Pouca
gente conheceu estes cinemas que ficavam na Avenida Atlântica, no Leme.
Na
primeira foto, de 1955, vemos o CINE LEME que funcionou na década de 50 na
Avenida Atlântica nº 290-B. Tinha 500 lugares. Hoje ali funciona o “Marius
Degustare”.
Na
segunda foto o prédio mostrado na fotografia abrigava em seu térreo o Bar
Alpino e, no segundo andar, o CINE DANÚBIO. Ficava na Avenida Atlântica nº 570 (antigo
nº 142), no Leme. O pequeno cinema tinha 250 lugares e funcionou de 1952 a
1960. Era um risco frequentar este cinema, pois, funcionando sobre o forro do
bar, tinha como único meio de acesso uma escada de dois lances, de um metro e
vinte de largura. Não tinha qualquer instalação ou extintor de incêndio para
uma emergência.
Já
o Bar Alpino, do alemão Johann Krips, sucedeu outro com o mesmo nome e do mesmo
dono que ficava na Rua Gustavo Sampaio nº 91, com frente também para a Avenida
Atlântica. Como o bar original estava ficando pequeno para a freguesia, Hans
Krips comprou o terreno da Rua Gustavo Sampaio nº 161 e mandou construir em
estilo chalé suíço, com frente para a Avenida Atlântica, o novo Bar Alpino que
foi inaugurado em 07/07/1931. Ali era servido um dos melhores chopes do Rio. Em
1962 começou a ser construído neste local um edifício que, em homenagem ao bar,
recebeu o nome de Edifício Alpino-Leme.
Curiosidade:
O “Correio da Manhã” de 17/05/1932 dá conta do falecimento de Hans Krips: “Entre
a montanha e o mar, installou, há vários anos, Hans, seu estabelecimento
alegre, de acordo com a jovialidade do seu espirito sempre moço. Denominou o
negocio de Bar Alpino. E, originario que era tudo ali revestia a recordação
latente: a montanha, o mar como um grande lago, a decoração regional, a
orchestra de instrumental typico, executando musicas e letras nostálgicas e sentimentais,
e, completando o ambiente, elle proprio trajava segundo o figurino da terra
natal. O lema do Bar Alpino era: “Bebendo cerveja, morre-se. Não bebendo,
morre-se. Devemos beber...”.
O
falecimento de Hans Krips ocorreu no Hospital dos Estrangeiros, situado no
ponto elevado do Morro do Leme. O alegre proprietário sofrera uma operação de appendicite
um tanto retardado, quando já havia supuração. Deixa viúva a sra. Carolina Krips
e um filho único.
Poucos
dias após o enterro a viúva publicou anúncio no “Correio da Manhã”: “A VIUVA
KRIPS tem a honra de communicar aos seus prezados amigos e freguezes que
reabrirá o seu estabelecimento no dia 19 do corrente. Envidará todos os seus
esforços no sentido de corresponder á preferencia que tem sido dispensada ao
seu referido estabelecimento, quando sob a direcção do saudoso Hans e serve-se
deste ensejo para mais uma vez agradecer ao illustre publico a confiança com
que a tem distinguido, certa de que esta não lhe será regateada para o futuro”.
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Do cinema Danúbio já tinha ouvido falar mas do cinema Leme não. Se hoje seria enorme com seus 500 lugares, naquela época devia ser considerado pequeno.
ResponderExcluirQuanto ao Hans acho que o Belletti, o Lino e eu concordamos com o lema dele quanto à cerveja.
Bom dia!
ResponderExcluirO que me chamou a atenção foi a referência ao Hospital dos Estrangeiros. Sempre achei que esse hospital era o mesmo que fica na Carlos Peixoto/Ladeira do Leme.
Sendo a cerveja de boa qualidade (uma belga por exemplo) o lema se aplica sem dúvida.
ResponderExcluirQuanto ao cinema só sobe do Danúbio como o Plinio.
Não conheci o cinema mas conheci o filho do dono. Ex morador do Leme ele tem um apartamento na r. Gustavo Sampaio que aluga regularmente. Foi quando procurava um imóvel que o conheci. Muito simpático (não lembro seu nome) ele é o proprietário do Cine Íris, na r. da Carioca. Em conversa informal me identifiquei como frequentador antigo do bairro e oriundo do patrimônio histórico, além de interessado na história da cidade. Por essas razões fui gentilmente convidado para conhecer alguns detalhes daquela sala de exibição, inclusive de um antigo sistema de climatização que ainda estaria guardado no depósito do cinema. O tempo passou e não realizei visita. Há pouco tempo vi outro anúncio de locação do imóvel e lembrei desses fatos que foram registrados em postagem passada.
ResponderExcluirBom Dia! A construção do Cine Danúbio lembra uma estação ferroviária.
ResponderExcluirTenho que dizer que fui várias vezes ao Cine Danúbio, inclusive para ver uma vez um show do Carequinha. Destaque para a bilheteria, que era (pelo menos nessa vez) uma mesa com uma caixa de charutos onde o caixa guardava o dinheiro. Era um "poeira", como se dizia antigamente.
ResponderExcluirQuanto ao bar Alpino só lembro daquele de Ipanema, no Jardim de Alá, que frequentei muito. Curiosamente nunca vi uma foto dele em algum lugar. Era um "point" famoso, com grande movimento e ainda ficava ao lado do também famoso "Postinho" na esquina da Vieira Souto. Por que será que não há fotos dele?
Boa tarde ! Ao ver a 2ª foto, logo imaginei se tratar do estabelecimento citado pelo "Anônimo" que, também, deve ter sido de um alemão. Seu nome também era Bar Alpino ? Apesar de ter ido lá várias e várias vezes, não me lembro de seu estilo, pois, reconheço, sou péssimo observador. Mas acho que o Dr.D já fez uma postagem com o local que achei que era o postado hoje...
ResponderExcluirPlinio,por certo o Sr.Hans sabia das coisas e a viúva soube manter a cerveja e fazendo a alegria de consumidores.Imagine o verão brasileiro sem uma gelada ou mesmo mofada.
ResponderExcluirBoa tarde a todos. Já não se faz mais bares como antigamente, o dono morre, mas a viúva mantém a tradição. Hoje já apareceria um monte de novos fregueses, querendo dar um ombro amigo para a viúva chorar. Do resto tudo igual.
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