Vemos na foto a Av. Rio Branco, em frente à loja “A Exposição”, a do
“Artigo do Dia”, devidamente ornamentada quando da visita do presidente Dwight
Eisenhower, em fevereiro de 1960, com um cartaz “We like Ike”.
Saudação
do Presidente Juscelino, quando da chegada de Ike ao Rio, em fevereiro de 1960:
“Esta Cidade, Senhor Presidente Eisenhower, acolhe Vossa Excelência com júbilo
excepcional. Os aplausos que lhe são tributados aqui provêm de homens livres e
conscientes, que nenhum interesse ou conveniência subalterna lograria
congregar. Ao nosso povo, só a estima e a admiração reúnem e só o sincero
entusiasmo aquece. Esta cidade que o aclama, Senhor Presidente, sempre se
distinguiu pela fidelidade à causa democrática, sempre se orgulhou de lutar
pelas liberdades e pela autonomia. Vossa Excelência acaba de deixar Brasília, a
cidade nova que construímos com a nossa deliberada resolução de grandeza — e em
que tudo nasceu de um plano traçado e executado — e chega a esta heroica São
Sebastião do Rio de Janeiro, que, durante mais de século e meio, tem sido o
centro em que se elaboram as decisões do Brasil”.
A visita presidencial ao Brasil e a outros países
do Cone Sul revestiu-se de um caráter que ultrapassava a “missão de boa
vontade”, na expressão utilizada pelo Departamento de Estado norte-americano:
era um indicador de mudanças na política dos Estados Unidos para a região, face
à aproximação de Cuba com a URSS.
Nesta foto vemos a comitiva passando pela pracinha em
frente à Favela de Santa Marta, na Rua São Clemente, em Botafogo. A comitiva de
Ike se dirigia à casa do Embaixador americano, que era onde atualmente funciona
a Escola Alemã Corcovado.
O cortejo de motocicletas acompanhando o Presidente Dwight D. Eisenhower (Foto de Harvey Meston/Archive Photos/Getty Images).
A visita de Ike ao Brasil foi negociada.
Até o presidente da UME (União Metropolitana de Estudantes), Alpheu Ribeiro
Meireles, garantiu ao embaixador Cabott que não haveria reação dos visitantes à
visita. Entretanto na fachada do prédio da UNE (União Nacional de Estudantes),
na Praia do Flamengo, foi colocada uma enorme faixa: “Yankees, go home!”. A
chefia do Serviço de Segurança da Casa Branca foi do agente James Howley. A
alimentação de Ike no Rio ficou a cargo do “Au Bon Gourmet”, famoso restaurante
que ficava na Av. N.S. de Copacabana nº 202.
A
comitiva provavelmente cruzando a Av. Presidente Vargas. obiscoitomolhado
poderá opinar sobre os automóveis da comitiva.
Uma recepção calorosa aconteceu quando a comitiva cruzou a Av. Rio Branco. Pouco depois, além da faixa de “Yankees, go gome!” citada acima, Ike também veria um imenso cartaz com a efígie de Fidel Castro hasteado em frente à UNE. Os dizeres, em contraposição àqueles da Av. Rio Branco, eram “We like Fidel Castro”. Faixas estendidas também assinalavam “Entendimento, sim, submissão nunca”.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirUma das últimas visitas oficiais ao Rio como capital federal. Talvez por isso, chute meu, a recepção tão marcante. O povo já sentindo o clima de "fim de festa".
A esquina da primeira foto desapareceu na década de 70. Dez anos depois desta foto, a loja era da Willys Overand, conforme registro do Sr. Szendrodi.
Em tempo: a esquina e todo quarteirão mostrado na primeira foto...
ResponderExcluirAntes de escrever sobre as Cadillac, encontro essa senhora na primeira fotografia de havaianas brancas (acho que nesses tempo se chamavam japonesas...); muito estranho uma senhora bem vestida de chinelo de borracha. Talvez estivesse saindo da pedicure, talvez do Dr. Scholl, deve haver uma explicação.
