Foto da Estação de Bondes em Copacabana, em 1894. Os bondes para
Copacabana percorriam as ruas da Passagem, General Polidoro e Real Grandeza e
passavam defronte do Cemitério de São João Batista, em Botafogo. Depois de
atravessar o Túnel Velho e desembocar na Ladeira do Barroso (atual Rua Siqueira
Campos), seguiam em direção à estação final de Copacabana. Construída em estilo
chalé, ficava na esquina das atuais Av. N.S. de Copacabana e Rua Siqueira
Campos, defronte da hoje Praça Serzedelo Corrêa.
Dois anos antes, segundo os jornais, "A elegante estação, toda de
madeira, situada na esquina da Rua Siqueira Campos com a de N.S. de Copacabana,
recebeu em 06/07/1892, às 14h30min, a comitiva de dez bondes especiais que
tinham partido da Rua Gonçalves Dias pouco depois das 13h, para a viagem
inaugural até Copacabana."(apud C. Dunlop).
Em seus primeiros tempos como bairro, Copacabana só tinha caminhos arenosos, por onde circulavam
as carroças empregadas no pequeno comércio de areia fina. Toda a área
compreendida entre as dunas e a encosta dos morros era constituída de areais
semeados de alagadiços e brejos. A principal vegetação consistia em cajueiros,
pitangueiras, jambeiros e massarandubeiras.
O acesso era por três caminhos: pela trilha do Forte do Leme; pelo
Morro do Cabrito, costeando a Lagoa Rodrigo de Freitas; ou pela estrada de meia
rodagem de Vila Rica. Depois veio o Túnel Velho.
Quando da inauguração do prédio de madeira foi lavrada a seguinte ata:
"Aos seis dias do mês de julho de 1892, neste lugar denominado Copacabana, da freguezia da Lagôa da Capital Federal, estação terminal da linha da Cia. Ferro-Carril do Jardim Botânico, presentes os Exmos. Srs. Marechal Floriano Peixoto, Presidente da República, Ministros da Guerra, da Marinha e do Exterior, Presidente e mais Membros da Intendência Municipal, Dr. Engenheiro Fiscal e seus ajudantes, General Estevâo José Ferras, Dr. Barão de Ribeiro de Almeida, Coronel Malvino da Silva Reis, Dr. José Cupertino Coelho Cintra, gerente da Companhia, e mais pessôas gradas, foi inaugurado o tráfego da linha ferro-carril, depois de preenchidas as formalidades regulamentares e de ter sido inspecionada e aprovada pelo Sr. Dr. Engenheiro Fiscal dos Carris Urbanos e Suburbanos, por parte da Intendência Municipal. E, para constar, eu, Frederico Augusto Xavier de Brito, servindo de Secretário "ad hoc", lavrei êste têrmo que assino com as autoridades e cidadãos que a êste ato compareceram." (apud C. Dunlop).
Estação de bondes na Rua Siqueira Campos, esquina de Avenida N. S. de
Copacabana, em 1921. Nesta ocasião a urbanização já estava 100% concluída neste
trecho, da pavimentação até a arborização, passando pela rede de bondes e
iluminação elétrica nas vias. Vemos também a rede de cabos telefônicos e de
baixa tensão. Os transformadores já eram embutidos em volts subterrâneos até a Rua
Tonelero, onde a rede passava a ser aérea com os transformadores nos postes. Impressionante,
como bem lembra o Decourt, a diferença com o ocorrido em tantos bairros, haja
vista a Barra da Tijuca.
Foto da Revista Fon-Fon de 1910 mostra a Praça Malvino Reis, atual
Praça Serzedelo Correia, em Copacabana. A praça foi aberta pela Companhia do
Jardim Botânico, recebendo o nome de Malvino Reis em homenagem a um dos
diretores da referida Companhia. Em 1917 teve o nome mudado para Serzedelo
Correia, general do Exército e político de relevo, tendo sido Ministro da
Fazenda e Prefeito do Distrito Federal.
Nesta fotografia de Gervásio Batista, de 1955, vemos o tradicional "Ponto de 100 réis", na esquina da Avenida N. S. de Copacabana com a Rua Siqueira Campos, sendo demolido. Neste espaço foi construído o Centro Comercial de Copacabana. O "Ponto de 100 réis" ficava numa das esquinas da Praça Serzedelo Correa, local central do bairro, onde está a Igreja Matriz e onde, nos primeiros tempos de Copacabana, ficava a ramificação dos bondes que vinham pelo Túnel Velho e se dirigiam para o Leme ou para a "igrejinha" do Posto 6.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirHoje estou no Clouseau, acompanhando os comentários.
FF: e a última história de terror do "Zé do Caixão"?
Assim como o de Copacabana, havia um "Ponto Cem Réis" em vários locais onde era alterado o valor das passagens, sendo os mais conhecidos os situados na esquina da 28 de Setembro com a Souza Franco em Vila Isabel e o da Alameda São Boaventura próximo aos acessos da Ponte Rio-Niterói. Até os início dos anos 40 os bondes acessavam a Nossa Senhora de Copacabana pelo "ramal do Inhangá" e pela rua Barata Ribeiro. Na Rua Inhangá e provisóriamete funcionou o terminal de Trolley-buses com destino à Praça Serzedelo Correa entre Setembro de 1962 e Março de 1963 em razão dos bondes com destino a Copacabana e Ipanema utilizarem a Siqueira Campos e a Nossa Senhora de Copacabana. Foi um tempo que essa região de Copacabana foi servida pelos dois modais.
ResponderExcluirO prédio sendo demolido é o das outras fotos?
ResponderExcluirDepois da estrutura de madeira houve a de alvenaria. Acho que esta é que foi demolida para a construção do Centro Comercial de Copacabana. A partir dos anos 70 o Conde di Lido e eu tivemos consultórios neste prédio. Eu no 7º andar, ele acho que no 4º.
ExcluirExcelentes textos e fotos! Parece que naquele tempo os serviços públicos chegavam junto ou antes da "civilização", bem diferente dos tempos atuais, onde o estado não se faz presente nas ocupações.
ResponderExcluirNaquela época havia interesse em vender os lotes. Não raro faziam excursões com os interessados em adquirir. Uma infraestrutura mínima ajudava.
ExcluirNão sei quanto ao financiamento desses lotes, mas deveria ter facilidades.
Bom dia a todos. Hoje é dia de aprender lendo os comentários dos mestres comentaristas. Hoje e amanhã jogos da Champions logo mais de tarde.
ResponderExcluirUm show de fotos; a primeira então é desconcertante.
ResponderExcluirQue viagem ao passado!
A estação da Siqueira Campos tinha um anexo para embarque de bagagens e cargas.
ResponderExcluirCom certeza Copacabana é o bairro mais emblemático e destruído da Cidade. Urbanização nenhuma, caos. Amo copa mas é complicado.
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