Hoje
temos uma série de fotos, do Acervo do Correio da Manhã, das décadas de 50 e
60, mostrando o que restou da rua, do largo e da ladeira da Misericórdia, no
Centro. Caminhos fortuitos de vários passeios românticos do século XIX, artéria
de movimento para o tráfego de liteiras e carroças de boi, pisada e repisada
pelos mais famosos do Brasil Colonial, delas resta pouco hoje em dia após as
grandes demolições do século passado.
A
Ladeira da Misericórdia começava no Largo da Misericórdia e terminava na Rua do
Castelo e Ladeira do Castelo. Desapareceu com o desmonte do Morro do Castelo,
restando apenas um pequeno trecho do seu início, ao lado da Igreja de N. S. do
Bonsucesso da Santa Casa da Misericórdia.
Esta
igreja teve origem numa capelinha do século XVI, sendo fundada em 1582, por
ocasião da fundação do hospital da Santa Casa da Misericórdia. Era de barro e
foi reconstruída diversas vezes, nos séculos XVIII, XIX e em 1928, no século
XX.
O
Largo da Misericórdia, que recebeu esta denominação por ali se situar a Igreja
de N. S. de Bonsucesso, fica entre as ruas da Misericórdia, Santa Luzia e o
Beco da Batalha. Ao lado está o Hospital da Santa Casa de Misericórdia, no
início uma pequena construção de taipa e palha. Em 1840 lançou-se a pedra
fundamental do atual hospital, na Rua Santa Luzia, que foi inaugurado em
02/07/1852.
A
Rua da Misericórdia, conforme conta P. Berger, começava 210 metros antes do
Largo da Misericórdia e terminava no Largo da Misericórdia. Teve os nomes de
Rua Direita para a Misericórdia, Rua Direita da Praia, Rua para a Igreja de Bonsucesso,
Rua que vai de São José para a Misericórdia.
Para
maiores informações sobre o bairro da Misericórdia vale a pena consultar a
excelente série sobre o assunto publicada no “Foi um Rio que passou”, do amigo
Andre Decourt.
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Tirar o Morro do Castelo para ventilar a cidade poderia ter sido uma ideia. Colocar uma selva de pedra no lugar só serviu para gerar IPTU e não ventilou nada. E acabar com o bairro que existia onde não tinha morro e poderia estar muito bem obrigado foi crime. Na última foto, creio que a mais antiga, talvez a única dos anos 50, aparecem um conversível Studebaker, um cupê Mercury 1947 e um Fusca modernizado, ainda de vidro repartido, identificado pelos detalhes: aberturas de ventilação compridas, o nariz de papa da luz de placa e de freio e a lâmina de parachoques com entalhe, deve ser 50-52, com luzes traseiras do 57, reposicionadas no paralamas. Matar charadas assim dá prazer.
ResponderExcluirApenas a última foto é possível afirmar que é dos anos 50, tendo em vista o "Fusca 51". As outras são certamente posteriores a 1965, o que pode ser constatado pela ausência de "andorinhas" e também pelo modelo dos carros. Acho sinceramente que o morro do Castelo poderia ter sido preservado e com seus acessos modernizados. Também as ruas de seu entorno como a rua da Misericórdia poderiam ter recebido uma atenção da prefeitura do D.F. Estanho também o fato de a mesma prefeitura ter construído dezenas de prédios para a exposição de 1922 e tê-los demolido gradativamente em seguida. Seriam "encarnações anteriores" de Paes, Cabral, Pezãp, & Cia?
ResponderExcluirAcho que se o morro do Castelo ainda existisse estaria favelizado.
ResponderExcluirProfusão de fuscas e ao que indica destaque para uma Rural de uma só cor,ela que geralmente era bicolor.Em minha ultima ida ao Rio passei por esta região e ainda vi alguns marcos dos outros tempos.Poderia ser melhor explorado o local,até pela sua história.
