As
fotos de hoje, do acervo do “Correio da Manhã”, mostram a Igreja da Penha. A
primeira ermida foi levantada neste local em 1635. Passou por diversas
remodelações, entre as quais a de 1728, com a construção da escadaria de
acesso, que foi duplicada em sua largura em 1913. A capela foi demolida em 1871
para a construção de uma igreja maior. A festa da N.S. da Penha se realiza todo
mês de outubro.
A
Igreja da Penha já foi um dos cartões postais desta cidade e era ponto de
peregrinação de muitos fiéis, daqui e do resto do Brasil. A igreja, hoje,
contornada pelo Complexo do Alemão, está entregue às moscas...
Esta
igreja era um símbolo de uma zona suburbana que não existe mais, encravado na
realidade de decadência, populismo habitacional e violência.
A
Igreja da Penha nos remete às famosas festas da padroeira no mês de outubro.
Era uma das festas religiosas católicas mais aguardada e celebrada no Rio até
final dos anos 60. A festa fazia com que pessoas de todos os pontos da cidade
se deslocassem para lá. Era uma semana de festejos, missas e procissões. Sempre
impressionava as pessoas que pagavam promessas subindo de joelhos os 365 (um
para cada dia do ano) degraus. Era o dia de ganhar cata-vento colorido,
cavalinho de madeira e comer jujuba, picolé de coco, algodão doce (criança nem
pisca os olhos vendo o algodão "surgir do nada"), do refresco no
copinho em cone de papel na base de metal, da maçã-do-amor, da pipoca. As
barraquinhas de prendas e os cordões de lâmpadas, os leilões (se leiloava
inclusive um leitão vivo na promessa de garantir a ceia de Natal). Os namorados
trocavam juras de amor e pediam músicas pelo alto-falante do arraial.
Tudo
acabou. Infelizmente.
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Até o final dos anos 60 e início dos 70, o Rio de Janeiro e o Brasil eram fortemente influenciado pela Igreja Católica e seus eventos eram bastante concorridos. A festa da Penha era uma delas. A E.F. Rio D´Ouro em dias de festa mantinha trens especiais no "Ramal da Penha" , que corria ao longo de Estrada Vicente de Carvalho e que foi erradicado no final dos anos 20. A Leopoldina também mantinha trens especiais nos dias de festa. A afluência de fiéis era imensa. Fotos de Augusto Malta de 1904 mostram uma multidão no entorno da igreja. Mas tudo mudou. Em uma região repleta de estabelecimentos industriais e depósitos comerciais, a violência e a favelização da região, causadas principalmente após a fusão, levaram à esse triste quadro. Não esquecer também que um grande êxodo rural trouxe do nordeste milhares de famílias com qualificação profissional zero, que formaram as imensas favelas da região. Eu mesmo fui diversas vezes ao Parque Xangai nos anos 70 e que fica no sopé da igreja e a realidade era outra. As favelas do Parque Proletário, da Vila Cruzeiro, e do Morro da Fé formam um complexo de favelas impressionante e contíguo ao "Complexo do Alemão". Acho muito difícil que a região volte a ser o que era sem que haja uma "forte comoção" social, com fortes "efeitos colaterais", segundo expressão de um certo comentarista. Mas o que mais impactou nesse quadro foi a decadência da fé católica e ascensão das "igrejas pentecostais", A ignorância é "a mais lúgubre das enxovias" e nesse "mar de favelas" em que se transformou a Penha, o "espiritismo" e o catolicismo, tão presentes nas favelas do passado, deram vez à intolerância e o atraso fundamentalista tão atuante messes segmentos. Com esses ingredientes, seria muito difícil que a outrora exuberante paróquia retomar seu antigo "status quo".
ResponderExcluirOs fiéis católicos da região hoje se deslocam em maior volume para a Paróquia do Bom Jesus, na verdade uma grande igreja na Av Brás de Pina. As missas da Penha ocorrem em maior frequência na igreja "de baixo", que fica no sopé antes da escadaria. O percurso até este local, que também já é entrada da comunidade da Merindiba, inicia no portal de entrada e segue pela elevação do morro. Ali já é possível observar o grande tráfego de motos, o qual não se sabe exatamente "a função" dos motoqueiros.
ResponderExcluirBom Dia! Tudo que o Joel escreveu procede. Mas vamos olhar a coisa pelo lado empresarial.Festa da Penha é só em Outubro, Suburbana e em um local com pouca oferta de estacionamento e cada vez mais "espremida " pela expansão do bairro. A Igreja achou a solução ideal a 250 km. Aparecida do Norte tem tudo que falta na Penha. Um estacionamento para ônibus maior que muito município,uma Igreja enorme (que ainda está em obras) e um esquema de visitas programadas das paróquias de vários Estados,que dura quase o ano todo.
