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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CARNAVAL




AVISO AOS NAVEGANTES: o "Saudades do Rio" informa a todos os navegantes que ficará fora do ar até a próxima terça-feira (salvo se as condições internéticas permitirem conexão).
 
Seja pegando carona no Citroen do Monsieur Rouen para Teresópolis, no Dodge (ou seria no Plymouth?) do JBAN para Itaipava ou indo para as alturas de Friburgo, contrariando a opinião do grande carnavalesco Lino, a melhor opção é "fugir para as montanhas".
 
Ar fresco, dias bonitos, longe da loucura em que se transforma o Rio nos dias de carnaval. Apesar das exceções já citadas pelo Lino o que mais se vê é desorganização, desrespeito, baderna, consumo exagerado de álcool (como se para ter alegria fosse necessário estar bêbado).
 
Fora a impossibilidade de se transitar pela cidade (haja vista o bloqueio de inúmeras ruas, sem alternativas para os que não brincam o carnaval), o continuado uso das ruas para urinar torna boa parte da cidade um fedor só. Ver os tapumes que protegem os vidros, as cercas que tentam proteger os jardins, as portarias bloqueadas por grades, ler sobre o incontável roubo de aparelhos de telefone celular, os documentos furtados ou roubados, as agressões, é de desanimar qualquer um. Além de constatar a total falência dos governantes, a subserviência da Prefeitura, a exploração desenfreada.
 
Boa sorte para os que ficam.
 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

AVENIDA ATLÂNTICA




Hoje temos três fotos de Postos de Salvamento na Avenida Atlântica, todas elas anteriores a 1938, quando a intervenção do Prefeito Henrique Dodsworth acabou com os postes no meio da Av. Atlântica.
 
Acho esta época uma das mais bonitas da Praia de Copacabana. A Av. Atlântica, que tem este nome por ser banhada pelo Oceano Atlântico, já se chamou Rua Bento Amaral, no seu trecho entre o Leme e a Rua Siqueira Campos. A Av. Atlântica foi projetada no governo do Prefeito Pereira Passos e construída entre 1906 e 1908. Foi reconstruída em 1910, segundo novos planos, pelo Engenheiro Luís Rodolfo Cavalcanti de Albuquerque Filho. Segundo P. Berger, em 1912 o Prefeito General Bento Ribeiro, considerando que a "Avenida Atlântica, pelos atrativos naturais que a cercam, deve constituir logradouro especialmente destinado a passeio, proibia o tráfego de veículos de cargas ou mercadorias e, bem assim, o de carros fúnebres, salvo aqueles que se destinarem a pontos nela situados". Em 1913, foi alargada. Destruída em grande parte pelas ressacas de 1918, foi reparada pelo Prefeito Amaro Cavalcanti. Prolongada e restaurada na administração Paulo de Frontin, sendo esta reconstrução assinalada pelo lançamento de um marco de pedra, em 1919. Em 1921 foi novamente melhorada e consertada num grande trecho pelo Prefeito Carlos Sampaio. Finalmente, em 1970, na administração Negrão de Lima, foi alargada a avenida e ampliada a praia.
 
A foto 1, publicada outro dia pelo M. Lobo no seu “Tempore Antiquus”, mostra o Posto 3. A revista "Illustração Brasileira" de abril de 1936 publicava:
"Copacabana, o lindo bairro praieiro que é um dos mais elegantes e mais bellos balnearios do mundo, acaba de ser dotado de um novo melhoramento, com a inauguração dos modernos postos de salvamento que, além de constituírem um bonito ornamento local, offerecem aos que o frequentam uma garantia de segurança pela efficiencia de sua apparelhagem. Vemos aqui um aspecto da Avenida Atlantica com um dos novos arranha-céus que se levantam por todos os pontos da linda praia carioca." Nesta foto podemos ver ao fundo a casa de meu tio-avô James Darcy, na esquina da Figueiredo Magalhães (aquela casa com um arco no segundo andar).
 
A foto 2, de Malta, mostra um posto de observação de salva-vidas na praia de Copacabana, por volta de 1910. Este precário Posto de Salvamento (Posto de Sauvatage), é de antes da construção da calçada junto à praia, que se deu quando do alargamento de 1919. Observar que, nesta foto, há curioso defletor na lâmpada superior do poste de luz (seria para proteger as casas da iluminação excessiva?). O salva-vidas, então chamado de "banhista", no topo do seu posto de observação, protegido por uma barraca e com binóculos, vigia os que entram no mar. Uma bóia, com uma corda, além de um pequeno barco, são instrumentos de auxílio ao salva-vidas. Andre Decourt acredita que o trecho acima fotografado ficaria entre as ruas Figueiredo Magalhães e Siqueira Campos, pelo tipo das casas. Entretanto, o morro que parece chegar até à praia sugeriria o trecho perto da Rua Fernando Mendes, na altura do Inhangá, acho eu.
 
