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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

CONTRASTES


 
O “post” de hoje mostra a desigualdade que sempre existiu no Rio. Com uma foto de Genevieve Naylor (estupendamente colorizada pelo Reinaldo Elias) e outra do acervo do Aguinaldo Silva vemos o Rio das décadas de 30 e 40.
Enquanto tudo é “glamour” na foto em frente ao Copacabana Palace, outra realidade do Rio aparece na foto da Lagoa.
O prezado Francisco Patrício, que publicou a foto das crianças no Facebook, informa que ela é de dezembro de 1930.
Segundo ele "a foto mostra diplomatas uruguaios posando com um conjunto de crianças negras. Mas enganam-se os que julgam existir algum sentimento de compaixão no gesto. É chocante a evidência da miséria nos rostos infantis. Atentem à expressão de profunda infelicidade resignada da menina do lado esquerdo da foto."
Continua o Patricio: "O convite às crianças para as fotos foi mesmo pelo lado “exótico” – esta imagem consta de um álbum fotográfico que narra a visita dos diplomatas ao Rio e a São Paulo. Junto das fotos há um cartão do álbum que tinha algo como “fulano teve a ideia de chamar uns “negritos” para tirar umas fotos!” mostrando “un ejemplar genuinamente típico de la región.”

19 comentários:

  1. Uma vergonha sem dúvida.
    Tanto os uruguaios como argentinos se gabam de não ter negros em sua etnia. Isso é fato.
    Quanto a desigualdade entre os cariocas como pode se ver pelas fotos ,vem de longe e nunca acabará.

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  2. O assunto é espinhoso e sua abordagem não pode se revestir de eufemismos. O fato é que o problema remonta ao Século XVI. A cena da primeira foto pode ser vista atualmente em toda parte e em progressão geométrica, com a agravante de que o Estado ao invés de combater o problema, ainda "lucra" com a sua existência de diversas formas. As ruas da Tijuca, do Centro, e da Zona Sul, estão repletas de famílias morando, comendo, fazendo suas necessidades, e até tendo relações sexuais nas calçadas. Quanto ao atraso evidente das populações negras, continua a ser um erro atribui-lo à tardia abolição da escravidão no Brasil, já que é de domínio público que em países africanos, por exemplo, não existe a presença do elemento branco como causa para o atraso do negro, e entretanto tal atraso é evidente. Mas este blog não é o espaço adequado para o aprofundamento da discussão do tema, já que o mesmo é de difícil abordagem, ainda que para uma discussão isenta de opiniões tendenciosas.

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  3. Não costumo comentar, mas é chocante essa primeira foto. Chocante pela miséria explícita numa simples foto. Chocante pelo contraste social entre os "distintos" senhores e os "negritos". Chocante pela motivação da foto. E depois de quase 100 anos, pouca coisa mudou!

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  4. Esta brutal desigualdade é terrível. Também acho o assunto polêmico e difícil de discutir aqui.
    Louvo a qualidade das fotos, que mostram que pouco mudou.
    Quantos não somos, em maior ou menor grau, co-responsáveis?

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  5. Concordo com os comentaristas; assunto polemico e dificil discussão e solução,mas tive uma colega negra nos anos 80 e quando íamos almoçar juntos eu era mais discriminado do que ela.
    Realmente uma vergonha.

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  6. O interesse pelo "exótico" subsiste nos dias atuais. Prova disso são os "safaris turísticos" promovidos pelas agências de turismo receptivo em tours pelas ditas "comunidades" do Rio. Também não passa de "segredo de polichinelo" a arrogância com que "los hermanos", particularmente os argentinos, tratam nossos nacionais. Fui testemunha de manifestações deste tipo durante toda a minha existência e, mais recentemente, durante a Copa do Mundo de Futebol aqui realizada. Quanto às diferenças sócio/econômicas concordo que o tema pede exame mais apurado diante das variáveis filósofo/políticas. O que para mim não restam dúvidas é o fato de que, dentro de uma visão em perspectiva da história da humanidade, ficou cabalmente demonstrado que nenhuma solução de força, ou equivalente, sob qualquer matiz ideológico, foi suficiente para dissipar essas desigualdades. Sonho que talvez um dia se possa exercer com todo o equilíbrio a sonhada justiça fiscal, com a consequente distribuição de renda, ainda que em Pindorama esse futuro possa parecer cada vez mais distante.

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    1. (correção)...almejada justiça fiscal...

