Vemos a Igreja de Santa Rita
de Cássia, pouco antes das reformas de Pereira Passos. Em estilo barroco
jesuítico, com decoração interna em estilo rococó, fica localizada no Largo de
Santa Rita, entre a Av. Marechal Floriano e a Rua Teófilo Otoni. As primeiras
notícias de uma capela no local datam de 1710, tendo sido feita uma reforma da
fachada em 1904 (logo após quase ter sido a igreja posta abaixo quando se alargou
a Av. Marechal Floriano).
A imagem de Santa Rita data de 1765. Segundo A. Mauricio, havia na sacristia, cavado na parede, um poço cuja água continha virtudes especiais contra doenças dos olhos. E, também ali ocorreu um fato inusitado: durante muitos anos foi uso enterrarem-se corpos nas igrejas. Um dia morreu um macaco de grande porte, a quem o dono dedicava grande estima. A peso de ouro comprou o sacristão e o sineiro e o animal foi sepultado na igreja. Descoberto o engodo, o povo se revoltou contra o dono do macaco, que teve que fugir. O macaco foi desenterrado e tomou destino conveniente...
A rua ao lado da igreja é a dos Ourives (atual Miguel Couto), a Teófilo Otoni é paralela à Marechal Floriano, atrás da igreja. As torres são da Igreja de São Pedro dos Clérigos, na esquina das ruas dos Ourives e São Pedro,
O Largo de Santa Rita, antigo sítio do Valverde ou do Vila Verde, foi cemitério de escravos, conhecido pelo nome de “Cemitério dos Pretos Novos”. A foto mostra o Largo de Santa Rita antes do alargamento da Rua Marechal Floriano. Na torre desta igreja há um sino em cuja circunferência se pode ler a seguinte curiosa inscrição: “De Santa Rita fui – De Santa Rita sou – O Sr. Capitão Mor – Me reformou”. O capitão-mor que mandou consertar o sino chamava-se José da Mota Pereira.
Fui uma única vez visitar a igreja de Santa Rita, embora passasse com frequência por este local. Eu frequentava mesmo era o Beco das Sardinhas aí defronte. Desde o início da pandemia que não passo por lá e nem sei se osinúmeros restaurantes das sardinhas continuam abertos e com público.
ResponderExcluirEsse postagem mostra que nem as igrejas estão livres da corrupção. O advento da Proclamação de República acabou com o costume primitivo enterrar pessoas em igrejas, assim como instituiu o Registro Civil.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirPassei muitas vezes pelo largo, mas só entrei uma vez na igreja, acompanhando minha irmã e minha mãe, alguns anos atrás. Fui algumas vezes no beco das sardinhas, bem em frente.
Dizem que a igreja foi salva das picaretas por ser da santa de devoção da mãe do prefeito ou algo parecido. O projeto sofreu alterações para salvar a igreja. Recentemente, nas obras do VLT, foram achadas ossadas no entorno da igreja.
Na segunda foto, aquele casario à esquerda, após a Igreja, na Rua Miguel Couto, ainda está de pé.
ResponderExcluirBom dia a todos. A Igreja de Santa Rita é uma das inúmeras igrejas históricas do Centro da Cidade, são igrejas na sua maioria sem ostentação de riqueza, porém com belos altares e belas obras sacras de Santos e relicários.
ResponderExcluirEsse largo com a igreja ao fundo lembra muito as cidades europeias, pena que não se preservou o urbanismo/arquitetura da época.
ResponderExcluirSe não me engano, Santa Rita era uma das quatro primeiras freguesias urbanas da cidade. As outras eram São Sebastião, São José e Candelária.
ResponderExcluirEu entrei talvez duas vezes nessa i greja. Concordo com o Lino Coelho.