A foto 3, de Preising, mostra outro Posto de Salvamento, alguns anos depois da foto 2. O mais interessante nessa foto é reparar que a calçada não é de pedras portuguesas, mas sim de mosaico cerâmico (foi uma das experiências feitas no período das grandes ressacas). Quanto a estes postos sempre existiam dois salva- vidas, um no alto e outro na areia ou na calçada. Cabia ao empoleirado observar, avisar o de baixo, que ia atender a emergência e sendo necessário, o do alto descia também para ajudar. Não sei a razão de terem abandonado o uso da bóia amarrada a uma corda. Este simples e eficaz equipamento salvou muitas vidas, com os salva-vidas lançando a bóia e puxando o nadador em dificuldades.
 
Por fim, comparando as fotos 1 e 3, podemos ver a modificação do desenho das ondas na calçada.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

LAGOA




Na foto superior vemos a Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa, em seu trecho paralelo à Rua Fonte da Saudade. Ao fundo, o prédio do Hospital da Sul América e o trecho da Avenida Borges de Medeiros, paralelo à Rua Jardim Botânico. A fotografia é de 1955 e mostra esta bela região ainda só com casas, diferentemente de hoje, quando está repleta de edifícios.
 
Até o final dos anos 70 era comum os sócios da Sociedade Hípica Brasileira, do Jockey Club e do Clube de Regatas do Flamengo (onde também havia uma seção hípica) passearem nos fins-de-semana, a cavalo, em torno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Após a abertura do Túnel Rebouças, com o conseqüente aumento do tráfego de veículos, estes passeios se tornaram impraticáveis. O último a desistir, já quase nos anos 70, foi um senhor a quem todos se referiam como o "general": cabelos e bigodão brancos, sempre de mangas compridas, botas de montaria, porte militar, óculos escuros, passeava solitário quase todos os dias de manhã. Na foto, dois irmãos aficionados da equitação, ele, atualmente, um dos mais famosos obstetras do Rio de Janeiro.
 
Na foto inferior vemos os irmãos defronte à casa de nº 708 (numeração antiga) da Avenida Epitácio Pessoa, que ficava logo após a Rua Montenegro (hoje Rua Vinicius de Morais), em direção ao Corte do Cantagalo. Era uma época tranquila, de conversas à beira do portão, onde os vizinhos todos se conheciam. Até a década de 60, em todo o trecho entre o Jardim de Alá e o Corte do Cantagalo, as casas tinham muros baixos, varanda e dois andares. A calçada era como hoje, ampla, com grandes gramados.
 
Os cavalos da foto são PSI (puro-sangue inglês), bem diferentes daqueles cavalinhos de aluguel que havia no Jardim de Alá.
 
Com o tempo a maioria das casas da orla da Lagoa foi sendo substituída por arranha-céus. Pena que não houve uma padronização do gabarito no local o que gerou alguns absurdos com prédios altíssimos.
 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

PRAIA DE BOTAFOGO

Início das obras da Torre Oscar Niemeyer


Esta foto inferior faz parte da série que Gyorgy Szendrodi fez sobre o Rio em 1971. Publiquei-a no Facebook, pois não me lembrava exatamente o que funcionava neste local, a Praia de Botafogo nas vizinhanças da Fundação Getúlio Vargas.
 
Para minha surpresa poucos se lembravam do local. Aí está localizada atualmente a Torre Oscar Niemeyer, construída em terrenos comprados pela FGV. A foto superior mostra o local em obras, em 2010. O endereço atual é Praia de Botafogo nº 186.
 
Ao final dos comentários mencionaram que a foto do Szendrodi mostrava o Colégio Aldridge. Fundado em 1912, em São Gonçalo, mudou-se em 1917 para o solar do Barão de Alegrete, na Praia de Botafogo nº 374. Segundo a Revista Ilustração Brasileira, de 1925, "muito há do que se ufanar, tais os louros colhidos por seus alunos, (...) se impôs a todos pela retidão, pela disciplina e pela moralidade observadas nesta casa de educação, sob a direção dos professores ingleses Alfred  Aldridge e Walter Leonar Aldridge".
 
O Colégio Aldridge mudou-se, no final da década de 20, para o prédio da Praia de Botafogo nº 184, ampliando posteriormente suas instalações com a compra dos terrenos e prédios de nº 186, 188, 190 e 192. Para não se sujeitar às imposições da Lei de Nacionalização promulgada por Vargas, Walter Leonard Aldridge encerrou as atividades de seu colégio em 1945.
 
