Foto
garimpada pelo JBAN. Na Rio-Petrópolis vemos um elegante casal em passeio para
Petrópolis encaminhando-se para o carro de praça contratado para levá-los à
Cidade Imperial, após uma parada no Monumento do Cristo na subida da Serra. O táxi
parece ser um Dodge Kingsway 1951.
Na edição de março de 1938, a "Illustração Brasileira" publicou o seguinte texto:
"RIO-PETROPOLIS é uma rodovia maravilhosa, ligando duas cidades encantadoras. Entre a Capital Federal e o elegante refugio de veraneio, só poderia haver uma estrada, como a Rio-Petropolis. As paisagens são bellissimas. De um lado e do outro, trechos de florestas, despenhadeiros, grotões. águas correntes, casas que se aninham no seio da montanha. Entre uma curva e outra, painéis distantes da Serra dos Órgãos e vagos panoramas longínquos do Rio de Janeiro. E atravez de uma infinita successão de paisagens encantadoras, estende-se a enorme fita de concreto, por onde passam, dia e noite, os automóveis e os pesados caminhões.
À medida que a estrada avança na subida da montanha, a temperatura vae-se tornando mais pura e fresca. A gente sorve com alivio os ares puros dessas altitudes a que se mistura o balsamico perfume das mattas. E quem apreciar a volúpia do perigo, póde arriscar umas tiradas á Pintacuda, attento aos inspectores de trafego, inimigos profissionaes da velocidade.
A Rio-Petropolis possue encantos com que fascina tanto os espíritos contemplativos, como aquelles para os quaes a acção é tudo."
Conheci a Rio-Petrópolis nos anos 50. A estrada em mão-dupla era bonita, mas se pegasse um caminhão lento ou um ônibus pela frente quase não havia chance de ultrapassagem. Além disso os carros importados sofriam muito para subir a Serra e era frequente ferverem pelo caminho.
A estrada de subida, hoje em mão única, já não dá conta do tráfego de caminhões e carretas. São frequentes os acidentes. As obras de construção da nova pista de subida estão paradas há anos, demonstrando mais um fracasso dos governantes.
Na foto aparece um ônibus da UTIL modelo ¨Presidente, para 35 passageiros, motor Alfa-Romeo-FNM, que rodou de 50 a 57.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirFui algumas vezes a Petrópolis, saindo de Madureira, nos anos 80, mas me limitava aos arredores da rodoviária. Tenho vontade de um dia (ou mais) ainda ir ao Museu Imperial, já que do Nacional praticamente só sobraram cinzas.
A Rio-Petrópolis foi concluída no governo de Washington Luís em 1928, mas antes disso era possível ir à Petrópolis de carro pela "Serra velha" desde 9 início do Século XX, embora tal percurso fosse "quase uma aventura". Margeando o leito da linha da Leopoldina até Vigário Geral chegava-se a Duque de Caxias, Pilar, Campos Elíseos, Piabetá, e Vila Inhomirim, que é a raiz da Serra. Subindo pela Estrada Imperial chegava-se enfim ao Alto de Serra (Rua Teresa). Em 1928 o traçado da Rio Petrópolis aproveitou o trecho da velha estrada até Campos Elíseos até a altura da atual Reduc, atingiu Santa Cruz da Serra até as cercanias de Xerém e alí se inicia o trecho de Serra até região do Quitandinha. Com a inauguração da Avenida Brasil em 1946, foi aberta em 1950 a "Variante" entre Parada de Lucas e a região de Pilar e Campos Elíseos na altura da Casa do Alemão.
ResponderExcluirNos anos 50 foi aberta a "Estrada do Contorno" entre a entrada de Xerém e o local conhecido como "Bonsucesso", na confluência com a antiga Estrada União Indústria. Naquele ponto também cruzava esse trevo a linha da Leopoldina que margeava a União Indústria e vinha de Petrópolis em direção a Três Rios. Ainda junto à essa confluência foi construída a 106 Delegacia Policial. Ainda na Estrada do Contorno a cerca de um km do Belvedere existe a Variante do Bingen e que até os anos 50 eram "os fundos de Petrópolis'. O intessante é que até o final dos anos 70 era possível alternar os dois trajetos ou seja, podia-se ir ou vir à Itaipava pela estrada do Contorno sem passar por Quitandinha ou dentro de Petrópolis. Com a construção da "Nova Rio Juiz de Fora" tudo se complicou em razão de só existir uma única subida cujo traçado é canhestro, estreito, e obsoleto, e uma única descida.
ResponderExcluiresta é a estrada da minha vida. Desde 1965, quando tirei a minha primeira CNH , devo ter feito mais 1000 vezes, assim como o titular desse fotolog que tinha sua casa na mesma rua que a minha. Era uma maravilha, com hortênsias pelo caminho. Hoje só se usa para subir. A estrada do contorno permitiu isso.
ResponderExcluirPetropolis ainda tem seu charme e a subida - se não pegar fluxo de caminhões - também. Clima delicioso a 1:30 do Rio . E pensar que D Pedro ia para lá demorando dias talvez....
ResponderExcluirCom relação a Estrada da vida do DI LIDO como ele bem fala, em tempos atuais existem tuneis perfurados na subida da Rio Petrópolis mas como estamos no Brasil e por motivos não bem esclarecidos as obras pararam e hoje temos inumeras pontes e elevados abandonados bem como vários tuneis já perfurados que sem duvida servem de guarida aos animais silvestres da região.
ResponderExcluirPortanto, ainda dá tempo de viver parte das maravilhas narradas pelo Conde, mas atente: acabaram as Hortencias, a favelização em alguns trechos avançou e os animais sumiram. É... coisas da modernidade.