A
Igreja de Santa Rita de Cássia, no Largo de Santa Rita, em 1915.
A igreja em estilo barroco jesuítico, com decoração interna em
estilo rococó, está localizada no Largo de Santa Rita, entre a Av. Marechal
Floriano e a Rua Teófilo Otoni. As primeiras notícias de uma capela no local
datam de 1710, tendo sido feita uma reforma da fachada em 1904 (logo após quase
ter sido a igreja posta abaixo quando se alargou a Av. Marechal Floriano). Os
cinco altares internos foram esculpidos entre 1753 e 1759. Há dois lampadários
em prata atribuídos ao cinzel de Mestre Valentim. A imagem de Santa Rita data
de 1765 e a de São José (ou Santo André) Avellino é de 1801. As obras de
pintura da nave foram executadas pelo artista Comte no século XIX (descreveu M.
Teixeira).
Segundo
A. Mauricio, havia na sacristia, cavado na parede, um poço cuja água continha
virtudes especiais contra doenças dos olhos. E, também ali ocorreu um fato inusitado:
durante muitos anos foi uso enterrarem-se corpos nas igrejas. Um dia morreu um
macaco de grande porte, a quem o dono dedicava grande estima. A peso de ouro
comprou o sacristão e o sineiro e o animal foi sepultado na igreja. Descoberto
o engodo, o povo se revoltou contra o dono do macaco, que teve que fugir. O
macaco foi desenterrado e tomou destino conveniente...
Contam
que foi Pereira Passos que poupou a igreja, pois já não lhe agradara ter que demolir
a Igreja de São Joaquim para fazer a Marechal Floriano, mas não havia jeito. Já
a de Santa Rita, que também deveria ser demolida, o Prefeito conseguiu
flexionar a calha da rua e poupar o belo templo da destruição.
As
torres ao fundo são da Igreja de São Pedro dos Clérigos, na esquina da Rua dos
Ourives (atual Miguel Couto) com São Pedro, arrasada para a construção da
Presidente Vargas.
PS:
os que acompanharam o “Saudades do Rio” no Terra desfrutaram dos comentários do
grande AG, um iconoclasta, grande publicitário, o “Barão de Santa Teresa”. Aí
vai um deles, num “post” sobre a Igreja de Santa Rita:
“Luizíssima
e consagradíssima figura,
Santa Rita de Cassia (Cascia) é daquelas figuras católicas que contando ninguém
acredita. A moça por vontade do pai casou com um criminoso. Mas tanto rezou que
o cara se converteu. Com ele teve dois filhos. Um dia mataram o marido da Rita
e os filhos, juraram vingança. Mas Rita de novo agarrou-se com os santos e
pediu: prefiro perder os filhos a ganhar dois vingadores na família. Não deu
outra, logo depois os filhos morreram.
Aí
ela resolveu se tornar freira mas não foi aceita porque não era mais virgem (?).
Inconformada, ajoelhou-se na porta do convento rezou, rezou, rezou, e quando as
freirinhas foram à missa de manhã, encontraram a Rita ajoelhada ao pé do altar
com a porta da igreja ainda trancada. Será que o marido arrombador a
ensinou...bem deixa prá lá.
Um
dia pediu a Jesus que a acompanhasse na sua paixão. Jesus então mandou-lhe um
espinho de sua coroa que se cravou na testa dela e daí aconteceu uma ferida
pútrida (argh!). Nossa Rita, então, rejeitada por causa da ferida pútrida
(argh!) resolveu ir a Roma (estamos falando de mil quatrocentos e alguma coisa)
pedir ao Papa a indulgência dos seus pecados. Mas as freirinhas, mui amigas,
não deixaram por causa da sua ferida pútrida (argh!).
Mais
uma vez, Ritinha agarrou-se aos santos que lhe sararam a ferida do dia para
noite e ela pode ir a Roma ver o Papa.
Deitada
no leito de morte, pediu a uma freirinha amiga que ela fosse até sua casa pegar
uma bela rosa que estava no jardim. A amiga pensou que Rita enlouquecera de vez,
pois era alto inverno na Itália e estava tudo congelado. Mas foi assim mesmo e,
para seu espanto, havia mesmo uma bela rosa no jardim.
Dias
depois Rita de Cascia morreu e seu corpo permanece incorrupto até hoje no seu
santuário em Cascia.
De
quem ouvi essa história? De minha mãe. Que, diga-se de passagem, ficava fula da
vida quando eu dizia que não existe religião mais espírita que a Católica...”
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