Mais uma
estupenda garimpagem do Henrique Hübner, um estudioso do Rio Antigo. Vemos um
autochrome de Marc Ferrez mostrando o Palácio dos Estados na Expo de 1922,
ladeado pelos pavilhões da Administração e Distrito Federal (lado direito) e
das Grandes Indústrias (lado esquerdo).
Era o prédio mais alto da
Expo, projeto do engenheiro Hippolito Pujol, abrigou por muitos anos a sede do
Ministério da Agricultura, tendo sido demolido por insistência de arquitetos
modernistas. Era conhecido pelo apelido de “Bolo de Noiva”.
Recomendo um álbum do
prezado FlavioM, comentarista desaparecido do “Saudades do Rio”, mas sempre
presente no grupo do FRA-Fotologs do Rio Antigo, no link
https://www.flickr.com/.../flavi.../albums/72057594110117239
Conta o Flavio que Marc
Ferrez fez os primeiros "autochromes" do Brasil pouco antes da morte
de sua mulher, em 1914. Em 1915 foi morar na França, só voltando em 1920, já
adoentado. Morreu em janeiro de 1923.
Um postal da coleção do
Klerman W. Lopes, mostrando o Pavilhão dos Estados.
O objetivo da Expo de 1922 era comemorar o centenário da nação brasileira, mediante a exibição de todos os avanços que o país conhecera nos mais variados campos, definindo-se, contudo, como principais os do trabalho, da educação, saúde e higiene. Durante os seus preparativos, a ideia de expor ao mundo um Brasil moderno e equiparável aos países mais desenvolvidos foi tema de grandes debates na imprensa, em virtude dos altos custos que isso implicava.
Outra imagem do Malta mostrando o do Pavilhão dos Estados. Este local serviu ao Presidente Geisel no período imediatamente antes de assumir a Presidência da República.
O prédio foi demolido ainda na
época da Ditadura, no final dos anos 70. Na época arquitetos modernistas como
Lucio Costa fizeram uma grande campanha para demolir muitos prédios do Rio
Antigo. Em parecer de 1972, sobre o
prédio do Ministério da Agricultura, ele afirmava que a demolição daquela
“almanjarra de concreto” lhe “seria do maior agrado”. Em outro parecer, de 1978,
que sacramentou sua derrubada, dizia: “Por sua falta de estilo, por sua
desproporção, por sua feiura congênita, já nasceu bastardo”. O edifício foi
demolido no final dos anos 1970. Ainda bem que o Municipal, a Biblioteca
Nacional, o MNBA e uns poucos outros escaparam.
O prédio do Ministério da Cultura em 1978, pouco antes da demolição.