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domingo, 31 de janeiro de 2021

DO FUNDO DO BAÚ - COISAS ANTIGAS

Década de 1950 - Era obrigatório a compra e o uso destes cadernos no Colégio Santo Inácio. O papel interior era ótimo, mas o uso destes cadernos acabou no início dos anos 60. Foram substituídos por cadernos do Ministério da Educação, fabricados pela FENAME (Fundação Nacional de Material Escolar). PS: não sei a razão da sigla ser Fename. Não deveria ser Funame?).

Década de 1950 – as lições do "Pequeno Manual de Civilidade", adotado no Colégio Santo Inácio, nos ensinava a se comportar socialmente, em meio a risadas abafadas pelo insólito das lições. A lição 46, por exemplo, falava do nariz: “este órgão deve ser tratado com cuidado especial; ninguém ignora que ele pode ser um foco de infecção, de pestilência e de micróbios perigosos, se não houver com ele o asseio e o tratamento exigidos pela higiene e os bons costumes. O nariz é um laboratório químico; seja sempre limpo. É repugnante e intolerável ver uma pessoa, criança ou não, introduzir os dedos no nariz. Além de repugnante é muito perigoso, porque não raras vezes produz uma irritação que aos poucos vem a ser uma ferida que desprende cheiro fétido, insuportável. Um dos atos que todo homem educado deve executar com atenção é usar discretamente do lenço para a limpeza do nariz; no entanto, poucos são os que o fazem com civilidade. Primeiro, deve-se usar somente um lenço limpo; segundo, desviar-se das pessoas com que se fala; terceiro, não o fazer com estrépito, nem ruído inconveniente; quarto, não desdobrar o lenço à guisa de bandeira; quinto, não olhar, em companhia, o muco nasal; sexto, dobrar o lenço de modo que os cantos envolvam o centro; sétimo, não segurar o lenço na mão durante uma conversa, nem o deixar em cima de uma mobília: mesa, piano, banco ou cadeira. O espirro é um reflexo involuntário. É próprio dos fátuos e dos caipiras espirrar com estrépito, querendo, por um barulho inconveniente, mostrar a força de seus pulmões. Deve-se espirrar abafando o espirro no lenço, e se o movimento for muito súbito, a mão ao menos deve servir de anteparo à boca. São inconvenientes, não só em sociedade como em toda parte, os trejeitos com as bochechas e o nariz; assim também são detestáveis pigarrear, fungar, rosnar, roncar, etc.: todos estes ruídos devem ser absolutamente evitados”. Nestes tempos atuais, de absoluta falta de civilidade, como faz falta este livro. 

Década de 1960 – a elegante caneta Parker 51 (ou 61?) recebida num aniversário.

Década de 1970 – meu primeiro passaporte, de capa dura, de tamanho maior que o atual, expedido pela Secretaria de Segurança Pública - Instituto Felix Pacheco, e o Certificado de Vacina contra varíola, obrigatória naquela época e feita "com vacina liofilizada ou líquida preparada conforme as normas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde". A vacina era aplicada pela Secretaria de Saúde - SUSEME, do Estado da Guanabara, credenciada pelo Ministério da Saúde de acordo com o Decreto nº 57.394/65. 


Década de 1960 - Cedo percebi a necessidade de aprender inglês. E uma das formas encontradas foi fazê-lo através das revistas em quadrinhos. Estas quatro aí de cima, que ainda repousam junto a tantas outras em meu baú, foram compradas numa grande banca de jornal que havia na esquina da Av. N.S. de Copacabana com a Rua Santa Clara, junto à loja Barbosa Freitas.

22 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Hoje o uso desse caderno do CSI seria considerado venda casada...

    Não tenho passaporte porque nunca saí do país. Tenho alguns livros e revistas em inglês e ainda compro alguns passatempos para não enferrujar. Meu desempenho acredito estar na média. Me enrolo em alguns temas, como cenas do cotidiano, mas uso um dicionário ilustrado que me ajuda.

    Sobre os demais itens, só acompanhando os comentários.

    Os meus cadernos escolares geralmente eram comprados em postos do MEC, assim como outros materiais. Lápis, canetas, borracha, etc.

