aqui certamente poderá mostrar com riqueza de detalhes,pontos nesta foto que nos passam desapercebidos.
ResponderExcluirBom tarde a todos. A igreja da Penha, foi um ponto marcante na minha infância e também na juventude. Na infância quando da época da realização da Festa da Penha, meus Pais iam para a Casa de Tios e parentes da terrinha, que moravam nestes bairros, Bonsucesso, Olaria, Ramos, Penha e Vila da Penha e todos estes arredores da Leopoldina, onde residiam mais Portugueses nestes bairros, do que na maioria das cidades de Portugal desta época. Lembro que a farra começava bem cedo, onde logo os parentes se reuniam e o jogo de Sueca rolava até a hora que saía o almoço, depois do almoço à tarde, todos então saíam para ir para a Igreja da Penha, onde todos subiam as escadas e iam até a Igreja para rezarem e assistirem a missa. Já na juventude, saíamos da Tijuca um turma para paquerar lá no parque Shangai. Ah se o barrando no fundo do parque falasse! A volta para casa sempre rendia grandes histórias no ônibus, alguém tinha uma super vantagem para contar. Bons tempos, lembranças de uma cidade que já foi Maravilhosa.
ResponderExcluirQuando na igreja da Penha tiver escada rolante apareço lá.
ResponderExcluirRealmente lá atrás é a serra dos Pretos Forros. A escadaria da igreja fica para o lado da Av Nossa Senhora da Penha e as torres ficam apontadas para a estação de Olaria. Nesse ângulo dá a impressão que a localização está entre a Invernada e Ramos, posterior à linha férrea, por isso que a mesma não aparece na foto.
ResponderExcluirSerá que o Irajá ainda é vivo. Relatos preciosos como o da madrugada de Primeiro de Abril de 1964, quando ele, jovem empregado, ficou sem condução em Madureira quando os tanques do exército danificaram o pavimento de cimento que cobria na época a Edgar Romero, arrancando os trilhos de bonde e impedindo o trânsito naquela via. E também o relato do apito do trem da Rio D'Ouro na Automóvel Clube com a Monsenhor Félix. Imperdíveis!
ResponderExcluirWagner Bahia,
ResponderExcluirAcho que desse ângulo, a partir da Fiocruz, não é possível ver a Serra dos Pretos Forros. Penso que esse contraforte que vê na foto é do Mendanha.
Belíssima foto de um Rio rural a poucos quilômetros do Centro, pena que no início do século passado. Apesar da urbanização caótica e da violência, essa parte do subúrbio, a Zona da Leopoldina, é uma das mais legais e cheias de cultura e gente bacana!
Luiz, impossível nessa altura da Penha poder ver o Mendanha. Nem mesmo parte do maciço da Pedra Branca. A Serra dos Pretos Forros é o finalzinho do Maciço da Tijuca, na região do Engenho de Dentro.
ResponderExcluirEsta localização parece que fica na Rua Uranos, próximo de onde fica o Cacique de Ramos hoje.
Sr. Pagador de Promessas, tem bondinho sobre trilhos.
ResponderExcluirApós pesquisa: a rua da Invernada (atualmente é um Batalhão da PM), onde eu acho que estava o fotógrafo, é a Rua Paranapanema e atrás da igreja a Rua Major Rego. Além do Irajá, já tivemos fotolog da Zona Norte no Terra e o comentarista Interessado na Penha que também sabia muito sobre esse entorno mostrado na foto. O Prof. Jaime, apesar de especialista na Ilha do Governador e adjacências, é outro que conhece bem a área da Leopoldina.
Acho que esta fotografia foi tirada de Olaria nas proximidades da R. Parapanema, talvez mais precisamente do entorno das Ruas Antonio Rego e Manoel Canejo. Podemos observar pelo SV que neste ponto temos um ponto mais alto que poderíamos observar o vale e a Igreja da Penha ao fundo com a mesma inclinação vista na foto do SDR.
ResponderExcluirNão poderia ser de Manguinhos como diz o texto?
ExcluirO simpático Irajá, Ronaldo Luiz Martins, felizmente vive, há pouco tempo recebi, como de hábito, email divulgando evento.
ResponderExcluirTive o prazer conhecê-lo pessoalmente por ocasião do lançamento do seu interessante livro, 'Mercadão de Madureira: Caminhos de Comércio", autografado, há alguns anos, no CCBB!
Estive apenas uma vez nessa Igreja com uma amiga,para conhecer, fomos dia de semana de manhã, gostaria de rever, não sei se está tranquilo para ir hoje...
Fomos de carona com papai levando e voltamos de táxi. Depois, um rolézinho e café na Rua dos Romeiros. Isso tem já alguns anos. Daria para fazer isso, tranquila( ou ao menos relativamente tranquila, hoje em dia?
Evelyn, teria que conferir como anda a situação na Vila Cruzeiro. Falaram que antes da intervenção da Polícia e das Forças Armadas em 2010 a violência às vezes extrapolava até um patamar próximo à sacristia ou algo parecido, que existe antes de subir a escadaria. Entravam pelo lado contrário ao portal principal, diziam. De lá pra cá não se fala em ocorrências por ali, mas como as UPP's andam se "deteriorando" em vários locais...Quanto ao parque, ao Largo da Penha e à Rua dos Romeiros e quarteirões próximos à estação de trem, nada de negativo tem saído em páginas policiais. Porém em cidades como a nossa não se pode dar garantia de segurança total.
ExcluirA foto de hoje está dentro da área do IHGBI, e o Ronaldo com certeza daria uma aula. Como precisava sair e estava atrasado,não deu para telefonar para ele.
ResponderExcluirPaulo Roberto, obrigada pelo informe! Para ir, faria o "KIt" Igreja e Romeiros ou pelo menos Igreja. Pena uma cidade tão linda, bela e com tanto potencial, você ter que ficar medindo, dosando, torcendo, com a parabólica ligada! Como gostaria de sair flanando a QUALQUER hora e em qualquer lugar!!! Às vezes penso como seria legal sair por aí a pé, tipo 0200 da manhã, ir ao Aterro, ir flanando pelas ruas, sem rumo, sem pressa, só pelo prazer de curtir a madrugada na SUA cidade, a pé! Essa é a maior perda no Rio. Sugiro uma grande campanha, todos na rua à noite, e não isso que vemos, as pessoas cada vez mais recolhendo-se cedo! Tipo, sexta agora, todos na rua Às 2300HHH Pode ser na calçada do prédio, na esquina ao lado, mas já incentivando um movimento de sair de casa à noite!!!
ResponderExcluirA igrejinha em primeiro plano é muito mais provável ser a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Ramos. A distância e a posição em relação à igreja da Penha não permitiriam que a igrejinha fosse a Paróquia de Nossa Senhora de Bonsucesso.
ResponderExcluirApesar das possíveis distorções em função das lentes usadas na época, se considerar a posição do fotógrafo e compararmos com imagens do Google Earth 3D, é muito mais plausível. Outro elemento é o desenvolvimento da região na época da foto, muito mais condizente com algo próximo a 1923 que é o ano de construção da PNSC do que 1895 da PNSBeI.