Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E hoje lembramos da Rádio Tamoio que, nos anos 50 e início dos 60, apresentava com grande sucesso o programa "Músicas na Passarela", onde eram tocadas ''lindas músicas desfilando para você escolher a sua favorita, vote somente pela cor, à medida que for ouvindo, vá telefonando''.
Não havia adolescente que não sintonizasse a Rádio Tamoio, que num tempo em que não havia rádio em FM, só tocava música. O programa, apresentado a partir das 16 horas, apresentava os grandes sucessos musicais da época, nacionais e estrangeiros, até às 17 horas. Cada música era identificada por uma cor: rosa, verde, lilás, amarela, cinza, grená, marrom, hortênsia, coral, branca, havana, turquesa, vermelha, violeta, pérola, bege, escarlate e a última cíclame. Após um intervalo de 30 minutos, as 10 mais votadas por telefone eram apresentadas, em ordem decrescente, das 17h30min até às 18h.
Num tempo em que
pouquíssimos tinham aparelhos de gravação de músicas e a própria TV não
dispunha de video-tape, somente através do rádio ou da compra de discos se
podia escutar as músicas preferidas.
"Rádio Tamoio, PRB7, 900
Kilociclos, Rio de Janeiro: Música, exclusivamente música". O prefixo do “Músicas
na Passarela” era “Day by Day”, com a orquestra de Ray Anthony ou “The
Continental” com a orquestra de Franck Chackesfield.
O locutor do "Músicas na Passarela" era o Renato Rocha ou o Humberto Reis.
O grande concorrente do
"Músicas na Passarela" era o "Peça Bis por Telefone" (ou era "Peça Bis ao Muniz"?),
programa semelhante apresentado, salvo engano, na Rádio Mayrink Veiga. Mais
adiante, ainda na década de 60, a Rádio Mundial, com Big Boy e outros,
desbancou a Tamoio.
A Rádio Tamoio, salvo
engano, começou a apresentar somente música por volta de 1956-1957. Em 1955 os
Diários Associados, proprietários da Radio Tamoio fizeram uma experiência
transformando a rádio em emissora esportiva. Contrataram Oduvaldo Cozzi e mais
3 ou 4 integrantes de sua equipe que estavam na Rádio Continental. Esta
experiência não deu certo e a equipe foi toda absorvida pela Rádio Tupi que era
do mesmo grupo da Tamoio. A partir daí veio a ideia do Música Exclusivamente
Música, trazida pelo produtor José Mauro. Foi então criada a equipe de
Bacharéis do Disco, que passaram a coordenar toda a programação.
Esse formato fez um grande sucesso, pois era novidade, visto que até então o rádio era feito ao vivo, com grandes orquestras, cantores, atores, etc. Ao final dos anos 50 esse formato já não se sustentava, pois a televisão levava tudo isso aos lares e tendo a vantagem da imagem. Era hora de procurar novos formatos e o caminho encontrado pela Tamoio foi o da música através do disco. O sucesso foi tanto que ela chegou a ultrapassar sua própria irmã Tupi (do mesmo grupo e emissora mãe) e também deixou pra trás a Rádio Mayrinck Veiga e ameaçou o reinado da Rádio Nacional.
Esse segmento de programação só trouxe algum abalo para a
Tamoio quando em 1966 as Organizações Globo compraram a Rádio Mundial e jogaram
em cima dela uma programação similar. E durante alguns anos (anos 70 quase
todo) esse duelo Tamoio x Mundial, permaneceu no ar. A Tamoio nos 900 KHZ e a
Mundial nos 860. Portanto lado a lado no "dial".
PS: o ínicio do texto é
de memória. Mais adiante deve ser “copy&paste” de algum lugar.
O saudoso Etiel, antigo
comentarista do SDR, gostava do programa "Música Melodiosa", às 22h, na mesma Tamoio,
sob o patrocínio da Agência Hugo de Automóveis. A locução era de Névio Macedo e
como prefixo musical do programa a bela melodia "Speak Low".
“É fim de noite nossa estrela foi embora
Seu olhar me diz agora
Que eu vá embora também
Num fim de noite nossas
mãos se separaram
Nossos rumos se trocaram
Nunca mais eu vi você
E cada dia toda noite eu sofri
Numa estrela da manhã
Eu me perdi.”