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sábado, 14 de abril de 2018

DO FUNDO DO BAÚ: O PHAROL



Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ” e de lá sai a lembrança d´O PHAROL, pois esta semana almocei com o grande Derani.
Saudades de personagens como Ariovaldo Brochado, o redator-chefe, Dona Neuza, a secretária, Soninha, a estagiária, Aparecido, o motorista, Floriano Flores, o Flô-Flô, o colunista social.  E da Perikitta Gladys, do Tonho Treispeidim, da Gabriela Portátil, a mulher-retrátil. Além da famosa C.M.I. – Clínica de Mamoterapia de Itaipava.
E, em especial, do ANÃO DUARTE – o maldito em série.
Contava O PHAROL, em mais um furo de reportagem, a descoberta de como aparecem inexplicavelmente melecas coladas em baixo de mesas, nos cantos de móveis, em postes, viadutos e até em imaculados lenços de papel Yes.
“O maldito, nauseabundo, jabulanesco e gererê-açu, o famigerado, pirotécnico Anão Duarte é, exclusivamente, o único responsável...
Quem de nós, em nossa mais tenra infância querida, em um momento de relaxamento e descontração não tentou colar uma meleca debaixo da carteira da escola e com o maior nojo e horror constatou que lá já existia uma?
Sim, o responsável é ele! O micro-crápula, nojento e vil!  O pulha lazarento!
Ele, o proprietário da Fábrica de Melecas Duarte Inc., é o autor da façanha.
Já denunciamos o fato às autoridades para que "estourem" a pornográfica fábrica.
Maldito, maldito e pegajoso Anão!
Isso um dia tem que acabar...”
E ainda havia o caderno “O PHAROL NA CIÊNCIA”:
“Charles Emmanuel Joaquim da Silva Darwin, o grande cientista tremendão amigo de fé camarada, foi o descobridor da teoria da evolução das espécies.
Dizem seus apontamentos que as espécies evoluem e dá o exemplo da família das lesmas e caracóis que andavam tão devagar que a saída para eles foi comprar sua primeira moto, já que tinham muita pressa.
Como a mãe Natureza também contribui para a evolução, sua casca que servia de casa, transformou-se numa mochila, muito mais útil.
A espécie agora trabalha de motoboy e mora em casa alugada.
A ciência tudo comprova!
Viva Darwin!
O que seria de nós sem os grandes homens?”

sexta-feira, 13 de abril de 2018

SERVIÇO DE SALVAMENTO




 
Se há um serviço que sempre funcionou bem no Rio é o de salvamento nas praias.
Vemos lanchas do Serviço de Salvamento em 1959 e 1970. Patrulhavam as praias cariocas, com pelo menos dois “banhistas” à bordo, circulando logo após a arrebentação. Salvaram muitas vidas até serem substituídas pelo socorro com helicópteros.
A segunda foto, de 1960, é do momento em que se noticiava que os Postos do Serviço de Salvamento iriam mudar de aspecto. Por conta de um acordo entre o Instituto Nacional do Mate e o Governo do Estado da Guanabara, seriam construídos os novos postos de salvamento de Copacabana e Ipanema. A contrapartida seria que nas imediações dos novos postos haverá apenas barracas destinadas à venda e propaganda de mate.
A quarta foto mostra o estado lastimável do Posto de Salvamento que existia na Urca em 1967. Além do péssimo estado do posto, o Correio da Manhã fazia um apelo para que os ladrões devolvessem o telefone de número 26-7720, roubado havia mais de 30 dias. Quando os guarda-vidas precisavam solicitar socorros médicos eram forçados ao desembolso de 150 cruzeiros para telefonar para os hospitais. Se não houver alguém que disponha deste dinheiro alguém poderá morrer...

quinta-feira, 12 de abril de 2018

MOTORBRAZ

 
Vemos a garagem de ônibus da linha 70, na Rua Marquês de Abrantes nº 178.
Neste endereço ficava também a MOTORBRAZ, telefone 26-9494, onde era possível fazer em seu automóvel uma aplicação de “Undercoating”, uma composição à base de borracha e amianto micropulverizada, que se aplica uma única vez e para sempre, em camada de 3 milímetros de espessura, ao chassis, paralamas, capot do motor, malas, portas, teto e assoalho dos automóveis para proteção eterna e absoluta contra ferrugem, barulhos, grilhos, maresia, infiltração de pó e desapertos.
No processo de emborrachamento eram incluídos os seguintes serviços: lavagem por processo químico a vapor do chassi, paralamas, parte externa do motor, etc. Mobilubrificação, reaperto geral do chassi, emborrachamento, limpeza interna com aspirador especial, lavagem da carroçaria a “shampoo”.
Os especialistas poderão dizer se isto é falso ou verdadeiro.
E que prédio é aquele ali atrás?

quarta-feira, 11 de abril de 2018

LAGOA

 
Ontem foi comentado aqui sobre o terreno vizinho ao Circo Sdruws onde funcionou um mini-golfe e uma pista de kart na Lagoa.
Pois aqui está, nesta foto do Arquivo Nacional: vemos a área em frente à antiga pedreira da Lagoa, por volta de 1970.
A duplicação das pistas da Epitácio Pessoa e a construção do Viaduto Augusto Frederico Schmidt tinham ficado prontas havia pouco. Instalaram vários equipamentos de diversão aí, tais como uma pequena pista de "kart", pedalinhos e mini-golfe.
Lá no fundo, junto ao Corte do Cantagalo, o famoso posto de gasolina da Ipiranga, que tantos anos ali ficou (houve uma época, nos anos 60, que exemplares do Jornal do Brasil eram distribuídos gratuitamente a todos que por lá passavam, envoltos num tira amarela com o logotipo da Ipiranga).
Ao fundo, no último prédio à direita, vocês podem me ver, fotografando a Lagoa.
Neste momento da foto vemos que o aterro tinha sido feito apenas para a conclusão das pistas de automóveis e assim ficou até o fim dos anos 70 quando o parque do Cantagalo foi feito (e de modo errado, pois não se estaqueou o solo). Sucessivos afundamentos neste local, a antiga Praia Funda, levaram a muitas obras de reconstrução do local, onde hoje estão os pedalinhos, defronte ao Corte do Cantagalo.

