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sábado, 26 de novembro de 2022

RIO ANTIGO COLORIDO

 A.J. Caldas tem publicado ótimas fotos colorizadas pela excelente Christiane Wittel.

Aqui vão duas que relembram como era o Rio antigo.





quinta-feira, 24 de novembro de 2022

CEMITÉRIO VERTICAL SÃO JOÃO BATISTA

O Cemitério São João Batista é de 1852, quando substituiu o de Pedro II, que existia junto ao hospício, na Praia da Saudade, frequentemente invadido pelas águas. Consta que o nome da praia foi em referência ao cemitério.

A foto é de Leuzinger e a rua que passa à frente do cemitério é o velho Caminho do Berquó (atual General Polidoro).

Botafogo já era urbanizado há muito tempo. O cemitério ficou neste terreno, no fundão do bairro. Anteriormente aos cemitérios públicos os cadáveres eram enterrados nas igrejas.

A foto, dos anos 50, mostra a porta principal do Cemitério de São João Batista. O primeiro cemitério da cidade foi o dos Ingleses, na Gamboa e na época na beira do mar, para que os corpos dos que morriam nos navios pudessem ser desembarcados diretamente.

Aspecto das tumbas do São João Batista. Eu, pessoalmente, sou adepto da cremação. Mais simples e mais razoável. Esta ostentação, com lápides caríssimas e ocupando grande espaço, ficou no passado, embora muitos prefiram assim para viver o próprio luto. Dizem que seria uma necessidade do ser humano.


Esta foto, relativamente recente, mostra a capela existente dentro do cemitério. Confesso que nunca vi ser usada.


Na década de 1960, a Santa Casa pretendia erguer este projeto para um cemitério vertical nas vizinhanças do São João Baptista. Era do arquiteto Antonio Antunes, sendo à época o Sr. Afranio Antonio da Costa o Provedor da Santa Casa. 

Seria construído em prédio de dez andares, nove dos quais ocupados pelos “carneiros”. No térreo funcionariam bares, restaurante, lojas de artigos para funerais e estacionamento. Também haveria espaço para indigentes.

A execução do projeto dependia de estudos técnicos com vistas à prevenção contra expansão de gases de cadáveres. Eram previstas um total de 213 sepulturas por andar, com capacidade para dois cadáveres em cada túmulo.

Dos locais pensados para a construção do prédio, podemos citar dois: na esquina da Rua General Polidoro com Rua São João Batista, onde hoje há uma loja do supermercado Prezunic. Ou no local do antigo Mercado das Flores, na esquina com Rua Sorocaba.


Um outro projeto, cuja maquete vemos acima, seria construir o cemitério vertical no interior do próprio cemitério São João Batista. Seriam dois blocos interligados por uma passarela coberta. Haveria 6096 “carneiros”, elevadores eletrônicos, bares e local para estacionamento.

O primeiro bloco teria quinze andares e o segundo bloco, este no morro nos fundos do primeiro bloco, teria 4 pavimentos.

Haveria três elevadores, com capacidade para 30 pessoas cada um, e outros 4, menores, com capacidade para 11 pessoas.

Chegou a haver, também nesta época, a tentativa de um cemitério privado na Rua Assis Bueno, mas os moradores se mobilizaram para não permitir.

Finalmente, no início da década de 70, o governador Negrão de Lima indeferiu todos esses projetos.


 

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

TÚNEL VELHO - LADO DE BOTAFOGO


O Túnel Velho, inaugurado em 1892, foi a grande obra responsável pela ocupação de Copacabana.

Nesta foto, de 1926, vemos a boca do lado de Botafogo. Como conta o Decourt, “esta reforma, iniciada na gestão de Alaor Prata e terminada na de seu sucessor, Prado Júnior, deixou o Túnel mais largo. Ele passou de cinco metros e meio para pouco mais de treze, permitindo, assim, uma inegável melhora ao tráfego em direção a Copacabana. Nesta reforma foram criadas calçadas, permitindo o trânsito de pedestres em segurança."




