Do JANGADEIRO já falamos em http://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2018/07/bar-jangadeiro.html?m=1
Hoje, em DO FUNDO DO BAÚ, vemos o chaveiro do seu segundo endereço.
Hoje, em DO FUNDO DO BAÚ, vemos o chaveiro do seu segundo endereço.
O curioso é que tem na legenda a identificação de Av. Portugal. Eu achava que o nome era Praia da Saudade e que a mudança foi direto para Av. Pasteur nos anos 20.
ARCOS DA LAPA
CENTRO
HOSPITAL DA MISERICÓRDIA
GLÓRIA
QUINTA IMPERIAL
HOSPÍCIO
ENTRADA DA BARRA
Recebi do H. Hübner, a quem agradeço, estas litografias a cores que fazem parte do “Album de vistas, panoramas, paisagens, monumentos, costumes, etc. com os retratos de Sua Magestade o Imperador Dom Pedro II et [sic] da família imperial, photografados por Victor Frond, litographados pelos primeiros artistas de Paris [...] e acompanhados de três volumes sobre a história, as instituições, as cidades, as fazendas, a cultura, a colonização, etc. do Brasil por Charles Ribeyrolles e Victor Frond" (grafia original).”Disponibilizado publicamente pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.
Está decidido. Já fiz uma
reserva para o “feriadão” no Grande Hotel Internacional por indicação do mestre
Rouen. Após ler este anúncio, escrito numa língua parecida com “portunhol”
fiquei entusiasmado.
Segundo já contou obiscoitomolhado
um amigo assim descreveu o local do hotel: “O Hotel Internacional era em
seguida e atrás dos Bombeiros. Ficava num terreno plano com 5000 metros
quadrados, que pertence a um amigo meu, que construiu uma casa com elementos de
concreto pré-fabricados, pela firma dele de postes de concreto
"Cavan". Talvez ele tenha preservado partes do piso onde era a
cozinha, alguns muros, mas o casarão já tinha sido demolido. Ele tem entrada
para carros pela estrada da Equitativa, no primeiro larguinho antes da subida.”
Nada tem a ver com o atual Hotel Santa Teresa.
Monsieur Rouen, o
“Sherlock” dos FRA-Fotologs do Rio Antigo, andou por lá e deu uma dica
importante da localização: “Resumindo, antes de chegar nos Bombeiros, quando se
vem dos Arcos da Lapa, pegar uma pequena rua (Rua Moacir Santos Silva) que
passa por detrás do prédio do Corpo de Bombeiros. Estaremos praticamente por
cima do Túnel Rebouças. Lá, no início da rua, iremos encontrar à direita um
resto do pilar que sustentava o portão e à esquerda um muro com decoração de
“raízes” como era comum na época.”
Postal garimpado pelo Tumminelli. O texto, traduzido, seria mais ou menos: “Querido(a), aí está a vista do hotel e do chalé onde estou hospedado, assim como também o restaurante onde faço minhas refeições. Receba uma quantidade de bons beijos”. Talvez a assinatura seja “Papa”.
Foto garimpada pela desaparecida Julinha mostrando a bela vista que tinha o hotel. Pertencia a Ferdinand Mentges, que propagava o maravilhoso clima de Santa Teresa em seus anúncios.
A primeira referência a
ele, feita no Almanaque Laemert é de 1892. Ele funcionou até meados dos anos
30. O prédio do hotel foi construído para abrigar um sanatório para doenças do
pulmão. Anos mais tarde tornou-se um dos principais hotéis da cidade. O hotel
era mais cosmopolita, além de pianos e bilhares para o entreter os hóspedes,
ele oferecia a moda inglesa das quadras de tênis e do campo de cricket.
E para esta foto enviada pelo
Carlos Paiva, que apareceu há tempos no “Saudades do Rio”, o Sr. Eleuterio
Miranda, irmão do pranteado General Miranda, mandou cópia de um antigo
alfarrábio que dizia: “O edifício onde ficava o Hotel Internacional, foi construído
outr'ora para um Sanatório para tuberculosos em um ponto bastante elevado,
abrigado por várias colinas, as de Polux e Castor, a Serra do Corcovado etc.
Pertenceu, successivamente, a particulares, à Companhia Melhoramentos de Santa
Thereza e finalmente tornou-se propriedade do Sr. Ferdinand Mentges, em 1893. O
Hotel, situado na collina de Santa Thereza, na Rua do Aqueduto 76, é favorecido
por um clima muito mais suave que o da Cidade. Observa-se alli uma differença
notável de temperatura para 3º ou 4º menos que na Cidade.
