O
canal do Mangue foi construído em meados do século XIX pelo Barão de Mauá. O
canal vai da Ponte do Aterrado (ou dos Marinheiros) até a Praça Onze. É parte
do braço de mar chamado Mangal de São Diogo.
O
canal servia para escoar a água da chuva e dar saída aos rios que desaguavam
por ali. Com o gradil colocado e o plantio de 700 palmeiras nas vias marginais,
como é possível ver em fotos antigas, o local ficou muito simpático.
Na
década de 40 do século XX, na administração do Prefeito Henrique Dodsworth, se
iniciou a abertura da Av. Presidente Vargas, que viria a incorporar a antiga
Avenida do Canal do Mangue e ligar a Doca da Alfândega com a Praça da Bandeira.
Na
construção da Presidente Vargas, como conta P. Berger, derrubaram-se 525
prédios e desapareceram diversos logradouros como o Largo de São Domingos, a
Praça Lopes Trovão, as ruas General Câmara, São Pedro, Senador Eusébio,
Visconde de Itaúna e travessa Bom Jesus. Demoliram-se também as igrejas de São
Pedro, do Bom Jesus do Calvário, de São Domingos e de N.S. da Conceição.
Nas
fotos de hoje, da década de 50 e do acervo do Correio da Manhã, vemos aspectos
desta via.
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A Ponte dos Marinheiros fica onde passa a linha da Central do Brasil, pelo menos era o que eu sabia. Então pergunto, o restante canalizado, entre a Ponte e a Baía, tinha sido realizado anteriormente?
ResponderExcluirNa foto do Café Paulista, os lotações são Mercedes-Benz, talvez seja a foto mais recente entre as cinco.
Quanto aos carros, na foto da Central, uma Mercedes-Benz 170 dos anos 50 (tem porta-malas) e um carro inglês do final dos anos 40, Austin 16 possivelmente.
Na foto 4, um Renault Juvaquatre Fourgonette, um Chevrolet 51 e, mais atrás, um Henry J, junto com lotações Chavrolet 1948, boca de sapo. E, na foto do bonde, um carro americano do começo dos anos 30, talvez um Hudson 1933, com certeza o Gustavo vai saber dizer.
O carro da foto 5 não seria um Graham-Paige?
ExcluirPode ser, não é GM, nem Ford, nem Chrysler. Conheço pouco essas marcas que desapareceram.
ExcluirEsse trecho já foi do apogeu ao caos. Ainda restam pouquíssimas Palmeiras das que existiam originalmente. Mas sempre deu impressão de ser um valão de detritos a céu aberto e rota de fuga do presos da extinta penitenciaria Frei Caneca. Mas para que serve mesmo esse canal? Descargas de águas pluviais ou esgoto?
ResponderExcluirFica muito claro, a partir das fotos, que a destruição da fabulosa colunata quádrupla de palmeiras imperiais que tanto encantava os visitantes da nossa cidade foi obra intencional dos governantes.
ExcluirAo que eu saiba, acontecia que as palmeiras já eram muito antigas e algumas caíram na via, provocando vítimas em veículos que transitavam no local. Por isso elas foram retiradas.
ExcluirFotos sensacionais. Esses resíduos de tábuas seriam das arquibancadas dos desfiles?
ResponderExcluirA respeito do comentário do biscoito, o Renault da foto era um carro de estilo completamente diferente dos outros carros, como sempre foram os franceses. Hoje está tudo igual,,,
Dos mais de 500 prédios demolidos para a abertura da Presidente Vargas, outros tantos também vieram abaixo nas ruas paralelas como a General Pedra, Afonso Cavalcante, e outras mais durante as reformas dos anos 70.
ResponderExcluirBom Dia! Na foto 5, no poste,uma caixa de ferro com um aparelho da antiga CTB. Lembro de caixas como esta nos pontos de taxis, para uso exclusivo dos mesmos. Todas tinham fechadura com chave. Como não tem ponto de taxi , o que ela está fazendo no local?
ResponderExcluirBela série de fotos, com destaque para a foto 2, que mostra um pouco da Praça XI ainda com sua configuração anterior à construção da Av. Pres. Vargas, embora reduzida pelas pistas cheia de veículos, o que afastou o povo em seu dia a dia. Hoje nem parece uma praça, embora ainda exista oficialmente.
ResponderExcluirOnde estão os carros estacionados à 90°, ficava a Escola Benjamim Constant, transferida para a Pç. Marechal Hermes, no Santo Cristo. Pela fotos antigas que já vi a escola saiu antes das obras da grande avenida, talvez pelo aumento do cheirinho do canal, quem sabe?
O canal é para regular o movimento das águas, inclusive da maré, que represa as pluviais, fluviais e outras mais, se houver.
Se não me engano a construção do canal na Francisco Bicalho é do início do século 20.
As tábuas da foto 4 devem ser das obras mostradas, pois acho que estão longe dos locais de desfile de escolas de samba dos tempos da Pres. Vargas.
O ponto de táxi do telefone que aparece na foto 5 deve ter sido removido por conta da obra que aparece na foto.
Bonde Coqueiros para mim é novidade, nunca tinha reparado em fotos e nem no site Bondes do Rio do Hélio Ribeiro. Vou pesquisar como dever de casa.
