Total de visualizações de página

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

LARGO DE SÃO FRANCISCO

Foto de meados dos anos 70 mostrando um grande estacionamento no Largo de São Francisco. Impressiona a mesmice das cores dos automóveis atuais em comparação com a frota de 30/40 anos passados. É só preto, cinza, grafite, prata. Monotonia pura. E também é curioso observar que os carros nacionais eram 97% do total. Quanto ao Largo de São Francisco é verdade que deu uma melhorada. Havia na época da foto um terminal de ônibus que tornava caótico circular por ali. 



Foto do Largo de São Francisco anos antes da foto anterior, com destaque para o terminal de bondes, tendo ao fundo o prédio da Escola Politécnica (onde funcionou a  Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil a partir de 1948 e, depois, o IFICS - Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro)  e para o ponto de bondes nas esquinas das ruas Luís de Camões e Andradas. À direita ficava a saudosa casa Lutz Ferrando, onde se compravam lupas, microscópios, binóculos, jogos (Poliopticon, Engenheiro Eletrônico da Philips), tripa de mico (tubo de látex amarelo usado para experiências químicas. Vinham em vários diâmetros e eram vendidos a metro. Eram ótimos para fazer estilingue e eram usados também como torniquete no braço quando se ia tirar sangue ou tomar injeção na veia e válvula de câmera de bicicleta, além de tubos de ensaio, beckers, filmes, máquinas fotográficas. A ida até o Largo incluía uma ida ao Bob´s na calçada oposta à Lutz Ferrando. Outras opções eram as salsichas da Manon Ouvidor e o mate no copo de papel com base de alumínio na Casa Flora, na Ramalho Ortigão com Rua da Carioca.

Ali pertinho havia lojas onde se comprava material para as aulas de religião, santinhos, véus, terços, e outras maravilhas exigidas pelas catequistas. E também se abastecia, numa casa de produtos nordestinos confiáveis, dos ingredientes para fazer o vatapá de acordo com a receita original nordestina (que é diferente da baiana), além de, nas lojas das ruas que afluíam ao Largo comprar de tudo: louças finas e cristais, tecidos, chapéus e luvas, etc. Muita gente era freguês da Casa Cruz, Lutz Ferrando, Casa Mattos, Lojas Americanas, com seu mezanino-lanchonete com cachorro-quente, batatinhas fritas e guaraná caçula da Antarctica.  Não esqueçamos do Café Palheta com seu balcão de mármore e alumínio e de A Colegial (onde se compravam uniformes para a escola).

 


 

16 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    A primeira foto, salvo engano, é de uma edição especial de Manchete, de 1974. Peguei essa configuração do largo na década de 80, mas, já em 1986 algumas linhas de lá para JPA foram transferidas para a Erasmo Braga e, depois, para o terminal Misericórdia, desativado na gestão passada.

    Tenho fotos, já postadas, de trotes da Escola Politécnica no largo.

    Até alguns anos atrás passava pelo largo para chegar em outros pintos do centro.

    ResponderExcluir
  2. Nos anos 80 era ponto final de inúmeras linhas de ônibus. Como as 217 e 226. Na Rua do Teatro ao lado da UFRJ havia uma lotérica, duas casas de venda de animais, um sebo e várias linhas para Campo Grande. Essa rua hoje não tem mais nada. Parece uma terra arrasada.

    ResponderExcluir
  3. Muitas das vezes chegava com meu pai a bordo do Bonde Malvino Reis, vindo lá do Estácio. Época de Férias escolares eu acompanhava meu pai até a Sede do Banco do Brasil onde ficava com ele para dar sossego a minha mãe lá em casa. Eu curtia muito essa viagem.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Menezes, o bonde Malvino Reis fazia ponto final na Praça Tiradentes. Não havia bonde vindo do Estácio que fizesse ponto final no Largo de São Francisco. O mais próximo disso era o Uruguai x Engenho Novo, que descia Haddock Lobo e Machado Coelho.

