Vemos o bonde Nº 33, da linha Lapa-Praça da Bandeira, nº de ordem 383,
na Rua do Riachuelo, na Lapa, nos anos 50, em foto do Arquivo Nacional, Fundo Correio
da Manhã, colorizada por Marcelo Fradim.
À esquerda vemos a loja "Relojoeiro Ferreira" - Consertos
garantidos. Mais adiante a "Casa Albano" - metais. Esta tinha como
endereço a Rua Riachuelo nº 17, telefone 22-2351. O caminhão é um Dodge 1940 e
o anúncio na frente do bonde é "Icaro". O automóvel à direita parece
ser um Chevrolet.
O trajeto do 33 era: Largo da Lapa - Mem de Sá - Frei Caneca -
Salvador de Sá - Estácio de Sá - Largo do Estácio - Joaquim Palhares - Barão de
Iguatemi - Matoso - Praça da Bandeira. Na volta vinha pela Rua do Riachuelo.
Sempre me impressiona a quantidade de trajetos dos bondes, alguns bem curtos, que
serviam toda a cidade, bem diferente das poucas opções que o metrô oferece.
A foto mostra o bonde 33 parado no abrigo de bondes da Lapa.
O que estaria fazendo este funcionário da LIGHT no alto do bonde?
Perguntei ao Helio Ribeiro e também ele achou estranho. Não deveria ser acertar o letreiro com o nº da linha e o itinerário, pois são controlados de dentro da cabine do motorneiro.
Segundo o Helio, até 1943 os carros motores apresentavam apenas o
letreiro com o nome da linha. Daquela
época em diante, passaram a ter dois letreiros superpostos: um superior, de
frente quadrada, com o número da linha, e um inferior, de frente retangular,
com o nome da linha. Em todos os carros
motores, o letreiro superior tinha formato idêntico; já o inferior só era
padronizado nos bataclãs e bataclãzinhos.
O funcionário teria ido ajeitar algo no coletor em arco que faz contato do bonde com o cabo de energia?
Segundo o Helio a LIGHT usou 3 tipos de coletor: Trolley (Pole ou Lança), Pantógrafo e Arco, como este da foto.
Ao ver a loja de relojoeiro me lembrei de um tipo curioso do centro do Rio. Havia até poucos anos (não sei se ainda está lá) um senhor que ficava na esquina da Rua Acre com Marechal Floriano com um enorme tabuleiro pendurado por uma tira no pescoço, que consertava relógios. Não apoiava o tabuleiro no chão. Nele ficavam diversos relógios e peças de reposição. Fazia seu trabalho em plena rua.
ResponderExcluirAlém de consertar relógios analógicos trocava a pilha dos digitais.
Sempre tinha fregueses.
Aliás, respeitando os méritos dos relógios chamados "digitais" - os minimamente razoáveis têm uma precisão impossível de ser igualada pelos "mecânicos", são muito mais baratos e por isso ficam ao alcance de muito mais gente - a inevitável troca da bateria quando eles param "de repente" é sempre uma dor de cabeça; sou da velha guarda, o meu é o velho e bom "mecânico", automático, com corda pelo movimento.
ResponderExcluirFaz sentido. Relógios mecânicos são mais confiáveis. Uma enorme proporção de pessoas, muitas delas com uma suposta "boa escolaridade" não sabem ler as horas em relógios tradicionais, apenas nos digitais. Embora muitos aqui possam não concordar, são o fruto do "método Paulo Freire".
ExcluirComo esse tal de Joel costuma nos brindar com comentários estapafúrdios, preconceituosos e, como de costume, fora do contexto da postagem, fica uma sugestão de leitura de matéria pertinente ao seu comentário. inted.org.br/o-metodo-paulo-freire-nao-foi-implantado-aqui/
ExcluirAnônimo esse cara é ridículo. Sem comentários. Glorifica um passado que nunca existiu.
ExcluirÉ um teatrinho, você dois são a mesma pessoa. Além disso "só ataca de ré", é o efeito "do armário". A fonte que fornece o endereço do IP também pode identificar o dono do equipamento.
