As
fotos de hoje mostram coisas que praticamente desapareceram do cenário.
Ficaram
na lembram a FICHA DE TELEFONE: havia poucos telefones na época. Os telefones
públicos, grandes e pretos, funcionavam com fichas metálicas (não aceitavam
moedas ou cartões). Ficavam dentro de bares, principalmente.
FOLHETO
NO CINEMA: eram distribuídos junto à bilheteria. Davam a ficha técnica do filme
em cartaz e anunciavam as próximas atrações e o que estava em cartaz nos outros
cinemas da rede.
MOTORNEIRO:
sempre de terno azul, com chapéu, bem como o condutor (que cobrava as
passagens) e o fiscal (que controlava as cobranças).
FICHA
DE ÔNIBUS: entrava-se pela porta traseira e comprava-se a ficha com o trocador.
O preço e a cor da ficha dependiam do trecho a ser percorrido. Ao descer era
obrigado depositar a ficha num recipiente ao lado do motorista. Era um desafio
descer sem depositar a ficha (que servia também de "palheta" para
jogar botão).
LAMBE-LAMBE:
os fotógrafos que se encontravam nas praças. As fotos ficavam prontas na hora.
Todos os nordestinos ali tiravam suas fotos para a Carteira Profissional.
VENDEDOR
DE "CASQUINHA": vinham pela praia, tocando sua matraca de madeira e
ferro ("ting-ling"). Vendiam as "casquinhas" e pirulitos de
açúcar queimado.
LAVADEIRAS
que, naquela época pré-máquinas de lavar, toda semana pegavam os lençóis,
toalhas, e levavam para lavar. Faziam uma grande trouxa que levavam sobre a
cabeça.
CARREGADORAS
DE ÁGUA que, com a habitual falta d´água, enchiam latas enormes que
equilibravam sobre a cabeça, após fazer um acolchoado com pano entre a lata e a
cabeça.
PADEIRO,
na sua bicicleta e seu cesto de vime, entregando o pão duas vezes por dia.
VIRGENS!
(se alguma vez houve onze mil virgens, hoje, certamente, é artigo raro...).
LEITEIRO,
com sua carroça alta puxada como um "burro sem rabo", com uma série
de compartimentos e as garrafas de leite, de vidro, com tampas metalizadas.
Ambos tinham a chave daqueles compartimentos na entrada das casas, onde se
colocava o leite, o pão e as cartas.
AMOLADOR
DE FACAS, que tocava uma melodia ao girar a roda de seu instrumento de
trabalho.
GARRAFEIRO
que gritava "compro jornal, revistas, livros velhos...".
NORMALISTAS
que cedinho se dirigiam para a Central do Brasil para pegar o trem para o
subúrbio (acho que mais nenhuma moça deseja ser normalista).
VENDEDORAS
DE MAÇÃS CARAMELADAS que ficavam na calçada, junto com os FOTÓGRAFOS dos
passantes.
MATA-MOSQUITO,
com suas bandeirinhas amarelas e GUARDA NOTURNO com seu apito.
Todas
aquelas pessoas simples que se vestiam com um TERNO BRANCO nos domingos. Os
"PARAÍBAS" com seus "emplastros de sabiá" para tratar a
"espinhela caída". Os LAVADORES DE CARRO, com uma estopa em forma de
rabo de cavalo, os COSME E DAMIÃO com suas fardas cáqui e capacete de aço,
sempre em dupla. Os COROINHAS que ajudavam a missa e repetiam, feito papagaios,
os sons em latim do que deveria ser a resposta ao que o padre dizia
("Dominum vobiscum. Et cum espiritu tuo").
VASSOUREIRO,
com vassouras e os espanadores de penas. O LANTERNINHA nos cinemas, todos de
roxo, vigiando os namorados mais ousados e mostrando o caminho aos atrasados. O
"FLASH-LIGHT" por conta da falta de luz. A GOMA ARÁBICA (de início o
vidro vinha acompanhado de um pincel. Depois, com um bico de borracha no
próprio vidro).
O
HOMEM DA LIGHT. que a gente chamava sempre que o quadro de luz da casa
"queimava a mufa". O CAMINHÃO DA COCA-COLA onde a gente trocava tampinhas
premiadas por garrafinhas.
O
CARRO PIPA que enchia as cisternas dos edifícios de água e o nosso pai achava
um roubo. O “TAIOBA”, aquele reboque de bonde com os bancos de lado. O CORREIO
DA MANHÃ que saía aos domingos, mas não saia às segundas. O GLOBO era o
contrário: saía às segundas, mas não saía aos domingos.
As
EDIÇÕES MARAVILHOSAS que algumas revistinhas em quadrinho lançavam só no Natal.
A RÁDIO-RELÓGIO, o PERGUNTE AO JOÃO, O CÉU É O LIMITE, a RESENHA FACIT e por aí
vai.
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