Hoje
temos três fotos do acervo do Correio da Manhã que nos mostram aspectos do
saguão da estação de trens da Central do Brasil nos anos 50.
Este
é um dos locais mais movimentados da cidade, por onde diariamente passam
milhares de passageiros.
É
curioso observar a moda da época, o aspecto mais ordeiro das pessoas, as lojas
que existiam no enorme saguão.
Este
prédio data dos anos 40, quando substituiu o antigo prédio da estação D. Pedro
II.
Ver
estas fotos faz lembrar da bela canção “Gente Humilde”:
Tem
certos dias
Em
que eu penso em minha gente
E
sinto assim
Todo
o meu peito se apertar
Porque
parece
Que
acontece de repente
Feito
um desejo de eu viver
Sem
me notar
Igual
a como
Quando
eu passo no subúrbio
Eu
muito bem
Vindo
de trem de algum lugar
E
aí me dá
Como
uma inveja dessa gente
Que
vai em frente
Sem
nem ter com quem contar
São
casas simples
Com
cadeiras na calçada
E
na fachada
Escrito
em cima que é um lar
Pela
varanda
Flores
tristes e baldias
Como
a alegria
Que
não tem onde encostar
E
aí me dá uma tristeza
No
meu peito
Feito
um despeito
De
eu não ter como lutar
E
eu que não creio
Peço
a Deus por minha gente
É
gente humilde
Que
vontade de chorar
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Bom rever a Central do Brasil. Considerando as notícias de revitalização da estação da Leopoldina, sugiro um SDR sobre a estação em seu esplendor, se é que houve.
ResponderExcluirBom dia. Tem um "causo" do meu tio FOA muito marcante: Bem, começou quando ele comeu um ovo cozido com tremoços arrematado com Grapete em um bar da Central do Brasil. É...depois eu conto.
ResponderExcluirRelativamente andei pouco de trem. Durante algum tempo, por indicação de um amigo, ia até o Méier de trem na hora do almoço. Era um transporte tranquilo e rápido. Umas poucas vezes fui mais longe, mas faz muito tempo. Realmente as fotos passam a impressão de um tempo mais tranquilo, ordeiro. Considero a região da estação da Central, hoje em dia, um lugar confuso e perigoso.
ResponderExcluirO que seria aquele objeto no centro da segunda foto? Um grande cinzeiro com areia?
ResponderExcluirNa minha adolescência no subúrbio, pelo menos até 1961, usei os trens da Central, seja para ir ao Centro ou ir aos subúrbios mais distantes. Das viagens mais marcantes lembro de ir com um grupo de colegas do Colégio Visconde de Cairú até Japeri, e estender até Sepetiba, em plena "matança" de aula. A viagem levou o tempo necessário de chegar, tomar um banho de mar de qualidade duvidosa, e logo retornar. Coisas de adolescente. De outra feita, retornando de compras no Centro, o vagão do "parador" estava tão cheio que, impedido de saltar no Engenho Novo, fui parar na estação do Engenho de Dentro onde peguei outro trem de retorno. Até hoje tenho na memória o som das composições nos trilhos.
ResponderExcluirQuanto à bela composição "Gente Humilde", recomendo a leitura do link a seguir que conta a história dessa música. A propósito, no próprio texto há menção a duas composições do talentoso Garoto que chamaram a atenção por serem, pelo menos nos títulos, atribuídas ao Tom Jobim. Fiquei intrigado e farei uma pesquisa. http://www.violaobrasileiro.com/blog/visualizar/a-historia-de-gente-humilde-tortuosa-parceria-entre-garoto-e-vinicius
O Vera Cruz partia pontualmente às 19:50 para Belo Horizonte. Viajávamos para lá nas férias de julho. Os assentos eram confortáveis, acho que os vagões tinham ar condicionado. A bordo era servido um delicioso chocolate.
ResponderExcluirGente Humilde, uma das mais belas canções que conheço, é de autoria de Garoto (Anibal Sardinha) e anos depois de sua morte recebeu uma letra de Vinícius de Morais e Chico Buarque. Segundo este, sua colaboração foi mínima. Vinícius, soube-se depois, queria ter Chico um dia como parceiro e aproveitou essa ocasião.
O que importa é que o resultado foi maravilhoso.
Candeias, vamos ver se você lembra do apelido que deram ao Vera Cruz (Rio/São Paulo). Quanto ao link sobre a música não deixe de conferir porque cita como composição do Garoto duas músicas com os títulos de "Meditação" e "Vivo Sonhando", conhecidas bossas novas de autoria do Tom.
ExcluirBom Dia! Anonimo, aquele objeto a que se refere, é de bronze com quatro grandes argolas e pedestal do mesmo material.Seu interior continha areia. Já que nos anos 30/40 era proibido fumar no interior das composições,era ali que os fumantes enterravam suas guimbas.É uma obra de arte que conseguiu a proeza de escapar da fúria " mudacionista" das esquerdas.Outra que escapou foi o busto também em bronze de D.P.II.