Esta outra foto de Malta, também dos anos 20, mostra a saída do túnel em direção ao cemitèrio (Rua Real Grandeza). Nos anos 50 e início dos 60, ali onde está parado o bonde, havia uma mudança de seção, isto é, os passageiros tinham que pagar uma nova passagem.

À direita havia um mercado de flores, que foi demolido. No local agora há um pequeno estacionamento que serve as capelas do São João Batista. 


Vemos um anúncio de FLIT, nos anos 50.


Ano de 1963, a última viagem do bonde 21 - Circular.



Foto da saída para Botafogo, nos anos 60, já com cabos para ônibus elétricos.



O aspecto da Rua Real Grandeza no final dos anos 60, quando da criação de um túnel superior e outro inferior.

terça-feira, 22 de novembro de 2022

ANTIGAMENTE ERA ASSIM


ESTAÇÃO DE BONSUCESSO

ESTAÇÃO DE PACIÊNCIA


ESTAÇÃO DE MAGALHÃES BASTOS 


 ESTAÇÃO DE SENADOR CAMARÁ


ESTAÇÃO DE RAMOS


segunda-feira, 21 de novembro de 2022

CAPELA N. S. DA CABEÇA - JARDIM BOTÂNICO


 Esta capela, do patrimônio cultural do Rio Janeiro e muito pouco conhecida da maioria dos cariocas, fica na Rua Faro nº 80, no Jardim Botânico, debruçada sobre a magnífica paisagem da Lagoa Rodrigo de Freitas. Está em terreno da Casa Maternal Mello Matos, um abrigo para crianças mantido por religiosas.

Foi construída a partir de 1603 e consagrada em 1904. Na época, ficava dentro do antigo Engenho d'El Rey, que se estendia entre a Lagoa e as encostas do Corcovado, da Gávea ao Humaitá.

A capela principal do engenho foi dedicada a N. S. da Conceição, enquanto a capelinha de N. S. da Cabeça, bem menor, foi construída depois, às margens de um riacho.

A aparição de N. S. da Cabeça ocorreu em 1227, em Andújar, Andaluzia, Espanha. A capela de N. S. da Cabeça ocupa cerca de 50 metros quadrados de área construída em um único pavimento e tem capacidade para 20 pessoas sentadas.

Esta capela é um marco da ocupação da região da Zona Sul, quando as encostas da Rua Faro se debruçavam sobre as águas da Lagoa, antes dos diversos aterros, inclusive para nesse trecho regularizar o traçado da rua Jardim Botânico.


A estampa representa a capelinha de N. S. da Cabeça. Notar o alpendre e, coisa rara na arquitetura religiosa do Rio, a torre sineira isolada do corpo da igreja, infelizmente desaparecida. 

A autoria é de Charles Othon Frédéric Jean Baptiste, Comte de Clarac (1777-1847). Foi executada em 1816.

Nesta pintura de Robert Streatfield vemos o aspecto da Lagoa em 1850, antes dos inúmeros aterros que sofreria. Esta era a chamada Pedra Santa ou Pedra da Santa. Ficava entre o Clube Piraquê e o bairro de Humaitá. Essa pedra tinha o formato de um rosto que olhava para dentro da Lagoa.

Dizem que D. João tinha bastante medo de passar junto a este rosto, tanto que preferia chegar à região de barco. A pedra foi demolida em 1837.

O local envolve o Caminho da Cabeça , o "Rio da Cabeça" e a capela de Nossa Senhora da Cabeça, no final da Rua Faro. Pelas últimas conclusões esta pedra estava exatamente no sopé da atual Rua Faro, que era exatamente o Caminho da Cabeça.

Nota do Sindegtur: “No século XIX a capelinha estava na imensa "Chácara de N. Sra. da Cabeça". Pertenceu por muitos anos à família Tosta, dos "Barões de Muritiba", sendo vendida depois de 1860 ao Dr. Luís Pereira Ferreira de Faro. Loteada a chácara e nela aberta a Rua Faro, em 1870, ficou a dita capela nos terrenos da "Casa Maternal Mello Mattos", fundada no final do século XIX por este célebre Juiz de Menores, casado com D. Francisca "Chiquita" Mattos, que por muitos anos dirigiu a instituição e preservou com carinho a velha capelinha, hoje tombada pelo “IPHAN” como a relíquia mais vetusta do bairro.

