“É o Méier o orgulho dos subúrbios e dos suburbanos”, já disse Lima Barreto.
O Méier, bairro que conheço muito pouco (e por isto preciso da ajuda dos
comentaristas sobre as fotos), é o histórico centro da "Área dos Engenhos”,
que hoje é conhecida como “Grande Méier”.
O bairro é dividido ao meio pela linha férrea da antiga Central do
Brasil.
Considera-se como data de sua fundação 13/05/1889. Sua urbanização
começou no século XVIII, com quilombos. Até 1884 era terra de jesuítas, depois
foi presenteada por D. Pedro II ao amigo Augusto Duque Estrada Meyer.
O Meyer (pronunciado “Maier”) foi aportuguesado para “Méier”.
FOTO 1: Esta foto do Arquivo Nacional, colorizada e publicada por Tiago Bandeira, mostra o Ambulatório do IAPC do Méier, localizado na Rua Ana Barbosa nº 21, inaugurado em 1946. Atualmente é o Centro Municipal de Saúde César Pernetta.
O Dr. César Pernetta foi meu professor na Faculdade Nacional de
Medicina, tendo sido um grande pediatra. Foi escolhido por nós para paraninfo
da turma.
No dia da formatura no Teatro Municipal, ao chegar à tribuna com um calhamaço
nas mãos, ouviu-se um grande murmúrio na plateia. O Dr. Pernetta então disse: “Vocês
acham que vou falar tudo isso aqui?” Ouviram-se algumas risadas e, após uns
instantes, ele disse: “Vou, sim!”.
Foram mais de duas horas de uma aula magna sobre a Pediatria no
Brasil...
FOTO 2: Rua Arquias Cordeiro (Méier) em 14/12/52, vista na direção Todos os
Santos para Méier. À esquerda, arvoredo do Jardim do Méier, inaugurado por
Paulo de Frontin em 1919, em antiga chácara pertencente ao Dr. Arquias
Cordeiro.
O Jardim do Méier é um dos poucos restantes no Rio de Janeiro que ainda
apresentam um coreto. Também possui um Teatro de Guignol, para apresentação de
marionetes.
FOTO
3: O prezado amigo Roberto
Tumminelli conta que vemos o belo prédio do Corpo de Bombeiros do bairro. Fica
na Rua Aristides Caire. O prédio foi totalmente modificado, com a parte lateral
reformada para o estilo art-déco. A bela cúpula e as portas em arco também. Só
restou a coluna central, também modificada. Estragaram essa bela arquitetura.
FOTO
4: Esta foto foi publicada
pelo Nickolas Nogueira no Facebook. É da agência O Globo. Onde estaria esta
carrocinha da Kibon?
FOTO 5: Luciana Raposo me mandou esta foto de 1892, onde vemos Isabel Lacaille da Franca Amaral, despedindo-se de seu marido Tito Antônio da Franca Amaral na chácara da Bocca do Mato, atual Grande Méier (segundo ela). Isabel Lacaille, bisavó da Luciana, morou numa casa da Rua Francisco Otaviano onde hoje é o Arpoador Inn. Nessa época, recém-casada, tinha 15 ou 16 anos.
FOTO 6: Enviada pelo prezado Lino Coelho. Vemos o Cine Bruni-Méier na Avenida Amaro Cavalcanti nº 105. Era o antigo Cine Méier, construído em 1919 com 627 lugares. Os conhecedores da região poderão dar muitos detalhes desta foto (esta foto foi publicada no UOL e os comentários foram perdidos).
FOTO 7: Ambulância do Posto do Meyer, em 1920, em foto de Malta.
O restante da região suburbana era inteiramente carente de qualquer tipo de socorro - os doentes eram transportados pelos trens da Central até uma estação onde pudesse chegar a ambulância (isto levou à criação de uma sucursal de atendimento suburbano, com a inauguração do Posto do Méier em 1920).
