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sábado, 7 de janeiro de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: CINE PAISSANDU



Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E do baú do Rouen sai esta foto mostrando jovens em frente ao Cine Paissandu, tendo um belo Puma participando do encontro.

Na esquina havia o Bar Cinerama, hoje Garota do Flamengo. Bem ao lado do cinema ficava a lanchonete Oklahoma, onde as discussões pós-filme se estendiam pela madrugada.  A Oklahoma tinha um das piores pizzas do Rio, mas era a única coisa aberta na região após a meia-noite.

O Cine Paissandu, localizado na Rua Senador Vergueiro nº 35-F tinha, originalmente, 742 lugares. Foi inaugurado em 15/12/1960 e funcionou até 15/04/1973.  Depois se transformou no Studio-Paissandu e no Estação Paissandu.

O cinema tinha de diferente, além da programação e clientela, o "fumoir", com janelões para a platéia. Perdia em qualidade do som e da imagem, mas era disputadíssimo, pelo simples fato que podia se fumar neste salão anexo. E como se fumava! De tudo...

Conforme nos conta A. Gonzaga, em "Palácios & Poeiras", o Cine Paissandu "foi palco dos "filmes-cabeça" dos anos 60, designação que englobava tanto fitas comuns quanto obras com grandes pretensões estéticas, política e/ou sociológicas. A mística do lugar surgiu em função dos freqüentadores e da programação, pois o cinema nada tinha de especial. Criou-se, inclusive, um diferencial de comportamento, com as famosas sessões de meia-noite e os Festivais Brasileiro de Cinema Amador, mais conhecidos como Festivais JB-Mesbla. Virou emblema da geração que queria mudar o país e o mundo".

 Baluarte da contracultura durante o regime militar, o cinema formou, nos anos 1960, a Geração Paissandu, rótulo que agrupava jovens cinéfilos e intelectuais de esquerda incapazes de perder os longas de Jean-Luc Godard, Louis Malle, Michelangelo Antonioni, François Truffaut e outros cineastas autorais.

Era moda naquela época ser sócio da Cinemateca do MAM e ter assinatura dos "Cahiers du Cinéma".


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Maracanã


Este solitário torcedor chegou cedo ao Maracanã e aproveitou para tirar um cochilo antes do jogo começar. Estava sentado no local reservado para a Imprensa, logo abaixo da Tribuna de Honra.
Estas cadeiras, que também eram o modelo usado na Tribuna Especial e nas cadeiras do segundo andar (aquelas logo acima da antiga "geral"), tinham um defeito de projeto: aquela curva na parte inferior machucava muito a panturrilha dos torcedores que se levantavam subitamente para comemorar um gol.
Mas a foto de hoje é para comentar o atual estágio de abandono do Maracanã. Após a reforma de 2013, para adequação às necessidades da Copa do Mundo e, depois, às da Olimpíada, quando foi gasto mais de 1 bilhão de reais, o estádio está em petição de miséria, abandonado, mal cuidado.
A briga entre o falido Estado do Rio de Janeiro, o consórcio Odebrecht e o Rio-2016 prossegue sem solução.
E nem falamos das outras "reformas" anteriores quando também foram gastos rios de dinheiro.
O resultado é este que aí está.
Quando os responsáveis serão punidos? Quando o dinheiro dilapidado será devolvido?

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

PRAIA DE COPACABANA


A foto de hoje, do acervo do Rouen, mostra um dos postos de gasolina construídos na década de 70 na Avenida Atlântica com sua configuração original, em 1972.

O grande aterro  de Copacabana nesta época levou o mar para bem longe dos edifícios, terminou com a inundação das grandes ressacas, duplicou as pistas da Avenida Atlântica e construiu o interceptor oceânico, evitando que esgoto “in natura” fosse jogado diretamente no mar.

A linha dos prédios ficou a algumas centenas de metros do mar (o final do calçadão junto dos prédios marca o limite da antiga calçada com a areia).

Foram construídos, com o aterro, um enorme calçadão junto aos prédios, vagas de estacionamento junto a este calçadão, uma larga calçada separando as pistas que passaram a ter 3 faixas de rolamento em cada sentido), estacionamento junto à calçada junto da areia (mais tarde substituído pela ciclovia) e quiosques perto da areia.

Quanto ao aproveitamento do espaço conseguido me pergunto por que não foram feitas garagens subterrâneas, algo que Copacabana tanto necessitava, em vez destes postos de gasolina? Se existe um lugar mais inadequado ao serviço de abastecimento e manutenção de veículos é o canteiro central de uma das praias mais bonitas do mundo.

Outra opção, em vez de postos de gasolina no espaço entre as pistas, poderia ser pequenos restaurantes com varandas com mesas e cadeiras espalhadas, banheiros públicos, como em tantos lugares turísticos do mundo, deixando a calçada junto à areia somente para pedestres e com pequenos bares para evitar as centenas de barracas montadas diretamente na areia.

E, ainda, por que não um veículo de transporte coletivo de superfície, atravessando toda a orla carioca da Zona Sul, indo até a Barra da Tijuca (utilizando o espaço entre as pistas)?

