Depois
de vermos durante os últimos dias os vários e belos aspectos da Faculdade Nacional
de Medicina da Praia Vermelha, hoje temos as fotos da demolição. São fotogramas
do filme feito pelo Anderson Abreu.
A
pretexto de reunir todos os estudantes na Cidade Universitária do Fundão, o
Governo Militar transferiu "para longe" um dos focos de resistência
estudantil. Embora alguns cursos tenham ficado na Avenida Pasteur, a Medicina
não teve este privilégio. Por cinquenta milhões de cruzeiros o prédio foi
vendido à Eletrobrás, que ali construiria sua sede, o que nunca aconteceu.
Naquela
época o "Jornal do Brasil" contava: "Os trabalhos de demolição
são atrapalhados por ex-alunos, que lá aparecem todos os dias tentando retirar
objetos a título de recordação, principalmente azulejos".
E
lá se foram os ladrilhos e azulejos importados da Inglaterra que revestiam
internamente o prédio, bem como as portas de peroba maciça do campo.
Relatos
dos operários da firma Demaco Demolições davam conta que "os rapazes e
moças se emocionam quando as picaretas vão destruindo as salas onde há pouco
estudavam e muitos deixam nas paredes mensagens como "vim matar um pouco
da saudade desse palácio" ou "vim relembrar e agradecer o meu sucesso
de hoje”.
A
demolição seria concluída em meados de 1976.
Pondera
o Prof. Doyle Maia que, se conservada, o prédio da Faculdade Nacional de
Medicina poderia hoje ser o melhor local para a preservação do que existe para
recordar a História da Medicina no Brasil.
O
local foi adquirido pela UNIRIO.
Para
todos nós, ex-alunos da Faculdade Nacional de Medicina e amantes do Rio Antigo,
restaram umas tantas fotografias e muita saudade.
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Por mais que eu tenha simpatia pelo governo militar, essa demolição foi criminosa e inaceitável. Se tombado, poderia ser um complexo hospitalar e de pesquisa biomédica de inestimável valia. FF. Em meu comentário ontem, mencionei a quantidade de criminosos vestindo camisas do Flamengo, prevendo o que aconteceria à noite. Leis ridículas e um povo estupido e sem educação fazem caldo de cultura para que acontecimentos como os de ontem se repitam. Darcy Ribeiro foi profético ao dizer que " em país que não investe em educação faltará dinheiro para construir presídios". Um judiciário e um Ministério Público milionários e que só visam os intere$$e$ de alguns, um legislativo criminoso, uma carta magna elaborada por "ex-terroristas e subversivos", e com a agravante de muitas vezes servir de "higienizador de partes excretoras", são a realidade brasileira após 32 anos de "Nova República".
ResponderExcluirDe acordo com o texto, o prédio foi vendido para a Eletrobrás, que o demoliu.
ExcluirTriste fim de um belo prédio com tanta história.
ResponderExcluirBom dia a todos. Corta o coração ver estas imagens da demolição, o que mais me revolta, é que neste País onde temos tão poucas memórias que possamos nos orgulhar, ou que possam ser admiradas por outras gerações, ainda destruímos aquelas poucas que foram construídas com o árduo esforço daqueles que as ergueram. Pobre País é aquele que não tem memória, nem mantém viva as suas tradições e conquistas.
ResponderExcluirUma aberração.Um descalabro.Um espanto!!!
ResponderExcluirAconteceu em várias unidades da Universidade do Brasil. Em 1965 a Faculdade Nacional de Filosofia foi pulverizada. Nós do Curso de Física fomos transferidos da Av. Pre. Antonio Carlos para a Ilha do Fundão, em salas do CT. O curso de línguas foi para a avenida Chile. Anos que não deixaram muitas saudades...
ResponderExcluirLima Barreto dizia que "a ignorância é a mais lúgubre das enxovias". Isso não é tão contundente como nos dias atuais. Tenho conversado com jovens e percebo que o Brasil é um caso perdido. A doutrinação ideológica nas escolas está se encarregando de fazer seu odioso trabalho. Um desses jovens defende a aprovação automática e o sistema de cotas. Diz ele que "mesmo sem ter qualificação", as pessoa devem se formar para "aquecer o mercado de trabalho". Para imbecis desse jaez, que dizer? A geração nascida após 1985 está irremediavelmente perdida. Esse tipo de reminiscências cultuadas aqui no SDR só existirão enquanto formos vivos, já que a educação e a sensibilidade inerentes e vivas em nós se irá junto conosco. Daqui a 50 anos, esses imbecis estarão lembrando o que ou quem? Lula, Pablo Vitar, Anitta, o Big Brother, a parada Gay, ou a ultima pedra de crack?
ExcluirBoa tarde ! Um incomensurável absurdo !!! (ou melhor ainda, um incomensurável espanto !!!). Tal prédio poderia servir para várias finalidades. O pior de tudo foi tẽ-lo demolido para não colocar nada em seu lugar. Um absurdo equivalente à demolição do Palácio Monroe.
ResponderExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirÉ sempre triste ver demolições, ainda mais de instituições educacionais.
Sobre o ocorrido nos últimos dois dias, pode ser considerado consequência de ações como esta?
Ou seria mais indicado culpar quem boicotou o projeto de educação integral trinta anos atrás?
Como expert no assunto jamais faria o que fizeram nesta maravilha de prédio,mas estou pronto para mandar ao chão o Congresso,o Jaburu e muitas coisitas lá de Brasilia.
ResponderExcluirNascido no Leblon em 1946, vivo nos USA desde 1989. Quando relembrado de fatos como este, afirmo de alto e bom tom: "Não volto nem morto"
ResponderExcluirNão havia muita educação por parte do povo e seus governantes então, mas agora, não tenho como expressar meu desapontamento.
Tenho vergonha de ser brasileiro e uso a cidadania italiana que tenho direito pelo lado paterno.
Pelo bem estar de seus filhos e netos, saiam deste país o mais cedo possível.
Rápido, curto, grosso, e objetivo! Comentário perfeito e que expressa o pensamento do brasileiro esclarecido.
ExcluirBoa tarde a todos.
ResponderExcluirOlhando da quarta foto até a sétima, me faz lembrar de Dresden.
Parece até que sofreu algum bombardeio.
Para mim o Brasil acabou faz tempo, se é que um dia isso aqui foi alguma coisa.
A terra é boa. A sociedade brasileira é monstruosa.
Oxalá fosse Dresden, onde a cidade foi reconstruída tal como era. Já pensaram se fizessem um novo prédio tal como vimos anteriormente?
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