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sábado, 24 de março de 2018

DO FUNDO DO BAÚ: GUIA DA GUANABARA








Em 1965 o Gov. Carlos Lacerda escrevia uma carta apresentando a Cidade Maravilhosa num Guia Turístico do Estado da Guanabara.
 
No Guia havia sugestões de restaurantes, bancos, museus, boates, bares, templos religiosos, indicações de transportes, hotéis, casas de câmbio, etc.
 
Tinha razão Lacerda em dizer que o Rio era o centro intelectual do Brasil, o motor da civilização. Que as belezas naturais se mantinham apesar do crescimento da cidade.
 
Falava da alegria, hospitalidade e "corações abertos" dos cariocas. Que os visitantes se sentiam em casa no Rio.
 
PS: observem a quantidade enorme de instituições que desapareceram nestes 50 anos.

sexta-feira, 23 de março de 2018

RUA FERNANDO MENDES




 
As fotos de hoje mostram a Rua Fernando Mendes, que liga a Av. Atlântica à Av. N.S. de Copacabana, perto do Copacabana Palace.
O final da rua fica em frente ao antigo Cinema Ricamar, hoje Sala Baden Powell.
O Ricamar era um simpático cinema de rua, no nº 360-B da Av. N.S. de Copacabana, com 829 lugares e que funcionou de 1958 a 1994.
Na Rua Fernando Mendes, no nº 7, funciona um ótimo restaurante italiano desde os anos 70, o “La Trattoria”, do italiano Mario. A melhor pedida, na minha opinião, é o espaguete com camarões.

quinta-feira, 22 de março de 2018

CHUVA





 
Ano após anos, década após década, a cada chuva mais forte o Rio se transforma num caos. A cidade pode ter desvantagens por estar espremida entre o mar e a montanha, mas a falta de manutenção dos bueiros é crônica. Em vez de limpá-los o Prefeito propõe instalar sensores eletrônicos...
 
Hoje o trajeto de Ipanema para Botafogo, para levar minha neta ao colégio, foi uma aventura com alagamentos na Lagoa, Copacabana e Botafogo.
 
As fotos mostram, em décadas diferentes, alagamentos na Senador Vergueiro, na Lapa, em Copacabana e em Ipanema. A outra foto é do dia em que a entrega dos litros de leite foi prejudicada.

quarta-feira, 21 de março de 2018

ESCOLA EQUADOR


 
A primeira foto é de 1961 e o título da reportagem do Correio da manhã foi: “Escola particular compra imóvel da Escola Equador”. O assunto dominou os últimos meses de 1961.
Esta escola ficava na Avenida 28 de Setembro nº 351, em Vila Isabel. O imóvel, que não pertencia ao Estado, seria vendido a um estabelecimento de ensino particular do bairro. Mil e cem crianças (38 turmas) ficariam sem a tradicional escola que, segundo informações, iria para os terrenos do antigo Jardim Zoológico. Os pais de alunos protestaram e o “Correio da Manhã” lhe deu bastante espaço.
Estranhavam a atitude do Governo do Estado que deixou de desapropriar o imóvel, enquanto estava a desapropriar prédios para serem negociados pelo Departamento de Patrimônio. Os pais de alunos argumentaram que a localização (em relação às suas moradias) da Escola Equador era privilegiada e por isso ali matricularam seus filhos.
Se a transferência se efetivasse para o terreno do Jardim Zoológico as dificuldades seriam enormes, pois dista cerca de um quilômetro da Av. 28 de Setembro, com o agravante de travessias perigosas para crianças de pouca idade.
A deputada Ligia Lessa Bastos declarou ser radicalmente contrária à transformação da Escola Equador em estabelecimento de ensino particular, reclamando que já havia cinco anos que ela própria apresentara ao Poder Executivo o pedido de desapropriação.
Em dezembro de 1961 a deputada informou que, em reunião com o Governador, acertara a desapropriação do imóvel, para a escola ali continuar. A SAVI, Sociedade de Amigos de Vila Isabel, enviou um memorial ao Governador pedindo auxílio. Em 20/12/1961 o Diário Oficial publicou decreto do Governador declarando o imóvel de utilidade pública, mas a desapropriação dependeria de engenheiros do Estado levantarem o valor do prédio, na forma da lei.
Como tudo no Brasil, o processo seguiu morosamente e, em 1963, havia a notícia de tinha sido feito o empenho da importância de Cr$ 11.322.500,00 para a desapropriação.
Em 1966 há notícias de que a Escola Equador, ainda na Av. 28 de Setembro, abrigou centenas de favelados vítima da grande enchente do Rio.
Não consegui descobrir o que aconteceu com este prédio, pois a Escola Equador ainda funciona no mesmo endereço, porém com outro aspecto, como se vê na segunda foto. Provavelmente em algum momento o velho prédio foi abaixo e, no mesmo local, foi construída a escola atual.