Os sepultamentos "intra muros" (dentro de igrejas) terminaram em 1850, devido à epidemia de febre amarela que grassava no Rio desde o ano anterior. José Clemente Pereira muito se bateu para que o privilégio dos serviços funerários fosse entregue (com algumas exceções) à Santa Casa da Misericórdia. É claro que o fato de ele ser Provedor dessa instituição desde 1838 traduz apenas uma coincidência...
ResponderExcluirEsse "privilégio de sepultamento" fomentou uma das maiores quadrilhas de que se tem notícia e suas ramificações incluíam (?) o poder judiciário. A demanda que tive com Santa Casa e que durou três anos desnudou a imensa podridão que grassa nos tribunais. Mas o Sr. Dahas Zarur não seria capaz de tantos meleficios se não tivesse a "prestimosa colaboração das instâncias legais".
ExcluirAs ruas nas imediações desse largo tinham nomes muito bonitos e sugestivos: Larga de São Joaquim, dos Pescadores, das Violas, dos Ourives, Nova da Prainha, da Vala, do Sacramento/do Real Erário, do Fogo, de São Pedro, Largo do Capim, do Sabão. Por que não manter tais nomes?
ResponderExcluirA citada igreja de São Pedro dos Clérigos era a única em estilo bizantino. Ficava na Rua de São Pedro e foi demolida em 1943. Se estivesse de pé estaria na pista de descida da Avenida Presidente Vargas na altura da Teófilo Otoni. O que se percebe é a enorme quantidade de templos católicos construídos na cidade, herança da colonização portuguesa. Atualmente a influência da Igreja Católica no Brasil encontra-se em "queda livre" por um "rosário de motivos".
ResponderExcluirPrezado Joel, dentre esse "rosário de motivos" eu elencaria:
Excluir1) a descrença no poder de Deus para resolver as agruras terrestres.
2) a podridão que tem se revelado na Igreja Católica, desde os níveis mais altos até o mais baixo. Como de resto, na sociedade toda.
3) o avanço das centenas de denominações evangélicas, que prometem milagres imediatos e cujos representantes falam diretamente com o Espírito Santo, naquela linguagem exótica que lembra venusiano medieval. Em consequência, tornam fanáticos os adeptos, e fanatismo está em alta no mundo atual.
4) a constatação de que ser do Mal não é tão mau assim, tendo em vista os milhares de exemplos que vemos diuturnamente na mídia e pessoalmente. Ser do Bem custa muito e não traz benefícios. Só traz ônus. Nenhum bônus.
5) a constatação de que é melhor ser ateu numa mansão do que ser crente num barracão.
6) a crescente dúvida na existência mesmo de um Paraíso, o qual só poderia ser alcançado através de extremos sacrifícios durante toda a vida na Terra. E se não existir Paraíso? Sacrifício inútil. Talvez o Inferno não seja tão diferente assim do Brasil. Quem sabe, até melhor.
No meu caso particular, sempre me perguntei por que Deus, serafins, querubins, arcanjos, anjos e outros quejandos, que quase diariamente apareciam para falar com terrestres, sumiram de vez. Há séculos que nenhum deles dá o ar de sua graça. Acho que desistiram dos terrestres. Logo agora, que todos têm celular e poderiam documentar cabalmente o fato extraordinário, não aparece ninguém. Imagine o impacto se um deles aparecesse e fosse confirmado. O cristianismo daria um salto gigantesco e quiçá seria a religião universal. Mas, que nada!! Sumiram de vez. Ou nunca existiram e tudo não passou de invenção.
Hélio, não caberiam aqui as razões de sua justa decepção, pois nós, seres humanos, ainda estamos buscando de forma imediatista compreender tudo os mistérios da eternidade. Quando Jesus Cristo disse que "meu reino não é deste mundo" poucos compreenderam o real sentido de suas palavras. As religiões quaisquer que sejam, foram criadas pelo homem para submeter para submeter os semelhantes através do medo e de dogmas pouco compreensíveis. Mas qualquer que possa ser a religião escolhida e acima delas existe um Criador uno e indivisível do qual emanam todos fluidos benéficos que são o real alimento do progresso moral e espiritual de cada um. Quem somos, de onde viemos, e para onde vamos. Essa é a pergunta eterna que norteia o ser humano temente ao Criador.
