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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

CINELÂNDIA COLORIZADA PELO NICKOLAS

Vemos hoje várias colorizações do mago Nickolas Nogueira tendo como tema a Cinelândia. Francisco Serrador, o idealizador da Cinelândia,  costumava dizer que a ideia da Cinelândia nascera a partir dos escombros do Convento da Ajuda. O objetivo era ter o projeto da Cinelândia pronto por ocasião do centenário da Independência, em 1922, mas não foi possível. As obras dos quatro primeiros prédios da Cinelândia foram iniciadas em 1923 e a inauguração do primeiro cinema desta área, o Capitólio, deu-se em 1925. Depois vieram o Glória, o Império e o Odeon, este em 1926. O Pathé-Palace é de 1928, o Alhambra é de 1932, o Rex de 1934 e o Rio de 1935. O “Bairro Serrador”, como era conhecida a Cinelândia, ficava entre o Teatro Municipal e o Palácio Monroe. Parte da área já estava ocupada pelo Palácio Pedro Ernesto, a “Gaiola de Ouro”. 

O bonde passa em frente à Câmara de Vereadores. O carro azulado precisa de retoque na pintura, mas a banda branca do pneu está impecável. A partir de 1941 a placa dos carros particulares era de um amarelo-abóbora com números pretos e a placa dos carros de aluguel, como o táxi que vemos, era vermelha com números brancos.

Foto da Getty Images. Vemos a região da Praça Floriano Peixoto, Cinelândia, em frente à Câmara de Vereadores. Impressionam a elegância dos passantes, a bela luminária, o Amarelinho ao fundo (foi inaugurado em 1921 e recentemente foi comprado pela rede Belmonte). Bondes seguem em direção ao Tabuleiro da Baiana. Destaque entre os automóveis para o Chrysler 46/48 de cor verde. Como deve ter sido bom desfrutar do Centro da cidade nesse tempo.

Vemos a Cinelandia, provavelmente em 1953 ou 1954, quando o filme exibido no Odeon, em 3D, era "Investida de Bárbaros" ou, em inglês, "The Charge at Feather River".  Este filme tinha em espanhol o título "La carga de los jinetes indios" e era estrelado por Guy Madison, Vera Miles e Frank Lovejoy. Lá no alto de um prédio, à direita, um anúncio do Lóide Aéreo. Acho que, anteriormente, obiscoitomolhado identificou o Hudson verde, de 1951, e o preto e caramelo como um Austin A-90 Atlantic Convertible,

Foto da Getty Images. Esta foi perdida quando o "Saudades do Rio", então no fotoblog UOL, desapareceu para sempre quando aquele provedor acabou. Na época obiscoitomolhado escreveu que “o Fusca é um split-window 1952, sem quebra ventos e com rodas de 15 polegadas. Não me consta que fossem vendidos em cores berrantes, apenas em tons pasteis ou bem escuros. Grená seria perfeitamente possível. O Fiat 500, preto, é de 1949 em diante. Temos a Dodge 51 e, mais à frente, um Fiat 1400 verde. Um Cadillac creme aguarda o Ford 49 preto manobrar. À frente e atrás do Fusca dois Plymouth, ou primos.” O menino, à direita, estava nos trinques com o cabelo no estilo “Príncipe Danilo”.


 Foto dos tempos em que, após ir ao cinema na Cinelândia ou após sair do trabalho na "cidade" era obrigatório tomar um chope no Amarelinho. E do Amarelinho tinha-se uma vista linda do que foi o Rio de antigamente com a Biblioteca Nacional, o Municipal, o MNBA e, na outra extremidade, o Palácio Monroe. Estacionado vemos um Dodge 1952 conversível - uma raridade.

23 comentários:

  1. Entre 1953 e 1956, como morador da Urca, era assíduo frequentador dos cinemas da Cinelândia. Vi o Investida de Bárbaros em 3D no Odeon, com aqueles óculos de papelão com papel celofane verde e vermelho. Bons tempos!

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  2. Olá, Dr. D'.

    Região frequentada por mim por um bom tempo, até 2017. Não lembro quando comecei, mas provavelmente ainda nos anos 80. Mais assiduamente a partir do final dos anos 90. Raramente à noite, mais de passagem para a Praça XV.

    Dos prédios históricos, fui mais no CCJF e no Museu de Belas Artes. Pouco na Biblioteca, uma vez pelo menos no Odeon e nunca no Theatro Municipal. Fui uma vez, pelo menos, na câmara de vereadores.

    Nos últimos tempos ia muito na Livraria Cultura, já fechada, na Senador Dantas, onde já tinha funcionado um cinema (Vitória).

    Elogiar o trabalho do Nickolas é "chover no molhado". Acabei de escutar que hoje é o dia da indústria automobilística.