terça-feira, 20 de março de 2018

CIRCUITO DA GÁVEA






 
Em 1937 o grande duelo no “Circuito da Gávea” seria entre o italiano Carlo Pintacuda e o Barão austríaco, naturalizado alemão, Hans Stuck (o “Flecha Diabólica”). O risco para espectadores e corredores neste circuito de rua, com chuva fina, paralelepípedos e trilhos de bonde, era altíssimo. Adrenalina em grau máximo.
O presidente Getúlio Vargas compareceu ao evento. A aproximação, na época, dos governos brasileiro e alemão levou ao hasteamento da bandeira nazista, como podemos ver num dos fotogramas.
A Imprensa da época informou que esta aproximação não se limitou a este hasteamento de bandeira, mas houve uma circular secreta onde a nova política de imigração do Brasil passava a negar vistos aos judeus, bem como passageiros judeus eram proibidos de desembarcar. A circular não foi divulgada a conselho de Oswaldo Aranha, preocupado em preservar uma imagem simpática ao Brasil nos Estados Unidos. Eram tempos difíceis.
O carro de Stuck foi um dos raros carros alemães que foram derrotados antes da 2ª Guerra Mundial. O de 1937 era um Auto Union, projetado por Ferdinand Porsche. A criação do Auto Union havia sido financiada pelo Governo Alemão através de um consórcio formado, em 1932, pelas marcas Audi, Horch, Wanderer e DKW.
Texto baseado em livro de Paulo Scali e em cinejornal encontrado na Internet.
PS: a narração do cinejornal menciona que esta prova automobilística era o primeiro grande evento a mobilizar o Brasil após o “Massacre do Caldeirão”.
No dia 10 de maio de 1937 aproximadamente 700 seguidores do beato José Lourenço foram massacrados pela Polícia Militar e pelo Exército na comunidade rural de Pau da Colher, na Bahia. Conhecida como Caldeirão, essa comunidade reunia romeiros do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Bahia que buscavam um pedaço de terra para plantar e viver. A área escolhida foi na realidade uma doação de Padre Cícero. A aglomeração de pessoas provocou inquietação no Governo, que temia que se repetissem as ações populares de Canudos (1887/1897) e Contestado (1912-1916). Em torno de três mil pessoas chegaram a morar nesta comunidade autossuficiente. A maioria não queria mais trabalhar para os fazendeiros da região. Tudo o que era produzido era repartido entre os membros da comunidade. Após o ataque quase não se tem vestígios da comunidade. Restaram apenas uma bandeira, três fotos publicadas em um jornal da época, uma espingarda e um machado. Os objetos estão expostos na sala em memória a Padre Cícero.

segunda-feira, 19 de março de 2018

ESCOLA AFFONSO PENNA



 
As fotos de hoje mostram a Escola Afonso Penna, na Rua Barão de Mesquita nº 499.
Affonso Penna foi presidente do Brasil de 15/11/1906 a 14/06/1909. No seu mandato deu continuidade nas obras públicas de Rodrigues Alves, modernizando capitais e portos brasileiros, além de ampliar as redes ferroviária e telegráfica. Faleceu 17 meses antes do término do mandato.
As duas primeiras fotos são do acervo do Correio da Manhã e a terceira foto foi enviada pela Nalu e serve de complemento à postagem.
Em 1908, em seu governo, o presidente Afonso Pena buscou cercar-se de um corpo de ministros jovens, em parte por tentar livrar-se de influências externas ao seu governo, em parte para executar sua ação prioritária de governo, a estabilização da moeda, visando amenizar o caos econômico e financeiro.
A escolha desses elementos jovens na cena política caiu no desgosto das lideranças estaduais, que esperavam que a escolha do ministério fosse baseada em critérios de hierarquia e prestígio. A insistência do presidente em tornar o governo livre da influência do Congresso levou a um primeiro momento conturbado, quando, apoiando o nome de Carlos Peixoto Filho (então com menos de quarenta anos) como líder do governo na Câmara Federal, pressionou as bancadas estaduais a formar uma contrapartida ao bloco encabeçado por Pinheiro Machado.
Essa liderança de jovens no legislativo ficou conhecida pejorativamente como “Jardim da infância” e contava, além do nome de Carlos Peixoto Filho, com outros jovens como João Luís Alves e James Darcy (este sentado à esquerda). A órbita da política viu-se desviar do Senado para a Câmara.
Conta o Gustavo Lemos um fato curioso da família do Afonso Pena: “O sobrenome da família originalmente tinha apenas um "n". a grande maioria dos seus descendentes grafa o nome com dois "enes". Portugal não adota letras dobradas nos seus sobrenomes, com raras exceções. Isso aconteceu por puro esnobismo no Brasil do século XIX, quando algumas famílias para se distanciarem de outras com o mesmo sobrenome adotaram as letras dobradas. E assim surgiram os Pennas, Mellos, Viannas, etc.
Já o JBAN, pesquisando o assunto, encontrou a informação de que "A grafia original do nome do biografado, Affonso Augusto Moreira Penna, deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX)."
O Gustavo, em resposta, disse que “esta norma só pegou em Portugal. Lá, eles não permitem registrar Felipe, e sim Filipe, que é o correto. Nomes esdrúxulos nem pensar.”

domingo, 18 de março de 2018

BANGU

 
A foto, do acervo do Correio da Manhã, mostra a Rua Istambul em 1966, nas vizinhanças do Estádio de Moça Bonita, em Bangu.
 
1966 foi o ano em que o Bangu foi campeão carioca de futebol pela última vez.
 
Lembro de ter ido algumas vezes a este estádio, mas para assistir ao time juvenil do Flamengo. Era preciso acordar bem cedo, pois levava quase uma hora para ir da Zona Sul até lá. Os jogos começavam às 9h15 da manhã e o gramado ainda estava úmido devido ao sereno da noite.