ResponderExcluirBom dia todos. Andei de trem durante as Olimpíadas e normalmente ando de trem pelo menos uma vez no ano, na comemoração do dia do samba. No trem do samba, que sai da Central e vai até Osvaldo Cruz. Para quem nunca foi, digo que vale a pena a aventura. Tem roda de samba em todos os vagões, com samba de qualidade, harmonia geral, a cerveja rola, e você acaba bebendo cerveja com pessoas que você nunca viu e vai cantando os belos sambas durante a viagem até chegar em Osvaldo Cruz. Em lá chegando é passear por uma maratona de bares com rodas de samba e cerveja até Madureira, os pontos altos são a Portelinha (antiga quadra da Portela) em Osvaldo Cruz e a quadra da Portela em Madureira.
ResponderExcluirE nada melhor do que relembrar o samba enredo da Em Cima da Hora, com o samba enredo "33 Destino D. Pedro II" um belo samba enredo.
Vamos sublimar em poesia
A razão do dia a dia
Pra ganhar o pão
Acordar de manhã cedo
Caminhar pra estação
Pra chegar lá em D. Pedro
A tempo de bater cartão
Não é mole não ]
Com a inflação ]
Almejar a regalia ]
E o progresso da nação ]
O suburbano quando chega atrasado
O patrão mal-humorado
Diz que mora logo ali
Mas é porque não anda nesse trem lotado
Com o peito amargurado
Baldeando por aí
Imagine quem é lá de Japerí
Imagine quem é lá de Japerí
Olhando a menina de laços de fita
Batucando na marmita
Pra não ver o tempo passar
Esquecendo da tristeza quando o trem avariar
Esquecendo da tristeza quando o trem avariar
E na viagem tem jogo de ronda
De damas e reis
Vendedores, cartomantes, repentistas
Tiram onda de artista
No famoso "Trinta e Três"
O trombadinha quase sempre se dá bem
O paquera apanha quando mexe com alguém
Não é tão mole andar de pingente no trem
Não é tão mole andar de pingente no trem
Bom dia. Em 1962 era possível ir de trem a à quase todas as cidades do Rio, São Paulo, e Minas. Atualmente não se vai à NENHUMA!. Corrupção, conluio, associação criminosa, interesses diversos do bem público, enfim, o fato é que não existem mais trens de passageiros no Brasil {com exceção dos trens suburbanos}. Isso é surreal, inacreditável que possa ter ocorrido. Aqui na capital havia além da Central e Barão de Mauá, tínhamos o terminal de Francisco Sá, Alfredo Maia {ao lado da Leopoldina} Praia Formosa {atual terminal rodoviário e ponto final do VLT}, terminal da "Marítima" {atual cidade do samba}, e isso sem contar as antigas estações de General Dutra e do Maruí em Niterói. É inacreditável o quanto andamos para trás em termos de mobilidade urbana.
ResponderExcluirA farmácia aberta dia e noite deveria ser um grande quebra galho e na bomboniere Brasil deveriam ser encontrados o Serenata de Amor genuinamente capixaba.
ResponderExcluirJoel: Ainda existem duas linhas que conduzem passageiros e são administradas pala Vale.A viagem Vitoria-Minas é muito mais bonita de Minas para Vitoria. A primeira vista pode parecer longa e cansativa,mas logo se vê que durante a viagem pode-se fazer muita coisa dentro do trem além de olhar a linda paisagem das terras Mineiras.A outra é em Carajás,ainda não fui,mas está na fila depois de S.J.Del Rei, Campinas e Paranapiacaba,que são turísticas.
ResponderExcluirDilermando Reis - 1958: O trem atrasou.
ResponderExcluirPatrão, o trem atrasou
Por isso estou chegando agora
Trago aqui um memorando da Central
O trem atrasou, meia hora
O senhor não tem razão
Pra me mandar embora !
O senhor tem paciência
É preciso compreender
Sempre fui obediente
Reconheço o meu dever
Um atraso é muito justo
Quando há explicação
Sou um chefe de família
Preciso ganhar meu pão
E eu tenho razão.
Sou testemunha que a Central expedia mesmo o memorando para a justificativa da falta.
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirRealmente a cidade era mais ordeira, as pessoas respeitavam mais umas as outras e o Estado também se fazia respeitar.
Eu sempre achei de uma tremenda burrice o fato de o Brasil ser um país enorme e não ser cortado por linhas férreas e ouso da navegação de cabotagem, seja para o transporte de passageiros, seja para o transporte de cargas.
Deveria se usar ambos os meios de transporte com muito mais valor do que esse dependência do rodoviarismo.
