Há muito tempo não recebo uma carta. Esta ainda está guardada aqui. É de 1974.
A carteirinha de sócio-remido do Automóvel Clube do Brasil é lembrança dos velhos tempos em que se precisava de socorro nas ruas, entre outras facilidades, e não havia o atendimento das seguradoras de automóveis.
Os LPs do Simonal ainda estão aqui, embora o Spotify contenha todas essas músicas.
Apostila preparada em parceria com meu grande amigo Renato, quando dávamos aula no Curso Pinheiro Guimarães. Este império da Educação começou com duas pequenas salas num prédio comercial de Ipanema e se expandiu de maneira notável.
Bom Dia! A caixa destinada a correspondências, todos os dias fica cheia de panfletos. Até a pouco tempo uma pessoa que os colecionava passava de vez em quando para leva-los. Como ela não tem vindo mais,agora o destino dos mesmos é o lixo. Tenho até hoje a carteira do Touring, Nunca usei o ACB.
ResponderExcluirAinda tenho cartas recebidas de antigas namoradas. Enviar cartas atualmente está "em desuso" mas há exceções: notificações extrajudiciais podem ser enviadas pelos Correios. ## Os seguros veiculares tornaram essas associações obsoletas. ## Discos do Simonal tenho alguns em MP3. Foi uma das melhores vozes da MPB que teve um fim melancólico, ajudado pela midia que o apontou injustamente como "delator a serviço da ditadura militar", que nada teve com a conduta criminosa praticada pelo cantor. Uma pena...
ResponderExcluirNem lembro de correspondência com namorada, parentes e/ou amigos. Meu irmão é que recebia muitas pois teve namorada que morava longe. As que eu tive eram por perto e bastava alguns "torpedos" em pequenos pedaços de papel.
ResponderExcluirCheguei a guardar alguns folhetos de programação de cinema, mas já sumiram durante alguma faxina ainda nos tempos de solteiro.
Dos filmes relacionados acima assisti O Dirigível Hindenburg e O Estranho no Ninho, filme que nos anos 70 levou os 4 principais Oscars, coisa que até então só tinha acontecido umas 4 décadas antes.
Esse Tulipa Negra pelo título eu não consigo lembrar, mas já assisti filme com Alain Delon e Virna Lisi.
E o filme da Sylvia Kristel eu não vi, mas deve ser bem mais comportado do que Emmanuelle, pois já estava em cartaz no ano de 1976, três anos antes do fim da censura mais rigorosa.
Dos LPs do Simonal só o Alegria, Alegria alguém comprou lá em casa.
Todos os temas merecem algum tipo de registro factual ou curioso mas vou me ater somente aquele que considero ainda um gerador de controvérsias. Sem entrar no mérito do incontestável talento do cantor Wilson Simonal, que cedo conheci desde década de 60 (eu estava na entrega do prêmio de revelação de cantor no auditório da AEC-RJ), tive a oportunidade de acompanhar sua carreira artística não só pela mídia da época como também pela proximidade com o mundo da música, particularmente por ter atuado como músico amador (percussionista) em casas noturnas de um Rio boêmio que não mais existe.
ResponderExcluirPara quem tem a curiosidade de saber mais detalhes sobre o rumoroso caso em que o cantor se envolveu basta assistir o bem realizado documentário "Ninguém sabe o duro que dei", de 2009, disponível também no canal You Tube. https://www.youtube.com/watch?v=ItVY5xs3_VM Os depoimentos são bastante esclarecedores, inclusive daquele que teria sido vítima de constrangimentos e agressões por ordem do cantor. Apesar das tentativas da defesa não nos parece haver dúvidas quanto aos fundamentos do consequente indiciamento.
