Hoje
vemos a Avenida Atlântica, no Posto 6. Na foto em P&B, de 1956, da esquina
da Rua Julio de Castilhos podemos ver o Forte de Copacabana, as instalações do Salvamar e do Marimbás, o Posto de
Salvamento nº 6 e parte do prédio da TV Rio. Atentar também para o mobiliário urbano da época.
A
foto nº 2, do acervo da Última Hora, é do mesmo Posto 6, colorizada pelo Conde
di Lido.
Estes
postos, em estilo "art-déco naval", de três andares, tinham um bar
simples no térreo, para a venda de refrigerantes (Guaraná Caçula da Antartica) e
sanduíches; o acesso ao segundo andar dava-se por uma escada de mão que era
colocada sobre a calçada; todos tinham um relógio que, naquela época, era
consultado pela maioria das pessoas, pois poucas levavam relógios de pulso para
a praia (era comum consultar alguém que tinha um relógio de pulso com um
"podia dizer as horas?").
As
bandeiras indicando se o banho era livre ou se estava proibido eram hasteadas
de manhã bem cedo. Os salva-vidas, então chamados de "banhistas",
ficavam no topo do seu posto de observação, com binóculos, vigiando os que
entravam no mar.
Alguns
ficavam à beira do mar, depois de terem fincado as antigas bandeiras indicativas
de correntezas. Mais antigamente uma boia amarrada a uma corda, auxiliava os
"banhistas" nos socorros, bem como as lanchas que, com outros dois
"banhistas", patrulhavam o mar, logo após a arrebentação.
Em
1959 foi instalado nas lanchas que patrulhavam as praias um equipamento de
rádio. O diretor convidou a Imprensa para demonstrar a novidade e fez contato
com uma das lanchas. Deu-se o seguinte diálogo:
"Alô,
lancha L-1."
"Alô,
a postos."
"Tudo
bem por aí com vocês?"
"Tudo,
o Zé Carlos está no mar."
"Está fazendo um salvamento?"
"Não,
foi dar um cagada."
Pano rápido!
Este
tipo de posto de salvamento em Copacabana existiu dos anos 40 até o ano de
1969. Depois da duplicação da Avenida Atlântica os modelos de prédio foram
alterados e até a posição deles mudou. A antiga referência dos trechos de
Copacabana baseada nos seus postos de salvamento praticamente desapareceu e os
mais jovens a desconhecem.
Copacabana
ficou quase uma década sem postos de salvamento, os atuais são da época do
Marcos Tamoyo, fim dos anos 70. Mesmo assim, na ocasião foram construídos
apenas os postos 2, 3 e 4. Os postos 1 e 5 vieram uns dez anos depois, na época
do Rio Orla, e têm um design um pouco diferente. O Posto 6 não existe atualmente,
apesar da região ser a única que ainda é chamada assim. Outro
ponto interessante foi a mudança da localização de todos os postos exceto o 2 e
o 3 que mais ou menos ficam no mesmo lugar onde os antigos ficavam. O atual 5
tenta suprir os antigos 5 e 6 e o 4 foi muito deslocado deixando um grande
hiato entre o 3 e o 4.
Na
foto nº 2, o prédio da esquerda é o Egalité, onde funcionou a lanchonete Six,
BEG etc... O do meio é o Cruzeiro do Sul que tinha uns tentáculos ornando sua
portaria. Toda a garotada percorria aquilo como se fosse uma passarela.
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