A Rua Jardim Botânico era a antiga Rua do Jardim, que mais próxima ao Humaitá passava a chamar-se Rua do Oliveira. A lagoa chegava até esses caminhos como se vê na aquarela e em mapas antigos da Fazenda Nacional que ocupou a área antes de 1844.

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domingo, 20 de novembro de 2022

COPA DO MUNDO

 A partir de hoje, por várias semanas, me dedicarei a ver todos os jogos da Copa do Mundo de Futebol.

A primeira que acompanhei de perto foi a de 1958, tendo ouvido a final pelo rádio, junto de meu avô, numa transmissão cheia de ruídos feita desde a Suécia. Em outro domingo ouvi no Spica a vitória sobre a Rússia, durante um passeio da escola em Niterói. Vi, com atraso de vários dias, os jogos em filme.



A de 1962 também foi pelo rádio, sem grande contribuição de Pelé (machucado), mas com um Garrincha fenomenal. Tenho esta tabela até hoje. As partidas puderam ser vistas em video-tape, 48 horas após as partidas, o que permitiu ver a escandalosa vitória contra a Espanha, com grande ajuda do juiz.


No verso dessas tabelas havia espaço para anotar os resultados.

A Copa de 1966, quando contava com o tricampeonato, o Brasil foi eliminado na fase de grupos. Fiquei triste ao ver o ocaso de vários jogadores. E as impressionantes faltas em Pelé, além das terríveis falhas do Manga no jogo contra Portugal. Partidas também em VT.

A Copa de 1970 foi a glória. Primeira com televisionamento direto, mas ainda só tínhamos TV em P&B. Assisti a todos os jogos também junto com meu avô. Meu pai só assistia sozinho, isolado, pois dizia que ver junto com outros dava azar. Foi tal a repercussão do tricampeonato que um bebê, nascido uma semana depois da final, recebeu o nome de Jagetoperi (homenagem ao ataque brasileiro).

Em 1974 me deslumbrei com o time holandês, vice-campeão. Jogava um futebol de outro mundo.

1978 foi a Copa arrumada pelos argentinos, com aquele incrível 6x0 no Peru.

Já  1982 foi a maior tristeza que senti, com a derrota daquela formidável seleção. Levamos azar com a contusão do Careca, a recusa do Tita em jogar na ponta-direita, a falha do Cerezo e a teimosia do Telê que não levou o Leão e o Raul, os dois melhores goleiros da época.

1986 teve uma derrota dolorosa para a França, no famoso jogo dos penaltis. Zico, Sócrates e Julio Cesar perderam cobranças. E teve "la mano de Dios"!

A Argentina nos deixou pelo caminho em 1990 e voltamos a ser campeões em 1994 graças ao Romário e ao Bebeto (e ao Baggio).

1998 nos reservou o episódio nebuloso das convulsões do Ronaldo, até hoje não explicado.

Fomos campeões na copa do Japão e Coreia, em 2002, quando Ronaldo e Rivaldo fizeram uma grande Copa, com o futebol pragmático do Felipão.

Os badalados e pouco comprometidos astros de 2006 fracassaram. Em 2010 o fracasso se repetiu. Felipe Melo sendo um grande nome não poderia dar certo. E Dunga como treinador.

De 2014 nem é bom falar. O Brasil, por duas vezes, jogou em casa (1950 e 2014) e foi o único time de bom nível que não foi campeão no próprio país. E ainda levou um "sacode-iáiá" de 1x7 da Alemanha. Um dos maiores vexames das copas, pior que a Inglaterra perder dos Estados Unidos em 1950 ou a Itália ser derrotada pelo Coreia do Norte em 1966.

2018 mais uma vez não chegamos às finais. A Bélgica nos mandou de volta.

Como será agora?