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  3. Homens usando "traje completo" eram a regra "na cidade" e isso era "a cara do Rio". A quantidade de carros que aparecem na foto mostra que havia uma certa facilidade para estacionar no centro da cidade. Apesar do patético e inconveniente patrulhamento que existe por parte de um antigo comentarista, é impossível não fazer comparações entre o passado e o presente. Ao contrário do passado, atualmente não existe praticamente circulação de carros ou ônibus, pois as constantes "modernizacões" desfiguraram a região. Com relação aos trajes usados atualmente em comparação aos usados no passado, "a coisa fica preta". Ao invés de "linho S-120", "casemira inglesa", ou uma simples "sarja", vemos atualmente "como regra" camiseta "sem mangas', sandálias de dedo, bermudões de "1,99 a dúzia", e em muitos casos "andrajos". Duvido que algum comentarista do SDR tenha estado na Cinelândia nos dias atuais, e em caso afirmativo certamente vai comprovar o que eu digo. Assim como não veremos mais jogos no Maracanã com público de 150 mil pessoas, a narração de Waldir Amaral ou Jorge Curi, e comentários de João Saldanha e Mario Gonçalves Vianna, não teremos mais o Rio de Janeiro que conhecemos no passado e que nos traz tantas boas lembranças.

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  4. O carro a merecer retoques ( é interessante o colorizador não poder fazer nada a respeito...) é um Ford 1941 e o táxi, um Chevrolet 47-48, que não leva o friso no capô do 46.
    O resto está muito bem definido, parabéns ao biscoito de então.

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  5. Bom Dia! Novamente concordo com o Joel. O Rio da nossa juventude não voltará mais. Não só na Cinelândia. Zona Sul, e até os subúrbios, tudo ficou " estranho".

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    1. Mauro, como dizia o "filósofo" Belchior: o passado é uma roupa que não nos serve mais...

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    2. Ou como ele afirma na música "Como nossos pais": "É você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem"

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  6. Era outro mundo ... A Civilização se fazia presente em cada momento!

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  7. A quem interessar possa: o famoso Amarelinho vai reabrir no próximo dia 20, agora sob a administração da rede Belmonte. E, segundo o colunista Ancelmo, o chope será gratuito. (será ?).

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  8. Bom dia a todos. Belas colorizações do mestre Nickolas, todas retratando um ar nostálgico da época. Já podemos ver na primeira foto, que jogar lixo no chão na rua, não é um privilégio dos dias de hoje. Tanto se fala do declínio das condições da cidade do Rio de Janeiro, porém é necessário que se analise as causas desta transformação, vou enumerar algumas das principais causas que a meu ver foram as causadoras desta mudança. A primeira delas e a que mais fortemente impactou, foi a transferência da Capital Federal para Brasília, depois a fusão da Guanabara com o Rio de Janeiro, esta impactou fortemente a arrecadação, visto que como cidade e estado a arrecadação de impostos era concentrado e utilizado somente no RJ, após a fusão com as péssimas administrações tanto Municipal, quanto Estadual, passou a ocorrer a fuga de grandes empresas da cidade, causando um esvaziamento econômico e o empobrecimento da população, isto levou a um aumento da favelização e ao aumento de miseráveis pelas ruas, bem como o aumento da criminalidade, primeiro os crimes pequenos de rua e depois com a formação de grandes quadrilhas verdadeiras máfias, que além da prática criminal, passaram a explorar parte da economia de forma criminosa, tudo isso levou a corrupção generalizada em todos os setores públicos. Esses são os passos que levaram a cidade de Maravilhosa a uma cidade do Caos. Acho que não devemos ficar só nos lamentando pelo que mudou ou pelo que deixamos de desfrutar, cabe a todo Carioca se mobilizar e buscar mudar esta situação calamitosa em que se encontra a nossa cidade.

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  9. No gancho do comentário de 07:10 fica patente que o filósofo, intelectual e escritor italiano de sucesso Humberto Eco, autor, entre outras obras de "O Nome da Rosa" tinha carradas de razão quando registrou que a internet deu voz aos imbecis. Acrescentaria que isso também ocorreu aos impregnados de conceitos e preconceitos nazifascistas. O comentarista que se sentiu atingido e colocou a carapuça, em seu delírio persecutório insiste em atribuir o comentário de minha lavra a outrem como se não fosse possível outros terem idêntica opinião. Ademais a crítica não foi dirigida às pertinentes observações sobre a indiscutível decadência e mazelas da cidade do Rio de Janeiro, mas sim às cansativas repetições na essência dos comentários, demonstração inequívoca de ausência de criatividade. É interessante (coincidência?) que após o registro do dia anterior eis que reaparece um antigo colaborador do fotolog. É um alento para se evitar um fatal fastio.
    E por último mas não menos interessante comunico ao incomodado comentarista que conheci, a serviço, todos os países por ele citados como exemplo de civilidade, também alvos de tediosos elogios. Apenas o espaço disponível não permite uma réplica adequada a esse tipo de argumentação.

