Imagem garimpada pelo Atila Franco. Inauguração do Asylo dos Inválidos da Pátria, na Ilha do Bom Jesus, em
29 de julho de 1868.
Inicialmente havia neste
local um convento edificado pela Ordem dos Franciscanos. Mais tarde ali
funcionou um hospital que, em 1868, por conta da Guerra do Paraguai, foi
transformado no Asilo para os Inválidos da Pátria. Consta que funcionou como
asilo até 1976.
Marcelo Augusto Moraes Gomes defendeu uma interessante tese sobre o Asilo, que pode ser vista em:
https://www.if.ufrj.br/~coelho/TESE_Gomes_Marcelo_Augusto_Moraes_V1.pdf
Nela ele relata que "Em 1868, foi inaugurado
na Ilha do Bom Jesus, na Baía da Guanabara, o Asilo dos Inválidos da Pátria,
espaço reservado, em um primeiro momento, e segundo as justificativas
explícitas e utilizadas, para garantir unicamente, por mera filantropia, o
sustento de numeroso contingente de veteranos da “Guerra do Paraguai”, oriundo do
Exército em operações.
(...)
Percepção vulgar sobre o
asilo, é que ele foi construído pelos resultados de uma subscrição pública,
promovida em todo o Império e executada pelos comerciantes do Rio de Janeiro,
membros da antiga Praça do Comércio, depois Associação Comercial do Rio de
Janeiro. No entanto, segundo as investigações nos arquivos, desvendou-se que
ele foi edificado pelos esforços pessoais de D. Pedro II, coadjuvado por alguns
de seus ministros, mormente os que ocuparam o Ministério da Guerra, entre 1865
e 1868."
Foto do Correio da Manhã. Encontrei o comentário abaixo na Internet, mas não consigo lembrar a fonte. Mas é interessante notar o que ele descreve:
"No dia 04 de janeiro de 2012, o Prefeito da Cidade do Rio sancionou a
lei municipal (nº 5.360), aprovada pela maioria dos vereadores da CMRJ. A
referida lei o autoriza doar à General Electric (GE), por concessão de 50 anos
(prorrogáveis por + 50), ou seja, por 100 anos, vários hectares de terras
públicas (47 mil m²), num magnífico pontal encravado na Ilha do Fundão (Cidade
Universitária da UFRJ) – na chamada Ilha de Bom Jesus.
Acontece, que aquele magnífico pedaço de terras públicas, preservado
pelos, e para, os brasileiros, foi destinado, por lei, pelo então Presidente
Getúlio Vargas, ao Asilo dos Inválidos da Pátria, conforme dispõe o art.1º, I
do Decreto-lei 7.563/45, lugar onde os ex-combatentes, que lutaram em nome do
Brasil, se instalaram para passar os seus últimos dias, em reconhecimento pelos
relevantes serviços prestados à Nação.
Mais tarde, o Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, pelo Decreto
nº 47.535/59 (link), reforçou essa destinação específica da Ilha, inicialmente
prevista por Getúlio Vargas, aumentando a área para os 240 mil m² da Ilha.
Portanto, essa área da Ilha do Fundão – a Ilha de Bom Jesus – não é um
espaço de terras públicas qualquer: ela, a Ilha, está destinada, por norma
federal, (afetada, como se diz em direito público) a um fim específico – a de
ser o Asilo dos Inválidos da Pátria, mesmo que esses bravos e honrados
brasileiros, que lutaram pela Democracia, já não mais existam,
fisicamente. Mas, certamente, devem
existir, ainda, na memória do País. Ou não?"
Foto do Correio da Manhã. Continua o artigo: "Enterrar a memória dos Inválidos da Pátria sob o cimento de um prédio
da General Electric, e de outras multinacionais, além de soterrar a memória
nacional, é ignorar a destinação normativa, dada àquela magnífica área de
terras públicas, feito pelos Presidentes Getúlio e Juscelino."
Pelo que li acho que o terreno ficou mesmo com a GE.