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sábado, 7 de novembro de 2020

HOTEL AVENIDA
















 



O Hotel Avenida, construído pela Light em 1911, era um dos edifícios mais populares da Avenida Rio Branco e um dos pontos mais movimentados da cidade. No térreo funcionava uma estação circular dos bondes (mais tarde transferida para o Tabuleiro da Baiana, no Largo da Carioca) que trafegavam pela Zona Sul da cidade pertencentes à Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico.

Chamada de Galeria Cruzeiro devido à existência de duas passagens em cruz, ela permitia o embarque e desembarque dos ilustres passageiros com conforto e segurança. Além disso, oferecia bares, restaurantes, cafés e leiterias.

A Galeria Cruzeiro também foi um dos principais cenários do carnaval carioca, concentrando os foliões que chegavam nos bondes lotados e ruidosos.

O Hotel Avenida foi demolido em 1957/1958 para dar lugar ao Edifício Avenida Central, após vários ocupantes do hotel, que lá moravam, travarem uma pequena batalha judicial que atrasou o início das obras em uns 2 anos desde o anúncio que o hotel iria ao chão.

Na época "empreendedores" defenderam a demolição doprédio histórico, patrimônio de uma cidade, com argumentos como “É um prédio velho, cheio de ratos, ultrapassado, feio, inexpressivo, atravancador do progresso".

Em outras cidades, como Paris, é claro que também existiram os especuladores vorazes que queriam a demolição do Hotel Lutèce, por exemplo, para erguer um caixotão de vidro e cimento. Mas lá o "pau comeu" e os espertalhões não tiveram moleza. Aqui a lei do dinheiro falou mais alto.

Quando nos lembramos que até o Parque Lage quase foi transformado numa série de espigões, ideia do Roberto Marinho, o pasmo é rotina. E neste episódio, justiça seja feita ao Lacerda, por pouco não se cometeu outro crime contra a cidade.

Sem dúvida, nosso Rio de Janeiro, sempre foi apetitosa carniça para alguns. Os exemplos são muitos.


12 comentários:

  1. A primeira foto não saiu nítida. Não consegui corrigir na publicação.

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  2. Bom dia, Dr. D'.

    Especulação imobiliária sempre mandou na cidade. Preferiram vários aterros a uma expansão ordenada para oeste. Agora, a própria expansão foi palco de demolições autoritárias ao bel interesse das construtoras e seus apadrinhados políticos.

    Os últimos anos foram pródigos nesse sentido.

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  3. Gostei muito do trecho que diz:Ê um prédio velho,cheio de ratos,ultrapassado,feio,inexpressivo e atravancador do progresso",marca registrada de quem elege o moderno para viver.Gostei porque sou Do Contra.

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  4. Triste e que passam as décadas e nada muda. Agora além da especulação tradicional temos as milícias fazendo o que querem. Sem contar que sabemos que nosso futuro prefeito seja qual for nada fará.

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  5. O Centro do Rio era igual ao das grandes cidades europeias. Hoje o brasileiros, que ainda podem viajar, ficam maravilhados com as construções do Centro de Paris, Viena, Praga, Bruxelas e tantas outras cidades europeias.
    Quanto à especulação, lembro de outro episódio lamentável, de uma construtora que queria construir um condomínio na Prainha

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  6. Construíram no lugar o edifício Avenida Central, um monumento à mesmice arquitetônica, o precursor de outros monstrengos sem arte, que qualquer orangotango conseguiria projetar, meros paralelepípedos de pé.

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  7. Desconhecia esse episódio envolvendo o Cidadão Kane com o Parque Lage.
    Por que a prefeitura não tomba (sem direito a "destombar") logo determinadas construções? Cadê os vereadores? Desculpem se estou falando besteira ou sendo ingênuo.

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    1. Essa história do Parque Lage está no documentário sobre a demolição do Monroe, com mais detalhes.

      Sobre (des)tombamentos, ocorreram vários no caminho da Transcarioca, incluindo alguns no Largo do Campinho.

      Salvo engano, aconteceu o mesmo na década de 70 com o Jockey e Derby Club na Rio Branco.

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  8. Curiosidade ==> o Luiz d'Arcy citou o hotel Lutèce, em Paris. Isso me lembrou que os romanos, ao chegarem à região de Paris, encontraram uma vila de pescadores à margem do rio Sena. As cheias desse rio deixavam lamacento o local. Por isso, os romanos deram à vila o nome de Lutetia (pronuncia-se Lutécia), palavra derivada de lutum (lodo, lama).

    Posteriormente, os gauleses se revoltaram contra os romanos e a tribo de Lutetia, os Parisii, aderiram à revolta. Com a vitória dos romanos, Lutetia foi destruída e os vencedores resolveram construir uma nova cidade, chamada "civitas parisiorum" (cidade dos Parisii). Daí o nome atual de Paris para a antiga Lutetia.

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  9. Na penúltima foto, ainda nos tempos doa calhambeques, já não existiam as coberturas de telhas, prolongamentos da parada de bondes, substituídas por lajes onde instalaram varandas para bares e cafeterias.

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  10. Até surgir os modernos bondes chamados VLT esse tinha sido o único ponto de bonde na Rio Branco.

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  11. Amigo, a segunda foto não é do Hotel Avenida nem de sua Galeria Cruzeiro e sim da calçada do Bar Sympatia, localizado no térreo da Igreja N. Sra. da Conceição e Boa Morte, na esquina da Rua do Rosário.

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