As
fotos de hoje mostram a Rua Teixeira de Freitas, vizinha do Passeio Público. A
primeira é do acervo do Correio da Manhã e as duas últimas foram “posts”
antigos, que merecem ser relembrados.
A
foto em P&B é de 1956. À direita vemos o prédio da Escola Nacional de
Música. A Rua Teixeira de Freitas começa na Av. Augusto Severo e Rua Mestre
Valentim, terminando no Largo da Lapa. Antigamente era chamada de “Antigo Beco
do Campo dos Frades”.
Quando
os padres carmelitas se instalaram em 21/10/1810 na igreja de N.S. da Lapa do
Desterro, o largo em que se situava a igreja passou a ser conhecido como “Campo
dos Frades” e do mesmo modo veio a se denominar o pequeno beco que dali partia
de “Beco do Campo dos Frades”.
Augusto
Teixeira de Freitas, baiano, viveu de 1816 a 1883, tendo sido advogado e
incumbido pelo governo imperial de redigir o projeto gigantesco de codificação
do Direito Civil Brasileiro.
A
segunda foto foi enviada pelo Helio Ribeiro e colorizada pelo Nickolas. Vemos a
mesma região da Teixeira de Freitas, em 03/02/1950. Ao fundo e à esquerda, o
prédio do Silogeu, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na esquina
das ruas Augusto Severo e Teixeira de Freitas. Este prédio, construído no
início do século XX, no período de Pereira Passos, foi demolido ao final da
década de 60.
O
ônibus fazendo a curva é um TWIN COACH 41S 1948 e pertencia à Viação Relâmpago,
empresa da Cometa. Sua garagem era na Rua Maxwell e a empresa funcionou até
1958. A Twin Coach foi fundada pelos irmãos Fageol, em 1927. Em 1953 a
fabricação de ônibus foi vendida para a Flxible (não tem o "e"
mesmo), que encerrou as atividades em 1996, por motivo de falência. À direita
temos um Ford Prefect 1948, 1200cc, 6 volts, partida na manivela, modelo E93A,
produzido em Dagenham - Inglaterra. Entre o Ford e o Coach temos um Chevrolet
1938. À direita do Ford, lá na frente, temos uma Dodge Coronet Station Wagon de
1950/53. Na frente da Station Wagon o automóvel tem todas as características de
um Buick 1948 (a volta do para-lamas traseiro invade metade da porta traseira).
O Dieckmann ou o Gustavo poderão confirmar estas informações.
A
terceira foto é mais uma estupenda colorização feita pelo Nickolas. Publicada
originalmente pelo Andre Decourt, a foto é do fotógrafo da ABI Ferreira Júnior
e foi enviada pelo afilhado dele, Sidney Paredes.
Vemos
um ônibus da Linha Club Naval-Laranjeiras, na Teixeira de Freitas. Segundo
Dunlop, os primeiros auto-ônibus trafegaram a partir de 1908, fazendo o percurso
da Praça Mauá ao Passeio Público, com algumas viagens extraordinárias para a
Exposição Nacional na Praia Vermelha.
Em
1911 estabeleceu-se uma linha regular entre o centro da cidade e a Praia
Vermelha. Depois foi inaugurada a ligação por ônibus entre a Rua dos
Beneditinos e a Praça da Bandeira. Os ônibus não evoluíram muito até o início
dos anos vinte. As linhas pouco numerosas, com carros a combustão, serviam
basicamente o centro da cidade.
Entre
1918 e 1928, a população do Rio foi servida, na Avenida Rio Branco, por uma
linha de ônibus elétricos, operada pela Light. Eram chamados de
"auto-ônibus" e percorriam a Av. Rio Branco de um extremo a outro.
Eram providos de rodas de borracha maciça e como o sistema de tração era
elétrico (acumuladores), sem barulho, sem vibração, nem fumaça.
Em
1923, os chamados "auto-ônibus do Lopes", de propriedade do
comerciante Manoel Lopes Ferreira, passaram a alcançar distâncias maiores,
chegando até bairros como a Tijuca e o Leblon (face aos seguidos desastres
foram apelidados de "auto-decapitação"). Os subúrbios também passaram a ter suas
linhas de ônibus, operadas por Mario Bianchi.
Em
1926, a Light entrou no serviço de ônibus movidos a gasolina, com os carros da
Viação Excelsior, como o que aparece hoje na foto. Faziam o percurso entre o
Centro e Botafogo (Club Naval-Pavilhão Mourisco), ao preço de 400 réis por
passageiro. Todos os veículos eram providos de regulador de velocidade, freios
de segurança, caixa coletora para recebimento de passagens, assentos forrados
de veludo.
Em
1928 a Excelsior inaugurava, nas linhas Estrada de Ferro-Lapa e Club
Naval-Leopoldina, os chamados carros imperiais, de dois andares, o famoso
"chopp-duplo".
Segundo
o Jaime Moraes, alguns destes ônibus citados, após serem aposentados, voltaram
a circular em 1949, na Ilha do Governador, fazendo o trajeto Galeão- Freguesia.
Eram cinza claro e cinza escuro, com os para-lamas em preto. O interior conservava
o estofamento em tecido no padrão "oncinha".
Helio
Ribeiro complementa que este modelo de ônibus era chamado de
"Jacaré", mas não sabe o motivo. Foi o primeiro modelo usado pela
Viação Excelsior. Depois foi adotado um modelo maior e mais bonito. Entretanto,
nenhum ônibus da Excelsior tinha farol. A lenda conta que a iluminação das
ruas, seria tão boa que dispensava os faróis. O “400” que aparece no mostrador
era o preço da passagem. A placa do ônibus é “A 26”. Essas carrocerias eram
feitas nas próprias oficinas da Light.
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