A Exposição de 1908 foi montada
entre os morros da Babilônia e da Urca, entre agosto e novembro de 1908. Esta exposição
pretendia, além de comemorar o Centenário da Abertura dos Portos, mostrar para
o mundo, a beleza e as qualidades da moderna capital da jovem República
brasileira.
Depois das reformas de
Pereira Passos, a cidade estava pronta para representar o Brasil e exibir toda
a sua exuberância. A intenção era atrair o olhar estrangeiro, visando buscar
libras e francos.
Em menos de um ano
construíram-se imponentes edifícios para abrigar estandes exibidores da
produção econômica brasileira. Montaram-se dois restaurantes, um teatro,
cervejarias e café, fontes luminosas, além de uma pequena via férrea, para que
o público pudesse locomover-se em trenzinhos. À noite havia queima de fogos.
A revista Kosmos registra
a admiração geral da população: "Parece-nos ainda um sonho este inesperado
aparecimento da pequenina cidade de palacetes nas areias da Urca. É a grandiosa
feira nacional, que o presidente Affonso Penna organizou, sob o louvável
pretexto de comemorar o Centenário da Abertura dos Portos do Brasil ao comércio
mundial."
O portão principal foi
obra do arquiteto René Barba, inspirado na porta da Exposição Internacional de
Paris de 1899. Ficava na altura da Av. Pasteur.
O Teatro João Caetano, cujo interior fez
muito sucesso, encenou várias peças de Artur Azevedo. É de chamar a atenção a indumentária dos participantes.
O Pavilhão de São Paulo
foi projeto de Ricardo Severo e Ramos de Azevedo. Tinha 1500 metros quadrados, sendo maior até que o do Distrito Federal e tinha 12 cúpulas. Foi considerado o mais
belo da Exposição.
O Pavilhão da Fábrica
Bangu foi erguido em estilo mourisco. O projeto foi de um diretor da própria fábrica. Teria sido do Silveirinha?
O Palácio das Indústrias, antiga Escola Militar foi adaptado, mas depois da Expo voltou a ser unidade militar e foi bombardeado quando
da Intentona Comunista.
O Pavilhão das
Indústrias em outra perspectiva. Era iluminado por 18000 lâmpadas.
Uma grande fonte luminosa formava um castelo de água em frente ao Palácio das Indústrias.
Havia 30 pavilhões, entre
eles os da Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo.
Pavilhão internacional só o de Portugal. O Pavilhão das Máquinas hoje é um
prédio da UNIRIO. O Palácio dos Estados, na atual Av. Pasteur, abrigou os
outros estados que não tiveram pavilhões próprios. Hoje abriga o Museu da
Ciência. Mais de um milhão de pagantes visitaram a Exposição.
O transporte para acesso
foi feito bondes da Cia. Jardim Botânico e por ônibus como os que funcionavam na Av. Rio Branco. O transporte interno era em mini-locomotivas.
Transporte por barcas da Cia. Cantareira também acontecia.
O Restaurante Rústico era uma das opções para se alimentar.
As elegantes cariocas davam o ar de sua graça em simpáticos bares espalhados pela região da Praia Vermelha. Colorização de Achilles Pagalidis.
O Pavilhão Manuelino, representando Portugal, o único país estrangeira na Expo de 1908.
Vemos o Pavilhão do Distrito Federal. A vistosa arquitetura da exposição era
efêmera, propositalmente feita para não durar, foi concebida nos mais diversos
estilos. Se o Brasil, então jovem República, havia consolidado o Rio de
Janeiro, após a modernização empreendida pelo Prefeito Pereira Passos e pelo
Ministro Lauro Müller como sua maior expressão, a Exposição Nacional celebrava
o processo de inserção de todo o país em um modo de vida urbano, industrial e
cosmopolita.
Pavilhão da Música, onde eram exibida música clássica. Além dos estados da
Federação, diversas instituições públicas se fizeram representar na Exposição,
como a Empresa de Correios e Telégrafos, que abrigou, em uma área de 150m2, uma
agência postal e uma estação telegráfica. Também havia pavilhões das Indústrias,
Corpo de Bombeiros, Jardim Botânico, Artes Liberais, Música. Funcionavam um
teatro, cinematógrafos e cafés-concerto. Havia montanhas-russas, balões, etc.
O Pavilhão das Artes
anexo ao Pavilhão de Portugal.
Pouco restou da Expo de 1908, infelizmente.
“Post” baseado no
trabalho de José A. B. Sacramento e em vídeo do Planeta HDTV.
E, nos créditos do vídeo, entre
muitas outras fontes, é citado o blog “Saudades do Rio”.