Nos
próximos dias a minha turma comemorará seus 45 anos de formatura. Hoje temos
algumas fotos que lembram o prédio da Faculdade na Praia Vermelha.
Na
primeira foto vemos, à esquerda, o prédio da Escola de Guerra Naval, em final
de construção, no terreno anteriormente ocupado pelo restaurante e pela quadra
de esportes da FNM, na Avenida Pasteur. Este prédio da EGN foi inaugurado em
abril de 1970. Após os automóveis (um Plymouth 1950, uma Rural Willys, talvez um
Hudson 1951, tapando um Volkswagen sedan vermelho) vemos um ônibus Mercedes Benz
azul, da linha Urca-Leblon. À direita, atrás de um ônibus escolar, um pequeno
caminhão da Sadia era descarregado. Ali também ficava o famoso “pé-sujo”
Laguna, local de alguns bons chopes.
A
segunda foto mostra a Faculdade ao fundo, com os carros estacionados no
canteiro central. Destaque para o Karman-Ghia fazendoo retorno.
Já
na terceira e quartas fotos podemos observar o bonde 4-Praia Vermelha em seu
ponto final e como passava bem junto do prédio da Faculdade.
A
quinta foto merece uma descrição: "Caminhava-se pela calçada estreita e a
face do prédio que confrontava com essa pequena rua possuía 16 janelas altas.
No meio da fachada estava a entrada, elevada em relação ao nível da rua e a ela
chegava-se por uma escada com dez degraus de granito, belo trabalho de
cantaria. No alto, um patamar onde se abriam três portais, com portas de duas
folhas em madeira entalhada. Os portais e as portas eram de altura elevada,
pois o pé direito do primeiro andar era de seis metros. Em cima das portas,
protegendo a entrada, uma marquise de estrutura metálica. Durante o dia,
normalmente, as duas folhas das três portas ficavam abertas. De longe sabia-se
quando havia alguma anormalidade ou luto, pois, nessas ocasiões, as portas
abriam-se pela metade, permanecendo fechada uma das folhas. Ultrapassado o
portal entrava-se no amplo saguão, muito alto, chão ladrilhado e paredes com
azulejos brancos. No centro uma estátua, em tamanho natural, que nossa
ignorância identificava como Hipócrates quando, na verdade, a estátua é de Asclépius,
deus da Medicina na mitologia grega ou Esculápio na mitologia romana". Com
essas palavras o professor Doyle descrevia a entrada da Faculdade. Imagino que
todos os que subimos estes degraus devem sentir uma imensa saudade.
As
demais fotografias mostram o prédio da Faculdade já com seu “puxadinho”: no
início dos anos 40 foram iniciadas obras de ampliação através da construção de
dois andares sobre os já existentes. Segundo Doyle Maia, as obras foram
demoradas e os andares acrescentados desfiguraram o prédio, com salas
inadequadas, de pé direito muito baixo, ao contrário do existente na construção
original. Dos seis metros do 1º andar e 8 metros do 2º, os novos andares tinham
a metade da altura. No terceiro andar ficaram a Histologia, a Anatomia e a
Biofísica. Além do calor insuportável, o teto parecia uma peneira, vazando
água. No quarto andar foi instalada a biblioteca. A obra terminou em 1944, mas
o primeiro curso nestes andares só aconteceu em 1946.
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Realmente eran "outros tempos". Carros sobre as calçadas e muito pouco movimento. Esse bonde está bem mal conservado. Essa foi a primeira linha de bonde a ser erradicada na zona sul em 03 de Setembro de 1962. FF. Em operação da Polícia Civil cumprindo mandados de p.preventiva, foram presos diversos lideres de torcidas, em especial da raça rubro negra e da Young flu. São acusados desviar ingressos recebidos "graciosamente" pelos clubes para repassa-los a cambistas em conluio com os clubes. Em uma segunda fase da operação, dirigentes desses clubes serão os próximos alvos. Eu sempre afirmei aqui que o envolvimento dos clubes com facções criminosas era evidente. Vamos aguardar os próximos capítulos. No Vasco a fraude já ficou comprovada, o que confirma a "idoneidade" de Eurico Miranda...
ResponderExcluirEram
ExcluirVou deixar de comentar pelo smartphone para que certos "erros crassos" ocorram nas postagens, já que quase sempre que isso acontece estou "na rua" e às vezes não consigo revisar o texto. "ingressos ofertados" e não recebidos graciosamente" seria o sentido correto e ainda assim tratar-se-ia de um pleonasmo. Positivamente não dá para postar textos longos em smartphones.
ExcluirBom dia a todos. Mais um capítulo da história desta lendária Faculdade. As fotos são incríveis, em especial a vista aérea da Faculdade integrada ao bairro da Urca, saudades do velho bonde 4.
ResponderExcluirEstive poucas vezes no prédio e nessas ocasiões o foco era a Biofísca. Por esta razão não cheguei a explorar todo o prédio. Fica a curiosidade em saber o que funcionava nos dois torreões frontais, semelhantes a rotundas, com janelas circulares...