ExcluirEssa linha foi desativada em uma das operações realizadas pelo Ten.Cel. Américo Fontenelle em 1964 para "reorganizar" o trânsito no Centro do Rio. A Lapa fazia parte do trajeto da única linha de bonde que ligava a zona norte à zona sul: a linha 60 Muda-Marquês de Abrantes. Com a erradicação dos bondes da zona sul entre Março e Maio de 1963, a linha 60 teve o seu trajeto reduzido e passou a ter seu ponto final no quiosque da Lapa que aparece na foto. Em 1964 com a operação realizada por Fontenelle, a linha acabou sendo erradicada, o abrigo de bondes passou a ser por pouco tempo o ponto final da recém criada linha de ônibus 207, e acabou sendo demolido naquele ano.
ResponderExcluirOlá, Dr. D'.
ResponderExcluirO gerente levou mais de um dia para se recuperar do baque.
Acredito que a versão original da primeira foto já apareceu neste sítio. Sobre as demais, acredito que tenha sido mesmo um problema no coletor. Até hoje aparecem de vez em quando problemas nos pantógrafos dos trens. Eram recorrentes nos trólebus.
Em alguns locais ainda se vê bancada para conserto ou troca de bateria de relógios.
FF: durante o fim de semana faleceu Frank Williams, ex-dono da escuderia que leva o seu sobrenome.
Em tempo, havia um relojoeiro no Tem-Tudo (não sei se ainda existe) onde meu pai levava o cuco quando dava problema. Depois de nos mudarmos passou a ir em um no largo da Taquara.
ResponderExcluirEsse cabra aí no teto do bonde não estaria correndo grande perigo de morte? Aliás, o Hélio saberia dizer qual era a tensão de alimentação das malhas dos bondes? Acredito que se utilizava CC, em vez de CA, correto?
ResponderExcluirWagner, ao que me consta eram 600V CC.
ExcluirA linha 207 da CTC substituiu a 33 do bonde e tinha o mesmo nome: Lapa - Praça da Bandeira. Da mesma forma, a 219 substituiu a 66b( Tijuca); a 217 fez o mesmo com a 70 (Andaraí - Leopoldo); a 215 só parcialmente a 68 (Uruguai - Engenho Novo).
ExcluirHélio, a extinção do 66 e do 68 em 09.09.64 foi um dos maiores absurdos ocorridos no governo Lacerda. Segundo matéria publicada na edição vespertina de O Globo de 11.09.64, as enormes filas causadas pela supressão dessas linhas causaram enorme transtorno para as pessoas que utilizavam aquelas linhas. As novas linhas de ônibus eram insuficientes para o atendimento da demanda. Ainda segundo O Globo, o Administrador Regional da Tijuca Paulo Zouain foi questionado pela comunidade tijucana mas "ficou o dito pelo não dito'. Não custa acrescentar que em Julho de 1964 em uma nova reorganização do transito comandada por Fontenelle, o trajeto da linha 66 não ia até a Praça XV e sim até a Praça da República e Rua Moncorvo Filho.
ExcluirAinda sobre relógios, a maioria hoje usa bateria, seja "digital" ou "analógico". Herança da invasão oriental.
ResponderExcluirRelógio mecânico hoje é para poucos.
KKK. Essa do método Paulo Freire não ensinar a ver as horas foi dose para elefante.
ResponderExcluirAnônimo, "não morra de rir", pois a coisa é séria. Leia "A pedagogia do oprimido", "obra prima" de Paulo Freire, e faça depois o seu juízo de valor.
ExcluirMuitos (inclusive eu) acham que o arrasamento do Morro do Castelo foi absurda, mas teve um objetivo: com o arrasamento novos terrenos estariam disponíveis para uma eventual especulação imobiliária. Mas e a Lapa? A abertura de novas vias foi uma desculpa ridícula e sem fundamento. Para que serve aquele enorme vazio atualmente além de servir de concentração para usuários de drogas e protestos de movimentos políticos?
ResponderExcluirBom dia a todos. Meu pai comprou muito material hidráulico na Casa Albano, lembro de ter ido com ele algumas vezes fazer compras quando ainda morávamos em Santa Teresa, lembro também de um ferreiro que ficava no último arco em frente a R. Joaquim Silva. A cidade era mais curta, logo os trajetos eram menores. Quanto ao nosso Metro é uma rabiola de pipa, coisa mais absurda do mundo, não existe nada similar no mundo, o RJ para melhorar a sua rede de Metrô necessita de pelo menos 10 linhas com integração de uma com as outras, como é nos Países onde a rede de Metrô é realmente eficaz.