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    1. O "patrulhamento desse comomentarisa "anônimo" é antigo e "manjado'. Quanto a me sentir "incomodado, não me incomoda, nem o fato do comentarista se valer de um anonimato cada vez mais patético. Na verdade se esse comentarista tão cioso de suas qualidades morais, intelectuais, e culturais, fosse "tudo isso que arroga para si", deveria conhecer o sentido do termo "bovarismo", que é a contradição entre o que indivíduo é e o que ele "pensa que é".

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    2. Prezado homônimo "Anônimo das 11:10". Você deve conhecer na sua família ou na família de amigos, aquele tipo de pessoa já de certa idade, irascível, com ideias retrógradas e preconceituosas que se acha o dono da verdade. Normalmente é uma pessoa solitária, pois ninguém aguenta mais ouvir sua ladainha manjada. Em tempos remotos se utilizava de porteiros, pessoas que paravam em bancas de jornais para ler o noticiário, balconistas, passageiro do lado e outros desavisados para destilar seu veneno. Com o advento da Internet, conseguiu uma nova forma de expor todo o seu "pensamento revolucionário", capaz de solucionar todos os males do mundo: as caixas de comentários. Para esse tipo de pessoas não há argumentos que o faça mudar de ideia. E quando você perde seu tempo, questionando o pensamento dele, aí sim, é que ele se complementa e transborda de felicidade, pois finalmente alguém lhe deu atenção e a oportunidade de retrucar com veemência, demonstrando todas as suas "cultura" e "superioridade" É tudo que ele quer: que alguém lhe dê ouvidos. Para esse tipo de pessoa, a dor mais profunda é ser ignorado. Por isso não perca tempo respondendo a esse tipo de pessoas, pois é tudo o que elas querem. Dê apenas desprezo.

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  10. Também não conheço o interior do Teatro Municipal, mas já entrei no Museu de Belas Artes e na Biblioteca Nacional.
    Há uns 30 anos eu e uma colega estávamos a trabalho no Centro e depois de almoçarmos fizemos um "tour" pela Gaiola de Ouro, inclusive vimos o plenário praticamente vazio, sentamos em poltronas para descansar e em momento algum apareceu alguém para perguntar o que estávamos fazendo por ali. Foi o local mais tranquilo para uma sesta que já encontrei naquela região.
    Dos cinemas assisti filmes no Império, no Odeon e no Pathé, anos 70 e início dos 80.
    No Amarelinho só lembro de uma vez.

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  11. Toda vez que vejo os comentários do biscoito noto que a grande massa dos carros importados nos anos quarenta e cinquenta era de estadunidenses. Os europeus eram poucos. Raro aparecer um Renault ou Fiat, que já eram bem consolidados na Europa.

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  12. Na 4ª foto placa do Banco Financial Novo Mundo, do qual nunca tinha ouvido falar, mas fazia sucesso na época com notícia de inauguração de agencias no jornal, em 1955. Recomendo a visita guiada ao Teatro Municipal. Estão desancando o pobre teatro, mas o fato é que , parado, gasta uma fortuna; são 100 bailarinos, 100 músicos e 100 coristas, mais pessoal administrativo. O Estado paga só(!) a luz e salários. Não há $ para produções. Manutenção precária, mas é uma joia, inspirada na Opera de Paris.Vi grandes espetáculos lá. Mas falta criatividade da administração para encarar novos tempos.

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  13. Esclareço que a primeira foto foi apenas um garimpo, já era colorida (provavelmente um kodachrome dos bons). No mais, agradeço ao Luiz e aos comentaristas.

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  14. Réplicas e tréplicas que só trazem desarmonia e não levam a nada. Com boa vontade poderíamos evitar isto.

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  15. Caro Wagner, 12:26h ==> na década de 1950 e princípios de 1960 eu via muitos carros europeus na Tijuca. Eram Hillman, Standard Vanguard, Morris Oxford, Borgward Isabella, Jaguar Mark V, Mercedes-Benz, Austin, Vauxhall, de vez em quando um Tatra tcheco, um SAAB, um Volvo, acho que até um Humber. E os Ford Falcon argentinos.

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    1. Puxa, não imaginava. Pra conseguir peças devia ser o "ó"; neste quesito os americanos deviam levar vantagem.

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  16. Havia tantas marcas de carros americanos por aqui. Boa parte delas deixou de existir. Além dos indefectíveis Ford e Chevrolet, tinha Oldsmobile, Buick, Mercury, os feiosos Nash, Pontiac, Packard, Hudson, Dodge, DeSoto, Plymouth, Lincoln, Studebaker e outros.

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  17. A primeira foto captou o bonde 2559 passando. Quando da extinção da JB, ele e dezenas de outros foram levados para o Caju. Na triste foto dos bondes ali enfileirados para serem queimados, ele e o 1769 eram os primeiros das duas colunas de bondes.

    Alguns "irmãos" dele foram transferidos para a Light, onde tiveram sobrevida de três anos antes de também serem queimados nas chamas da Inquisição.

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