Mas claro. Se alguém aqui como eu disser de que o Juscelino é o culpado, enfrentará da fúria das "viúvas de Kubitschek" com toda a certeza, como diria o prezado DO CONTRA.
Mensagem acima é do Wolfgang.
Infelizmente só estou conseguindo postar como Anônimo.
Juscelino Kubitscheck ampliou e implementou a ideia mas o autor do chamado "rodoviarismo" foi Washington Luís: "Governar é construir estradas".
ExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirAndei de trem entre o fim da década de 70 (ainda acompanhado da minha mãe) e quase o fim da década seguinte, já sozinho.
Quando não tinha aula, várias vezes me aventurei pelos ramais ferroviários, chegando a ir até Itaguaí, Paracambi e Gramacho (que era o final do ramal). Fui na Barão de Mauá poucas vezes em funcionamento. Por pouco não peguei um Trem de Prata na década de 90 para voltar da "estranha cidade".
Usei o trem uma vez ano passado para ir e voltar de Madureira para o "Engenhão" na Paralimpíada. Que diferença!
Hoje vemos relatos quase diários de interrupções no funcionamento de ramais devido à violência, assaltos e arrastões dentro dos vagões e nas passarelas de algumas estações. O sistema ferroviário começou a ser sucateado e abandonado na segunda metade dos anos 50, quando o amigo dos empreiteiros ligados às rodovias chegou ao Palácio do Catete, e enterrado na década seguinte.
Venho entusiasmado abrir a pagina do Saudades do Rio e enconto esta postagem.Recuso emitir qualquer tipo de comentário por motivos óbvios. Sou Do Contra.
ResponderExcluirUma coisa bastante curiosa nas fotos é que não se observa uma única mulher de calça comprida. Lembro-me que até o final dos anos sessenta ainda era muito difícil este tipo de vestuário para mulheres.
ResponderExcluirOs trens possuíam numeração das linhas: a linha 13 era para Japeri. Para Santa Cruz era o 42 e Deodoro era o 33
Das extinções da linhas, como comentado pelo Joel, na minha opinião o trecho mais lamentável de ter acabado foi a ligação para Mangaratiba. Ia-se até Santa Cruz e lá pegava o "Macaquinho", que era um trem com carroceria de madeira e puxado à óleo, já que a eletrificação ia apenas até Santa Cruz. A linha percorria paralela à rodovia Rio-Santos, ao longo das praias da Baía de Sepetiba. Era uma viagem linda. A partir de Itaguaí, passava por Coroa Grande, Itacurussá, Muriqui, Praia Grande, etc. Era a visão bem próxima das praias de um lado e as montanhas do outro. Costuma ficar em Junqueira, duas estações antes de Mangaratiba. A maior parte dos passageiros era de jovens e a paquera rolava solta. Marcantes eram o cheiro da mata (e eventualmente de maconha) e o som de Pink Floyd vindo dos toca-fitas da rapaziada. Parece que esta linha foi desativada em 1982 e alguns dizem que foi pressão da companhia que fazia (acho que ainda faz) o transporte de minério, que utiliza esta ferrovia para o transporte até o porto da Ilha Guaíba.
Grande lembrança, Wagner. Peguei este trem nos anos 60 e acampei perto de Saí , numa praia deserta, por cinco dias.
ExcluirImagine se seria seguro fazer isto agora. ..
Naqueles tempos havia o "trem das professoras" e "trem da base", que levava os militares para as muitas instalações da zona oeste. As mulheres não usavam saia e havia respeito. Situação bem diferente de hoje em dia, onde os assaltos, os camelôs, o tráfico de drogas, e os "abusados", imperam nos vagões. No Metrô existe o "vagão das mulheres, onde a partir de uma lei estadual alterada essa semana, "o bicho vai pegar".
ResponderExcluirWagner:Linha 11 Eng de Dentro, !2 Madureira, !3 Deodoro Parador,23 Deodoro direto 30 Nova Iguassu 31 Queimados,32 Japeri,33 Tairetá (hoje Paracambi)40 Bangu 41 Campo Grande 42 Matadouro (hoje Santa Cruz)60 São Matheus 61 Belford Roxo.
ResponderExcluirMauro, tenho 99,99% de certeza que o Japeri era o 33. Para quem se interessar, malha ferroviária da EFCB em 1965.
Excluirhttp://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias/mapas/1965-RFFSA/1965-Estrada-de-Ferro-Central-do-Brasil-suburbios.gif
O 33 era Tairetá, Mais tarde foram suprimidos neste ramal o o 31 e 32 e o 33 passou a ter destino Japeri e o trecho Japeri-Paracambi ia ser suprimido também,mas houve muita pressão e passou a ser considerado como Sub Ramal e operado por duas composições menores,de apenas 4 carros cada, nós conhecemos como "Sanfoninha".
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