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sábado, 9 de setembro de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: TELEFONES PÚBLICOS


Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá saem estas fotografias de cabines de telefones públicos. Reportagem do Correio da Manhã de 1962 comentava: “São notórias e até históricas as deficiências numérica e funcional dos telefones na Guanabara, motivo de grandes aflições para os cariocas. Não apreciaremos os aspectos político e polêmico da questão. Denunciaremos apenas que a situação vai de mal a pior, principalmente quando se trata de telefones públicos. Os aparelhos estão sempre localizados nos pontos mais inconvenientes das casas comerciais. Quanto às cabinas da CTB, existem poucas, apenas para constar.”
Até a década de 60, antes dos planos de expansão, era uma dificuldade ter um telefone próprio em casa. Havia fila para comprar telefone e um comércio paralelo onde ele era muito valorizado.  As pessoas declaravam a propriedade da linha para o Imposto de Renda. Uma das saídas era conseguir uma “extensão”, isto é, compartilhar a linha com outro morador do mesmo bairro.
Outro problema era conseguir linha; Tirar o fone do ganho e ouvir o sinal de discar imediatamente, como hoje, somente em filmes americanos - aqui se esperavam longos minutos até se conseguir uma linha. Algumas mães colocavam os filhos para “esperar linha” e, em algumas empresas, havia um funcionário destacado para isso...
Conseguido o sinal havia linhas cruzadas e muitas ligações não se completavam. Eram demoradíssimas as ligações para Paquetá ou Petrópolis, por exemplo, sempre através das telefonistas (aguardavam-se umas quatro horas até que a telefonista completasse a ligação).
Havia "macetes" para conseguir linha: discar zero, discar um e segurar o disco de discagem por alguns segundos, bater na tecla de desligar e por aí vai.
Telefones públicos eram outra dificuldade. Difíceis de encontrar e quando encontrados muitos não funcionavam. Havia truques para falar de graça nos telefones públicos: um deles era ir batendo os números de forma ritmada, com pausa entre cada número,  naquela peça em que o auricular ficava pendurado. Para prolongar indefinidamente o tempo de uso sem pagar mais se usava um diodo. Como o diodo tem a propriedade de permitir a passagem de corrente elétrica apenas em uma direção, quando vinha o "pulso" para comer mais uma ficha, ele passava pelo diodo e voltava, permitindo uma chamada de tempo infinito. Como não permitia a passagem de energia no sentido contrário, não dava curto na linha.
Em algumas ocasiões, por algum motivo o telefone entrava em curto permitindo o sinal de discagem gratuitamente.
Já no final do século XX, início do século XXI, com a privatização e o aparecimento dos telefones celulares houve uma popularização do uso de telefones e hoje em dia o telefone fixo perdeu muito espaço e os telefones públicos praticamente desapareceram.
Fotos: acervo Correio da Manhã

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

PASSEATAS





Ontem se reclamava por aqui da passividade atual do povo brasileiro. É realmente impressionante, diante do cenário atual.
Mas nem sempre foi assim. As fotos de hoje mostram isto.
Junho de 1963: os motoristas de táxis realizaram manifestação contra a pintura dos táxis.
Abril de 1966: cinco mil mulheres, de rosários na mão e rezando a Ave Maria, marcharam sob escolta de 700 soldados da PM, do Largo do Russel ao Palácio Laranjeiras na chamada Passeata da Carestia.
Estudantes protestam contra o preço das passagens.
Em 1962 o funcionalismo e as normalistas fazem seus protestos.
O que aconteceu para a esta passividade do povo que se vê atualmente?
Onde estão os líderes, os estudantes, a igreja, os militares, os sindicatos, as associações de moradores?









quinta-feira, 7 de setembro de 2017

7 DE SETEMBRO

Esta foto foi enviada por nosso amigo Francisco Patricio (a quem agradeço a gentileza), com a seguinte dedicatória:

"Mais uma homenagem ao Ilustre General Miranda, oficial culto e exemplar - algo pouco comum no atual círculo militar (e que foi tão injustamente enclausurado no Forte de Copacabana)".
 
Na ocasião, a resposta do saudoso e pranteado General Miranda foi a seguinte:
 
“Ilustre Sr. Francisco Patricio,
comovido, vejo encherem-se os olhos de lágrimas e redobrada é a honra por receber, nesta homenagem, foto dos tempos em que os companheiros de farda tinham admirável espírito cívico e porte moral invejável, algo em falta no momento atual.

Inda mais por esta homenagem aqui se dar, neste espaço preservador da história secular desta Cidade, fundada por lusitanos, como o V.S.

Quando já não se vêem manifestações, em tempo, de certo e especial respeito e instinto de conservação para com os marcos artísticos ou repletos de tradição, é um deleite aqui comparecer diariamente. Quanto foi impiedosamente destruído para construir, muita vez, um novo sem alma e sem estilo.

