Foto de Kurt Klagsbrunn mostrando
o "WONDERBAR". Ficava na Avenida Atlântica nº 358 (pela numeração
antiga), mas corrigindo para a numeração nova o local seria perto da Rodolfo
Dantas).
Como devia ser agradável tomar um
café ou uma cerveja num bar à beira-mar com pouco movimento na avenida
Atlântica e com o mar pertinho. Ainda mais sem pedintes e pivetes importunando.
O que terá acontecido com o pé esquerdo do
homem à direita? Estaria descalço e o chão pegando fogo?
A bicicleta, modelo feminino, com farol, seria
uma Merck Suisse?
Marinheiros passeando por Copacabana era um acontecimento comum. Atualmente são raros.
O nome do bar deve ter se
inspirado no filme “Wonder-Bar”, estrelado por Dolores del Rio, Kay Francis,
Ricardo Cortez, Dick Powell e Al Jolson,
sob a direção de Lloyd Bacon, que fez enorme sucesso no Rio em 1934. Segundo os
jornais da época foi a mais brilhante reunião de valores artísticos que um
filme já reuniu. Com 400 “girls”, sete músicas novas, cenários maravilhosos,
este filme da Warner Bros. First National, foi um sucesso incontestável. O
cronista conclui que “esse famoso “Wonder Bar” existe em toda parte do mundo, local
onde nascem sonhos e ambições, ódios e paixões.”
Foi “sede” do Clube dos Cafajestes. Este clube foi
formado por jovens da burguesia carioca, sempre rodeados por belas mulheres nas
décadas de 1940 e 1950.
Um dos fundadores foi Edu (Eduardo Henrique Martins de Oliveira), comandante da Panair do Brasil. Junto com
Mariozinho de Oliveira, o grupo tinha membros como o polêmico e mulherengo
ex-jogador do Botafogo Heleno de Freitas, Ibrahim Sued, Mario Saladini, Jorginho
Guinle, príncipe Dom João de Orleans e Bragança, Sérgio Porto (Stanislaw Ponte
Preta), entre outros.
O Clube era uma verdadeira
instituição da boemia carioca. O painel de sócios do inusitado clube, com um
código de ética jamais escrito, era composto por “cafajestes” de primeira linha. Mas não eram "cafajestes" no sentido pejorativo.