Recebi esta foto do Helio RIbeiro com a legenda "Bonde Tijuca nº
de ordem 125 na Rua da Assembleia".
Vemos as lojas ALFAIATARIA DO POVO e A TORRE DE BELÉM que tinham como
endereço "Largo da Carioca 24, canto da Rua Uruguaiana".
Eram comércio de armarinho e roupas feitas e foram inauguradas no
século XIX.
Em 05/06/1911 os jornais noticiavam: "BONIFICAÇÃO: o proprietário
destes conhecidos estabelecimentos resolveu dar ao publico uma bonificação que
consta de 2.000 sobretudos de melton fantasia forrados de finissimo merinó
setim confeccionado a capricho que serão vendidos ao preço de 25 mil réis
unicamente para os dias 2, 3 e 5 de junho. Largo da Carioca 24, entre Gonçalves
Dias e Uruguaiana".
OBSERVAÇÕES:
Melton - tecido especial para confecção de ursinhos, ovelhas, coelhos,
bonecos de neve, barba de Papai Noel, etc. Também utilizado como forro de mantas de sofás,
colchas e mantas para criança, antialérgico, não desfia, não larga pelos e não
faz bolinhas. Tecido com toque aveludado e muito macio.
Merino é tecido de lã de carneiro.
Setim é um tecido
e foi assim denominado em homenagem a Zaitum
(ou Tsenthung),
China,
de onde se origina. Era a princípio um tecido brilhante de seda em trama bem fechada.
Já em 14/03/1914 anunciavam, no mesmo endereço: "Grande variedade
em ternos de casimira de cor pretos e azues. Completo sortimento em ternos de
smocking, casaca, frack e sobrecasaca. Todas as roupas marcadas a preços fixos
e ao alcance de todas as bolsas".
Em 05/09/1923 um grande incêndio atingiu estas lojas.
Não consegui obter mais dados sobre estas lojas, embora haja menções a
outros endereços.
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Bela foto mesmo, com mais gente na rua que na calçada. O anúncio de venda de sobretudos indica que a temperatura no Rio do início do século passado era muito mais baixa. Nunca tinha ouvido falar desses tecidos mencionados.
ResponderExcluirJá vi Tia Nalu com roupa de Setim.Na posse do Pé Grande.
ResponderExcluirQue Pé Grande, Peralta, o Yeti? Para o abominável, o merino cai muito bem...
ExcluirBom dia. A propósito do comentário do Plínio em outra oportunidade foi abordado aqui no SDR a alteração da temperatura do Rio. Um exemplo no séc. XX foi a moda nos anos '60 da japona, apelido do casaco usado pela Marinha. Quando ao tecido chinês ainda hoje é usado em moda feminina sob o nome de shantung. http://zip.net/bhtKrP
ResponderExcluirUm bom flagrante da rotina na Cidade do início do século passado.
ResponderExcluirLulu e Dudu ali à esquerda já em seus últimos anos antes da aposentadoria. Começava a transição para o transporte de cargas em veículos automotivos.
O menino atravessa a rua em alta velocidade, será que se assustou com o belo carro que vem lá? Outros pedestres, muitos elegantes, transitam para todos os lados pelo meio do largo com aparente tranquilidade.
Tia Nalu fez uma barba com Melton,mas não era de Papai Noel.
ResponderExcluirMoleque Travesso, barba de Melton não cola em cara de pau.
ExcluirBom dia. A mudança da temperatura na vide se deve ao desmatamento e da enorme quantidade de prédios altos, bem como à poluição devido ao acúmulo de gases devido ao uso e motores à explosão. A velha desculpa usada por políticos para justificar a demolição do morro do Castelo pode enfim encontrar um fundamento...
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirQuem passa pela região nos dias de hoje nem imagina como já foi um dia, principalmente referente à parte direita da foto...
Um outro aspecto se deve ressaltar: Devido à fatores como funcionalidade, mobilidade, praticidade, e principalmente financeiro, as roupas sob medida quase não encontram espaço na atualidade. Um alfaiate é como uma caneta-tinteiro: possui muito pouca funcionalidade. Em tempos de produtos "ching-ling" oriundos da industria chinesa cujo custo é baixíssimo, alfaiates como "Pergentino Nesse", que possuía entre sua clientela nada menos do que Roberto Carlos, não encontram mais espaço nesse país falido.
ResponderExcluirComentarista Joel,a demolição do Morro do Castelo foi mais que uma necessidade e não apenas fruto de um fundamento.Para mandar aquela porcaria para o espaço não faltavam motivos claros e a cidade só tem a agradecer.O preclaro comentarista tem avaliações interessantes sobre as favelas de hoje e penso que elas não são tão diferentes daquelas elaboradas no início do século XX.Como sou Do Contra,pergunto ao sr. na bucha:o sr. é a favor da erradicação das favelas?
ResponderExcluirSr.Do Contra, eu respondi mas censuraram a resposta. Será que vão censurar esta também?
ExcluirComo sou Sabichão e bonitão vou citar o nome dos alfaiates que marcaram época nos anos 60 e 70 na cidade do Rio de Janeiro.Gomes-também especialista em calças esportivas-Juarez,Paiva,Pergentino e Francesco.Desnecessário dizer que fui cliente de todos e servia de modelo.
ResponderExcluirBoa tarde a todos. E que belas fotos da cidade, no seu ponto mais Carioca, justamente o Largo da Carioca.
ResponderExcluirNão sei porque não voltam a instalar estes toldos na frente das lojas na cidade, no verão seria uma boa proteção contra o sol.
A Loja Alfaiataria do Povo, foi a prévia da Impecável Maré Mansa, bastava ter o aval do seu patrão e o sujeito poderia abrir o crédito e pagar a perder de vista. Uma tia querida e ultimamente desaparecida do SDR, que inclusive aparece numa das fotos, era freguesa constante desta loja, disse-me ela que a última grande liquidação ocorreu no dia 06/09/1923, e tinha como titulo os dizeres: "Vendemos pelo preço que você pode pagar, tudo o que foi salvado do incêndio". A Torre de Belém será que já vendia os famosos pasteis da Terrinha? Numa foto atual deste local nos dias de hoje, se aparecer um moleque correndo e atravessando a rua, tenha a certeza de que acabou de roubar o celular ou o cordão de alguém.
Lino, até hoje não consigo entender esse nome "A Impecável Maré Mansa". É tão estrambótico que ficou sensacional.
ExcluirSaudade da minha amiga Alcyone!...
Muito boa foto com o comercio da época,mas o comentário do Lino é 10.Primeiro pela referência a desaparecida Tia,grande mestra em liquidações de fato e depois pela alusão ao garoto ligeiro.Grande espanto!!!!
ResponderExcluirGostei da relação dos alfaiates especialmente porque todos os citados tem nome de....alfaiate!!!Aqui no blog temos o Ceará,chamado Menezes,nome de alfaiate. É que alguns nome não "cabem" em determinadas profissões,como diz meu amigo Brito.Diz ele que Saraiva jamais vai ser um jogador de futebol.Mais um espanto!!!!
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