Num primeiro momento, ao ver a foto, não soube dizer o que era. A explicação está abaixo, em comentário do desaparecido e prezado amigo Derani.
É um isqueiro de mesa !
Segundo ele, "antes do costume de fumar se tornar um hábito nocivo, execrável e seus
praticantes encerrados em campos de concentração, tal objeto existia em 9 entre
10 casas que eu conheci, geralmente colocado sobre a mesinha de centro da
sala."Gira-se
a hélice e a parte preta (cockpit) abre e aparece a chama.
Aparelho
de Barbear Gillette Mono TECH do MIJAO - Museu Interativo JBAN de Artefatos Obsoletos.
Numa só peça ! Não precisa armar !
"Feito especialmente para o homem prático e moderno, Gillette Mono-TECH é
o mais aperfeiçoado aparelho de barbear, para ser usado com as famosas lâminas
Gillette Azul - de pacotinho ou do MUNIDOR."
Comprado numa feira de antigüidades e outros badulaques, está em estado de
zero-quilômetro. Dentro do belo estojo de imitação de couro, vieram o aparelho,
um munidor com lâminas novas e o folheto de instruções. Era a evolução dos aparelhos
mais antigos, que tinham que ser desarmado para colocação da lâmina.
Meu pai teve um desses e eu adorava brincar de abrir e fechar o receptáculo da
lâmina imaginando um mecanismo de foguete espacial ou coisa que o valha.
O
"seu" Agostinho, do salão que ficava na Rua Santa Clara, entre a Rua
Barata Ribeiro e Av. N. S. de Copacabana, lado ímpar, bem ao lado do depósito
da Kibon, cortava meu cabelo com um desses.
Outro barbeiro que o usava era o Geraldo Fedulo de Queiróz.
Lá pela década de 50 o Geraldo devia ter os seus quarenta e poucos anos e todo
mês ia na nossa casa na Rua Barata Ribeiro para cortar o cabelo de meu avô. Chegava sempre de terno, com muitas histórias para contar, trazendo sua maleta
com pente, tesouras, navalha e uma máquina manual igual a esta da foto.
Subia as escadas até ao terraço do 3º andar, onde ficavam os passarinhos de meu
avô, ajeitava uma cadeira e começava o trabalho numa sessão que demorava muito. Falava sem parar. Eu e meu irmão adorávamos ouvir as histórias do Geraldo.
Não sei bem o que o ele fazia na vida, mas só cortava cabelos de uns poucos,
entre eles o do meu avô e o do poeta Augusto Frederico Schmidt. Torcia pelo Fluminense e sempre se envolvia em animadas discussões sobre os
últimos jogos de futebol.
Dissertava sobre sua paixão, a política - mais de uma vez o Geraldo se
candidatou a vereador e cheguei a distribuir "santinhos" com o seu
nome. Morava na Rua Real Grandeza, perto da Rua General Polidoro.
No enterro do Schmidt, logo após o Sobral Pinto discursar, "pediu a
palavra" e emocionou a todos. Fez o mesmo na inauguração de Brasília, quando falou em nome dos candangos, diante do Presidente da República.
Era gente muito boa! Outros
tempos, quando o fato de ter uma ocupação menos "nobre" não isentava a
pessoa de ter cultura, educação e conhecimento.
Outro item do "MIJAO": Escovas de engraxar.
A
Clark ("Clark, o calçado que dura o dobro”), tradicional sapataria no
Centro da Cidade, ficava na esquina da Rua do Ouvidor com Travessa do Ouvidor.
Uma escova é para sapatos marrons e a outra para sapatos pretos. A Clark era uma das poucas sapatarias que tinha
meio ponto e meia altura na grade de numeração.
MAIS DO QUE CONHECIDO!
Ele é a sentinela de milhões de lares em todo o Brasil.
Insuperável na sua fórmula concentrada.
Insubstituível na desinsetização doméstica.
Prolongados efeitos imunizantes.
Exija o único e legítimo FLIT.
A marca que o tempo consagrou.
Nas décadas de 50 e 60 o FLIT reinou absoluto nos lares do Rio.
Era uma época em que havia uma quantidade enorme de moscas e o arsenal
doméstico incluía mata-moscas de cabo de madeira e extremidade de plástico; uns
papéis com cola onde as moscas ficavam grudadas; uma armadilha de vidro que
tinha uma isca e da qual as moscas não conseguiam escapar.
Mas a bombinha de FLIT era insuperável no combate às moscas.
Comprava-se a bomba e, periodicamente, se enchia o reservatório com o conteúdo
das latas.
Banido
e sumido dos balcões por uma série de exigências sanitárias, a sina desses açucareiros sempre foi levarem uns tapas por baixo. Neste da foto falta a parte emborrachada de baixo.
Alguns engraçadinhos colocavam sal de fruta dentro dele para desespero do dono do bar. Ou desatarraxavam a tampa para sair uma quantidade maior.
Como viviam entupindo era necessário dar uma pancada mais forte na base. Aí saía muito açúcar e sempre se ouvia um "PQP!".
Muitos
desses produtos da UFE - União Fabril Exportadora, tinham presença no ‘armário de limpeza’ de nossas casas: Sabão de Côco para ‘bater’ roupa no tanque, Sabão Português para as roupas
coloridas e mais brutas como jeans Far-West, Cera Cristal para colocar no
reservatóriozinho da enceradeira Electrolux ou com o esfregão, o sabão BIG no banheiro das visitas, o pacote de velas, o removedor Zás-Trás para a limpeza
da bicicleta.
Lembram daquela bolinha
rosa que aparece bem na parte de baixo? Era um sabonete que ficava pendurado por uma correntinha de metal que passava pelo furinho. Era
muito usado em banheiros de bares e botequins.