FOTO 8: Obras para a construção do Hospital Salgado Filho. O hospital atual foi inaugurado em 1963.
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9: Ambulância do Hospital
Salgado Filho. Que rua é esta?
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10: Outra foto do Arquivo
Nacional publicada pelo Tiago Bandeira. O ano é 1944 e vemos obras de
construção do Mercado São João, no Méier. O mercadinho foi construído pelo
governo em diversos bairros para que a população movimentasse o comércio local.
No entanto, não duraram muito. O da imagem ficava localizado atrás da Basílica
Imaculado Coração de Maria. Hoje no local funciona o Fórum do Méier.
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11: Parece uma cidade em
guerra, mas trata-se da Rua Leite Ribeiro, no Méier, em 1957, quando da
instalação de manilhas para o escoamento das águas vindas do Guandu em direção
à Zona Sul. As casas passam uma ideia de muita tranquilidade nesta zona
residencial.
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12: "Vila dos Bancários - Méier 1942" é a legenda desta foto do “Correio da Manhã”. Onde ficava?
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13: Jardim do Méier em
1967. Há carros antigos para serem identificados.
FOTO 14: A Praça Jardim do Méier fica entre as duas partes do Méier. É cercada pelo Corpo de Bombeiros, Hospital Salgado Filho, a Estação Méier e o Viaduto do Méier. É a área verde mais importante do bairro.
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15: O Jardim do Méier em
1970. Gosto muito desta foto.
FOTO 16: Para o trajeto Méier-Penha pegue o ônibus S4.
FOTO 17: Lotação Bonsucesso-Méier. Modelo Ford.
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18: Um belo engavetamento
do lotação Meyer-Cascadura, com o ônibus Cascadura-Lapa e um bonde de nº 2010, que o Helio, se
aparecer, identificará.
FOTO 19 Nesta fotografia, de 1960, enviada por minha amiga Lucia Beatriz, vemos D. Moema e Ana. Ela diz que é no Méier. O lotação é um Chevrolet 1954. Tempos em que o proprietário do lotação levava o veículo para casa.
Vendo esta rua calma, tranquila, só de casas, veio-me à lembrança a música de Garoto, Vinicius e Chico: "São casas simples/Com cadeiras na calçada/ E na fachada/ Escrito em cima que é um lar/Pela varanda/Flores tristes e baldias/ Como a alegria/ Que não tem onde encostar/ E aí me dá uma tristeza/ No meu peito/ Feito um despeito/ De eu não ter como lutar/ E eu que não creio/ Peço a Deus por minha gente/ É gente humilde/ Que vontade de chorar" .
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20: Este é o viaduto Castro
Alves que liga os dois lados do bairro do Méier. Ele permite o percurso entre a
Rua Dias da Cruz e a Aristides Caire, em direção ao bairro do Cachambi,
passando sobre a Av. Amaro Cavalcanti e a Rua Arquias Cordeiro, por onde
passava o bonde Cachambi.
O viaduto foi inaugurado em 1968 e atualmente suporta um trânsito bem
complicado. Fora da foto temos o início da Rua Aristides Caire, onde começa o
viaduto, e logo no início, após o quartel dos Bombeiros, à direita, está a 23ª
Delegacia Policial, e, à esquerda, fica o novo Fórum do Meyer.
Na foto vemos ao fundo o Quartel do Corpo de Bombeiros, a Rural e o
Fusca, estão indo no sentido da Rua Aristides Caire, o prédio branco da esquina
da Rua Arquias Cordeiro ainda está lá, porém bastante destruído devido à falta
de manutenção, assim como todos os prédios da Av. Amaro Cavalcanti em frente à
estação do Méier.
Já ia me esquecendo, na Aristides Caire, depois do cruzamento da Rua Santa
Fé, tinha o Restaurante Dom Chopp.
Quem terá feito este comentário? O Joel, o Helio, o Mauro xará, nenhum
deles?