Consta, aliás, que o projeto original previa uma Avenida Atlântica sem sinais, com passarelas ligando os prédios à praia, funcionando como uma via expressa.

Enfim, acho que havia alternativas melhores do que a que foi executada.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

AV. N.S. COPACABANA COM RUA CONSTANTE RAMOS



Hoje temos mais uma foto do acervo do Francisco Patricio. Estamos na esquina de Av. N.S. de Copacabana com Rua Constante Ramos. O fotógrafo está na calçada em frente ao nº 840, na esquina à direita, onde desde tempos imemoriais funciona a loja "Ao Bicho da Seda". 
Na outra esquina, também à direita, a famosíssima Ducal, inaugurada em 1950 e que fechou sua última loja em 1986.  Lembram do anúncio da Ducal? "Só a Ducal tem roupa com duas calças. Uma calça para usar com o terno e outra para uso esporte. Em nycron ou tergal a roupa com duas calças da Ducal é mais elegante econômica, mais versátil e, pelo crédito profissional, basta trabalhar para comprar na Ducal, Ducal, Ducal".
Na esquina na diagonal do fotógrafo funcionou uma loja da Sapataria Polar, depois que saiu da esquina da Dias da Rocha. Nesta calçada da N.S. de Copacabana, uma agência da Caixa Econômica (onde era a loja de roupas Segadaes), o edifício IKE e na outra esquina, já com Barão de Ipanema, a escola Cócio Barcelos, famosa por seu ensino público de qualidade. Ficava em frente à Confeitaria Colombo e à Celeste Modas.
A Rua Constante Ramos começa na praia onde teve seus anos de glória o Edifício Guarujá, que tantas vezes já apareceu no "Saudades do Rio". O Andre Decourt já contou também a história da Casa Beatrice na Constante Ramos, comandada pela austríaca Dona Anna Hausegger (Leitner de solteira), que por muitos anos forneceu, para os bisavós dele, frios, pães integrais, mel, carnes para datas festivas como peru no Natal e  rosbife e lombinho no Ano Novo, bem como saladas, salsichões etc… 
A rua era fartamente arborizada com algodoeiros de praia ou patas de vaca, retirados dos dois lados nos anos 60 para a criação de parqueamento a 90 graus dos dois lados da via. Às quartas-feiras, perto do cruzamento com a Domingos Ferreira, havia uma feira. As calçadas não eram de pedras portuguesas mas sim de placas de cimento.
Havia entre a Av. N.S. de Copacabana e Domingos Ferreira bons restaurantes nos anos 60, como o "À La Cloche D´Or", no nº 22-A, telefone 57-9394, ou o "Al Buon Gustaio", do outro lado da rua, no nº 35-A, telefone 37-0419.
Já no trecho entre Copacabana e Barata Ribeiro moravam o Dr. Stael Filho, um dos grandes obstetras cariocas da metade do século XX. E o Jaime "Pafúncio", técnico e dono do Maravilha, um dos bons times de futebol de praia da época, que tinha seu campo ao lado do campo do Dínamo do Tião, em frente ao Edifício Guarujá.
Na esquina da Barata Ribeiro havia a famosa Farmácia Piauí. Na quadra entre a Barata Ribeiro e a Pompeu Loureiro, havia o "Sambão e Sinhá", do Ivon Cury no lado par e, no lado ímpar, já no início dos anos 80, o "Enotria", do Danio Braga.
A rua terminava junto ao morro, onde se localizava a Maternidade Arnaldo de Morais, hoje Hospital São Lucas.
PS: se o Decourt passar por aqui poderá falar sobre a luminária que me parece uma Thompson, tão querida dele.


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

POSTO TOURING









Do acervo do amigo Rouen vem esta fotografia do Posto Juvenal Murtinho, do Touring, em Botafogo.

Vemos aqui uma foto de 1952, quando da inauguração de seu Posto de Serviço localizado na Av. Lauro Sodré. Infelizmente o posto está desativado e com a presença de tapumes desde o inicio de 2016.
As casas (vilas) que vemos no terreno do lado esquerdo foram demolidas, parte para ampliação da rua e outras deram lugar recentemente à concessionária Citroën. Atrás vemos o Ed. Marajá em final de construção na Rua General Goes Monteiro.
Até a década de 70 os motoristas cariocas que quisessem ter ajuda em momentos difíceis dependiam do Automóvel Club do Brasil ou do Touring Clube do Brasil. Não era como nos tempos atuais em que qualquer Companhia de Seguros ou de Cartão de Crédito fornecem, como bônus, este tipo de serviço.
Era preciso se associar ao Touring, o mais caro e badalado, ou ao ACB.
Naquela época os folhetos de propaganda do Touring começavam com um "Conhece Vossa Senhoria, realmente, as vantagens que o touring Clube lhe proporciona?
- Socorro mecânico de emergência.
- Assistência Jurídica, dia e noite.
- Carteira de seguros de automóveis.
- Desconto especial no abastecimento de gasolina nos Postos de Serviço do Clube.
- Aquisição de baterias, pneus e câmaras de ar a preços excepcionais.
- Água destilada diretamente de aparelho elétrico.
- Desenguiços rápidos.
- Moderno serviço de borracheiro, com recauchutagem e vulcanização de pneu e câmaras de ar.
- Desconto especial nas tarifas de hotéis de estâncias de veraneio.
- Carteira internacional, "carnet de passages en Douane!, embarque e desembarque de automóveis cobertos por "carnet".
- Etc.
A última propaganda do Touring Clube no rádio dizia: "Nos centros automotivos Touring Clube do Brasil de Botafogo e Bonsucesso você tem atendimento rápido, seguro e garantido. Touring Clube do Brasil; acima de tudo, um clube 24 horas".
Não sei bem como está o Touring nos dias de hoje, mas leio na Internet muitas queixas de antigos associados.





segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

COPACABANA COM SANTA CLARA








A foto de hoje, do acervo do Francisco Patrício, mostra a esquina da Av. N.S. de Copacabana com a Rua Santa Clara nos anos 70. Vemos o famoso e saudoso “Bazar 606”, de louças, pratas e cristais, no número 722/724 da Av N.S. de Copacabana.

Ao lado dele, a loja de modas e no prédio seguinte a agência do BEG (Banco do Estado da Guanabara) e o estúdio do famoso fotógrafo Aszmann.Mais adiante um pouco a Travessa Angrense (onde ficava a “Academia Katayama” de judô), em cuja esquina ficava as “Lojas Brasileiras” (no segundo andar, após subir as escadas rolantes, a ótima lanchonete e, de frente para a rua, a grande seção de brinquedos). Em seguida, em frente ao “Metro”, na esquina da Rua Raimundo Correa ficava a famosa “Casa Sloper” e, logo ao lado desta, a loja Rei da Voz (do Abrahão Medina), que patrocinava a decoração de Natal de toda a avenida.

Notar que a Rua Santa Clara dava mão para o interior do bairro, os cruzamentos tinham grades, os sinais eram de duas luzes, os postes de identificação das ruas eram do tipo “pirulito”.

Na outra esquina à direita ficava a “Joalheria Krause”, na Av. N.S. de Copacabana 710-A, uma das mais famosas da cidade. Na calçada da “Krause” ficava uma filial da “Casa Mattos”, do meu amigo José Augusto, e o prédio do IBEU. Mais adiante um pouco a “Galeria Menescal”, com suas lojas conhecidas como a “Sapataria Santa Fé”, a “Lucia Boutique” (com o máximo da moda carioca), a loja de fotografia “Film Caneta Copacabana”, a “Baalbek” (com a comida árabe), a “New Gipsy”, a “La Danse” (de malhas), a “Suzette” (roupas para grávidas e crianças), a  “Toca do Coelhinho Branco” (brinquedos), a “Floricultura “Belinha” (de cuja vitrine sempre escorria água pelo vidro).

Na esquina mais próxima à esquerda ficava uma “Camisaria” cujo nome não me lembro e que sobreviveu durante décadas ao lado do “Hotel Canadá”, no nº 687. Nesta calçada, em frente ao IBEU, fica até hoje o “Mercadinho Amarelo”.

Na esquina mais longe à esquerda ficava a “Barbosa Freitas”, no nº 709, com os metais das molduras de vitrine ultra polidos e sua estupenda seção de brinquedos (subindo as escadas, a meio caminho do 2º andar, nos anos 70 havia uma boutique de roupa jovem, completamente diferente do estilo sério e careta da Barbosa Freitas - chamava-se “Smuggler”).

Nesta calçada, quase em frente à “Cirandinha” ficava o ponto de bonde com destino ao Centro e logo após o “Cinema Metro-Copacabana”, que ficava ao lado do “Cinema Art-Palácio” no nº 759-B. Mais adiante a “Caixa Econômica”, a “Casa da Borracha”, o “Mercadinho Azul”, o “Cinema Copacabana” (em frente da “Sapataria Polar”), a “Helio Barki”, a “Sapataria DNB”, a “Tele-Rio”. No trecho entre a “Barbosa Freitas” e o “Metro” ), ficavam os fotógrafos ambulantes à cata de casais enamorados e as vendedoras de maçãs caramelizadas com seus tabuleiros.





domingo, 1 de janeiro de 2017

PRAIA DE COPACABANA


A foto mostra a Copacabana de 1930, com os prédios vizinhos ao Lido já começando a ocupar o espaço. Eram os últimos anos do domínio das casas e mansões.

Se ontem à noite tudo era festa, com mais um espetáculo de fogos de artifício, agora já estão em ação as equipes da Comlurb para limpar todo o espaço. A seguir é hora de encarar a realidade de 2017, torcendo para que este ano seja melhor do que o anterior.

Entretanto, já as primeiras notícias são desanimadoras: um atentado na belíssima Istambul, que tive o privilégio de conhecer e admirar há dois anos, deixou um saldo de dezenas de mortos e feridos.

Que mundo é este em que estamos vivendo?