      Excluir
  4. Na foto em preto e branco vemos duas Kombi e uma Rural. Deve ser de 58 em diante. Foi o tempo em que eu passava diariamente nesse quiosque para pegar o bonde em direção à S. Francisco Xavier. Outros tempos, 11 anos de idade, sozinho, fardado, pegava um bonde em Santa Teresa às 11:35 e nesse quiosque, sem horário, mas sem me preocupar com a chegada a tempo no colégio. Era líquido e certo.

    ResponderExcluir
  5. Muitas ao sair do colégio eu aproveitava o tempo vago para olhar as novidades na Lutz Ferrando e visitar bombonière do Sr.Lucas ali ao lado.

    ResponderExcluir
  6. Era para muitos "A Esquina do Mundo"... Leiteria Gibi, Casas Gebara, Instituto LART, Lutz Ferrando... e vai por aí . Sem esquecer o painel de azulejos do Café Java, na esquina de Ouvidor. O antigo prédio da ENE era um verdadeiro museu, com uma escadaria de impressionar qualquer um. Em 1971 tive a oportunidade de conhecer todas as dependências do prédio, ao frequentar o curso de Introdução a Engenharia Nuclear, coordenado pelo prof. Aimone Camardella.

    ResponderExcluir
  7. Não gostava nada de ir comprar o uniforme, que significava o fim das férias e a volta as aulas. Foi ali na Casa Matos onde eu ganhei uma cobiçada pasta 007, caríssima!

    Eu adorava ir almoçar ao Centro e comer chicken pot pie, num restaurante acho que era na Rua Miguel Couto. Naquela época bebia Grapete, um só não, pois “quem bebe Grapete, repete”. Belas saudades aquele tempo deixou.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Dante Ferman, eu bebo Grapette até hoje, só que em garrafa de dois litros e que é facilmente encontrada em supermercados.## A colorização hoje está 99%. Até o tom do Fusca Amarelo 1973 está perfeito pois é bem parecido com o amarelo Java dos táxis mas dá para ver a diferença. Só foi produzida em 1973. O Ocre Marajó, o Amarelo Colonial, e o Bege Alabastro também são cores fiéis.

      Excluir
    2. Boa lembrança.
      O restaurante chamava-se Chicken Pie e era na rua Miguel Couto mesmo.
      A chicken pot pie era ótima, vinha fumegando com a "tampa" de massa deliciosa.

      Excluir
    3. Ocre Marajó, Verde Guarujá, Azul Pavão, Amarelo Colonial ... haja criatividade para nomear as cores.
      Agora é uma meia dúzia de grafites/cinzas, preto e branco.

      Excluir
    4. Parece representar bem o humor/nossa aura nos últimos tempos... De colorido para branco, cinza e negro. Uma vida em preto e branco.

      Excluir
  8. Foto 1 dos tempos de estacionamentos "a cores". Agora vemos em P & B.
    O Largo de São Francisco também era um ponto de referência para minha família em dia de compras, principalmente na volta às aulas, na Casa Cruz e Casa Matos.

    ResponderExcluir
  9. Não sei onde o tal aluno do CPII viu colorização na foto 1. Não lembro muito dessas lojas especificas citadas no texto, mais de outras filiais.

    ResponderExcluir
  10. Na primeira foto um solitário Aero bolinha,ainda teima em resistir...um Opel Kadett de fim dos 60's da o ar da graça e ao lado da Brasília, parece ser um Alfa 2300...

    ResponderExcluir
  11. Frequentei o largo de São Francisco em diferentes oportunidades. Como criança indo à Colegial comprar uniforme e sapato "tanque", às casas Cruz e Matos, cadernos e livros. Na Escola Nacional de Engenharia de 1958 até 1962 de onde me graduei como engenheiro. Saudades da escola e dos mestres que nos plantou o saber. Como curiosidade: o famoso telescopio de longo alcance, instalado nos fundos do quarto andar e "objetivamente" direcionado aos camarins do teatro João Caetano onde as vedetes se preparavam para suas apresentações.

    ResponderExcluir