DO FUNDO DO BAÚ: BAILE DOS CALOUROS

 

Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá sai este cartaz do “Baile dos Calouros” da minha turma na Faculdade Nacional de Medicina, em 1967.

Era um dos últimos atos do período de trote, que se encerrava em 13 de Maio com a “libertação dos escravos”. Era um período um tanto angustiante com trotes como a “cabeça raspada” de março a maio, a “corda” (onde uma corda era passada no lugar do cinto das calças unindo todos os calouros em desfile pela cidade), o “bife à milanesa” (entrar de roupa no mar da Praia Vermelha e rolar pela areia), ser alvo de balões de aniversário cheios de água ao sair da faculdade e por aí vai.

Na minha opinião era tudo uma idiotice enorme.

A segunda foto mostra a passagem da faixa de “Rainha dos Calouros”.

FF: 9 de Junho marca a estreia do “Saudades do Rio” no provedor Terra. Foi em 09/06/2005. Após passar pelo Fotolog.net e pelo Multiply, ficou até 2013, no período áureo dos fotologs, no Terra. Depois esteve no UOL e, finalmente, desde o final de dezembro de 2016, aqui no Blogger.

ONDE É?

 

Uma foto de fácil identificação.

BAR 20

 

Esta foto de hoje foi garimpada pelo Gustavo Lemos.

 

Vemos Ipanema e Lagoa na altura do Bar 20. Na ampliação é possível ler "Bar 20 de Novembro" - Comidas & Bebidas Finas - A. (ou I.) Pinheiro.

 

Vinte de Novembro é a atual Rua Visconde de Pirajá. A data é a do nascimento (20/11/1838) da 2ª Baronesa de Ipanema, D. Luísa Rudge, esposa de José Antonio Moreira Filho, 2º Barão de Ipanema, proprietário do loteamento da então chamada Vila Ipanema, atual bairro de Ipanema.

 

Segundo o Mario Peixoto  "o Bar 20 de Novembro, na década de 1920, era considerado o melhor lugar para a realização de piqueniques, porque era aprazível e dali se podia avistar a praia. Funcionava na Rua Visconde de Pirajá nº 491. "

 

As famílias, no entanto, não recomendavam a ida das filhas "para aqueles lados", pois no Bar 20 eram alugados quartinhos para encontros de casais...

 

COPA DO MUNDO

 

A Copa do Mundo está chegando e esta foto de Jean Manzon lembra a comemoração pelo título de 1958. Talvez seja no cruzamento da Presidente Vargas com Rio Branco ou na Esplanada (Nilo Peçanha com Rio Branco).

Lotações, ônibus, carros importados, disputam espaço com os pedestres, com destaque para o automóvel com os nomes dos jogadores da seleção brasileira recém campeã do mundo.

Este título foi conquistado em 29/06/1958, no Estádio Solna, Raasunda - Estocolmo, ao vencermos a Suécia por 5x2, na partida final. O time da final foi Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Orlando e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo. Os outros onze que completavam a seleção eram Castilho; De Sordi, Mauro, Zózimo e Oreco; Dino e Moacir; Joel, Mazola, Dida e Pepe.

Lembro, nitidamente, da torcida pelo rádio, em meio aos chiados de uma transmissão precária no final da manhã de um domingo - foi inesquecível!

Curiosidades:

= A maioria dos carros (os especialistas poderão confirmar) é bem do início da década de 50. Provavelmente devido à dificuldade de importação no pós-guerra.

= O garoto na janela do carro à direita flagrou Jean Manzon fotografando.

CENTRO

 

A foto 1 é de 1965, no Campo de Santana. Vemos um caminhão blindado da Casa da Moeda escoltado por caminhonete e jipe da PM repleto de policiais. Não sei para onde se dirigiam.

Pelo menos há até poucos anos, não sei se ainda continua, saía um comboio da Av. Rio Branco, perto da Rua dos Beneditinos, por volta do meio-dia, acompanhado por vários veículos policiais. A informação era que se dirigia para a Casa da Moeda em Santa Cruz.

Este comboio saía de um dos poucos prédios sobreviventes da Av. Rio Branco, situado na esquina da Visconde de Inhaúma (foto 2). É o prédio que serviu à Caixa de Amortização, depois foi sede provisória do Ministério da Fazenda (1934/1943), abrigando inclusive o gabinete do Ministro, e na década de 60 é finalmente absorvido pelo Banco Central. Hoje, no local, funciona o Departamento de Meio Circulante (Mecir) e o dístico “Caixa de Amortização” foi substituído por “Banco Central do Brasil”.

PRAÇA JOSÉ DE ALENCAR

Nesta foto de Erwin Scheu, de 1935, vemos a região da Praça José de Alencar, na confluência das ruas Conde de Baependi e Marquês de Abrantes.

 

Na foto em detalhe vemos o bonde "Ipanema", nº de ordem 112, cujo ponto final na Praça General Osório já teve foto publicada aqui.

 

Armazém Colombo, à direita,  tinha o telefone 5-2040 e ficava na Praça José de Alencar nº 12. Nos anos 30 funcionava nos dias úteis das 7 às 19 horas, nos feriados das 7 às 18 horas, fechando aos domingos.

 

 

 

PRAIA DO FLAMENGO

 

A foto da Deutsche Fotothek mostra um domingo na Praia do Flamengo, na década de 30. A barraca de propaganda é da Pasta Odol.

O “Correio da Manhã” publicava muitos anúncios deste produto:

“É de ficarmos alarmados quando pensamos no facto de hospedarmos na bocca um numero sem conta de indesejáveis que se multiplicam espantosamente e que procuram, dia e noite, arrombar-nos os dentes, perfurando-os e destruindo-os. Taes indesejáveis são as bactérias que provocam a fermentação dos hydratos de carbono nos vestígios de comida detidos entre os dentes. O acido lactico produzido nesse processo corróe o esmalte e, isto feito, nada mais impede as bactérias de penetrar na dentina.

Para neutralisar a acção malefica exercida contra os dentes por uma serie de gérmens que se alojam na bocca e que, destruindo o esmalte, produzem a carie use a Pasta Odol, que clareia os dentes, tornando-os alvos e brilhantes. Quem, pois, usar, para escovar os dentes, a Pasta Odol, não póde ter dentes cariados e escuros.

A Pasta Odol é um producto conhecido e registado em 40 paizes em todo o mundo.”

* Ortografia da época.