O bonde "Coqueiros" tinha seu terminal ou "rodo", no final da Rua dos Coqueiros, onde se situa atualmente a "boca" de entrada do Túnel Santa Barbara. A linha Coqueiros e a Itapiru Barcas foram das primeiras a serem extintas em 1963 para a abertura do túnel.
ExcluirA Presidente Vargas e o Canal do Mangue tinham "vida própria e eram núcleos populacionais bastante numerosos. A região era conhecida como "point da saliência" e curiosamente havia numerosas famílias que conviviam "pacificamente". Da região limítrofe de Praia Formosa ainda existem resquícios que ainda podem ser vistos no final da Rua Pedro Alves, uma região que parou no tempo. Existem rumores de que a linha do VLT será estendida para fazer conexão com a estação Cidade Nova do Metrô, algo em torno de 800 metros.
ResponderExcluirNo centro da primeira foto vemos "de cara" o prédio de apartamentos que existia na esquina da Rua Machado Coelho, principal via de ligação do Estácio com a Presidente Vargas e por onde escoava todo o trânsito oriundo da Tijuca e Grajaú. O prédio cinza ao fundo é o hospital da "Força Pública" e vinte metros adiante existia a rua Pinto de Azevedo, principal foco da P... e que "no papel" ainda existe. Em toda a região mencionada, existem agora o "Piranhão" e o prédio dos Correios. Ainda na primeira foto, é preciso mencionar as casas de fogos ali existentes, das fábricas "Adrianino" e "Caramuru"". Quem lembra da região como era percebe o imenso vazio que ali ficou. Quando eu tinha meus quinze anos, arranjei uma namorada que curiosamente morava na travessa Guedes, uma rua sem saída que começava exatamente no meio da Machado Coelho e ficava exatamente "no olho do furacão". Até a moça explicar que ela e a família nada tinham a ver com o "entorno", foi um custo. Mas pude perceber que ali moravam famílias decentes e em muitas das ruas e travessas que não pertenciam ao "baixo meretrício", havia lares decentes.
ResponderExcluirNo Governo Lacerda, as grades do Canal do Mangue foram retiradas, não lembro mais a justificativa. Alguns pedaços dela vieram parar aqui na Ilha do Governador, onde servem de proteção aos pedestres sobre o Rio Jequiá ( ou o que sobrou dele...), no Cacuia.
ResponderExcluirA mesma pergunta: Águas pluviais ou esgoto ?
ResponderExcluirTeoricamente, o canal servia para descarga de águas pluviais e desaguadouro de alguns rios. O que não significa que esgoto também não viesse a reboque.
ExcluirO Saco de São Diogo se estendia até a Ponte dos Marinheiros. Em sua margem, onde hoje passa a rua Pedro Alves, ficava a Praia Formosa. O nome foi revivido com a estação terminal do VLT. As oficinas da Supervia próximas também têm o nome de São Diogo. O Mangal era o fundo do Saco, se estendia onde foi construída a Avenida do Mangue, que hoje é a Presidente Vargas. O Saco foi aterrado na construção do Porto, onde foi construída a Francisco Bicalho.
ResponderExcluirO nome não foi "revivido", já que onde funcionam o terminal do VLT a rodoviária de ônibus urbanos, existia a grande estação terminal de carga de Praia Formosa e que foi desativada no início dos anos 2000 e demolida em 2010.
ExcluirBoa tarde ! Uma curiosidade. Me lembro que, naquele tempo, as marcas dos cafés, em pó,eram regionais. Os cafés vendidos no Rio tinham nomes diferentes daqueles comercializados em São Paulo, por exemplo. Lá em casa, durante uma certa época, usávamos o Café Paulista (será que o mesmo também existia em São Paulo ?) Depois, passamos para o Café Palheta. Mais tarde, para o Madame D'Orvillier. Durante uma certa época, foi a vez do Café Moinho de Ouro (aquele cuja propaganda falava em "Já no tempo dos barões era servido nos salões. Café Moinho de Ouro !!!). Tempos depois passamos para o Café Melitta. Me lembro que em São Paulo, um dos cafés mais conhecidos, na década de 50 (ou por aí), era o Café Caboclo, que só foi aparecer, no Rio, muitos anos depois...
ResponderExcluirCuriosidade, aos 8 anos fui atropelado por uma F-100 do Café Caboclo. Na frente de casa e na frente da minha mãe. O motorista socorreu e me levou para a Assistência. Fratura dos dois ossos do braço direito, sem sequelas até agora.
ExcluirFoto 1: À direita vemos as esquinas da Rua Fonseca Lima, Travessa Miguel de Frias e a Rua Miguel de Frias. E o canal já estava bem assoreado nessa época.
ResponderExcluirFoto 3: A primeira esquina que vemos é a da Rua Comandante Maurity.
Foto 4: Essa ponte fica em frente à Marquês de Sapucaí.
Foto 5: Trecho logo após a Marquês de Pombal.
Nunca fui fã de café.Embora um ramo da família esteja ligado à plantação do mesmo.
ResponderExcluirBelas fotos!
ResponderExcluirMoro na Cidade Nova e o que percebo é que nao sobrou nada da velha Cidade Nova. Uma pena, pois esses registros são de uma riqueza incrível. Embora não tenha conhecido é como se voltasse no tempo.