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  2. Eis uma publicação que deveria ser obrigatória nas escolas públicas e privadas desde o primeiro. É o mínimo que se poderia fazer. Evitaria futuras cenas deprimentes como a que eu assisti um dia desses e que infelizmente são comuns. Um cidadão nordestino em frente ao McDonald's da Barão de Mesquita simplesmente assoou o nariz pressionando a narina direita com o polegar direito e "expeliu o ar com força": a "ostra" atingiu um casal que vinha passando e a situação ficou tensa. Práticas semelhantes como escarrar na rua, cuspir no chão, e utilizar "banheiros 111, também são comuns. Mas o que fazer? Bons hábitos e boas práticas se adquirem em idade tenra.

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  3. Parker 61. A 51 não tinha o metal incrustado na ponta.

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  4. Bom dia a todos. Esse Manual de Civilidade seria bastante útil nos dias de hoje, deveria ser distribuído dois exemplares por aluno, uma para o próprio e outra para os pais. Caneta Parker 51 cheguei a ganhar uma do meu pai quando era adolescente, não sei que fim tomou. Material escolar lembro de minha mãe comprar na Casa Matos ou Casa Cruz no Largo de São Francisco quando ainda estava no primário, já no ginásio eu mesmo ia lá comprar. Gibis sempre os li em Português, curso de Inglês só comecei a fazer quando já estava terminando o ginásio.

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  5. Parker 61. A 51 não tinha o metal incrustado na ponta. A vacina da varíola era dada no posto da praça XV.

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  6. Lembro que nos anos 70 eram obrigatórios a vacina (a origem) contra varíola, também a abreugrafia e talvez até mais algum procedimento médico, para matrícula em escola, acesso à piscina de clube, trabalho e outras coisas mais. Em 1974, após a surpresa de um surto de meningite, se não me falha a memória teve vacina também. E muito menos lembro se houve necessidade de comprovação após receber a aplicação.
    Que muita gente se assustou com a possibilidade da loucura como sequela isso eu não esqueço.

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  7. Me lembro que meus pais compraram uma caneta Parker 45 (acho), muito mais barata que a 51 ou 61. Muitos anos depois ganhei de presente da minha madrinha,bem abastada, um jogo de canetas tinteiro e esferográfica Parker, em prata quadriculada e clip dourado. Ainda tenho.

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  8. Tudo útil. Caligrafia, civilidade, caneta,revista. Tudo físico, material. Hoje tudo imaterial. E do objeto se guarda a imagem, mas hoje não se guarda memória de nada. Tudo descartável.

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  9. Quanto à caderneta escolar (que imagino corresponda à primeira foto de hoje), tive uma no Colégio Pedro II, durante o ginasial. No científico, não me lembro se havia.

    Quanto ao manual de civilidade, já há algumas décadas vivemos na Era da Liberdade Total, do Narcisismo e do Egoísmo. Um manual daqueles seria considerado um insuportável atentado à liberdade dos petizes e certamente proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que proíbe toda e qualquer medida que vá contra os desejos dos seus protegidos, sejam esses desejos quais forem: matar, apedrejar, estuprar, falar palavrões, agredir, etc. Nada pode inibir esses desejos legítimos das crianças e dos adolescentes. Um manual daqueles teria contra si o MP e os defensores dos direitos humanos. E muitos pais também se oporiam. Afinal, seus filhos não podem sofrer nenhuma inibição, pois ficarão traumatizados pelo resto da vida.

    Quanto à caneta Parker (51 ou 61), nunca tive.

    Quanto aos passaportes, em virtude do curto prazo de validade deles, tive três no período de 1981 a 2002, mas emitidos pela Polícia Federal. Da mesma forma e pelo mesmo motivo, tive três cadernetas do tipo Permissão Internacional para Conduzir: duas emitidas pelo Automóvel Club do Brasil e uma pelo Touring Club do Brasil.

    Quanto a atestado de vacinação, em adulto só me lembro de ter tirado um em 2009, por causa do surto de febre amarela.

    Quanto a gibis em inglês, nunca tive nenhum. Nas fotos publicadas, Dennis-Menace, se não me engano, era o Pimentinha aqui no Brasil. Gostava muito dos gibis dele.

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    1. A primeira foto é de um caderno. A caderneta onde se anotavam a frequência, notas, advertências, etc, era outra coisa.

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  10. Uma curiosidade: eu nunca fui de acampar e consequentemente nunca fui sócio do Camping Club do Brasil (CCB) ou associação semelhante. Mas a partir de 1981 fiz várias viagens ao exterior, e em todas elas eu trocava a despesa com hotéis ou pousadas por diárias em campings, e o dinheiro economizado eu gastava alugando carro. Isso me obrigou a comprar equipamento de camping e me habituar às limitações do aficcionado por isso. Mas sou muito adaptável (exceto a maus costumes) e para mim não foi problema.