As questões que ainda permanecem são as concernentes ao suposto engajamento do artista aos conceitos e atitudes inerentes ao regime militar então vigente. Aqui posso dar um depoimento pessoal. Nunca foi segredo para aqueles que conviviam com Simonal que este propalava aos quatro ventos possuir uma identificação, ou algo semelhante, que lhe teria sido concedida pelo SNI, o famigerado Serviço Nacional de Informações. Apelidado de "monstro" por seu próprio criador, o Gal. Golbery do Couto e Silva, também era conhecido por não se utilizar de um critério rigoroso na seleção de membros para suas hostes, como foi revelado em anos posteriores. Desse modo não seria surpresa que um integrante do mundo das artes fosse portador de um instrumento de identificação dessa infame e extinta instituição.
Mas há outro fato que poderia corroborar as suspeitas das clandestinas intenções do cantor. Durante um bom tempo estive em contato com um conhecido jornalista da época, Irineu Guimarães, (Grupo Manchete e correspondente do jornal francês Le Monde) que apesar de ter sido perseguido pelos regimes de extrema direita desenvolveu relacionamentos cordiais entre alguns de seus opositores, o que lhe rendia informações importantes. Uma delas, que não se opunha a relatar quando questionado, partiu de um delegado do DOPS que recebeu a visita do cantor que teria como intuito denunciar o humorista Chico Anysio como comunista. Ocorre que o tal delegado era fã do Chico e pediu para o Simonal registrar a denúncia por escrito. Feito isso, e sem que o cantor soubesse, o policial distribuiu, sob a condição de sigilo da origem (exigência comum ao regime autoritário), cópias do registro para membros da imprensa, inclusive para o Irineu que nunca se furtou em exibir o documento manuscrito para seus mais próximos amigos. Talvez esteja aí, além da fama da tal carteirinha do SNI, a razão pela qual a imprensa da época passou a censurar as notícias sobre o cantor, levando-o ao inescapável ostracismo.
Por último mas não menos interessante, quanto à questão específica do humorista Chico Anysio cabe lembrar da composição da mesma época, composta em parceria com Arnaud Rodrigues, para a dupla caricata "Baiano e os novos Caetanos", de nome "Vou Bater Pra Tu Pra Tu Bater", em que há a frase : "...um tal cara de DEDO DE VELUDO com o qual não tenho grandes ligações." Suposições à parte, e conhecendo os bastidores dos fatos, são coincidências no mínimo curiosas. No documentário acima sugerido, realizado anos depois, há um depoimento do Chico isentando e/ou defendendo o Simonal. Mas como o humorista tinha o lamentável hábito de defender contraventores e usuários de drogas, até na presença de promotores de justiça (segundo o promotor Biscaya), ficam um tanto suspeitas suas declarações, s.m.j..
Por fim, e sobretudo, a lamentar a perda de um inestimável talento.
O depoimento de Chico Anisio e de outros como Nelson Motta no documentário do Claudio Manoel o inocentam totalmente em relação à classe artística. Quanto ao episódio do contador foi mesmo criminoso. No documentário é curiosa a participação do Jaguar que assumiu ter publicado no Pasquim a denúncia contra o Simonal mas que não tinha nenhuma prova. "Foi de sacanagem mesmo", disse ele.
ExcluirSou o autor do comentário sobre o Simonal. Por descuido cliquei na opção errada.
ExcluirO curioso é que os dois mais enfáticos defensores do Simonal no documentário citado sempre foram conhecidos como usuários de drogas ilícitas. O Chico como consumidor regular de cocaína e o Nelson Mota que recentemente declarou que jamais deixou de fumar maconha. Há muita hipocrisia nessa história.
ExcluirSem entrar em detalhes, o contador de Simonal estava desviando dinheiro das contas do cantor. Simonal tinha amigos policiais que trabalhavam na Delegacia de Ordem Política e Social da Polícia Civil. Combinaram sequestrar o contador para que ele devolvesse o dinheiro. Foram à casa do contador e depois de espanca-lo, já o estavam sequestrando quando a mulher dele viu e denunciou às autoridades policiais. Simonal e os policiais foram presos por extorsão mediante sequestro na "forma tentada". Ficaram presos por algum tempo e em 1974 foram condenados pelo crime pelo juiz João de Deus Mena Barreto
ExcluirChico Anísio teve o septo destruído pela cocaína. O jornalismo "de esquerda" naquela época consumia drogas "aos quilos", principalmente o pessoal do Pasquim.