ResponderExcluirA inteligencia e o bom senso é que regem o ser humano equilibrado, independente se sua formação cultural. Na atual conjuntura em que vivemos e de acordo com o comentário do Wagner Bahia e no meu entender, 80% dos "motoqueiros" são diretamente envolvidos com crimes. Quando em "horário de expediente" e em dia útil, se observo motoqueiros em dupla, de bermudas e chinelos, eu dobro a minha atenção e fico em estado de alerta máximo se forem "caucasianos". Quem observa a mídia televisiva e assiste a imensa quantidade de vídeos que estão na net, verá que eu tenho razão. Vão logo dizer os "politicamente corretos" e os moralistas que a minha visão é racista, "homofóbica", preconceituosa, etc. Mas não é a pura verdade? Por que pessoas jovens, a maioria de um nível sócio-cultural baixíssimo e pilotando motos caríssimas, evidentemente além de suas posse, não estão trabalhando ou estudando? A resposta é simples e todos conhecem. Na entrada das favelas e em alguns bairros importantes da cidade, é possível ver centenas de "motoboys" circulando ou parados. Todos sabem que eles são uma das principais ferramentas do tráfico de drogas, sejam como "observadores", "arautos", e entregadores da droga. Ano passado, eu evitei um assalto quando percebi que uma dupla dessas ia me abordar quando eu estava dirigindo e rapidamente "usando de meios moderados para repelir injusta agressão", disparei três tiros em rápida sucessão. O fato é que estão correndo até agora. Um detalhe para os leigos em direito: Embora muitas pessoas empreguem erradamente a expressão quando afirmam que "fulano praticou crime de homofobia", que fique bem claro que não existe em nosso Código Penal ou qualquer outro diploma legal a tipificação de "homofobia". Ou seja, não existe crime de homofobia.
ResponderExcluirO Joel tem razão,dificilmente retornaremos ao passado glorioso da cidade. A fusão ordenada pelo governo militar da época, com o intuito de diminuir a importância que tinha o Rio , politicamente
ResponderExcluiracabou com a cidade, prejudicando também Niteroi que era capital do Estado do Rio.
Só fui uma vez na igreja da Penha e isto faz décadas. Como era um dia de semana o local estava quase vazio e do alto ainda se via um panorama agradável, bem diferente das imensas favelas de hoje. Por falar em favelas por que agora os meios de comunicação as chamam de comunidades e não favelas?
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirHoje não posso acrescentar muito aos comentários. Nunca subi, mas estive uma vez perto da base, em uma feira de ciências do colégio onde meu ex-cunhado dava aulas. Não lembro mais o nome do colégio, mas era ao lado do parque Shangai.
Bom dia a todos.
ResponderExcluirConcordo com o que os comentaristas disseram até agora, horário da 09:34 da manhã.
Só para lembrar, o declínio do RJ começou em 1960 após o maquiavélico plano orquestrado por JK e demais patifes em construir uma cidade que de nada vale no meio do nada e acabar com isso aqui.
Mas é aquela coisa. Falar a verdade sobre JK ofende a muitos por aqui que são pró SP e pró MG.
Há que se dizer de que entrava-se pelo Parque Shangai para se chegar a festa da Penha, passando por um portal enorme que dava entrada no parque.
Havia no caminho um colégio que na época era muito bem falado na zona norte, que não me recordo o nome. Acho que era o Colégio da Penha, considerado de ensino forte.
Plínio, querem "ficar bem na fita". Acho que apesar de termos problemas estruturais, jamais podemos nos deixar levar por qualquer tipo de leniência ou "coitadismo" e tratar o problema social de frente antes de sermos "engolidos por ele". Estamos chegando em um ponto em que o ódio aos políticos está na pele da maioria dos brasileiros e a situação se tornará insustentável. O "Reinado do terror" de 1793 deveria ficar na mente da maioria dos políticos. Parafraseando o tele deputado Wagner Montes, "quem refresca c... de pato é lagoa".
ResponderExcluirConheço pouco a zona norte do Rio e fui a Penha uma vez,como já disse anteriormente em um casamento de amigo.Penso ter sido em 71.***A Festa da Penha da Grande Vix,como já mencionei ocorre em Abril e está mais centrada em Vila Velha local do belíssimo Convento.Quem não conhece o local está perdendo uma das vistas mais bonitas do Brasil.Não recomendo visita em épocas do evento que ainda arrasta multidões ao local com várias romarias,sendo a " Dos Homens" a mais famosa.
ResponderExcluirO advogado dos irmãos Batista comemorou no ultimo fim de semana seu aniversário de 60 anos em Lisboa em uma festança que reuniu grandes nomes do meio jurídico e político do Brasil.Para se ter uma idéia do nível a cantora Carminho foi uma das contratadas para o evento,ela que é a sensação na nova safra de cantores de fado e cobra algo em torno de 70 pilas pela apresentação caseira.Segundo o próprio aniversariante em Brasilia não havia clima para a festa e pelo menos neste ponto agiu com sensatez.
ResponderExcluirDurante 12 anos Tia Nalu subiu a rampa do Alvorada de joelhos.Graças e bençãos com estrela guia.
ResponderExcluirNa verdade nesses 60 anos de Rio de Janeiro, nunca fui a Igreja da Penha nem para confessar meus pecados. Uma pena...
ResponderExcluirFF: o Atlético Mineiro aproveitando que o comentarista Lino viajou para a Europa está acertando com o "bom moço", o O.O.
ResponderExcluirO amigo do Lino saiu do Corintians no final do no passado e não deixou saudades.O Atlético fez bobagem ao contratar este Micale e segundo se comenta aqui vai entrar em fria ao acertar com o Bom Moço.Bom que o Lino vai desfiar tudo para os outros comentaristas,
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