As communicações para o Hotel são as melhores possiveis, havendo tramways que
partem de quarto em quarto d´hora da estação do Largo da Carioca. O percurso
dura 20 minutos, em tramway, do Largo da Carioca ao Hotel, e é feito por um
caminho muito pittoresco e interessante.
O Hotel está rodeado por mattas e os passeios são muitos e variados, taes como Lagoinha, Sumaré, Sylvestre, Paineiras, Corcovado. O Hotel é principalmente para familias e estrangeiros que desejem residir em logar socegado durante a noite. O seu parque e as suas mattas, da extensão de 40.000 metros quadrados, são de grande attractivo para os estrangeiros.
O Hotel, augmentado e inteiramente reformado no ano de 1911 com todas as
commodidades modernas, contém 150 leitos. Divide-se em um edificio central, 3
villas e 10 chalets; a sua sala de jantar, que é uma das mais lindas do Rio de
Janeiro, serve também para banquetes, e ha uma grande sala de bilhares, com 4
bilhares, sala de leitura, sala para correspondencia e apartamentos de luxo,
com banho particular. Tem o Hotel dois elevadores, um dos quaes para conduzir
os viajantes á altura onde ficam os chalets, e um grande jardim com tennis e cricket.
A cullinária é affamada. Do alto da collina Pollux, descortina-se magnifico
scenário.”
Este hotel, cuja primeira referência que a ele faz o Almanaque Laemmert é de
1892 e que se manteve em funcionamento até a década de 1930, ao lado do Santa
Teresa (Rua do Aqueduto 176, atual Almte. Alexandrino), Vista Alegre (Rua do
Aqueduto 68), Lisboa (depois Bellevue, na Rua Marinho 1), Estrangeiros (Largo
do Catete 1), Metrópole (Rua das Laranjeiras 181), Jourdain (Estrada da
Cachoeira, Alto Tijuca), Seaton´s (Rua Conde de Bonfim 117), Ville Moreau (que
existiu em Vila Isabel, depois no Andaraí Pequeno e, finalmente na Rua Conde de
Bonfim 123), formava a aristocracia da hotelaria do Rio daquela época. O grupo
de hotéis acima fazia contraponto aos hotéis de baixa qualidade existentes no
Centro do Rio de então.
Do amigo Francisco
Patricio recebi esta foto e as abaixo, todas do acervo do Silva. Agradeço a ambos.
Vemos uma foto tirada pelo meu sogro em 22/07/1951. Notar o prédio do Cinema Miramar e o gabarito baixo de quase todos os prédios do Leblon, o que permite visão até da pedreira da Lagoa, perto do Corte do Cantagalo.
Havia retornos para automóveis em frente a todas as ruas. De assinalar o volume de tráfego na pista da praia, sentido Ipanema. Na esquina da Rua General Artigas já se vê o final da construção do Cinema Miramar, que seria inaugurado em 10/11/1951, com 1259 lugares. Foi um dos mais agradáveis cinemas da Zona Sul (fechado em 1973). Na época de sua inauguração era vizinho do Bar Columbia, que ficava na mesma esquina.
No Leblon, além do Miramar havia o Cinema Leblon, na esquina da Ataulfo de Paiva com Carlos Goes.
Eis o folheto de propaganda do primeiro filme exibido no Cinema Miramar: “Aí vem o Barão”, com Oscarito, Eliana, Cyl Farney, José Lewgoy, Ivon Curi, Adelaide Chiozzo, Luiza Barreto Leite, sob a direção de Watson Macedo.
Estes folhetos, que continham a programação da semana dos cinemas da cadeia Severiano Ribeiro, era distribuído pelo porteiro dos cinemas quando você entrava para ver o filme.
O Cinema Miramar ficava
na Rua General Artigas nº 14, esquina com a Avenida Delfim Moreira. O ano da
foto deve ser 1971, pois o filme em cartaz é “Trafic”, dirigido por Jacques
Tati. Neste filme ele interpreta Mr. Hulot como um designer de automóveis que
viaja até Amsterdam para um “salão do automóvel”. A viagem é uma comédia.
Era uma maravilha ir neste cinema e se deslumbrar com a vista da praia quando as portas de saída eram abertas ao final da sessão. E, como se pode ver no cartaz, era um tempo em que os horários eram 2-4-6-8-10 ou, quando o filme era menor, 2-3,40-5,20-7-9,40, e não como hoje, com múltiplos horários e filmes na mesma sala.
Assistir a uma sessão no
Miramar e depois tomar um chope no Degrau, no Diagonal (que então se chamava
Café e Bar Porto do Mar - "Portinho" para os íntimos), no Real
Astória ou na Pizzaria Guanabara, era um programaço.
Disponibilizado publicamente pela
Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.