ResponderExcluirPrezado Jaime, vou tentar ajudar, mas temo não lembrar de tudo: o torreão do 1o andar à esquerda abrigava a bilbioteca didática, o da direita um salão de jogos (basicamente ping-pong, totó e xadrez.
ExcluirNo 2o andar, à esquerda o anfiteatro de histologia, o da direita não tenho muita certeza, talvez fosse um saão para aulas de microscopia.
Todo o 3o andar era ocupado pelo departamente de Anatomia que possuia um grande salão para dissecção com cerca de 50 mesas para cadáveres, mas, pelo que me lembro, ficava no torreão dos fundos.
Já as janelas circulares ficavam apenas no 4o andar, onde se localizava a biblioteca científica.
Em tempo: na vista aérea é possível identificar a extremidade da torre de elevadores citada abaixo pelo Luiz com a respectiva passarela, entre o prédio e a pedra.
Amanhã coloco uma foto desta torre, com destaque.
ExcluirA descrição da entrada é sensacional. Bem como a fotografia com o casario da Urca. A foto dos trilho elucida claramente uma dúvida que houve tempos atrás sobre por onde passavam os trilhos dos bondes na avenida Pasteur.
ResponderExcluirBom recordar os velhos tempos de faculdade.Melhor ainda reencontrar velhos colegas.No início do mês fizemos um jantar reunindo parte de minha turma e revi pelo menos uns 4 que não via há mais de 30 anos.***Carros em cima da calçadas eram mais comuns naquela época.Hoje com as multas pesadas e pontuação,a coisa melhorou...***O Praia Vermelha não apresenta o Mistura Fina,trocado pelo Sapólio Radium,muito comum na área da casa da minha mãe.***Este conluio das "organizadas" com diretorias de clube é um grande espanto!!!
ResponderExcluirExcelente série.
ResponderExcluirPuxadinho para todo lado e o que poderia ser mais um andar de 6 metros de pé direito ficou com dois pavimentos de 3 metros.
Nos fundos, junto ao paredão de pedra, tem também um pequeno anexo que não aparece nas fotos mais antigas. Provavelmente uma torre para elevadores.
Paulo Roberto, aquela torre era para um elevador que transportava os cadáveres para o Departamento de Anatomia no 3º andar. Ficava em frente à porta dos fundos do bar e próximo da base da rocha atrás do prédio. Num pequeno compartimento na base desta torre havia geladeiras para conservação dos cadáveres, ainda não "formolados". Por ali ficava também o alojamento de estudantes necessitados. Apesar da incômoda localização, havia ainda um canil usados nos trabalhos de fisiologia e farmacologia, estes alojamentos ajudaram a muitos estudantes que não tinham como se manter no Rio. E de um desses quartos saiu meu colega Geraldino, que no dia 13/12/72, para tristeza de toda a turma, resolveu se afogar nas águas da Praia Vermelha em vez de ir para a cerimônia de formatura no Municipal.
ExcluirUltrapassado o portal da entrada lateral entrava-se no amplo saguão, com chão ladrilhado e paredes de azulejos brancos. Na parede oposta à entrada outras 3 portas faziam a comunicação com um varandão aberto para o pátio interno. No centro de uma parede um relógio elétrico, a placa de bronze comemorativa da inauguração e outras placas importantes. Para o saguão abriam-se os guichês da secretaria do lado direito e da portaria do lado esquerdo. Pelo lado direito saía o corredor que contornava quase todo o prédio, levando à sala da Congregação, ao gabinete do diretor, ao diretório, ao bar, ao barbeiro, à pequena lojinha. No varandão ficavam as bancas dos livreiros, com destaque para o "seu" Luís, que vendia a crédito, com anotações numa caderneta, em prestações sem juros. Havia também a possibilidade de pegar emprestado um livro na época das provas e devolvê-lo sem custo. Perto do barbeiro havia um senhor de aspecto respeitável, que a todos cumprimentava. Era o apontador do jogo do bicho...
ResponderExcluirAlém dos laboratórios de Bioquímica havia também amplos anfiteatros no térreo.
Boa tarde a todos.
ResponderExcluirRealmente era um prédio bem interessante de se ver e de se explorar em todos os sentidos.
Fico imaginando se estivesse de pé hoje, o que teria se tornado.
Luiz: Por acaso você sabe o que fizeram com todo o material interno como placas, bustos, equipamentos, livros, e tudo o mais quando fecharam a Instituição?
O entulho resultante da demolição do prédio foi vendido para uma conhecida firma que por sinal foi a mesma que ficou com s despojos do Monroe. Diziam nas coxias que não era pra ficar pedra sobre pedra.
ExcluirBoa noite a todos.
ResponderExcluirGostaria de lembrar com a riqueza de detalhes do Dr. D' as dependências que frequentei em cinco anos de UFF. Está certo que foram divididos principalmente entre o campus do Valonguinho, nos institutos de Matemática, Física e Química, o do Gragoatá, onde tive algumas aulas e onde era o bandeijão (enquanto funcionou)e o da Praia Vermelha (coincidência) onde fiquei nos últimos períodos, no prédio da Engenharia. Nessa época, um novo prédio estava em construção e cheguei a ter aulas lá.