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terça-feira, 28 de novembro de 2017

BOMBA-AUTOMÓVEL

 
A foto de hoje foi garimpada pelo Gustavo Lemos em edição da revista Fon-Fon. Mostra uma demonstração da bomba-automóvel para incêndio Knox, em Botafogo, na Avenida Beira-Mar, em 1912.
Relato do “Correio da Manhã” de 27/03/1912 dá conta que "O Sr. Humberto de Lima, representante no Rio da fábrica de automóveis Knox, fez funcionar perante a oficialidade do Corpo de Bombeiros a bomba Knox, deixando todos impressionados. Após a demonstração dos complicados mecanismos da aludida bomba, o Sr. Humberto conduziu-a para a Avenida Beira-Mar, onde, na presença dos representantes da Imprensa- fê-la funcionar. Diante do que viram, os rapazes da Imprensa ficaram deveras entusiasmados.
A bomba, apesar do vento contrário que soprava, lançou para o lado do mar, com o esguicho central, uma coluna d´água que se elevou a pouco mais ou menos 80 metros, o jato mais alto a que temos assistido. Depois, o representante da fábrica Knox fez funcionar os esguichos laterais, com ótimo resultado. Felicitado por todos pelo sucesso da experiência da bomba Knox, o Sr. Humberto de Lima ofereceu às pessoas que a ela assistiram um copo de cerveja".
Poucos dias depois, no Quartel-General dos Bombeiros, uma segunda experiência foi realizada pelo Sr. Humberto. Na presença do Coronel Souza Aguiar, comandante do Corpo, do Coronel Cunha Pires, inspetor, de oficiais e representantes da Imprensa, foi feita uma nova demonstração da bomba Knox, agora comparando-a com as do fabricante inglês Meryweather, até então utilizadas no Corpo de Bombeiros. Nesta experiência a bomba Knox lançava o jato mais alto, mais forte e mais uniforme que a concorrente. Na experiência à distância houve pouca diferença. Entretanto, as autoridades ficaram alarmadas com o preço da bomba Knox.
Contudo, face ao relato a seguir, de 1913, deduzimos que, afinal, foram compradas as bombas Knox:
"Momentos depois ouviu-se o tantanar das carroças do Corpo de Bombeiros que, precedido da sua velocíssima bomba-automóvel, passaram correndo para atender ao chamado de incêndio".
 

14 comentários:

  1. Ótima história.As autoridades ficaram alarmadas com o preço.Não havia superfaturamento?Era uma questão de patente?Pelo visto a máquina foi comprada e ao que indica não havia licitação.Se fosse hoje não precisava nem perguntar....***

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  2. Tia Nalu é otimista.Garante que as bombas Muralha são eficientes.

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  3. Belo poste, mas devia ter uma iluminação fraquinha. O trecho onde está sendo feita a demonstração parece ser na altura do Morro da Viúva.

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    1. Muito pelo contrário, Plínio. A lâmpada da luminária é de arco voltaico, bem mais potente que a incandescente, mas que consome uma barbaridade de energia e produz uma fuligem que com o tempo embaça o globo protetor.

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  4. Nos dias atuais este equipamento é conhecido como autobomba. São estes ruidosos caminhões de bombeiros que sugam água dos hidrantes para apagar incêndios. Pelo menos no Rio de Janeiro não existe mais uma rede de hidrantes na rua, já que o abastecimento de água não é regular e nunca tem o precioso líquido quando precisa. Para contornar essa situação, a atual legislação obriga as construtoras a instalarem pontos de coleta de água na parte externa dos edifícios.

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  5. Bom dia a todos. Ora de que adiantava ter uma bomba com toda essa potência, se não havia água para ela lançar. Mesmo nos dias de hoje, os equipamentos dos Corpos de Bombeiros, não atendem as necessidades para o combate a incêndios de grandes proporções. Mesmos os equipamentos mais modernos são subdimensionados para o combate a grandes incêndios, as maiores auto escadas telescópicas não alcançam um prédio de mais de 20 andares, as construções modernas também dificultam o combate, já que são todas em estruturas de metal e vidro, a altura das construções são outro problema grave, o sistema de rede de incêndio das construções não tem capacidade para mais de 10 min. de abastecimento, a pública jamais funciona na hora H, redes de splinkers são paliativos porém não tem eficiência para combater um incêndio de grande proporção. E tudo isso sem contar a nossa incompetência em fazer a manutenção destes sistemas dentro dos prazos exigidos e nas especificações corretas. Resumindo talvez em face do exposto acima e constatado na prática pelos bombeiros, esta bomba tenha sido transferida para a Praça Paris, para ser usada no chafariz ali instalado.

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  6. Bom dia a todos.
    Acredito que nessa época, assim como também hoje em dia, há de muita concorrência entre os fabricantes para provar que o seu produto é melhor do que o do concorrente, e nessa guerra para ver quem leva a "fatia do bolo maior", vale tudo.
    Há filmes norte americanos mostrando essa concorrência entre as Empresas ou entre os inventores.
    Realmente era outros tempos. De certo que não havia licitação como nós a conhecemos nos dias atuais.
    Quanto mais uma Organização ou um país cresce, mais complexo se torna a sua administração.
    Simples assim.

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  7. O Plínio está correto, é o trecho da Av. Rui Barbosa quase chegando em Botafogo, junto ao Morro da Viúva. É possível ver o antigo prédio do Regimento do Exército na Praia Vermelha, que em 1904 deixou de abrigar a Escola Militar.
    Uma demonstração dessa, principalmente no mês de março, será sempre bem vinda no Rio. O jato d'água faz lembrar os tempos de F1 no verão brasileiro, quando o Corpo de Bombeiros refrescava a platéia nos autódromos.

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    1. Bom dia ! Se aquele é o antigo prédio do Regimento do Exército, como você diz, Paulo Roberto, então, devemos estar em frente ao Morro da Urca e não do Morro da Viúva.

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    2. Lá do outro lado da Enseada de Botafogo sim é o Morro da Urca, mas o fotógrafo está ao lado do Morro da Viúva, que não aparece na foto.

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  8. Nos idos de 1930, a Ilha do Governador ainda não possuía uma guarnição dos Bombeiros ( que só foi inaugurada em 1951). Em caso de incêndio de maiores proporções, a lancha- bomba "Aquarius" vinha até a Ilha e apagava o incêndio com água do mar.
    Quando a empresa de tintas Salazar & Co, sofreu um incêndio à noite, em meio a um nevoeiro, a "Aquarius" lançou toneladas de água do mar sobre uma caieira, situada a quase 2 km. de distância, enquanto a fábrica de tintas tinha o incêndio apagado graças a chuva torrencial que acabava de cair... Tivessemos uma bomba "Knox", seria mais fácil...

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  9. Para grandes focos esse sistema é falho.O incêndio que aconteceu em 1961 e matou 500 pessoas em Niterói é uma prova disso.

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  10. Para Tia Nalu é essencial a prevenção.No Jaburu,no Alvorada,no Congresso,na Alerj e no ABC.

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  11. Em frente às praças Nicarágua e Canoinhas.

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