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  7. Bom dia.
    É sempre bom lembrar que o olhar que dirigimos a imagens ou situações de outras eras deve conter um filtro que situa aquela cena no contexto da época. É difícil,l para quem tem a consciência de que cenas assim revelam perversidade e injustiça, não julgar com os valores da atualidade. E mesmo assim, sabe-se, diariamente, de crimes e injustiças semelhantes, cometidas em cenários semelhantes. Mas há discursos que mascaram esses fatos.
    Naquele contexto, lamentavelmente, isso era visto com naturalidade. Assim como durante muito tempo acreditava-se que indivíduos de alguns grupos étnicos não possuíam uma alma. Com o tempo, e com a contribuição da ciência e de muita informação, essa nuvem de ignorância foi sendo dissipada; muitos desses conceitos foram revistos e abolidos.
    À parte manipulações de cunho ideológico, o bom senso nos ensina que fatos dessa natureza devem ser combatidos, sempre.
    Mas a humanidade ainda se encontra muito longe de um tempo tranquilo, harmonioso e justo.
    As fotos da Geneviève Naylor são preciosas. O talento de Reinaldo Elias fez delas excelentes registros desse tempo passado.

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  8. A exploração politica pobreza sempre foi acentuada no Brasil por diversos motivos nos últimos 30 anos, principalmente visando "vantagens eleitorais. Com o objetivo fé auferir votos, políticos criaram leis que privilegiam "minorias", entre as quais os negros, sendo as cotas raciais uma delas. Mas nada disso teve resultado prático, já que o principal não foi implementado:o ensino público de qualidade. Com isso o que se vê é o número assustador de favelas onde a quase totalidade de moradores é composta de pretos e pardos. Nos presídios, nas ocorrências policiais onde a proporção de negros e pardos é assustadora, e no número de homicídios, onde segundo estatísticas da Anistia Internacional, 92% das vitimas é composta de negros e pardos. Esses índices negativos acabam ocasionando sentimentos de racismo em grande parte da população.

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  9. Bom Dia! Comentar a foto 1 sem conhecimento Espirita fica difícil

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    1. Mauro xará, perfeita a sua colocação. O livro "Os exilados de capela" explica parte desse problema. A lei do Karma explica o resto...

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  10. Pela baixa taxa de fecundidade em alguns séculos as populações brancas estarão extintas(o Uruguai bem antes disto). Esta antiga foto ilustra bem a tendência atual.

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  11. Estes tours pelas favelas são abjetos. É como se programar para uma visita ao zoológico para ver espécimes raros. Na minha opinião deviam ser proibidos.
    Vendo estas fotos vemos o quanto falta para que a humanidade se torne mais "humana". Mesmo considerando o que a Nalu escreveu é uma situação absurda. Quando vemos filmes como os que contam a história na África do Sul ou nos Estados Unidos, nas colônias europeias na África e por aí vai, coisas acontecidas há poucas décadas, vemos como o problema é grave.

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  12. Pois é, o Rueda foi cuidar da vida e chegou o Carpegiani e na troca pelo menos tem um com conhecimento do clube.A pedra parece que estava cantada mas o coro bom é da barca que continua fundeada na Gavea so colocando os que já estavam fora dos planos ou mesmo emprestados. Marcio Araújo parece o único a ter sido lembrado.E as outras encrencas como Muralha,Pará, Trrauco, Gabriel,Geuvanio, Rodolpho,Vaz e muitos outros.Tá na hora da gata miar que o rato tá na escuta.

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  13. Boa tarde a todos. Fotos interessantes, a foto colorizada pelo mestre Reinaldo Elias ficou um espetáculo, porém, ai porém, o tema é bastante polêmico. No Brasil a pobreza e a miséria é coisa pra rico. Quem duvida pesquise sobre o tema.

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  14. Boa tarde a todos.

    É errado supor que não haja negros no Uruguai ou Argentina. Eles existem, mas claro que não na proporção vista aqui. É notória a associação dos brasileiros aos "macaquitos", não só pelos nossos vizinhos. Um filme americano da década de 30 dá engulhos em determinado momento.

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  15. O problema que está começando a "aflorar" no Brasil existe há mais de 300 anos nos EUA, com graves consequências. Muita gente pensa que a Guerra de Secessão, ocorrida entre 1861 e 1865, se deu em razão da abolição da escravatura. Ledo engano! Foram razões econômicas e a abolição aconteceu APENAS por uma circunstância politica em 1863 quando a guerra já acontecia há dois anos. Ao contrário do Brasil, nunca houve exploração politica da abolição em terras de Tio Sam. Cada estado possui suas próprias leis e a discriminação racial existe lá e sem eufemismos, já que a expressão "politicamente correto" não tem o mesmo sentido que aqui. E assim o "clima pesado" lá deixa de ser forte porque tais atitudes são comuns desde sempre. Aqui no Brasil, devido ao "altíssimo nível culturã de seu povo, não sabem diferenciar "racismo", "injuria racial ", discriminação, e "conduta atípica". Daí a confusão que muitos criam por não conhecerem seus limites legais, mas esquecem que "a Lei pune os atos mas não o pensamento". Mas o atraso que existe aqui também existe lá, apenas é encarado "sem meias palavras" ou "cotas raciais". Se quisermos realmente vencer o problema, que se cumpra ao "pé da letra" o Artigo Quinto da Constituição Federal.

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