A primeira foto é de
Malta e mostra a Praça da Cruz Vermelha, na Esplanada do Senado. Bem à direita,
na foto, os andaimes seriam das obras do Hospital da Cruz Vermelha, inaugurado
em 1923 e que vemos na segunda foto. Neste caso a rua à direita, logo a seguir,
seria a Carlos Sampaio. Os trilhos do bonde estão na Avenida Mem de Sá.
Em 1919 deu-se início à
construção do prédio do hospital da Cruz Vermelha, projetado pelo arquiteto Pedro Campofiorito. Esse
edifício ficou completamente pronto em 1924. No período dessas obras coincidiu
com a primeira grande guerra, o que colocou a Cruz Vermelha Brasileira no
cenário mundial.
A Praça da Cruz Vermelha
surgiu no local onde ficava o Morro do Senado que foi desmontado entre 1880 a
1906. Com o produto do desmonte do Morro do Senado foi possível realizar o
grande aterro na área do porto e construir as Avenidas Rodrigues Alves e
Francisco Bicalho.
A Cruz Vermelha
Brasileira ("In pace et in bello caritas") foi fundada em 4 de
dezembro de 1908 e seu hospital prestou bons serviços até o seu fechamento na
década de 1970, embora o prédio continue lá, com funções não hospitalares, até
hoje.
Teve em seus quadros
grandes médicos como Vivaldo Lima Sobrinho, Afonso Teixeira, Moacyr Renault
Leite, Arnaldo Bonfim, Newton Paes Barreto, Luiz Paulo Tovar, Orlandino
Fonseca, Jamil Haddad, Almir Pereira e tantos outros.
No térreo do hospital
funcionavam os Ambulatórios (a partir dos anos 70 o Serviço de Oftalmologia do Professor Joviano
Resende, os "Oculistas Associados", referência nacional, ali
funcionou) e o setor de Radiologia, do Dr. Thiers.
No segundo e terceiros
andares ficavam as enfermarias, algumas enormes (o hospital tinha centenas de
leitos).
No andar de cima havia o
Centro Cirúrgico.
A Diretoria responsável
pelo fechamento do Hospital em anos posteriores enfrentou vários processos na
Justiça, por fraude e desvio de dinheiro de campanhas humanitárias. Não sei
como terminou esta história, denunciada pela VEJA.
|