ResponderExcluirO desfile começa com Cadillac 46-47, fechada e o Ike vem na 56 conversível, uma limusine especial comprida, com estribos, feita para o governo americano. Atrás, dois Chevrolet, um 49 e um 51 e mais atrás uma Cadillac 48-49 (que só aparece na terceira foto. Há um automóvel 55-56 na última foto, mas seria um chute dizer o que é.
Nótula histórica: o Cadillac 1956 que conduzia Ike nessas fotos foi rebaixado a carro de escolta do Serviço Secreto (e cognominado "Queen Mary"), depois que o Lincoln 1961, especialmente adaptado ("SS 100X"), passou a ser o veículo oficial de Kennedy. Ambos tornaram-se famosos em 22 de novembro de 1963, este por ter sido alvo dos tiros do(s) assassino(s) de Dallas e o "Queen Mary" por transportar oito agentes do "Secret Service" que nenhuma reação tiveram durante o atentado.
ExcluirAs fotos mostram uma população interessada nesse evento de grande importância para a época. Na década de 50 ocorreram grandes mudanças na política brasileira e por que não dizer mundial, e o sentimento popular pode ser demonstrado nessas fotos realizadas no último ano do decênio. A segurança presidencial estadunidense apesar de rigorosa seria posta à prova três anos depois. A Capital Federal logo seria transferida para Brasília e grandes mudanças estavam por vir. A segunda foto mostra estudantes uniformizados, disciplinados, e formados, uma realidade comum para a época. Em uma cidade sem túneis na época, qual teria sido o trajeto desse cortejo?
ResponderExcluirNão poderiam faltar obviamente alguns "estudantes" se mostrando inconvenientes com pleitos absolutamente incompatíveis com o momento de então. Seriam mesmo "estudantes"?
ResponderExcluirEsse tipo de desfile deve ter chegado ao fim cerca de 3 anos e meio depois, com o assassinato do Kennedy.
ResponderExcluirFotos dos tempos da Guerra da Coréia até o fim da Guerra do Vietnã são muito comuns com faixas de protesto com "Yankees Go Home".
Esse é um retrato das ruas naquele tempo, e o que chama a atenção é a indumentária das pessoas. A maioria dos homens veste "traje completo, as mulheres usam vestido ou "saia e blusa", e ninguém usa tênis ou sandália de dedo. Uma visão dos locais mostrados em 1960 mostrará atualmente um desleixo assombroso no vestuário, a sujeira, e principalmente a presença de moradores de rua e de "crackudos" em enorme quantidade. Como acontece na Índia onde as vacas são "sagradas", no Brasil "sagrados são os crackudos", pois não podem ser internados compulsóriamente. Podem ser vistos Policiais Militares do D.F. com uniforme cáqui portando apenas um revólver calibre .38, um indicativo de que a violência era ínfima. Como se pode ver, em 1960 a vida corria bem melhor, ainda que "alguns achem o contrário.
ResponderExcluirÉramos a 34 economia do mundo, cinquenta porcento de analfabetos , nossa éramos o paraíso.
ExcluirBoa tarde a todos. Estes desfiles nos dias de hoje são algo totalmente fora do imaginável, não só pela falta de segurança, mas também pela imagem dos políticos junto a população. Imagine um desfile em carro aberto de Bolsonaro ou Lula com o Presidente Americano, Thrump ou Joe Biden pelas ruas do Rio ou de São Paulo, o estoque de tomates e ovos dessas cidades acabariam com pelo menos 3 dias de antecedência em todos os mercados, não vou nem citar outros objetos que seriam jogados, alguns comumente jogados da arquibancada para a geral no Maracanã.
ResponderExcluirTirando a cadie 56,que veio dos EUA,os outros carros que acompanhavam o cortejo,eram um tanto antigos para essa ocasião....
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