Foto
de dezembro de 2020
Conhecem
este edifício que tem uma vista estupenda e uma entrada quase escondida na Rua
Francisco Otaviano nº 33, no Posto 6, em Copacabana? Pois com imagens enviadas
pelo prezado Carlos Paiva vamos falar um pouco dele. Ficava pertinho do Cassino
Atlântico. O arquiteto Moacyr Fraga, em 1935, construiu um prédio nos fundos do
terreno em questão, aproveitando a vista livre do oceano. O acesso era feito
por uma rua lateral de um prédio antigo no alinhamento da rua. Ao lado do
prédio antigo havia um Bingo e outro prédio. Foram comprados pela SIG que os
demoliu e começou um grande empreendimento. O nosso prédio dos fundos, entretanto,
continua lá, espremido entre as novas construções. O empreendimento parou em
2017 ou 2018.
Hoje,
além do prédio construído nos anos 30, a rua ainda abriga antigos casarões, que
convivem em total desarmonia com espigões, shopping centers e até mesmo um
bingo, durante certa época. Do outro lado da rua está o Forte de Copacabana, a
ponta do Arpoador e a praia do Diabo, um costão de acesso restrito aos
militares. Quando o casal viveu lá, nos anos 50, o local já era bem especial.
O
prédio tem história. Foi a primeira construção do lugar, bem ao lado do Forte.
Alegando que ele tornava a importante base do exército um alvo fácil para
navios inimigos em caso de guerra, os militares quiseram derrubá-lo. Mas,
então, já moravam ali altas patentes do primeiro governo Vargas: o brigadeiro
Eduardo Gomes, o marechal-do-ar Henrique Fontenelle e seu sobrinho, o polêmico
coronel Américo Fontenelle, que depois viria a ser nomeado diretor de trânsito
do Rio e, mais tarde, de São Paulo. No domingo, 19 de novembro de 1967, três
dias depois de tomar posse na Academia Brasileira de Letras, ato que vinha
adiando por superstição, Guimarães Rosa brincava com a neta, Vera. Como fazia
todo domingo, ela saiu com a avó para a missa e, na volta, já noite, encontrou
Guimarães morto sentado em frente à escrivaninha.
Anúncio
dos anos 40 dizia: “Apartamento em andar único, conta com duas grandes salas,
quatro espaçosos quartos, banheiro completo e um luxuoso quarto de banho,
quarto e banheiro de empregadas. Todas as peças têm belíssima vista para o mar.”
Havia também apartamentos menores neste prédio.
No domingo, 19 de novembro de 1967, três dias depois de
tomar posse na Academia Brasileira de Letras, ato que vinha adiando por
superstição, Guimarães Rosa brincava com a neta, Vera. Como fazia todo domingo,
ela saiu com a avó para a missa e, na volta, já noite, encontrou Guimarães
morto sentado em frente à escrivaninha.
Ao lado
do nº 33, no número 35, funcionou a Oficina Mecânica Meridional, de Gino Bianco
(onde hoje estão os restos do Bingo Arpoador). Gino chegou ao Brasil no fim da
década de 1920 e se estabeleceu no Rio de Janeiro, onde começou trabalhando
como mecânico. A primeira corrida importante na qual Bianco tomou parte foi
o Grande Prêmio
Cidade do Rio de Janeiro, no Circuito da Gávea,
mais conhecido como Trampolim do Diabo. Em
1940, participou da prova de inauguração do Circuito de
Interlagos. Ainda durante a década de 1940 ele participou de
diversas provas de Subida de Montanha
e venceu algumas delas. Gino participou de quatro grandes prêmios de Fórmula 1, sendo seu
melhor resultado a 18ª colocação no Grande Prêmio da
Grã-Bretanha de 1952. Nos últimos anos o telefone da oficina era 521-4044.
A
Francisco Otaviano abrigava várias oficinas, entre elas a loja de Fiorindo
Troisi no nº 45, telefone 279383. Era em frente à oficina do Gino Bianco que ficava
estacionado o reboque do Urubu, antigo mecânico do Gino, até que brigaram e
Urubu passou a estacionar o reboque defronte ao nº 37, logo ao lado, onde
funcionava o Bar e Restaurante Igrejinha de Copacabana. Se quiserem ver o “post”
sobre Urubu vá em http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2018/09/reboque-do-urubu.html
Isaias
da Silva era o nome do Urubu e Pega Firme era seu fiel cão. O reboque se chama
Soneca. Nesta época, para chamar o reboque do Urubu se ligava para o Bar
Igrejinha, telefone 27-0485.