Esta foto da fronteira entre
Ipanema e Copacabana já intrigou muita gente, dada a extensa duna que aparece.
O Decourt deu uma aula sobre o assunto: “A foto de hoje explica a razão da elevação do
terreno no encontro de Copacabana com Ipanema, na altura da rua Francisco Sá e
Gomes Carneiro.
A elevação bem acentuada que hoje notamos e que muitos pensam que é acarretada
pela proximidade no Morro do Pavão é na realidade uma enorme duna que existia
no local e que se estendia até praticamente o Arpoador, na Rua Francisco
Otaviano. Há muitos vestígios que podem ser notados até num grande condomínio
na esquina das ruas Bulhões de Carvalho e Francisco Otaviano, o conjunto foi
construído numa das partes finais da duna e é significativamente mais alto que
a pista e a calçada da rua.
A grande duna retardou a urbanização de boa parte do Posto 6 e acredito ser a
responsável pela volta que o ramal de bondes de Ipanema dava, pois o ramal
contornava a duna pelo Arpoador e orla de Ipanema, sendo mais barato ir pela
Rua Francisco Sá, como aliás ocorreu a partir de 1934.
A foto nos mostra a duna já parcialmente domada, a Rua Rainha Elizabete já está
aberta, mas vemos que as ruas Joaquim Nabuco e Júlio de Castilhos ainda têm seu
traçado encoberto pela areia, parecendo que a última é completamente
intransitável.
A duna também absorve longos trechos das Ruas Bulhões de Carvalho, Conselheiro Lafayette, Gomes Carneiro e até mesmo um pedaço da Av. Visconde de Pirajá.
É interessante notar que algumas ruas ainda não tinham sido abertas, como a Canning,
toda dentro da duna e o trecho da Bulhões de Carvalho que margeia o morro do
Pavão até a Rua Sá Ferreira.
A foto ainda nos mostra no topo a primeira urbanização da Praça Gal. Osório,
com jardins retangulares e duas aléias que se encontravam no Chafariz das
Saracuras. Na parte inferior direita temos a elevatória do 4º Distrito da City
Improvements, onde hoje temos a moderna elevatória André de Azevedo e o Parque
Peter Pan, sendo o velho prédio em estilo inglês da elevatória antiga sendo
usado como escola pública, embora sua fachada, em virtude do alargamento da Rua
Raul Pompéia seja de estilo modernista.
Na parte esquerda superior vemos as areias da Praia de Ipanema.”
Foto de Malta, enviada pelo ilustre Fidelino Leitão
de Menezes. Vemos a Rua Gomes Carneiro, em Ipanema. Antiga Rua Goulart, começa
na Av. Vieira Souto e termina na Rua Bulhões de Carvalho. Tem o nome atual em homenagem
ao General Gomes Carneiro, participante da Guerra do Paraguai. Vemos claramente
que essa região ficava em cima da grande duna mostrada na foto anterior. A rua
é de areia e fofa, sem dúvida nenhuma sendo intransitável para qualquer veículo
sobre rodas da época. A rua, hoje
repleta de edifícios, tinha casas com muros baixos, estilo que resistiu até o
final da década de 50 aproximadamente.
Foto do acervo da Ana, amiga do Tumminelli. Vemos a
tranquila rua Gomes Carneiro, em 1959. É impressionante que mesmo às portas da
década de 60 várias casas ainda existiam no bairro. Na imagem acima a foto foi
tirada para a praia. à esquerda notamos que não existia ainda a pequena Rua
Apolo XI (aualmente Rua Teresa Aragão), que liga as ruas Rainha Elizabeth e
Gomes Carneiro. À direita, no alto, a
Praça General Osório.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirDia de curtir mais uma aula do Decourt e acompanhar os comentários.
Só tenho uma dúvida. Hoje, essa retirada das dunas ou, em outro ponto do bairro, da pedra do Inhangá, seria alvo de protestos de ecologistas ou de defensores do patrimônio natural?
Bom dia a todos. Não sei a altura desta duna, porém pela área vista essa areia seria consumida em menos de 6 meses pelas industrias vidreiras, nos dias de hoje com as fábricas produzindo com 100% das máquinas em operação. Já quanto a urbanização do bairro mal consigo identificar as ruas na fotografia mostrada, visto que não é a minha jurisdição.
ResponderExcluirO dia de hoje exige comentários do sumido Capitão CAT, o homônimo. Morador desde o século passado, e bem passado, na região, ele terá certamente muito a acrescentar.
ResponderExcluirEnquanto farináceo afogado, tentarei com entorpecidos recursos bíblicos identificar os automóveis da última foto. Em puro chute rubro-negro, achei um Chevrolet 52 na calçada, seguido por uma picape Chevrolet de 48 a 52; no meiofio, um sedã americano dos anos 50 quase esconde um Triumph Mayflower de 1950.
Na rua, apenas o lotação Mercedes-Benz 312 e estacionados, um desafiante Sunbeam (desafiante ao bom senso, pois Sunbeam era muito raro aqui), depois uma camionete DKW (estamos em 59, nada de chamá-la de Vemaguet) e, bem mais atrás, um Citroën Traction Avant. Ufa! haja lente...
Você não tem uma lente, e sim um microscópio! Vá identificar carros com esses detalhes assim lá na .... no .... deixa pra lá!
ExcluirSobre Copacabana encontrei um filme no youtube Cuidado Madame de 1970 que merecia ser colocado alguns pedaços em forma de fotos aqui no Saudades do Rio.
ResponderExcluirRapaz, duas coisas que eu desconhecia: essa tal duna e automóveis da marca Sunbeam.
ResponderExcluirVendo o comentário do biscoito, aos quais eu sempre aprendendo algo sobre automóveis, pesquisei no "tio Google" sobre essa marca britânica. Até que os carrinhos eram bem bacaninhas...
Na foto de 1959 pode-se perceber à esquerda o casario que "veio abaixo" nos anos 70 para a construção da ligação entre a Rainha Elisabeth e a Gomes Carneiro.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMinha mãe era adolescente e residia junto com o restante da família num apartamento no prédio que foi desapropriado para abrir espaço para a Rua Teresa Aragão. Salvo engano isso ocorreu em 1968 ou 1969. Eles foram pegos totalmente de surpresa. Era um apartamento ótimo que tinha vista parcial para o mar.
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