ExcluirNaqueles anos de chumbo tanto esquerdistas como elementos da repressão eram envolvidos com drogas pesadas. Até um dos principais ícones da ditadura, o delegado Sérgio Fleury, consumia cocaína. Foi encontrado morto em seu iate em circunstâncias misteriosas. Acredita-se que era envolvido em tráfico de drogas.
ExcluirCartas eu não tenho, mas cartões postais tenho vários. Uma vez eu enviei alguns para cá, a partir da cidade de Moštar (na antiga Iugoslávia), e apesar de eu ter colocado o selo de via aérea os cartões levaram uns 3 meses para chegarem. Acho que vieram de navio.
ResponderExcluirSou o autor do registro sobre o cantor Wilson Simonal. Houve equívoco ao clicar na identificação.
ResponderExcluirtive o privilégio de receber do Luiz um pen com todas as gravações do Simonal. Sei que já disse várias vezes quem eu achava o maior cantor do Brasil. Foram vários, mas o Simonal, certamente, está entre eles.
ResponderExcluirPornochanchadas eu vi algumas. Essa da foto não foi uma delas. Também não vi a do Marlon Brando ("Último Tango em Paris"), nem a da Sylvia Kristel ("Emmanuelle"), nem a da Kim Basinger ("Nove e Meia Semanas de Amor").
ResponderExcluirHelio, o Canal Brasil passa frequentemente as pornochanchadas e os filmes mais leves de Oscarito, Grande Otelo, Ankito, etc.... são sensacionais. Quanto ao Ultimo Tango, aconselho que veja, pois considero um dos melhores filmes de todos os tempos, como todos do Bertolucci. Emannuelle é uma merda. não dá para comparar....
ResponderExcluirGrato pela dica, Conde. Eu e minha mulher temos uma determinada rotina, que não envolve ver filmes. Os raros que vejo são à tarde, pelo NOW, da Net. Na TV, só assisto o ID Discovery, que trata de casos reais de crimes. Fora isso, nada vejo na TV. Eventualmente, o Jornal Nacional. Sou mais ligado a computador e livros. Mas não para ver filmes no computador.
ExcluirRecebia e mandava muitas cartas. Ainda guardo correspondência relevante e fazia coleções de selos "Magyar Posta, Hungria, por exemplo).Ano passado fiz um teste mandei um cartão postal de Ipanema para uma prima que mora no interior da Argentina. Mesmo com pandemia , greves, etc. o cartão chegou em SETE meses (outubro), mas chegou. Lançamento em cinema , gostava da sessão da meia noite no Leblon, onde vi os Intocáveis em 198e alguma coisa. Tenho algumas apostilas do colégio. Minha mulher é minimalista e eu me refugio no meu escritório de casa, atulhado de recordações. Tenho vários LPs do Simona. No You Tube tem uma gravação ótima de Sá Marina e Vesti Azul. FF: vi ontem o 1º capítulo e recomendo vivamente Doutor Castor, na Globoplay.
ResponderExcluirDoutor Castor é imperdível!
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirCaixa de correio atualmente serve para panfletos e contas. Tenho algumas cartas em casa, mas não minhas. Já cartões de Natal... Cartas eram alvos de desejo de filatelistas, artigo em extinção.
A última foi uma mala direta de candidato a vereador dirigida ao meu irmão (!!!).
Tenho a impressão que o panfleto foi guardado por causa do filme anunciado com aquela atriz em destaque. Minhas primeiras sessões de cinema aconteceriam dois anos depois, também com filme dos Trapalhões.
Não posso opinar sobre ACB e Simonal. Meu ex-cunhado estudou no PG e tinha guardadas algumas apostilas. Não sei se essa era da época dele. Provavelmente não... Depois foi professor nos anos 90.