ResponderExcluirO Metrô do RJ enfrenta os seguintes obstáculos:
1- Os seus administradores do governo são manobrados pela Máfia dos ônibus.
2- O projeto de sua implantação e a expansão realizada, são incompatíveis para o bom funcionamento da rede como um todo, visto a extensão realizada até a cidade nova.
3- A própria população sabota a sua expansão conforme aconteceu na última expansão, quando os moradores de Ipanema e Leblon eram contra a instalação de estações nos seus bairros. Agora são os que mais reclamam da gasolina a R$ 7,50.
Não consigo lembrar dos bondes na Lapa. E nem na Pç. da Bandeira. Só o da área da Leopoldina e assim mesmo já quase sumindo na memória.
ResponderExcluirO procedimento do funcionário da Light bondes dos velhos tempos seria totalmente proibido atualmente. Mesmo que tenham cortado a energia do cabo, o acesso e a permanência em local mais alto feitos de maneira totalmente insegura.
Há mais de 30 anos subi no teto de um guindaste bem antigo do Estaleiro EMAC em Niterói e ele me fez lembrar os velhos bondes, só que, para piorar, tinha muita graxa.
Deve ser Mac Laren. Em Niteroi havia o EBIN, a CCN-Estaleiro Mauá, o Mac Laren e depois, a CEC. Na Ilha do Governador ficava a EMAQ e no Caju, o Caneco e a Ishibrás.
ExcluirÉ o primeiro à direita depois do fim da Ponte. Agora é outra empresa no local. Posso ter errado a grafia e ter sido uma unidade da EMAQ.
ExcluirAliás, ainda tem um estaleiro na Ilha.
Já o Mauá continua em Niterói, desde 1845, como indica o site: estaleiromaua.ind.br/site/
Sejam mecânicos ou com o cristal de quartzo, para as gerações mais novas usar relógios de pulso está caindo em desuso, substituídos pelo relógio do telefone celular.
ResponderExcluirFF. Rogério Ceni diz que a praga que rogou contra o Cruzeiro é a mesma que também rogou contra o Flamengo. Vou aguardar para ver, se o Flamengo também irá parar na 2ª divisão.
ResponderExcluirA linha de bondes 60 - Muda x Marquês de Abrantes fou a que mais utilizei na vida. Morando pwrto da rua Uruguai e estudando no Pedro II da rua São Francisco Xavier, durante quatro anos (1959 a 1962) eu diariamente pegava esse bonde para ir e voltar do colégio.
ResponderExcluirNos anos '50 até os '70 havia uma oficina mecânica na Praça Virgílio de Melo Franco, com frente para a praça e fundos para Av. Beira Mar, que ficou conhecida pela competência dos serviços de sua equipe. Atendendo também à Bolsa de Automóveis era formada pelos mecânicos Zezinho e Daniel, lanterneiro Toninho, também conhecido como martelinho mágico, Jacy, pintor, que fazia as próprias misturas de cores, e seus auxiliares. Tempos depois parte dessa equipe foi levada pelo Toninho para o nº 13 da rua Riachuelo, cuja entrada aparece à esquerda na primeira foto. Fui cliente dessa oficina mas depois do profissional de lanternagem (funilaria em Sampa) se envolver no comércio de carros usados a qualidade dos serviços nunca mais foi a mesma.
ResponderExcluirNa Av. Mal Câmara, calçada do Edifício Orly, tem o "Magaiver" dos relógios. Pequenos consertos são a expertise do técnico. Vou achar a foto que um dia tirei...
ResponderExcluirPara onde irá Renato Portaluppi (ou gaúcho)?
ResponderExcluirPara a praia, jogar futevôlei.
Há muito tempo eu vejo que os investimentos no CRF foram de tal monta que o clube se viu na obrigação moral de "ganhar tudo". Mas como essa possibilidade não aconteceu e diante dos compromissos assumidos e dos "rumores" envolvendo a Comissão de Arbitragem, a situação pode se complicar. Dos grandes objetivos pretendidos o clube não ganhou nenhum e pode ser que as fontes de seu financiamento encontrem outro "parceiro" para investirem seu capital. Não há argumentos para explicar o inexplicável, e muita coisa pode acontecer.
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