ExcluirPrezado Joel, sua frase das 18:26h, "As religiões, quaisquer que sejam, foram criadas pelo homem para submeter os semelhantes através do medo e de dogmas pouco compreensíveis." é uma grande verdade. Quando autores de séculos passados diziam que "a religião é o ópio do povo", tinham carradas de razão. Eu acrescentaria que as religiões são uma excelente maneira de tornar os crentes submissos e pacientes com seus sofrimentos e agruras, já que isso lhes garante pontos para ingresso no Paraíso. A frase "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos Céus" é uma forma perfeita de fazer o miserável se conformar com sua vida de merda. Ele deve pensar, sorrindo alegremente: "Bem feito para esses ricos!! Eles vão para o inferno e eu vou para o Céu."
ExcluirMilhões já foram assassinados e massacrados em nome de Deus, "and counting..". Que o digam os cristãos e os muçulmanos. Nada como um bom massacre para deixar claro o poder de Deus. As Cruzadas, os massacres provocados ou sofridos pelos cátaros, calvinistas, huguenotes, a Noite de São Bartolomeu, o Massacre de Vassy, o de Cunhaú (no Rio Grande do Norte), e tantos outros, sem dúvida atestam a bondade, espírito de concórdia e tolerância ressaltados por tantas religiões, especialmente a cristã e a islâmica.
Dado que não se pode comprovar a existência ou não de Deus, então a crença n'Ele passa a ser questão de fé pura e simples. Se o Universo e a Vida são obra d'Ele ou se são meros fenômenos regidos pela Física, é coisa que foge de nossa compreensão atual. Então...
E voltando à influência católica trazida pelos portugueses no Rio de Janeiro e no Brasil mencionada hoje, vale lembrar que Jesuítas, Carmelitas, Bispos, Arcebispos, Cardeais, e Prelados de toda espécie, "roubaram o ouro do Brasil às escâncaras", trucidaram tribos indígenas, promoveram uma "diáspora forçada" para centenas de milhares de negros africanos, e deixaram como legado uma sociedade imoral, corrupta, e hipócrita, erigindo templos em profusão, e usando "o nome de Deus" para perpetrar seus crimes.
ExcluirA famosa igreja dos malfeitores.
ResponderExcluirEles saiam da prisão do Aljube que ficava na esquina da rua major Daemon ( oficial que morreu picotado por uma hélice de avião no aeroporto, acho que no Paraná) e paravam na frente da igreja para rezar antes de serem enforcados.
Por falar em forca, li algures que havia as temporárias e as itinerantes. Uma das temporárias ficava justamente no Largo do Capim, bem próximo à igreja de Santa Rita. A forca usada para o Tiradentes foi instalada na atual avenida Passos, perto da esquina com a rua Senhor dos Passos.
ExcluirHélio, uma das forcas ficava em frente ao casarão onde é hoje o edifício A Noite.
ExcluirO dono desse casarão, que não recordo o nome, fazia questão que seus escravos observassem as penas ali aplicadas talvez para intimida-los.
Não deve ter dado muito certo, foi morto por um deles.
"No dia que o primeiro imbecil encontrou o primeiro espertalhão, surgiu o primeiro Deus."
ResponderExcluirEssa frase do Millôr, pra mim, diz tudo...
Apesar de bem escondido o "Diabo sempre deixa a cauda de fora"...
ExcluirWagner, li algo parecido, mas com em relação a golpes: Todo dia saem de casa um esperto que se faz de bobo e um bobo que se acha esperto, quando os dois se encontram é golpe na certa.
ExcluirRicardo, isso que você falou faz lembrar as pirâmides financeiras, muito em voga ultimamente. Das duas, uma: ou o cara é otário, ou quer fazer alguém de otário...
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