Por isso, nossa cidade encontra-se desfalcada de muitas construções (e de tradições, como as paradas militares do Dia da Pátria), que poderiam refletir e documentar fases de épocas pretéritas ou manifestações do belo.
Mais uma vez agradeço a V.S. e, extensivamente, ao Dr. Luiz D'.”

Estes dois fotogramas, sobre a parada militar de 7 de Setembro, foram enviados pelo prezado Roitberg. Dele recebi o seguinte e-mail: " Luiz, restaurei alguns trechos de filmes do desfile de 7 de Setembro de 1946 na Av. Pres Vargas no RJ. Vemos os cavalarianos Dragões da Independência e o marechal Eurico Gaspar Dutra, a cores. Os fotogramas são de filmes feitos pelo Signal Corps do exército americano durante a visita ao Brasil do general Dwight Eisenhower. O que parece ser areia no chão, realmente é. Nos desfiles militares costuma-se colocar areia para os coturnos fazerem um barulho diferenciado ao marchar. O filme, de cerca de 6 minutos pode ser visto em: http://youtu.be/8k3N_bFypXI.

Esta foto, do acervo do Correio da Manhã, mostra um desfile estudantil comemorativo do “Dia da Pátria” de 1972, na Ilha do Governador.

Esta foto, também do acervo do Correio da Manhã, igualmente mostra um desfile comemorativo do “Dia da Pátria” de 1972, com alunos do Colégio Santo Inácio no campo do Fluminense.
 
Enfim, nos dias de hoje o civismo está adormecido e pouquíssimos se lembram da importância do “Dia da Pátria”.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O RIO DE 1968

Como bem sabemos todos o auge dos blogs já ficou para trás. Alguns “heróis da resistência” ainda se mantêm, mas a maioria do público migrou para o Facebook, para o Twitter, para o Instagram. Como disse a Cora Rónai, nos velhos tempos um texto podia levar a uma série de informações preciosas através de bons links. Atualmente há, nas redes sociais, além de privilégios às fotos sem muito texto, um aspecto de que tudo é  efêmero.
Entretanto, é possível encontrar trabalhos muito interessantes, como o que o Raul Felix de Souza, um pesquisador das coisas do Rio antigo que nada fica a dever aos melhores tempos dos blogs, vem fazendo. Raul é um craque.
A série de fotos de hoje são fotogramas do filme "Carnets brésiliens", de Pierre Kast (1968), garimpado pelo Raul.
Vamos a elas:
As palafitas da Favela das Dragas, em frente ao clube AABB, na Lagoa, com o edifício branco que fica bem em frente ao Clube dos Caiçaras, na Lagoa.

A Rua Dom Pedro Mascarenhas, vista da esquina com a Rua do Catumbi em direção a Santa Teresa.

A região da Praça 15 com o prédio do Ministério da Agricultura atrás da recém-inaugurada Perimetral. À esquerda, o pavilhão sobrevivente do Mercado Municipal.

A favela da Catacumba,  na Lagoa.

A Rua Marquês de Sapucaí, visando o cruzamento com a Rua Frei Caneca, onde começa a Rua do Catumbi. Ao fundo vemos o Morro da Coroa e a igreja de Nossa Senhora de Salete.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

TEATRO DE REVISTA


Em 03 de maio de 1962, no teatro Carlos Gomes uma versão bossa-nova de "A Casta Suzana" com Mione Amorim e Pedro Celestino nos principais papéis e cercados de boas garotas como o trio da foto.


Este é o grupo de "girls" que o produtor Walter Pinto importou da Argentina para a sua produção de 1960 "É Xique Xique no Pixoxó", que se apresentou no Teatro Recreio. O "score" musical da revista é de primeira categoria. Estrelam Oscarito, Nelia Paula e Paulo Celestino. O teatro Recreio funcionou de 1933 a 1969 na Rua Espírito Santo 43 e 45. Em 1933, Manoel Pinto estreou o teatro com a Cia. Margarida Max. Após o falecimento dele, seus filhos Álvaro e Walter Pinto, permaneceram como arrendatários do teatro. O motivo alegado para a demolição do teatro era o prolongamento da Rua Pedro I até a Av. Mem de Sá, mas isto não se realizou.