terça-feira, 10 de abril de 2018

CIRCO SDRUWS


 
Em 1969, o irreverente Juca Chaves, montou o Circo SDRUWS, na Lagoa, em frente à Favela da Catacumba. O programa inaugural constou de uma tarde de coquetel para a crítica e favelados, na noite seguinte uma sessão beneficente em traje de gala, e no dia subsequente funcionamento normal para o público pagante. A noite para os críticos teve entrada franca: “única maneira dos críticos assistirem o espetáculo”. Na estréia exigiu traje a riogor, “pois é um teatro”.
 
Conforme o próprio Juca, o nome do circo era uma sigla: S de "snob", D de "divino Dener”, R de "ralé", U de "uanderful", W de "water-closet", S de "Sdruws mesmo". Este nome, segundo o Juca foi escolhido numa lista tríplice. Os outros dois eram N.S. Aparecida e Estrela Dalva, propostos por um grupo de 14 agências de publicidade...
 
Juca contou que convidara para o circo políticos, empresários e também pessoal da alta-sociedade carioca, e antes da primeira apresentação resolveu reunir os líderes da favela para lhes falar com franqueza, indo direto ao assunto: "Vim aqui para saber como vai ficar o negócio do roubo!" - Uma mulher baixinha, morena (líder da favela), foi logo respondendo com firmeza: "Olha aqui seu Juca, nós entendemos a sua preocupação e lhe agradecemos pela sinceridade, mas pode o senhor ficar tranquilo, porque a nossa comunidade já se garantiu e pediu proteção à polícia!”
 
O “Senta que o Leão é manso” no “Gran Circo Sdruws”, tinha reservas pelo telefone 257-2603 como podemos ver no anúncio acima.
 
Dizia o Juca que “para entrar de graça, só se lavar o elefante”. Além de música de câmara e uma banda, só trabalhava o Juca. Segundo ele, montar o circo na Lagoa foi para ajudar a região tão abandonada. Foi preciso fazer obras de infraestrutura como colocar rede de esgoto e canalizações, para haver água e banheiros. O ar era “condicionado natural”: levanta-se a lona e entra aquele ventinho...
 
Para uma mulher que certa feita reclamou: “Está chovendo água da lona!”, Juca respondeu: “Também, pelo preço da entrada que a senhora pagou queria que chovesse uísque escocês?”
 
Com o sucesso do Circo Sdruws, Juca se animou a aumentar o empreendimento, projetando montar no mesmo local o JuCabaré ou Juca Bar E: seria um “misto de bar-dancing, dentro do espírito mais cafona, com luzes vermelhas, verdes e amarelas piscando sobre mesas cobertas por toalhas plásticas e um tremendo elefante vermelho reluzindo na parede. Fundo musical de cabaré, como não podia deixar de ser, será restrito a boleros, à tragédia dos tangos e ao pranto esganiçado das guarânias”.
 
Não sei se o cabaré chegou a funcionar.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

FIM DOS BONDES DA ZONA SUL



 
As fotos de hoje mostram os últimos tempos dos bondes da Zona Sul, seja a última viagem do bonde 21, da linha “Circular” em março de 63 no Túnel Velho, seja do último bonde da linha 1, “Avenida”.
Meio século de serviços e poucos dias para destruição: os bondes foram sendo substituídos pelos ônibus elétricos e levados para a sua última morada: o vazadouro de lixo do Caju. Ali eram despojados das guarnições de metais, motores e fios, passando a alimentar o comércio ilegal do "ferro velho". Transformaram-se em carcaças da noite para o dia. Prejuízo incalculável.
Os primeiros bondes depositados no vazadouro de lixo, por falta de vigilância, foram alvo da cobiça dos larápios, pelo alto valor dos metais existentes nas guarnições e os próprios motores.
Os encarregados da remoção dos bondes estenderam linhas em dois sentidos, sobre o aterro do vazadouro, empregando trilhos novos. O trabalho de recolhimentos dos velhos bondes levou vários dias.
Ante o vulto do roubo de peças, as autoridades da JAP (Junta Administrativa Provisória da Ferro-Carril do Jardim Botânico) determinaram que motorneiros e condutores, num total de 19 e atualmente sem função, ficarão encarregados da vigilância dos bondes recolhidos.
A JAP informava em 1963 que ainda não tinha qualquer solução sobre os destinos dos bondes.
E não se esqueça que tudo sobre os bondes do Rio está lá no “site” do Helio Ribeiro: http://www.bondesrio.com/

domingo, 8 de abril de 2018

FAVELA DO ESQUELETO



 
No início dos anos 60 os moradores da Favela do Esqueleto foram removidos da área do Maracanã com destino a Ramos. Neste local passaria a Av. Radial Oeste.
Oitocentos barracos foram desalojados. Os moradores, revoltados, argumentavam que iriam para um local onde não existia bonde e a condução era cara e demorada. Diziam que as crianças, já matriculadas em escolas próximas teriam dificuldades. Salientavam que a nova favela apresenta as mesmas condições, sem uma rede de esgotos, sem água e com deficiência de luz.
Deu no que deu.
Hoje os problemas nesta área da Radial Oeste são outros, mas não menos complicados.