Segundo nossa comentarista Milu neste local funcionou o Colégio Juruena, mas seu endereço era Praia de Botafogo nº 166. Alguém comentou também que neste prédio da foto funcionou a livraria da FGV.
 
Será que algum antigo freqüentador deste local passará hoje por aqui com maiores informações?

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

CLUBE COSTA BRAVA



Ainda outro dia falou-se aqui no "Saudades do Rio" sobre o Clube Costa Brava.

Vemos hoje duas fotos da década de 60 deste clube fundado em 1962 em São Conrado e cujo acesso é pela Estrada do Joá. Um dos destaques deste clube é a piscina com água do mar, na Ponta do Marisco.

O projeto, na Joatinga, foi dos irmãos Menescal (Bruno, Ricardo e Renato – o irmão Roberto é músico famosíssimo) e enfrentou vários desafios para ser construído, dado o local escolhido. Este clube foi tombado pela Prefeitura do Rio na gestão de Eduardo Paes.

Durante muito tempo foi um dos clubes mais badalados da cidade, mas da década de 90 para cá, perdeu prestígio. Além de festas de formatura como a do desaparecido comentarista Rafa, os "reveillons" eram famosos, assim como a "pelada" de sexta-feira à noite, onde por anos desfilaram craques do "Panela", famoso time de futebol "soçaite". Recentemente o clube, após um período difícil, se reergueu. Durante as Olimpíadas de 2016 ali se instalou a Casa da Itália.



Foi um grande desafio para os arquitetos construir neste local. Além da piscina de água salgada há outra de água doce na cobertura, quadras desportivas, salões de festa e as famosas termas.



Nosso prezado Candeias era frequentador assíduo dos jogos de voleibol que ali se realizavam e também já atuou como cantor neste clube. Conta ele ainda que o Costa Brava foi usado, de vez em quando, pela Seleção Brasileira de Futebol quando estava sob o comando de João Saldanha. Uma vez os veteranos da seleção, Pelé, Gerson e Carlos Alberto, resolveram formar um time de futebol de salão e desafiaram os outros. Acontece que os veteranos vieram do futebol de campo e o outro time foi formado por jogadores vindos do futebol de salão, todos muito hábeis. Não me lembro do goleiro, mas os outros eram Paulo Cesar Caju, Edu, Tostão e Rivelino. Saldanha encerrou o treino antes de terminar o primeiro tempo porque os veteranos já estavam perdendo de goleada e apelando para a violência porque não viam a cor da bola.
O acesso ao clube é pela Estrada do Joá, perto do ponto mais alto, através do "condomínio fechado" em que se transformaram as ruas da região (mais um dos absurdos que assolam o Rio, onde particulares fecham ruas e as tornam privativas, embora continuem a se beneficiar das benesses públicas - um escândalo para o qual a Prefeitura faz vista grossa).

Curiosidade: em 1967 realizou-se no Costa Brava, no dia 19 de maio, às 21 horas, a final do “Concurso Jovem JB-FAENZA”, que aquele JORNAL DO BRASIL organizou. Após rigorosos testes de cultura geral e de elegância, foram selecionadas jovens para o desfile. Elas ganhariam as roupas com que desfilassem e a vencedora seria contratada pela FAENZA por um ano, com salário mensal de NCr$ 400, para ser modelo exclusiva da marca.

A escolhida pelo júri presidido pela Condessa Pereira Carneiro foi a estudante de Jornalismo e Ballet MARIA LUIZA AFONSO PENA, que recebeu o prêmio durante jantar oferecido pelo Secretário de Turismo, o Sr. Carlos de Laet. A festa foi animada pelo conjunto de iê-iê-iê “The Drivers” e pelo pianinho de Mozart.  A apresentação foi de Helena Brito Cunha.
 
 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

LAGOA





Domingo é dia de descanso e nada melhor do que um passeio pela Lagoa.

Vemos claramente a "praia" da Lagoa, que perdurou até o final da década de 60, do Corte do Cantagalo até o Jardim de Alá.

Não era raro ver pessoas com barracas de praia tomando sol neste local, embora raras ousassem entrar nas água poluídas da Lagoa.

Durante anos os barcos dos clubes de remo vinham até as imediações do Corte do Cantagalo nos seus treinos, mas desde muito tempo se restringem a treinar na raia de competições.

Também desapareceram, por conta do intenso tráfego de automóveis, foram os cavaleiros do Flamengo, da Hípica e do Jockey que faziam seus passeios a cavalo em torno da Lagoa.

Ao fundo podemos observar uma Ipanema só de casas.