Em 02/12/1959 o teatro Jardel apresentou a revista "Vou à lua de lambreta", escrita por dez autores e dirigida por Geysa Boscoli. No elenco muita gente nova como Rosinda Rosa, Rosemarie Sulquer, Castro Filho, Rubens Leite, Francisco Serrano, Nestor Montemar, tendo à frente Evilazio. A atração extra do espetáculo é o sorteio de uma lambreta, que é realizado todas as noites. Os nomes dos contemplados vão sendo depositados em urna lacrada para o sorteio final, que será no último dia do espetáculo.
Na década de 50, anos depois do fechamento dos cassinos, virou uma febre o teatro de revista. Teatros como o Recreio, o Carlos Gomes, o Regina, o João Caetano, o República, o Glória e o Serrador abrigavam peças de teatro de revista. Também os teatros Jardel e o Follies, além de, por algum tempo, o Cinema Alvorada em Copacabana, exibiam este tipo de teatro.
As vedetes apareceram em profusão e nomes como Angelita Martinez, Anilza Leoni, Mara Rúbia, Virginia Lane, Aizita, Annik Malvill, Blanche Mur, Brigitte Blair, Betty Faria, Marly Tavares, Consuelo Leandro, Ida Gomes, Carmen Verônica, Celia Coutinho, Diana Morell, Delly de Azevedo, Valentina, Gina Le Feu, Darlene Glória, Elizabeth Gasper, Eloina, Esmeralda Barros, Evelyn Rios, Gigi do Baccarat, Lady Hilda, Luely Figueiró, Lenita Bruno, Lucia Lamour, Lygia Rinelli, Maria Pompeu, Dorinha Duval, Miriam Pérsia, Marilu Bueno, Nancy Wanderley, Norma Benguell, Marina Montini, Márcia Rodrigues, Marivalda, Nelly Martins, Nédia Paula, Odete Lara, Nádia Maria, Rosinha Lorcal, Renata Fronzi, Rose Rondelli, Silvia Fernanda, Sonia Dutra, Sandra Sandré, Sonia Clara, Sonia Muller, Thelma Elita, Vanja Orico, Vera Vianna, Wanda Moreno, Wilza Carla, Yolanda Ferrer, Zélia Martins, se destacaram. Eram fotografadas por grandes profissionais como Ávila e Mafra.

Fotos: acervo Correio da Manhã


 

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

COLISÕES

Em julho de 1958 o guarda-civil nº 2117, da R.P. 33, apresentou preso em flagrante ao comissário Maiolino, do 11º Distrito Policial, o motorneiro Geolenite Pereira e o motorista Júlio da Cunha. Segundo o condutor dos presos, Geolenite quando na direção do bonde da linha 78 - Cascadura, nº de ordem 2015, e Júlio, dirigindo o caminhão de chapa 7-13-97, causaram grave colisão na Av. Francisco Bicalho por terem avançado o sinal de trânsito.

Em março de 1963 o lotação "Lins-Lagoa", chapa GB 5-65-32, seguia pela Av. Rio Branco, dirigido por João Pereira, em direção ao Obelisco. Quando chegou ao Teatro Municipal para cruzar a Rua Araújo Porto Alegre, o sinal fechou. João ficou aborrecido. Estava com pressa. E quando o sinal ficou amarelo não quis esperar pelo verde: foi em frente. Ao mesmo tempo, o caminhão chapa 60-79-56, dirigidopor Thales Sampaio, que também estava com muita pressa, veio pela Rua Araújo Porto Alegre. Viu o sinal amarelo e meteu o pé na tábua achando que dava para passar. Pressa do João, pressa do Thales, foi igual a colisão. E começou a discussão, que só acabou na 3ª DP.

domingo, 3 de setembro de 2017

PAQUETÁ




 
 
Um bom programa para este domingo ensolarado é fazer um passeio a Paquetá, que dista cerca de uma hora de barca da Praça 15.
Suas ruas de terra, sem tráfego de automóveis e suas bicicletas são pitorescas. Hoje há, também, um transporte tipo táxi, feito em bicicletas (imagino alguns de nossos comentaristas, um pouco além de peso ideal, sendo transportados nestes veículos...).
As tradicionais charretes foram abolidas, pois havia maus-tratos aos animais. Em vez de exigirem que os animais fossem bem tratados, resolveram extinguir o serviço. Algo meio incompreensível, a meu ver, haja vista que na Europa, onde os direitos dos animais são respeitadíssimos, em muitas cidades há passeios turísticos em charretes puxadas por cavalos.
Lamentavelmente muitas casas lindíssimas estão abandonadas, duas ou três favelas já apareceram, as praias estão, em sua maioria, poluídas. Quanto descaso das autoridades para com o povo da ilha e para com a enorme possibilidade de explorar, turisticamente, a ilha de Paquetá!
Já imaginaram como os estrangeiros se deslumbrariam com um local assim, pertinho, de fácil acesso, tão simpático? Com guias bem preparados, bons restaurantes, banheiros limpos, cabines para trocar de roupa, praias limpas, espetáculos de música?
Poderia ser um paraíso!
Fotos do acervo do Correio da Manhã, da década de 60/70. A primeira foto mostra uma veranista, Luisa Borges, passeando em Paquetá montada no cavalo Mister Eco. Quem será Luisa Borges?
Outra foto mostra os pedalinhos estão existentes.