ResponderExcluirBom Dia! Na terceira foto o jipe deve ser da equipe de reportagem.
ResponderExcluirPor qualquer parte da Europa os centros históricos da maioria das cidades está preservado. Uns mais que outros, mas são atrações pela história que contam. Aqui deveriam ter preservado a região do Castelo, pelo menos em parte.
ResponderExcluirAlguns comentaristas aqui tem razão quando são inimigos de favelas. Não falta dinheiro e sim vergonha na cara. Antigamente ainda era tolerável essa situação mas situação da Rocinha mostra que não há alternativa senão o enfrentamento.
ResponderExcluirBom dia a todos.
ResponderExcluirFreqüentei as redondezas por quase vinte anos, por usar o terminal de ônibus que havia ao lado. Na igreja fui uma vez, na década de 90, no casamento de uma amiga de infância da minha irmã.
O morro do Castelo foi mais uma vítima da especulação imobiliária. Derrubado com a desculpa da ventilação, deu lugar a um emaranhado de arranha-céus.
Hoje o morro poderia estar favelizado como o da Providência ou urbanizado como o da Conceição, se estivesse ocupado pelas forças da lei e da ordem em um batalhão no alto do morro.
Achava que o piso da ladeira que lá está hoje fosse o original. Pelo que podemos ver na foto de baixo, não é.
ResponderExcluirA demolição do Bairro da Misericórdia é uma das maiores imbecilidades que fizeram com a nossa cidade.Foi o nosso "Terremoto de 1755" com a diferença que não foi feita uma "Baixa Pombalina" no lugar...
ResponderExcluiro ângulo da 3ª foto sugere que a construção à esquerda está diferente da atual fachadas do MHN. Por sinal, semana passada visitei os "bastidores" do MHN e constatei que 3 pessoas cuidam da reserva técnica, restauro de obras de arte e de papel. Elas já tem tempo para a aposentadoria, mas trabalham pois não há ninguém com aptidão técnica e conhecimento do acervo para substitui-las. Precisamos de preparação para técncicos nessa - e noutras - áreas.
ResponderExcluir"Caminhos fortuitos de vários passeios românticos" é uma provocação sem tamanho do administrador do blog e chego a ficar desconfiado que ele está escutando Ludmila e dançando ao som do Nego do Borel para tamanha sensibilidade .Romantismo numa coisa horrenda,suja,esculhambada e fedorenta e que graças a Deus sobrou pouco ou quase nada e livrou a cidade de uma região insalubre que deixava os sanitaristas sem dormir.Só mesmo estas viúvas para ficar chorando o desaparecimento desta região. E não tem esta de ventilação, para o chão porque era uma gigantesca cabeça de porco e que hoje é fácil imaginar como deveria estar.Ficam falando das favelas e sentem saudades daqueles cortiços que representavam o atraso e a desvalorização local.O que falta hoje em dia são administradores com coragem e determinação .Gostaria de saber se algum dos comentaristas seria capaz de entrar em uma máquina do tempo e voltar para viver lá naquela imundície.Eu sou obrigado a continuar sendo Do Contra.
ResponderExcluirO piso pé de moleque da ladeira da misericórdia que está lá hoje parece ter sido refeito.
ResponderExcluirLuiz: Estou navegando com o Mozilla.
ResponderExcluirAlgum problema?
Há uma foto de mercearias e afins encostadas no local da 1ª e 2ª fotos. Uma vez achei pesquisando no MIS, ali pertinho. Continuo comparando a ladeira da Misericórdia à cabeça da Estátua da Liberdade afundada na praia no filme o Planeta dos Macacos.
ResponderExcluirSó para desencargo de consciência, a construção à esquerda em primeiro plano na foto 4 é o atual (por enquanto) MIS?
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ResponderExcluirSe não me engano, o Brasil Gerson em seu livro sobre as ruas do Rio informa que início da ladeira da Misericordia é a rua mais antiga do Rio atualmente.
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