    Em toda a parte, bastava eu chegar num camping, me registrar e armar minha barraca. Sem maiores burocracias.

    Porém, na Escandinávia a banda tocava diferente, pelo menos quando lá estive, em 1986. Se você não fosse sócio de nenhum camping reconhecido na Escandinávia (o CCB era reconhecido), como era meu caso, ao entrar no primeiro camping de lá você tinha de preencher uma caderneta. A partir daí, ao entrar em qualquer outro camping, bastava você apresentar a tal caderneta, onde era carimbada sua entrada. Não me lembro se fazer a caderneta era pago. Ainda a tenho.

    Vale acrescentar que a sinalização dos campings era primorosa, inclusive dentro das cidades e nas estradas. Nunca tive problemas em localizar o camping onde eu pretendia ficar. E em virtude do frio, muitos deles tinham opção de você armar a barraca, ficar num trailer fixo ou numa cabaninha (normalmente de madeira).

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    1. É claro que isso nunca poderia acontecer no Brasil. E altamente temerário acampar atualmente no Brasil, algo que não acontecia no passado. Tive um tio que "ganhou" em 1958 um terreno na Praia de Saquarema, mas tinha a obrigação de nele construir e assim procedeu, acampando durante a construção. Também no KM 18,5 da então deserta Avenida das Américas dos anos 70 havia o Novo Rio, um clube onde era possível acampar. É claro que ambos os exemplos são totalmente impossíveis atualmente, principalmente pelo perigo ao qual se expõe o usuário, em especial no último exemplo, ficaria exposto a ataques dos criminosos que atuam naqueles selvagens "sertões olímpicos", CDD,
      Curicica, Boiúna, etc.

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  11. Quando fiz o primário minha escola nunca teve uma dessas.Mas a gente tinha educação trazida de casa.

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  12. Sou muito mais novo que a maioria de vocês, mas também estudei no Santo Inácio, guardo ótimas recordações e amigos até hoje.

    Sugestão:

    Dr. D eu vejo muitas postagens sobre coisas antigas, porém, nunca vejo nada sobre música "das antigas", discos ou objetos musicais, seria legal que você e também os comentaristas do blog compartilhassem o que escutavam antigamente, como escutavam, etc.

    Hoje é tão fácil abrir o Youtube e o Spotify e buscar a música que quiser, como era na década de 60 ou 70?

    Abraços!

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    1. Em boa parte do século 20 e acho que até hoje, o pessoal tinha a possibilidade de ligar para a estação de rádio e pedir uma música.
      Nos anos 60 e 70 a preferida dos jovens eram a Rádios Mundial AM. E a Rádio Cidade FM entrou na disputa na segunda metade da década de 70.

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    2. Nos anos 60 as rádio AM que se destacavam na música popular eram a Tamoio, Jornal do Brasil e Mayrink Veiga.
      Outro local para ouvir as novidades era nas lojas de disco. Havia inúmeras por toda cidade.
      Época dos LPs, compactos duplos, compactos simples de 33 rpm. Havia alguns compactos importados de 45 rpm. Tinha acabado de desaparecer os discos de 78 rpm.
      E havia os programas de música ao vivo na TV.

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    3. Havia na rádio Mayrink Veiga um programa chamado "Peça bis pelo telefone". Na primeira parte do programa, eram tocadas várias músicas do momento. Aí os ouvintes iam telefonando para a rádio e pedindo o bis da música de sua preferência. Na segunda parte, esses pedidos eram computados e as mais solicitadas eram tocadas novamente.

      Havia também na década de 1970 e acho que durante muito tempo, na Rádio 98 FM, o programa "Good times", que só tocava músicas românticas antigas. A audiência dele era muito grande.

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    4. vC esqueceu a melhor. MUNDIAL!!!! essa era fera!

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    5. A Mundial foi um pouco depois.
      Músicas na Passarela era a “rival” do Peça Bis

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  13. Feliz em conhecer o Candeias no The Voice mais.

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  14. CANDEIAS NO THE VOICE!!! Imaginei que seria perfeito mas foi uma grata surpresa. Boa sorte!!!

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  15. Grande alegria ver o amigo Candeias brilhar com “Este seu olhar”.

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